Em alguma hora
Até os peixes dormem
Os loucos ficam sãos
As cigarras silenciam
Os arbustos estagnam
O fogo se apaga
Os mares se acalmam
A calma se agita
Os odiosos amam
Os rígidos cedem
Os céticos clamam
Os crentes desacreditam
O Sol se põe
Os lutadores se esgotam
A corda se rompe
O teto desmorona
As paredes se racham
O árido dá frutos
As lágrimas secam
As fortalezas enfraquecem
Os de boa memória se esquecem
Os pacíficos golpeiam
Os amorosos odeiam
A Lua se esconde
A música fica muda
A dor nas costas passa
Os pulsos perdem o sangue
As alianças se rompem
A guerra se esvai
As janelas são abertas
As leigas ficam espertas
A fome no mundo acaba
Para o discursor falso faltam palavras
Alguma hora o mundo todo se cala,
É nesse momento, angustiante e livre da fúria mundana
Que os batimentos cessam e o coração para.
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