– eu estou grávido dele.
– J-jimin, você... – appa Suho começou a fala meio incerto enquanto meu appa Kai se levantava sem olhar para meu rosto ou para qualquer parte de meu corpo.
.
- eu engravidei meu namorado.
- você o que?... olha, eu vou ser um ótimo pai e aceitar isso, até por que você já tem 20 anos, é um homem formado e já tem sua própria casa e tem seu próprio dinheiro.
***
Suho entrou no quarto, logo podendo ouvir os pingos de água que batiam no chão vindo do banheiro, suspirou uma vez e sentou no seu lado da cama de casal presente no cômodo. Tirou os sapatos e a camisa, deitou na cama apenas com o short azul de malha e sustentou a cabeça no travesseiro, começando a pensar em um jeito de iniciar uma conversa com Kai. Foi interrompido com o barulho da porta do banheiro sendo aberta e Kai saindo de lá com a toalha enrolada na cintura. O maior suspirou pesado uma vez e abriu o armário para pegar uma roupa para dormir e agora, também pensava em como iniciar uma conversa com Suho. Após um período com o clima tenso entre os dois, Kai se pronunciou:
- você disse que aceitou, não foi? – disse enquanto terminava de se vestir.
- claro. O que você queria que eu fizesse? – Suho o encarou. – que eu apenas o ignorasse como você fez?
- Sinceramente, sim. O Jimin tem que aprender que não deve desobedecer a ordens, principalmente se for nossas. Não posso dar razões para quem está errado – disse e retornou até o banheiro, para olhar-se no espelho.
- sim. Mas ignora-lo não é o certo também. Se ele já está com filhotinho na barriga, não podemos fazer nada, apenas aceitar e dar o maior apoio possível – viu o outro voltar do banheiro.
-e isso aconteceu por quê? Por que não fomos severos o suficiente com ele!
- está falando besteiras! Ele já tem dezessete anos, já está bem crescidinho, já sabe se cuidar. Isso aconteceu porque o prendemos, ele apenas teve curiosidade de ver o que acontecia fora do seu mundo prisioneiro de estudos e regras. – se levantou e olhou para os olhos do alfa.
- Isso não é verdade. Eu apenas quero protege-lo - também encarou o ômega.
- mas o seu jeito de proteger é errado! Você o prende demais. Já estava mais que na hora do Jimin fazer o que ele fez – jogou as palavras no rosto do outro.
- está falando que apoia o que ele fez? – indagou – está falando que você apoia a desobediência dele? Apoia que ele com essa idade já tenha filhote?
- claro que não apoio, Jongin! Só falo que ele já sabe se cuidar – empurrou um pouco o peito do alfa, que rosnou.
- ele é apenas um bebê!
- ele já é quase adulto, acorde para vida, Jongin – rosnou para o maior. Recebendo dele um rosnado mais alto de reprovação, que o fez cobrir os ouvidos com as mãos.
- calado – disse com o tom alto.
- s-saia do quarto! – pediu o menor – e não toque no Jimin ou r-rosne para ele – Kai arregalou os olhos, percebendo o que estava fazendo com o seu ômega.
- Suho, m-me desculpe, eu perdi o cont-
- tudo bem, só quero que entenda o Jimin, para mim isso já basta! – parou de se encolher e olhou para Kai.
- eu apenas quero que ele não se machuque!
- eu também, mas... Você tem que tentar ser mais liberal. – chegou perto do maior e o abraçou receoso. – faz isso por mim? E por ele principalmente? – alisou as costas do outro enquanto pedia.
- claro – retribuiu o abraço – vou tentar! – sorriu.
- agora vai tomar um calmante e vamos dormir, amanhã você conversa com ele, está tarde e ele deve estar dormindo – Kai sorriu e abriu a porta, logo saindo.
**
(...)
Já era hora do almoço, Namjoon deu uma pausa para o almoço e foi até a casa de seus pais, que era perto de sua loja de eletrônicos. Chegando lá, pegou sua cópia da chave e abriu a porta, assim entrando e podendo ver seu appa sentado na sala, lendo seu jornal, coisa costumeira do dia-a-dia dele.
- bom dia, appa – se curvou em respeito enquanto o cumprimentava.
- bom dia, Namjoon. Veio almoçar aqui? – perguntou ao filho enquanto dobrava novamente as folhas do jornal para que ele ficasse guardado.
- sim. Cadê a omma e o Seung? – perguntou pelos moradores da casa. Sua omma e seu irmão.
- Seung saiu para comprar cebolinhas para a comida que sua omma está fazendo. Ela está na cozinha – respondeu a pergunta e bateu ao seu lado no sofá, pedindo silenciosamente para que o filho sentasse ali. Namjoon sentou após tirar o casaco que até agora vestia.
- você vai saber sustentar o seu namorado e o filhote? – perguntou olhando nos olhos do filho.
- creio que sim, o meu negocio está indo muito bem – disse.
- não falo de dinheiro... Falo de carinho, amor e principalmente atenção!
- acho que sim, me esforçarei para ser um bom appa. Nunca vou deixa-los na mão, prometo! – fez um juramento.
- não jure para mim, quer dizer, também, mas jure para ele e o appa dele – aconselhou.
- claro, assim que o conhecer eu vou mostrar que posso ser o melhor appa e o melhor marido do mundo – falou enquanto arregalava um pouco os olhos.
- já começou bem, falando. O mais difícil vai ser fazer, mas você irá conseguir, eu confio em você – sorriu para o filho.
- obrigado, appa! – sorriu para Seung Mi.
- de nada, vai lá ver sua omma – Namjoon se levantou do sofá.
- por falar nela, o senhor contou a noticia? – perguntou.
- sim, contei.
- e como ela reagiu?
- você sabe como é a sua omma, a Min Yang é uma caixa de surpresas – disse e abriu as folhas do jornal. Namjoon se dirigiu até a cozinha. Chegando ao balcão que marcava a entrada para o cômodo, pôde ver uma ômega baixa, comparada a ele, de cabelos castanhos, magra e com a pele branca como a neve. Chegou por trás dela sem fazer barulho algum e colocou sua boca bem perto de seu ouvido.
- omma – falou e viu a mãe dar um pulo por causa do susto.
- menino, não mate sua omma de susto assim – a mais velha se virou de olhos fechados e massageando as laterais da testa. – já trouxe as cebolinhas que eu pedi? – virou-se para a tabua de corta legumes e voltou a cortar as cenouras.
- omma, não me confunde com o Seung – pediu enquanto abria a geladeira para pegar um pouco de água.
- Namjoon? – o mais velha olhou para o homem parado ao seu lado tomando água. Vendo-o assentir ainda com o copo na boca - desculpe, eu confundi vocês dois pela altura – concentrou-se nos legumes novamente.
- tudo bem, acontece.
- ah, parabéns pelo filhote – desejou e deu um beijo na bochecha do alfa – depois que eu terminar aqui você me conta tudo!
- tudo bem, omma!
(...)
- finalmente Seung, onde você estava até agora? – a omma perguntou pegando a cebolinha da mão do filho mais velho.
- fui comprar a cebolinha! – respondeu naturalmente.
- tem certeza que você foi só comprar a cebolinha? – Seung Mi perguntou.
- tenho certeza absoluta – respondeu e sentou no sofá, ao lado de Namjoon. – ah, Namjoon. Soube que você vai ser appa! – olhou para o seu irmão mais novo – parabéns, cara! – os dois apertaram as mãos.
- obrigado, Seung! – os dois sorriram.
- chega de conversa os dois, e Seung Mi largue a TV. Venham todos comer! – todos fizeram o que foi pedido e começaram a comer.
**
- Vem comer, Jimin! – Suho chamou seu filhote, que desde ontem a noite não sai do quarto.
- acha que ele vem? – Kai perguntou.
- espero que sim – respondeu.
(...)
Passaram-se 30 minutos e nada de Jimin descer para o almoço.
- pegue Kai. – entregou uma bandeja com um prato repleto de comidas que seu filho gosta para o maior. – dê a ele, e aproveite e tente ter uma conversa com ele, mas não o force a conversar, espere ele permitir o contato entre vocês! – sorriu.
- tudo bem, vou tentar – começou a subir as escadas com a bandeja rumo ao quarto do mais novo da casa. Parou em frente à porta do quarto e bateu na mesma. – Jimin! – esperou alguma resposta, que não veio. – posso entrar? – tentou outra vez. Desta vez, obtendo a resposta que queria.
- pode entrar – ouviu a fala meio abafada de Jimin. Entrou e viu o filho deitado na cama, com o notebook e um caderno.
- trouxe seu almoço – falou e esperou Jimin tirar as coisas de cima da cama para poder colocar a bandeja. – e também... Queria conversar com você! – disse e encarou o filho.
- p-pode falar – falou com um pouco de medo do que viria a seguir.
- primeiramente, eu queria te pedir desculpas! – sincero, ele falou.
- desculpas?
- sim. Eu quero te dizer que agora... Eu vou tentar aceitar toda essa historia. – olhou nos olhos do ômega à sua frente. – e dependendo do seu namorado, também vou tentar gostar dele!
- s-sério? – Jimin perguntou não acreditando. Viu seu appa assentir. – appa... Eu te amo! – pulou nos braços do alfa e o abraçou bem apertado, sentindo o mesmo retribuir fortemente. – obrigado!
- de nada, Jimin. – limpou as lágrimas de felicidade do rosto do ômega, que insistiam em cair por tanta emoção. – mas eu quero conhece-lo o quanto antes – o filho riu baixinho.
- que tal sábado? – Jimin perguntou.
- está ótimo! – os dois sorriram – agora coma, se não vai ficar mais frio do que já ficou – disse e o filho logo pegou os hashis para começar a comer.
**
Do outro lado da porta, Suho sorria bobo pelo o que tinha acabado de ouvir. O seu alfa e o seu filhote tinham se reconciliado.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.