1. Spirit Fanfics >
  2. Circus >
  3. Eu sou o seu futuro, Soo

História Circus - Eu sou o seu futuro, Soo


Escrita por: PinkScandal

Notas do Autor


Olá pessoas, eu sei que não deveria estar postando agora, cofcof atéporqueeutenhoprojetoatrasado cofcof, mas como essa é uma short fic e está relativamente bem adiantada, eu resolvi postar graças à minha Noiva chuchu linda Unicórnia.......... Na verdade, eu só tô postando porque eu enchi o saco dela pra ela postar mais um capítulo da belezinha que ela está escrevendo, vai ter o link lá no fim ausahusauhsa Enfim, obrigada por isso... ♥

JÁ DANDO UM AVISO GERAL: Essa não será aquelas fics românticas e fofinhas que temos por aí, talvez ela seja até um pouco chocante, então fica por conta e risco de cada um....

É.... Eu acho que é só isso por enquanto....

GO GO LER!

Capítulo 1 - Eu sou o seu futuro, Soo


A bailarina continuava a dar seu espetáculo enquanto a música a acompanhava. Apesar de ser feita de plástico, a naturalidade com que ela se movia era perfeita. Ela que completava a caixinha de música.

Não que Kyungsoo quisesse algo relacionado à música. Mas o espetáculo que ela dava quando a caixinha se abria sempre o emocionava. Até as empregadas paravam o que estavam fazendo para apreciar a moça dançar em sua simples caixa de madeira.

Assim que a música cessou, Kyungsoo fechou a caixinha com a mesma delicadeza que abriu e a colocou em sua cômoda, ao lado do livro que estava lendo. Ele fez uma careta. O livro “a metamorfose” não era tão interessante quanto à expectativa que ele colocava. Parecia excitante se transformar em um inseto, mas o protagonista não saiu de casa e nem fez algo de útil com a nova forma que ele tinha, ou seja, não aproveitou em nada a dádiva que havia recebido.

Por que ser diferente é uma dádiva, não é?

Deitou-se em sua cama, sem nem se preocupar em retirar os sapatos. As aulas de violoncelo havia o cansado mais do que o esperado. Já dissera várias vezes aos seus pais que não gostava quando os mesmos o obrigavam a fazer aulas de coisas sem sentido. Nem sabia o que iria fazer quando fosse mais velho, então por que se encher de vários cursos que ele nunca mais iria usar?

Ele acordou todo suado.

Reparou que suas roupas foram trocadas e ele estava debaixo dos lençóis. Seu pai havia chego, disso ele tinha certeza. Só precisava saber que horas eram e se localizar no tempo enquanto se recuperava do surto de adrenalina.

Ele havia sonhado “aquilo” novamente, só não se lembrava do que exatamente. Mas sabia que era bom, era fantástico, era excitante. Ele podia ser qualquer pessoa, menos ele.

 Ele poderia ser selvagem pelo menos uma vez.

Kyungsoo estava habituado a ficar em silêncio. Ele apenas falava quando as palavras eram dirigidas a ele, foi assim que seus pais o ensinaram. “Um homem nunca fala além da conta”, “Kyungsoo, crianças não dão risadas de castelos de areia” e o principal: “Menos é mais!”.

Lentamente se levantou. Toda vez que não conseguia se lembrar do seu sonho, ele se sentia profundamente agoniado. Mas ele não tinha com quem conversar. O assoalho frio fez seu corpo dar um leve arrepio e então ele seguiu até a cozinha.

Sua casa era grande, de fato, mas de noite ela parecia assustadora. Ele sempre achou isso desde que se mudaram para os Estados Unidos há sete anos. Segundo os livros, a casa foi construída em 1540, ou seja, trezentos anos atrás. Era toda trabalhada no mármore e no carvalho. Desceu a escadaria, observando no imenso relógio cuco que faltavam dez minutos para a meia noite, logo ele iria tocar.

Chegou até o cômodo desejado, encontrando a jarra de água em cima do imenso balcão, como sempre. Pegou o copo no armário e se apoiou no mesmo balcão para poder beber o líquido.

Cruzou os braços para se proteger do frio, e notou que uma cortina havia ficado aberta. Olhando para fora da casa, ele reparou que as árvores do quintal deveriam ser podadas. E, com um suspiro cansado Kyungsoo parou para pensar no que havia feito na sua vida até então.

Ele tinha quase dezenove anos e não havia uma expectativa na sua vida. Apenas fazia o que seus pais mandavam, sempre. Aulas de violoncelo, aulas de equitação, aulas de inglês, aulas de etiqueta, aulas de administração, e mais aulas de coisas sem importância.

Kyungsoo poderia muito bem ter começado uma faculdade assim que saiu do colégio, mas seus pais não permitiram. Desde o acidente, sua vida passara a ser vigiada. Em nenhum momento ele tinha um tempo só para ele.

O acidente foi quando o mesmo só tinha 12 anos de idade, logo antes da mudança da Coréia para a América. Ele não tinha recordações de sua vida antes disso, então é como se ele tivesse nascido de novo. O médico falou que foi um milagre ele ter sobrevivido, apesar de todas as cicatrizes em seu corpo. Seus pais falaram que foi um incêndio, então ele acreditava assim como acreditava em todo o resto.

Mas mesmo assim, Kyungsoo se sentia um completo estranho.

Uma rajada de vento foi o suficiente para que a janela fosse aberta bruscamente. Kyungsoo deu um salto e quase derrubou o copo no chão. “É por isso que as cortinas têm que ficar fechadas, elas são tão pesadas que não permitem que as janelas se abram desse jeito” Kyungsoo pensou enquanto resmungava.

O jovem de apoiou no imenso balcão enquanto tentava pegar a folha da janela que acabou indo para o lado de fora da casa. Assim que conseguiu encaixar o dedo no puxador, percebeu que não havia vento nenhum.

Estava tudo silencioso como sempre.

Sentiu um tremor percorrer seu corpo enquanto desesperadamente tentava puxar a outra folha para poder trancar. Assim que juntaram as duas folhas, seus olhos pararam sob o luar. A lua estranhamente estava maior e mais branca do que jamais esteve. Kyungsoo sempre achou a lua impressionante, mas hoje ela estava divina. Como se fosse automático, ele abriu as janelas novamente e subiu totalmente no balcão. Um suspiro escapou de seus lábios.

Linda, não é?

Kyungsoo arregalou os olhos enquanto procurava da onde veio o som. Sentiu suas forças sumirem quando avistou uma figura vindo em sua direção. Antes que pensasse em alguma coisa, ele se viu diante de um rapaz muito bonito.

Apesar da pouca luz, o luar refletia as feições jovens e felinas que ele possuía. Andava com gingado e tinha um sorriso sarcástico no rosto. Seus olhos eram mais amendoados que os seus e seu nariz era mais definido. A boca era carnuda e seus cabelos eram pretos e sedosos, assim como toda a sua roupa.

Ele era bonito demais para ser real.

Kyungsoo não se mexeu até que o homem estivesse a uma distância perigosa. Muito perigosa por sinal. Antes que o menor conseguisse fazer algo, sentiu o estranho tocar em seu coração. Os olhos deles estavam fixos em si e ele tinha uma expressão divertida estampada no rosto.

- Não se esqueça de mim, está bem? – A voz rouca era calma e tranquilizante, ao contrário do que esperava.

Ao abrir a boca para responder, o relógio soou o assustando. Finalmente era meia noite em ponto. Quando o olhar voltou até o outro, o homem havia sumido completamente. Como se nada tivesse acontecido. A única prova de que era real era a sensação do toque da mão quente contra o seu peito.

Fechou a janela e desceu do balcão. As doze badaladas ainda estavam soando enquanto ele subia a escada desnorteado. Até que ouviu um estrondo vindo do quarto de seus pais.

Lentamente ele se dirigiu à origem do barulho, encontrando sua mãe histérica e seu pai nervoso.

- E se ele descobrir tudo? – Sua mãe estava com lágrimas escorrendo por suas bochechas.

- Se você parar com tanto barulho, talvez ele não saiba de nada – Kyungsoo podia ver pela fresta da porta seu pai andando em círculos.

- Você acha que os meus barulhos é o problema agora? Ele tem sono pesado, você esqueceu? Mas o que NÓS vamos fazer? Está vindo um circo para essa cidade e você não fez nada! NADA!

- Não há nada que eu pudesse fazer, a cidade precisa de dinheiro e circo é o que está dando dinheiro agora! Todos os jovens amam o circo – Seu pai aparentava estar muito nervoso – Ou isso, ou o meu emprego.

- Se esqueceu de que seu filho é um jovem também? – A moça subiu alguns tons de sua voz com essa última afirmação.

- Se esqueceu de que na vida dele eu que mando? Vamos aumentar a carga horária de seus estudos, deixar ele sair o menos possível na rua, até intercâmbio se for possível. Qualquer coisa que o deixe longe dessas tentações banais – O homem abraçou a esposa assim que concluiu sua ideia.

- V-v-v-v-você acha que... – Sua mãe começou temerosa.

- Lógico que não – O tom do seu pai indicou que aquele era o fim do assunto.  

Kyungsoo não conseguiu mais dormir. Qual era o problema de um circo? O que era um circo afinal? E quem era aquele homem da cozinha? Nada havia feito sentido para ele desde que ele acordou naquela noite.

Nem reparou que pegou no sono, só notou quando as mãos de sua tutora tocaram seus ombros, o acordando. Ele se arrumou e desceu as escadas lentamente, encontrando os seus pais tomando café da manhã. O clima estava tenso, e Kyungsoo conseguia sentir as constantes trocas de olhares.

- Papai, eu poderia ir à biblioteca hoje? – Kyungsoo perguntou tentando disfarçar a sua timidez.

- Para quê, meu filho? – Seu pai continuou a comer seus ovos fritos, sem olhar para ele.

- Tem alguns termos de inglês britânico que eu não estou conseguindo entender – Ele suspirou pensativo – Mas o senhor trabalha com um monte de estrangeiro, não é, pai? O senhor poderia me ajudar e....

- Ora, Kyungsoo! – Seu pai parecia bravo. Ele sempre ficava assim quando o filho pedia sua ajuda – Você já é um rapaz grande! Se está com alguma dificuldade, corra atrás do que você precisa sem depender da ajuda de ninguém. Então vá sozinho e quero você de volta antes das 19:00.

Alguma coisa borbulhou dentro dele. Um sentimento gostoso e excitante estava correndo dentro de suas veias e ele permitiu sorrir antes de subir as escadas novamente. Seu pai parecia ter esquecido a conversa estranha que ele havia tido ontem à noite e havia o liberado para um passeio na cidade. E havia sido tão fácil que Kyungsoo quase podia sentir a liberdade fluir em seu corpo.

A biblioteca parecia tão assustadora quanto a sua casa. Às vezes ele queria se lembrar de como era a sua vida na Coréia, porém aparentemente este era um assunto proibido em sua casa. Até suas empregadas evitavam qualquer comentário que se referia ao seu passado. Ou seja, a única coisa que Kyungsoo tinha de asiático era a sua aparência. Enfim, ele continuou andando elas enormes estantes com milhares de livros enfileirados tentando procurar alguma coisa de.... Como era mesmo aquela palavra?

Ah, Circo!

Quando finalmente achou o que procurava, não era exatamente o que esperava. Todos os livros contavam histórias de pessoas coloridas de saltavam e pulavam de um lado para o outro fazendo inúmeras acrobacias. Não despertou o que ele esperava.

Sua frustração apenas aumentava a cada página que ele passava. As pessoas estavam sempre alegres e dançantes, como as festas que seus pais frequentavam, e isso causava uma angústia no fundo de seu coração. Aquilo parecia falso. Ele já havia passado o carnaval em Veneza e ele se sentia tão para baixo quanto essas imagens que ele estava vendo. Era tudo igual! Se ele visse mais uma foto desses moços pintados e felizes conhecidos como “palhaços”, ele iria vomitar.

De repente uma pessoa puxa a sua mão. Quando ele vira para encarar a pessoa, não havia ninguém. Entretanto ele continuou a sentir os toques em seus dedos. O seu olhar começou a descer para a origem daquele toque, quando ele viu a coisa mais extraordinária em toda a sua vida.

Uma pessoa de quarenta centímetros estava diante de si, segurando uma rosa extremamente vermelha e cheirosa em sua direção. Ela era tão intensa que até parecia brilhar sobre as cores mortas daquela biblioteca. Kyungsoo pegou a flor enquanto via o moço se virar e andar mancando até virar um corredor.

- Fascinante – Kyungsoo disse, percebendo que perdeu ele de vista.

Então ele começou a correr pelos intermináveis corredores daquela biblioteca. A cada passo que dava, ele sentia que o teto estava diminuindo e os corredores mais estreitos. Kyungsoo podia perceber que ele estava perdendo o ar.

Ele estava sufocando no vazio.

Mais alguns passos foram dados até que seu corpo inteiro tencionou e ele imediatamente parou.

No fim de um dos corredores, ele viu aquele homem que apareceu em sua casa de noite. Seu rosto estava pintado com algumas formas orgânicas e ele tinha um nariz vermelho, lembrando daquele tal de “palhaço” que ele viu nos livros. Porém.... Era mais sinistro. Era mais medonho. E olhando para aquilo, ele não quis vomitar em nenhum momento.

O corredor possuía uns bons metros até chegar onde o homem estava, e a cada passo que Kyungsoo dava, ele sentia seus ossos tremerem e sua pele se eriçar. Enquanto isso o outro apenas o encarava com um olhar felino, lhe esperando.

Como se não fosse capaz nem de piscar, Kyungsoo parou em frente ao estranho. Era o cara que estava em sua casa ontem à noite, ele tinha certeza, apesar do rosto pintado excentricamente. Seu corpo inteiro estava quente e seu sangue estava sendo bombeado cada vez mais forte.

- Procurando algo? – O rapaz perguntou casualmente.

- Sim – Kyungsoo estava completamente perdido na negritude dos olhos alheios – Quem é você?

- Eu? – O rapaz fez uma cara de dúvida, se aproximando do jovem e pegando a flor que estava na mão do menor – Eu sou o seu futuro, Soo.

O desconhecido pegou a rosa e a amassou em seus dedos, logo a jogando para cima, criando uma chuva de pétalas. O estudante estava maravilhado com as pétalas dançando no ar, assim como a sua bailarina. Ele até conseguia sentir o som daquele violino tocando no fundo.

O rapaz se aproximou de Kyungsoo, deixando evidente a diferença de alturas e obrigando o menor a olhar para si. Como se soubesse o que ia acontecer, Soo fechou os olhos e logo sentiu seus lábios sendo pressionado contra os do moreno.

Aquela poderia ser definida como a sensação mais intensa que o menor já havia sentido em toda a sua existência. O beijo era feroz, queimava, congelava, arrepiava e fazia o Kyungsoo querer aumentar a velocidade dos movimentos para acompanhar o ritmo frenético que agora o instrumento musical produzia.

O som do violino começou a desafinar pouco a pouco à medida que o beijo aumentava a intensidade. E quando se tornou insuportavelmente irritante aquele som, Kyungsoo fechou os olhos com mais força e apertou seus ouvidos até alcançar o silêncio total.

- Você vai levar esse livro, meu jovem? – A voz serena de uma idosa o obrigou a abrir os olhos, se encontrando completamente sozinho novamente.

- Como? – Ele disse parecendo atordoado, finalmente encontrando a velha bibliotecária.

- O livro.... Vai pegar emprestado?

Quando Kyungsoo olhou para a mesa ao seu lado, havia uma única pétala vermelha em cima de um livro grosso, com a capa em preto e as letras góticas em dourado. Ele sentiu a excitação pelo seu corpo mais uma vez, pegando o livro e o abraçando.

- Eu irei levar sim – Ele sorriu, fazendo a idosa sorrir também.

Então ambos foram juntos até o balcão, para que ela pudesse pegar os dados de Kyungsoo enquanto o mesmo continuava perdido em seus pensamentos, sentindo seu corpo afundar mais e mais neste turbilhão de sensações.

- Circo dos horrores? – Ela deu uma risada amigável – Tem um gosto um tanto peculiar, meu jovem Sr. Do.

- Eu sei, mas para um jovem entediado como eu, este livro pode ser bem interessante.

Ele sorriu educadamente pegando novamente o livro, sentindo sua textura aveludada roçar em seus dedos. Leu umas dez vezes o título até por fim sorrir e caminhar saltitante pela rua, escondendo o tal livro como se fosse seu bem mais precioso.

“Eu sinto que logo, logo, me lembrarei de você, Kai!

 


Notas Finais


Foi isso, o que vocês acharam? ~ Música de suspense ~
Se tudo der certo, sexta-feira tem o próximo capítulo - hihi

E, para todos vocês, o link da fanfic lindosa da minha Noiva ~Daraxxi (sério, vale muito a pena ler): https://spiritfanfics.com/historia/hear-me-5914236

E também tem uma ilustração do Kai mais circense, para quem quiser ver e entrar na história: http://67.media.tumblr.com/41b4807ba73e806ca932cd696aa42738/tumblr_nouom715hX1tyzo6xo1_r1_1280.jpg

Acho que é só isso por enquanto...

Beijinhos rosas para todos vocês
FUI


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...