Tentei manter a calma, porém o desespero tomou conta de mim, pois eu sabia que seria muito difícil conseguir sair desse lugar estando assim, tão pequena se comparada ao resto do mundo.
Comecei a caminhar de um lado para o outro sem parar. Meu filho poderia estar em perigo e, para piorar, eu não conseguia pensar em nenhuma ideia válida para sair daqui e poder ajuda-lo, então o pânico me dominou. Regina, com um forte puxão em meu braço direito, interrompeu a minha marcha dizendo:
- Swan, o que pensa que está fazendo?!
- Um ritual xamanico...talvez a dança da chuva ou algo assim, pode escolher a que você achar melhor como resposta - respondi em tom sarcástico.
- Olha Swan, eu estou falando sério. Eu sei que você está preocupada, assim como eu também estou, mas ficar andando de lá pra cá não vai salvar o Henry e muito menos nos tirar daqui.
- Já que você está tão calma assim senhorita Mills, então me diz, como você acha que vamos conseguir sair desse lugar estando desse tamanho, hein?! Sobreviver e achar o Henry, antes de virarmos comida de algum inseto ou simplesmente sermos esmagadas por "sei lá quem" que vive nesse lugar, mas que provavelmente deve ser enorme. Se você é tão esperta assim, então vai Regina, me responde. O QUE VAMOS FAZER, HEIN? O QUÊ?
Quando me dei conta já estava gritando com ela, não sei o que aconteceu comigo, mas perdi totalmente a razão. Regina me olhou, engoliu seco e logo em seguida desviou o olhar para o chão, sem dizer mais nenhuma palavra, apenas se retirou de perto de mim e foi se sentar encima de um pedregulho que havia no meio da grama.
Percebi que ela tinha ficado profundamente magoada com minhas palavras e meu tom de voz. Ela já havia gritado comigo tantas vezes, porque eu deveria me importar por te-la magoado?! Porque eu deveria me sentir culpada?! Porquê?! Eu tentava convencer a mim mesma que ela não merecia nenhum sentimento de culpa da minha parte. E realmente ela não merecia. Mas, toda vez que eu me lembrava daqueles olhos castanhos me olhando enquanto eu apenas gritava e gritava sem parar, o sentimento de culpa me invadia.
Então, fui me aproximando dela com passos lentos e, calmamente, me sentei ao seu lado. Antes que eu pudesse dizer qualquer palavra, ela indagou:
- Por acaso você não percebeu que eu quero ficar sozinha, Swan? Não é possível que seja tão ruim assim em interpretação. Se eu quisesse conversar eu teria ficado lá, ouvindo você tagarelando sem parar.
- É, eu sei disso, mas...é que queria te pedir desculpas por ter gritado com você daquele jeito...eu não sei o que aconteceu comigo, perdi a cabeça e descontei a raiva em você, sendo que você não tinha culpa de nada (pelo menos não dessa vez - pensei). Sei lá, tantas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo, acho que estou começando a ficar louca.
Ela me olhou, deu um 'meio sorriso' e disse:
- Enfim algo em que concordamos.
- Sobre o quê? muitas coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo?
- Não, sobre você já estar ficando louca.- e mais uma vez ela sorriu.
Olhei para ela seriamente por uns três segundos e até pensei em retrucar e chama-la de louca também, mas, vendo ela olhando pra mim daquele jeito e sorrindo, eu não consegui; só consegui olhar pra ela e dizer "engraçadinha você, hein?!" e logo em seguida caímos na risada.
Nesse momento eu sabia que já estava tudo bem novamente e que ela já havia me desculpado. Mas ela, como sempre, para não perder a pose e a compostura de uma rainha, me repreendeu enquanto ainda ria de mim:
- Não fique mal acostumada Swan, porque da próxima vez que gritar comigo vou arrancar essa sua linguinha tagarela fora.
- Ok ok senhorita Mills - eu disse sorrindo - Prometo não gritar mais daquele jeito...tá bom assim pra você?
- Hm, perfeito!!!
E ali ficamos sentadas por mais alguns minutos, rindo das nossas diferenças e fazendo piadas sobre nós mesmas e do rancor que sentíamos uma pela outra à anos, conversando sem brigar de forma civilizada, como nunca haviamos feito antes. Até que de repente Regina cortou o assunto, dizendo:
- Swan, tive uma ideia!!!
- Que ideia Regina? Anda, fala logo.
- Se não podemos sair daqui, pequenas desse jeito, então precisamos crescer.
- Uau! Que ideia genial essa sua. Nossa, como não pensei nisso antes?! - eu perguntei de forma retórica e sarcástica.
- Emma, eu tô falando sério.
- Tá, então me explique como, porque apenas dizer que precisamos crescer não ajuda em nada e nem é novidade nenhuma.
- Vamos fazer uma poção do crescimento para voltar ao tamanho normal! - ela exclamou toda empolgada.
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