História Cisne Dourado - O amanhecer sem ela

Regina, mesmo estando magoada pelo que eu disse, apenas se retirou e foi dormir. Mas eu não conseguia fazer o mesmo, eu não conseguia pregar meus olhos nem sequer por um minuto. Eu estava imersa em meus pensamentos, afundando em melancolia.

Meus pensamentos me torturavam - “Como? Como eu pude dizer aquilo para Regina? Como eu pude ser tão rude assim com ela? Como fui capaz de chama-la de problema, quando na verdade me esqueço totalmente deles quando estou com ela? AAAARH, COMO EU FUI ESTÚPIDA!" - gritei mentalmente comigo mesma, colocando minhas mãos sobre o rosto, desejando desesperadamente nunca ter dito aquilo.

Amanhã, bem cedinho, assim que Regina acordar eu já vou estar acordada, pronta pra conversar com ela e explicar tudo. Ela vai ter que me ouvir ou então serei obrigada a amarrá-la em uma árvore e amordaçar sua boca enquanto eu falo.

Mas, pensando melhor, talvez ela ainda esteja acordada e possamos resolver tudo isso ainda hoje.

Me levantei e caminhei com passos leves até onde Regina estava deitada, tomando cuidado para não acordá-la caso já estivesse dormindo. E lá estava ela, dormindo, deitada de lado, com as duas mãos juntinhas embaixo de seu rosto e com os olhos um tanto inchados, feito os de uma criança que foi dormir chorando, após apanhar de seus pais.

Mesmo dormindo e com os olhos inchados ela continuava linda. Seu lábios estavam vermelhos, parecendo que todo o sangue de seu corpo se concentrava ali, em sua boca. Por um breve momento, até cheguei a pensar que ela estava dormindo de batom, mas então me lembrei que eu o havia tirado por completo momentos antes, enquanto a beijava.

Eu me aproximei ainda mais, para observá-la de perto. Sem fazer qualquer movimento brusco, me sentei sutilmente ao seu lado, encostando levemente minhas costas em sua barriga. E então, retirei carinhosamente de seu rosto uma mecha de cabelo que caia sobre os seus olhos .

Respirei fundo, dobrei minhas pernas segurando as entre os braços e curvei a cabeça para baixo apoiando a em meus joelhos, enquanto me perdia mais uma vez em meio aos meus pensamentos “Mas que droga! o que tá acontecendo comigo?! Eu não posso estar realmente me apaixonando pela Regina. Mds Emma, acorda! É a Regina! É uma mulher! Onde você está com a cabeça? Pensa no Killian...ele é o amor da sua vida, lembra?! E seus pais? Pensa nos seus pais também, eles nunca irão aceitar isso, eles irão te rejeitar, para sempre. Você já é diferente o suficiente, não precisa de mais isso agora.”

Mas, quando olhei para ela novamente e me lembrei do nosso beijo, pensei que talvez, poderia valer a pena passar por tudo isso e lutar contra todos, se no final eu ficasse com ela...ou talvez não, talvez o meu lugar realmente fosse ao lado do Killian e eu devesse me conformar com isso...eu não sei....não sei mais o que fazer, não sei mais o que pensar. E então, em meio à um turbilhão de dúvidas, apenas prensei meus lábios um no outro e com os olhos já vermelhos, me levantei e fui dormir.

No dia seguinte, acordei cedo como eu havia planejado, na intenção de conversar com Regina o mais cedo possível. Me levantei as pressas, tentando ser rápida o suficiente para levantar antes dela acordar.

Mas...quando olhei para o lado, em direção ao canto onde Regina estava deitada, dormindo na noite anterior, o desespero tomou conta de mim, mais uma vez...ela não estava mais lá, onde ela deveria estar. Arregalei os olhos e entrei em pânico. Comecei a procurar por ela incansavelmente por todos os lados.

- Regina?...Reginaaa...REGINAAAAAA - eu chamava por ela em ritmo desesperado - ...onde você está? Não me deixa aqui sozinha. Não me deixa aqui sem você - murmurei abaixando a cabeça, enquanto colocava minhas mãos sobre o rosto e me jogava de joelhos no chão.

           "Lar é o lugar que
             quando você vai embora,
                   você sente falta’’.

Mas talvez, "lar" não seja um lugar, talvez lar seja uma pessoa, que quando vai embora, você sente muita falta.