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História Civil War: Moon. - Arma.


Escrita por: Seola______

Notas do Autor


Acharam que eu não ia postar capítulo hoje né? HIHIHI
Aqui está, espero que gostem! Beijão!

Capítulo 19 - Arma.


Natasha passava por minha janela majestosamente como se fizesse isso sempre, e provavelmente fazia, afinal, ela é uma espiã e agora fugitiva da S.H.I.E.L.D. A fitava um pouco receosa de prosseguir, de sair do meu quarto, de me tornar uma fugitiva por completo, mas, especialmente, a fitava receosa por meu pai. Estávamos tentando colocar as coisas no lugar, agir como pai e filha, talvez ter a relação que nunca tivemos e, com certeza, eu estava prestes a estragar tudo nesse sentido.

Será que ser considerada uma heroína e lutar pelo que considera certo sempre vem decepcionar aqueles que ama no pacote? Será que as decisões seriam sempre tão difíceis e diretas como aquela estava sendo? Eu queria permanecer, queria acertar as coisas com meu pai, mas queria estar livre para fazer isso. O Acordo de Sokóvia ainda parecia uma loucura do Governo que me tinha em suas mãos na hora em que bem entendesse.

Fitei Natasha ainda parada no centro do meu quarto, entre a cama e a escrivaninha, ela estava em cima de meu telhado, que cobria a varanda o andar debaixo, me fitando com o corpo curvado de modo que me visse através da janela. Sua expressão mudou no instante em que me viu ali, parada. Eu queria ir, sabia que devia ir, mas pensava nas consequências que tive da primeira vez em que fui individualista. Era mesmo tão errado ser individualista enquanto a minha vida, por possuir habilidades, estava em risco?

Natasha se moveu para entrar em meu quarto novamente, mas estiquei a mão em sua direção, ela me deu alguns segundos para colocar a roupa mais discreta que conseguisse achar, optei por meu casaco preto, uma calça jeans e tênis. Andei até a janela, sentando-me na mesma e, sem um pingo de graciosidade, pulei até o telhado azul marinho apoiando meus pés nas telhas.Viúva Negra, como era chamada pela mídia e pelos demais, balançou a cabeça com as sobrancelhas erguidas enquanto me fitava, era como se ela perguntasse se estava pronta. Realmente pronta.

Assenti balançando a cabeça em silêncio e ela apoiou a mão direita na calha do telhado cuidadosamente de modo que não a quebrasse ou fizesse algum barulho que pudesse nos comprometer. Caminhei até a beira do telhado quando ela, em um único movimento, sumiu de minha vista. Escutei um barulho abafado pela grama do jardim e então a fitei parada, de pé, e com as mãos na cintura enquanto olhava para cima me procurando, assim que me viu cruzou os braços acenando com a cabeça enquanto me esperava pular. E eu sabia que ela me esperava, sem auxilio algum, pelo modo como me fitava. A distância entre meu telhado e o chão não era grandiosa, mas para quem mal conseguia pular um muro, aquilo era um pouco demais.

Sentei-me na beira do telhado mais próxima à ponta que conseguia, minhas pernas balançavam no ar enquanto eu me esforçava para não soltar meu peso por inteiro na calha de metal. Meu coração estava disparado devido a adrenalina e hesitava, mais uma vez, na hora de pular, estava realmente nervosa, mas não tinha muito tempo e Natasha, educadamente, apontou para seu pulso como quem indicava um relógio, ou seja, o símbolo universal para “anda logo, que não temos tempo”. Impulsionei meu corpo para frente caindo com ambos os pés grama, que amorteceu a queda, mas não me impediu de cair de bruços, senti as mãos frias e finas de Natasha em meus braços me ajudando a levantar rapidamente, provavelmente eu tinha feito muito mais barulho que o esperado.

- Você está bem? – ela sussurrou enquanto me ajudava a levantar.

- Sim – sussurrei ficando de pé enquanto batia as mãos em minha roupa – para onde vamos?

- O Capitão está com um esconderijo por baixo da cidade, precisamos...

Natasha parou de falar quando, assim como eu, escutou o barulho de uma arma sendo destravada e carregada, o barulho vinha por trás de ambas e me virei primeiro pronta para utilizar o escudo, caso fosse necessário. Claro que Tony Stark não me deixaria em casa sem um segurança para me observar de longe. Mas não era um segurança, não era Tony Stark e nem mesmo alguém do governo, era meu pai quem segurava uma arma enorme com as duas mãos enquanto nos fitava sério, com sua calça de pijama de patinhos, parado na varanda de casa.

Natasha se virou logo em seguida e ameaçou avançar na direção de meu pai, mas no instante em que ele se mexeu apontando a arma em nossa direção, ela parou ao meu lado com a feição furiosa. Sei que se ela o pegasse, o deixaria inconsciente.

- Pai? – o chamei percebendo que ele mantinha os olhos fixos em Natasha.

Natasha virou seu rosto em minha direção – É seu pai?

- Sim – respondi ainda o fitando.

- Onde você pensa que vai, Luna? – ele apontou a arma em minha direção, enfim, me olhando.

- Pai, você sabe o que...

- Eu não sei de nada! – ele gritou.

- Diga a ele para parar de gritar – Natasha disse entredentes – estamos debaixo da janela do seu quarto e a tornozeleira está ativada.

- Não grita, por favor, pai – o pedi calmamente enquanto tentava me aproximar, mas no meu primeiro passo em sua direção ele sacudiu a arma em mãos.

- Não importa se é minha filha ou não, se você der mais um passo, eu atiro.

Parei no mesmo instante enquanto o fitava. Me sentia imensamente culpada por estar fazendo-o passar por essa situação mais uma vez, desta vez ele presenciou minha fuga sem sequer lhe dizer uma mísera palavra e era visível o quão chateado ele estava. Mas eu não o temia, mesmo com uma arma apontada na minha cara eu não o temia.

- Quem é você? – ele olhou na direção de Natasha.

- Não importa – ela respondeu.

- Eu sou o cara com a arma aqui.

- Já vi maiores – ela soltou uma breve risada – nada surpreendente.

- Você é aquela mulher, certo? – ele desceu as escadas da frente da casa em nossa direção – aquela que luta ao lado daqueles monstros. Dos monstros que mais aterrorizam a cidade do que a ajudam.

Natasha não o respondeu dessa vez. Mas ele prosseguiu:

- Vocês acham que são tão superiores aos demais... Vocês só estragam as coisas por aqui! Olha aquelas pessoas inocentes que aquela bruxa matou – ele se referia a Feiticeira Escarlate – pensei que vocês pudessem nos proteger, mas ao invés disso, vocês invadem minha casa para levar minha filha embora... De novo!

Ela se mantinha em silêncio, séria e focada no cano da arma, provavelmente pensava em algum movimento rápido e só não o tinha feito até então porque era meu pai.

- Ela estava bem! Estava com aquela tornozeleira e, automaticamente, eu estava mais tranquilo! Estava sofrendo com a ideia de ter minha filha na cadeia, mas... Ao menos eu saberia onde ela estava! – ele parou na frente de Natasha com a arma apontada para sua cabeça – ao menos...

- Pare – impulsivamente me coloquei entre ele e Natasha o fitando com o cano apontado para minha cabeça – pare, pai.

- Saia da frente, Luna.

- Não, não sairei – olhei na direção do cano que estava a centímetros de meu rosto.

- Farei o que for possível para não deixa-la ir – ele falou olhando em meus olhos com os seus marejados – não duvide.

- Eu não duvido – falei sentindo o calor emergir em meu corpo, estava com medo e, como um espasmo, o escudo queria sair de dentro de mim para me proteger, mas o controlava – sinto muito.

- Você sente? Porque eu, sinceramente, acho que não. Acho que não sente nada nesse seu coração de pedra.

- Eu sei como se sente, sei que...

- Não, você não sabe! – outro grito saiu de seu lábios enquanto ele balançava a arma na minha frente, afastei meu corpo percebendo que tudo tinha ficado mais claro, o escudo estava quase sendo ativado, mas pisquei os olhos diversas vezes tentando evitar que ele visse que já estavam prateados, um pouco tarde demais – Isso. Libera seu poder, não é assim que chamam? Libera sua habilidade para me manter longe de você porque eu não vou deixar você ir, Luna!

- Pai...

- Saia da minha frente, Luna.

- Pra quê? – perguntei mesmo já sabendo a resposta.

Ele repetiu – Saia da minha frente, Luna.

- Não. – respondi de volta.

Ele então disse, furioso, entredentes – Saia. Da. Minha. Frente.

- Não. – respondi novamente certa do que estava fazendo.

- Diana! – ele berrou meu antigo nome – saia da minha frente.

- Não! – gritei fazendo com que minha voz ecoasse – eu não vou sair da sua frente, você não vai machucar Natasha ou à mim!

- Não...

- Sabe por quê? – o interrompi sentindo a fúria tomar conta e mim – porque você já fez o suficiente saindo da minha vida quando eu era pequena! Não importa o quanto você tente consertar as coisas, nada vai ser como antes! E sinto muito por não ser a Diana que você costumava conhecer, porque aquela Diana morreu quando você foi embora!

Foi quando ele se calou. Pela primeira vez desde que havia apontado essa arma para nós duas foi que ele ficou em silêncio, mas arma permanecia ali, com o cano apontado diretamente para minha testa, era só um tiro certeiro que ele acabaria com tudo e se veria livre de mim novamente. Mas eu sabia que isso não era o que ele desejava, tinha medo dele fazer algo para tentar nos atrasar, mas eu sabia que ele não era do tipo assassino que mataria para me manter ao seu lado. Mas também sabia que ele não aceitaria fácil a ideia de que teria que ir embora, mais uma vez, para fazer o que julgava certo. Talvez, se fosse com qualquer outra pessoa, ele teria perdido total confiança e amor do filho por apontar uma arma em sua cabeça, mas mesmo com medo compreendia o porquê de ele estar fazendo isso, por mais inaceitável que fosse.

- Você tem que nos deixar ir – sussurrei o fitando – caso não faça isso, eu, um monstro, como você diz, terei que forçá-lo.

- Você não faria isso – ele disse com a voz trêmula.

- Você não me conhece.

- Porque você não me permite.

- E apontando uma arma na minha cara, me obrigando a ficar, vai mudar alguma coisa?

Ele não respondeu.

- Você sabe a resposta – sussurrei o fitando – agora abaixa a arma.

- Não – ele, mais uma vez, a balançou me ameaçando.

- Eu tenho que ir, pai. Eu quero ir. Eu preciso. Você pode pensar que sabe o que é melhor para mim e que o melhor se baseia em ficar em casa e viver como uma adolescente normal, mas eu não sou uma adolescente normal. E não quero ser. Tony Stark apareceu em casa naquele dia para me chamar para seu time, e eu disse não porque não quero ser controlada de novo – balancei a cabeça negativamente com um breve sorriso nos lábios – e adivinha só? Ele colocou uma coleira em mim onde eu só podia fazer o que fosse mandado. Ele e o Governo. Eu não quero isso para minha vida, eu quero liberdade para mim e para os outros, eu quero que o Governo cuide de seus próprios negócios ao invés de nos mandar para limpar seus podres, quero que os verdadeiros criminosos sejam colocados na cadeia ao invés e heróis que ajudaram a cidade por mais que ninguém reconheça isso. Quero tantas coisas que, se pudesse, lhe falava aqui e a agora. Mas não tenho tempo.

- Você não é uma heroína, Luna – ele sussurrou abaixando a arma alguns centímetros enquanto me fitava com os olhos marejados.

- Mas também não posso ficar parada enquanto o mundo desmorona.

- Não tem nada desmoronando, você não precisa ir.

- Eu preciso, pai – andei em sua direção quando percebi que ele abaixou a arma mais um pouco, impulsivamente ele levantou a arma mais uma vez até minha cabeça e então pude ver que ele estava chorando. Era a primeira vez que o via chorar, mas também foi a primeira vez que o vi em desespero a ponto de atirar em mim se assim julgasse necessário. Pensando bem, era a primeira vez que o via demonstrar sentimentos.

 Ele então abaixou a arma por completo virando seu cano para a grama úmida, era como se ele tivesse se rendido e compreendido o que eu realmente queria. Escutava sua respiração pesada enquanto ele desviava o olhar de minha direção e, rapidamente, secava as lágrimas que escorriam com o peito da mão esquerda. Como se fosse um adolescente querendo esconder de seus amigos que chorava por alguma razão. Exceto que ali eu sabia a razão, e ela era duas em uma: ele não queria me perder. Não de novo. E eu conseguia reconhecer isso nele, mas não era com uma arma que ele conseguiria me manter em casa, e ele percebeu isso. O que era, de certo modo, bom o suficiente para podermos iniciar uma conversa, por mais curta que fosse, já que eu não podia ficar por ali muito mais. 

- Pai, eu ia te dizer, em algum momento, o porque estava partindo, eu só não…

- Vá. 

Escutei-o com a voz bem baixa, se não tivesse meus poderes, talvez nem tivesse escutado. Talvez fosse um comentário que ele fez para si mesmo sabendo que eu escutaria. Olhei para Natasha quem mantinha os braços cruzados enquanto olhava diretamente para meu pai, ela estava desconfiando dele e não a culpava. 

- Prometa que ficará bem. 

Virei-me para frente novamente ao escutar sua voz. O fitei sem responder e ele largou a arma no chão fazendo um barulho oco e abafado. 

- Eu preciso que prometa que…

- Ficarei – o interrompi respondendo. 

- Então vá. 

- Você precisa sair daqui o mais rápido possível, caso contrário será…

- Não se preocupa comigo – ele me interrompeu desviando o olhar – só vai. 

Novamente olhei para Natasha quem descruzou os braços, a expressão em seu rosto não era mais a séria que ela costumava estar, ela estava tão surpresa quanto eu, pensei que talvez se ele me desse sua permissão – por mais que eu não a precise, propriamente dizendo – seria tudo mais fácil. Mas ali, em frente a meu pai, devastado e de acordo com minha vontade, parecia muito mais difícil partir. Natasha fez o mesmo sinal de antes mexendo sua cabeça na direção em que devíamos ir, assenti balançando a cabeça positivamente e virei-me na direção de meu pai quem, agora, nos fitava novamente. Ele tinha uma expressão seria a qual camuflava todos seus sentimentos, já estava acostumada a conviver com essa sua feição. 

- Vai embora – ele disse mais uma vez e então olhou para Natasha – por favor, traga-a de volta. 

Natasha não o respondeu e nem esperava que fosse, apenas o fitei de modo que nossos olhares se encontrassem e eu pudesse perceber que ele, realmente, estava ao meu lado. Pelo menos daquela vez. Andei em sua direção e ele estremeceu tentando se manter parado e sério, não sabia dizer se ele estava com medo de mim ou apenas assustado, mas não me importava, não importava o que ele tinha acabado de fazer e como tinha agido. O abracei com todas as forças que tinha comigo naquele momento. Passei meus braços em volta de seu corpo, de modo que seus braços ficassem presos em meu abraço já que ele não os moveu, e depositei meu rosto em seu peito escutando seu coração que acelerava gradativamente. Fechei os olhos sentindo aquele abraço, o abraço que tanto desejei por anos enquanto estávamos distantes e que, com o passar do tempo fui deixando de desejar simplesmente por não crer que o sentiria de novo. Abri os olhos com a respiração pesada enquanto segurava o choro, soltei-me dele, mas não sem antes sussurrar algo que, para mim era difícil de dizer diretamente para ele:

- Te amo, pai.

Abrindo os braços e me afastando olhei em seus olhos, ele mantinha a respiração pesada enquanto me fitava assustado. Me perguntava o porquê de sua expressão ter mudado tão repentinamente, mas antes que pudesse perguntar ou simplesmente ir embora, suas mãos, ainda tremulas seguraram meus braços fortemente, o que fez com que eu me assustasse, mas então me tranquilizei quando ele me abraçou. Pela primeira vez, desde que me recordo, meu pai me abraçou. E tudo pareceu diferente, tão de repente, naquele momento eu quem não sabia o que fazer ou como proceder, era como se eu não conseguisse erguer meus braços para poder abraçá-lo porque eram pesados demais. Mas ele não parecia se importar, me abraçava com força e tudo o que eu queria fazer era chorar enquanto o escutava sussurrar: 

- Me desculpa. Me desculpa. Sinto muito. Me perdoa. Não queria apontar a arma pra você. Me perdoa. Por tudo. Por ter deixado você, por tentar te forçar a algo, por ameaçar atirar em você. Só… Me desculpa.

Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, o nó em minha garganta começou a se formar a medida em que tentava segurar o choro. Levantei meus braços o abraçando de modo que tentasse acalmá-lo, aquele estava sendo meu modo de dizer que estava tudo bem. E estava. Pela primeira vez desde que ele tinha deixado a mim e minha mãe, estava tudo bem. 

Soltei-me de meu pai no instante em que escutei vozes desconhecidas, ele me fitou e então olhei para Natasha quem me fitou sem entender.

- O que foi? – ele me perguntou preocupado.

- Tem alguém aqui – respondi sussurrando.

Natasha então caminhou até nós olhando para meu pai – Temos que ir. 

Ele assentiu se virando em minha direção.

- Tenho que ir – repeti o que Natasha disse o fitando – eu ficarei bem. Mas me prometa que você sair daqui e se perguntarem você não me viu fugir.

- Você precisa voltar para dentro – Natasha o fitou – vai.

- Te amo, querida - ele me fitou dando um beijo em minha testa.

- Te amo, pai. 

- Se cuida, Moonlight.

O fitei com um fraco sorriso, o escutando, ao mesmo tempo em que achava esquisito, achava imensamente bonito. Parei de pensar em qualquer coisa que não fosse “fugir” quando Natasha me puxou pelo pulso indicando que devíamos partir, lancei um último olhar para meu pai quem retribuiu antes de fechar a porta de casa silenciosamente. 

- Preciso que me siga, ok? 

Assenti em silêncio vendo Natasha seguir na frente a poucos centímetros de mim, caminhava atrás de si furtivamente, ambas andávamos abaixadas e íamos na direção oposta das vozes que se tornavam mais longínquas para mim. Ela me perguntava o tempo todo se estávamos mais longes dos homens que, naquele exato momento sussurravam algo como “A garota gritava não” e “Temos ordens para verificar”. Claro que tinha alguém por perto pronto para checar quando algo parecesse “fora de controle” e é claro que estavam falando de mim, não havia nexo estarem se referindo à um outro alguém.

Foi quando Natasha esticou seu braço em minha direção indicando que eu deveria parar, não escutava mais voz alguma e ela parecia ter percebido algo enquanto estávamos paradas em frente á uma casa esverdeada no Queens, não estávamos muito longe de minha casa, afinal, estávamos andando lentamente e com cautela, mas eu não sabia quem morava naquela casa e a quem ela pertencia, e, honestamente, aquilo não importava nem um pouco naquele momento.

As vozes masculinas que estavam distantes agora pareceram perto o suficiente para que eu me apavorasse, um deles sussurrava perguntando se o parceiro estava vendo ou ouvindo algo e a resposta foi um breve “shh” que foi obedecido imediatamente. Puxei o braço de Natasha, mas ela se soltou rapidamente assentindo em silêncio enquanto balançava a cabeça positivamente, claro que ela sabia, ela estava apenas esperando o momento certo para agir, afinal, ela era a Viúva Negra.

Tudo aconteceu tão rápido que minha reação foi cair de bunda para trás como uma imbecil, mas no instante em que vi Natasha esticar sua perna de modo que desse uma rasteira em um homem careca vestido com um terno preto e sapatos sociais, fiquei de pé sentindo o calor dentro de mim emergir, estava com medo, mas, ao mesmo tempo, estava concentrada no que poderia acontecer, já que Peter havia me ensinado isso milhares de vezes há algumas semanas.

Natasha, após derrubar o homem, partiu para cima do mesmo pronta para lhe imobilizar, mas ele foi mais rápido derrubando-a para trás com um chute forte o suficiente que a fez cair para trás, quando ergui minhas mãos para travar o homem no chão ou evitar que ele desferisse mais algum golpe nela, enquanto ela se recompunha, escutei o barulho de um galho de quebrando atrás de mim, alto o suficiente para que eu me virasse para trás. Com um reflexo absurdo dei um salto para trás no instante em que outro homem, dessa vez um magrelo de cabelos pretos, também de terno, desferiu um golpe em minha direção com um cassetete ou algo parecido, mas era prateado e eu não queria que aquilo me encostasse para saber do que se tratava.

O fitei assustada enquanto respirava fundo, ergui minhas mãos em sua direção enxergando tudo ao meu redor ainda mais claro, sabia que meus olhos estavam prateados e foi quando percebi que estava sob a luz do luar, o que tornava tudo mais favorável para mim. Desde o instante em que sai de meu quarto não tinha percebido que estava sob a luz do luar, como tinha desejado mais cedo naquela noite, estava tão preocupada em fugir que não percebia que meu ponto forte estava favorável, simplesmente porque era noite e a lua iluminava toda a rua em que estávamos.

Uma rajada saiu de minhas mãos, e por mais que aquilo me assustasse, foi eficiente o suficiente para que o homem voasse para trás com o impacto. Ele não parou muito longe, mas foi tempo mais do que necessário para que eu pudesse ver Natasha ficar de pé e partir para cima do outro homem. Me sentindo completamente capaz andei em direção ao outro homem, o que havia acabado de derrubar com o jato de luz, enquanto ele se contorcia no chão tentando levantar, parei ao seu lado o fitando enquanto ele tentava me acertar, apavorado, com o cassetete.

- É, é, todo mundo tenta. Mas é potente, não é? – forcei um sorriso parando seu cassetete enquanto ele tentava me acertar pela milésima vez – bons sonhos, MIB.

Com força o acertei em cheio fazendo com que ele ficasse inconsciente de imediato, joguei o cassetete ao seu lado, no chão, certa de que ele só acordaria depois de um tempo e com uma tremenda dor de cabeça, mas aquilo não era problema meu. Observando Natasha desmontar o outro homem fui caminhando em sua direção enquanto a observava ser incrível e dominar o cara apenas com as pernas – ela estava em cima de seus ombros deixando-o sem ar a medida que apertava seu pescoço e ele se debatia como um animal tentando tirá-la de cima de si, mas aquilo só esgotava mais o ar de seus pulmões.

O homem caiu de joelhos com o rosto roxo, podia escutá-lo tentar puxar o ar para seus pulmões, mas em vão, pois Natasha permanecia apertando-o com sua feição séria e concentrada até ele desmaiar, o que não demorou muito tempo, após ele apoiar as mãos na grama. Ela então rolou para o lado ficando de pé de imediato, passou as mãos na roupa me lançando um breve olhar e tornando a andar na direção em que seguíamos antes dos homens aparecerem. Sem hesitar a segui também em silêncio, porém atenta a tudo que eu pudesse escutar, mas estava tudo quieto, por mais incrível que isso pudesse ser.

- Quem eram eles? – perguntei sussurrando quando Natasha se endireitou colocando seu capuz de volta.

- Tente parecer normal – ela colocou as mãos nos bolsos da jaqueta – somos apenas cidadãs andando pelo bairro de madrugada.

- Certo – a imitei sentindo o forro quente de meu casaco.

- Eram homens do Governo. Não da S.H.I.E.L.D., o que é estranho – ela sussurrava – mas se esses caras tão sabendo que algo tá errado, a S.H.I.E.L.D. já sabe e é só questão de tempo até começarem a te procurar e colocar seu rosto com anúncios pela cidade.

- Ótimo – ironizei bufando – o que faremos agora?

- Agora encontraremos o Capitão para acabar com essa palhaçada.


Notas Finais


Ai, a Natasha é tão maravilhosa né? E ai, o que acharam? Não deixem de comentar!
Beijão! ♥


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