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História Civil War: Moon. - Caveira.


Escrita por: Seola______

Notas do Autor


Olá, amorzinhos! Tô muito feliz com os comentários viu? Acho que nunca agradeci, mas MUUUUUUUUUUITO obrigada! Pelos comentários, favoritos e recomendações. Amo muito vocês!
Aqui está mais um!

Capítulo 20 - Caveira.


Caminhávamos rapidamente na direção em que Natasha me levava, segundo ela Capitão havia mudado seu QG de lugar porque estava sendo perseguido como os demais, ela disse que me explicaria todos os detalhes ao lado de Capitão, pois, assim como minha tornozeleira possuía um dispositivo que captava e reconhecia a voz dos fugitivos ela não duvidava ter mais desses pela cidade prontos para serem ativados, ou seja, era melhor que caminhássemos em silêncio.

Eu tinha tantas perguntar para fazer a ela, mas naquele momento só conseguia pensar em Peter e que tinha ido embora sem sequer me despedir dele, eu iria de qualquer maneira, isso é óbvio, mas pelo menos queria ter falado com ele, em algum momento, após sumir com Tony Stark pedindo para que o cobrisse na aula, e, principalmente, após me mandar aquelas duas mensagens sentimentais e completamente estranhas.

Com minha visão privilegiada eu olhava ao nosso redor o tempo todo a procura de alguma coisa estranha ou agentes da S.H.I.E.L.D. que estariam atrás de nós duas, a rua estava deserta e um pouco escura sendo iluminada apenas por alguns postes e a luz do luar que, como de costume, agradecia por estar me acompanhando mais uma vez. Passávamos por becos escuros e não via ninguém lá por dentro, nem mesmo os homens e as mulheres que moravam nas ruas, a situação estava tão violenta que até eles acharam locais para se esconderem das revistas constantes do Governo.

Passamos em frente à uma das poucas lojas abertas, era uma loja de conveniência como outra qualquer. O rapaz permanecia atrás do balcão do caixa branco lendo uma revista onde a manchete era sobre Capitão América, as letras coloridas me chamaram atenção e pude perceber que o mundo o via como uma ameaça e a mídia apenas enchia mais ainda suas cabeças com afirmações absurdas. Ao lado do homem entediado pude ver uma fileira de celulares, provavelmente, de ligações únicas, ou seja, que podiam ser usados apenas uma vez e, muito provavelmente, não eram rastreados. Puxei Natasha pelo pulso fazendo com que ela se virasse para trás rapidamente pronta para atacar.

- Preciso de fazer um telefonema – sussurrei olhando para dentro da loja.

- Um telefonema? – podia sentir seu olhar em cima de mim – você está louca?

- É importante.

- Estão atrás de nós... – ela fez uma breve pausa respirando fundo, senti suas mãos em volta de meus braços e, bruscamente, fui virada com força de modo que a encarasse – seu pai ficará bem. Ele sabe que precisa fugir, ele é esperto e está do nosso lado, ele jamais...

- Não é pra ele – a interrompi me encolhendo – preciso contatar um amigo.

- Amigo? – ele me encarava surpresa – você pode contatá-lo depois, Luna.

- Não, você não entende... Eu... Ele... Nós...

Ele então me soltou enquanto me fitava nos olhos – É o Homem-Aranha, não é?

Não respondi. Por mais que agora ela já soubesse, mesmo com meu silêncio onde não negava nem afirmava nada, tinha medo. Peter e eu éramos de lados opostos e isso provavelmente era visto como algo negativo.

- É Peter, certo?

A fitei surpresa tentando enganar – Peter?

- Eu sei o nome dele, estava do lado de Tony quando ele o chamou. O garoto é talentoso pra quem tem dezesseis anos.

A fitei – Posso telefonar?

- Não – ela repetiu – ele está bem. Só te libertei porque ele pediu.

Olhei em sua direção confusa – Como...?

- Ele veio até mim, através de uma localização que a S.H.I.E.L.D. tinha conseguido, fui descuidada e me acharam, acho que eu não estava levando tudo isso tão a sério até ele aparecer onde eu estava escondida – ela cruzou os braços parada na minha frente – ele não estava tagarela como sempre, ele simplesmente disse que me deixaria ir se eu o ajudasse com uma coisa – ela fez uma breve pausa erguendo as sobrancelhas – e essa coisa era você. Ele disse que você não merecia estar presa com uma tornozeleira sendo tratada como uma criminosa, que não adiantaria o quanto você fosse “disciplinada”, as coisas não melhorariam para você nem para ninguém.

- Ele pediu que você tirasse a tornozeleira de mim?

- Sim – ela balançou a cabeça positivamente – então falei com Capitão e aqui estamos. Então, não precisa se preocupar com ele, ele está bem.

- Quando vocês conversaram?

- Mais ou menos quando o Sol estava se pondo – ela descruzou os braços – não podemos ficar falando tanto... Vamos! Temos que ir.

- Certo, desculpa.

Ela apenas me fitou e tornou a caminhar pedindo que eu a acompanhasse ao seu lado sem falar mais nada ou parar, assenti em silêncio pensando no que Peter tinha feito. Mesmo sabendo que Natasha era uma fugitiva e podendo entregá-la para Tony de modo que fosse ovacionado por ele e pelos demais, ele optou por se tornar cúmplice dela em troca de um pedido: que ela me tirasse da tornozeleira e, automaticamente, me abrigasse com os demais no lado que realmente acredito. E ele nem precisava ter feito nada disso, mesmo.

Peter me surpreendia de maneiras que eu não conseguia explicar. Se Tony sonhasse em saber disso, em saber que ele sabia onde eu estava e que deixou Natasha fugir propositalmente, ele estaria morto. Claro que no sentido figurado da palavra, mas ele praticamente seria qualificado como um fora da lei por ter-nos ajudado o que seria uma grande merda já que ele não tinha feito aquilo por acreditar em Capitão, mas sim para me proteger e me ajudar, como ele sempre vinha fazendo, desde que nos tornamos realmente amigos e confidentes.

Seguindo Natasha silenciosamente ela me avisou que não estávamos longe, que, no máximo, em dez minutos estaríamos no QG do Capitão e eu apenas assenti em silêncio caminhando o mais discretamente possível. No meio do caminho segurei Natasha pelo pulso, pois escutei vozes e, se não estava louca, barulho de arma sendo recarregada. Natasha me fitou rapidamente e quando percebeu minha feição de assustada parou de andar, na mesma hora. Apontei para a direção em que as vozes vinham, como sussurros, e mais à frente pudemos perceber que havia um beco, estava quase certa de que era dali que escutava algumas vozes masculinas enquanto recarregavam suas armas.

Pedia mentalmente para que nos escondessemos ao invés de irmos verificar o que estava acontecendo, mas caso fosse alguém pretendendo botar o caos na cidade não podíamos simplesmente ignorar e caso fosse alguém da S.H.I.E.L.D. acho que a melhor opção era enfrentá-los ao invés de aguardá-los virem até nós. 

Natasha fez um sinal para trás com a mão esticada o que indicava que deveria esperar por ela exatamente onde eu estava, confusa acabei aceitando e permanecendo parada no meio da calçada da rua. Ela caminhou furtivamente em direção ao beco enquanto, aparentemente, se esforçava para escutar os homens de modo que os pegasse de surpresa, provavelmente. E então ela sumiu ao entrar no beco escuro, abaixei-me de imediato quando escutei um dos homens gritar um sonoro “Ei!” com sua voz que aparentava estar furiosa. Uns barulhos ocos fizeram com que, impulsivamente, eu andasse até o beco o mais rápido possível, sem correr. 

Acompanhei com o olhar um dos homens da S.H.I.E.L.D. voar em direção a rua deserta parando em cima de uma das faixas no meio da rodovia, por sorte do coitado nenhum carro passava no local e nem mesmo havia previsão. O primeiro tiro ecoou seguido de mais alguns o que me fez perceber que quem quer que fosse que Natasha estivesse lutando contra estava com uma metralhadora, abaixada apenas desejava que ela estivesse bem, mas não podia simplesmente ficar ali, parada, enquanto podia ajudá-la – por mais que seja impossível pensar que Viúva Negra precise da ajuda de alguém. O que, obviamente não era o caso. Olhando pelo beco, ainda abaixada no chão, pude vê-la lutando contra três homens ao mesmo tempo, assim como o cara desacordado no meio da rua, eles usavam o uniforme azul marinho com o emblema da S.H.I.E.L.D. no peito.

Natasha segurava a metralhadora de um, com o cano apontado para o alto, o impossibilitando de se mover enquanto acertava em cheio um, dos outros dois, no peito. O terceiro tentava acertá-la com socos, mas ela desviava enquanto batia ferozmente nos outros dois. Um deles caiu incosciente no chão e ela logo arrancou a arma das mãos do mais desajeitado, com o cano da arma acertou seu queixo o que fez com que o cara tomasse um solavanco para trás com tanta força que a fivela que estava em volta de seu corpo, que prendia a arma branca, arrebentou dando então à ela autonomia total da metralhadora.

O homem colocava ambas as mãos em volta do nariz recém quebrado e uma quantidade significativa de sangue escorria por seu nariz, Natasha jogou a arma para a porta do beco onde, consequentemente, eu me encontrava e apenas a fitei há centímetros de mim pensando se deveria ou não pegá-la, acho que Natasha jogou-a naquela direção não porque tinha me visto, mas sim porque ela preferia “trabalhar” mano a mano, afinal, ela era uma expert em artes marciais. Ergui meu olhar para ela quem, novamente, batia ferozmente no homem à sua frente, ele tentou sacar as armas, mas ela foi mais rápida o desarmando e passando o braço em volta de seu pescoço enquanto montava em suas costas pronta para abatê-lo também. Ele se debatia apavorado ficando cada vez mais sem ar, ele cambaleou para trás disposto a acertá-la na parede de tijolos sujos do beco e assim o fez fazendo com que Natasha soltasse um gemido abafado, mas não pestanejasse e mantivesse seus braços o sufocando, ele repetiu o movimento duas, três, quatro vezes e ela aguentava firme apenas fazendo breves caretas. 

O homem que se recuperava do nariz quebrado tomava ciência do que estava acontecendo, Natasha derrubou o homem quando ele perdeu sua consciência e, desacordado, caiu de cara no chão como uma porta, mas ele ainda respirava. O único que restou de pé correu até Natasha com as mãos erguidas e ambos travaram um combate de artes marciais que eu mal conseguia acompanhar. Aparentemente, mesmo com a demora para se recuperar do nariz quebrado, Natasha estava lutando com um oficial ou de algum nível mais elevado, pois ele sabia muito bem se defender dos movimentos dela e atacá-la quando necessário. Natasha, mais uma vez, bateu com as costas na parede, mas dessa vez foi arremessada pelas mãos do homem quem sequer esperava ela se recuperar, caída com os braços apoiados no chão, ela tentava se levantar, mas algo não parecia certo para ela. 

Ergui as mãos em sua direção e senti o calor emergir de meu corpo, senti o escudo expandir de meu corpo longe o suficiente para envolvê-la por completo, nenhum dos dois percebeu, pois estava invisível, mas assim que o agente bateu bruscamente contra algo que não conseguia ver ele começou a procurar ao seu redor, procurava por mim quem, naquele momento ficava de pé o encarando na entrada escura do beco, mas assim como eu conseguia vê-lo nitidamente, agora ele também me enxergava. Natasha ficou de pé e aproveitou que o homem me encarava para atacá-lo, no instante em que a vi se mover para frente, abaixei as mãos desativando o escudo ou ela bateria a cara no mesmo, assim como o homem. 

Mais rápido que nós duas juntas o homem se esquivou do golpe de Natasha vindo em minha direção, estiquei as mãos novamente e antes que pudesse atingi-lo ou com o muro transparente que conseguia criar ou com os jatos que saíam de minhas mãos fui atingida em cheio no rosto, havia acabado de tomar um soco e bati minhas costas bruscamente na parede sentindo a dor no mesmo instante, resmunguei um palavrão entredentes enquanto me recuperava do golpe. Que mania imbecil que as pessoas tinham de surpreender as outras daquela maneira. Não era a primeira vez e eu sabia que não seria a última. 

Desencostei-me da parede indo em direção a este homem que também utilizava uniforme da S.H.I.E.L.D., ele parou em uma posição de luta e apenas o fitei revirando os olhos, eu não sabia lutar tão bem, apenas desferi alguns golpes em um bando de idiotas que tentavam assaltar o Queens durante a noite, e mesmo assim me ferrava algumas vezes, imagina só o estrago que um agente da S.H.I.E.L.D., constantemente treinado, poderia causar em mim.

Ele cerrou os punhos e veio em minha direção tentando me dar um soco, esquivei-me para trás desajeitada enquanto procurava um meio de tentar pará-lo sem utilizar meus poderes. Senti algo passar por meu braço tão perto que os pelos se arrepiarem devido ao raspão, olhei na direção e então vi Natasha segurar as mãos do cara de nariz quebrado enquanto ele me fitava há míseros centímetros, ele me acertaria e Natasha tinha me ajudado. Com um impulso irreconhecível acertei um soco em sua barriga, com a mão direita, usando a força bem no estômago como Peter havia me ensinado. Segundo ele aquele golpe desmontava um. Senti minha mão latejar, mas já estava me acostumando com as dores.

O homem urrou de dor curvando o tórax para frente, isso fez com que Natasha tivesse mais facilidade para empurrá-lo contra a parede na minha frente, olhei na direção do outro homem, no momento certo, pois ele já estava com a mão erguida vindo e minha direção para, então, me acertar. Rapidamente, sem ver direito o que estava fazendo, ativei o escudo pela metade que foi o suficiente para me proteger do soco, mas não da potência com que foi dado, afinal, voei para trás sem conseguir controlar meus pés ou meu corpo. Bati bruscamente contra um pequeno muro nos fundos do beco, fiz uma careta, porque aquele golpe tinha doído mais que o anterior e eu havia sentido muito mais. 

Com dificuldade puxei o ar para meus pulmões e pude observar que Natasha, ainda segurando o homem que se debatia, desviava dos golpes desferidos contra ela e, ao mesmo tempo, acertava o cara, que havia acabado de me atingir, com os pés. Fiquei de pé sentindo minhas costas fisgarem, mas ignorei a dor porque era impossível eu não sentir nada após dois golpes pesados, ergui minhas mãos enquanto andava na direção da briga, e sentindo o calor em meu peito pensei no dia em que os jatos saíram de minhas mãos pela primeira vez e então, em questão de segundos, o cara que me acertou duas vezes voou para trás caindo inconsciente no passeio de modo que quebrasse o chão de cimento em certos locais. 

Natasha me fitou assustada e em seguida olhou para minhas mãos que cessavam todo o brilho que haviam expelido, o homem também me fitava assustado enquanto não parava de se mexer nos braços da Viúva Negra. Tentando não parecer surpresa comigo mesma e sem tempo para aqueles homens estúpidos caminhei em direção a Natasha quem agarrava o homem por trás tentando desmaiá-lo da mesma maneira que o anterior, mas este estava aguentando muito mais que o outro já que ele não aparentava nem mesmo estar com dificuldades de respirar enquanto o outro em menos de um minuto já estava caído no chão. Andei na direção de ambos parando na frente do homem com as mãos erguidas para seu rosto: 

- Você quer ter sua fuça derretida? – perguntei mais alto que o necessário o ameaçando com meus poderes.

Ele não respondeu, ainda mais apavorado mexia seu corpo de modo que Natasha se esforçava para se manter nas costas dele.

- Se você mexer mais uma vez eu derreto sua cara! – berrei fazendo com que minhas mãos brilhassem novamente – não tô brincando, cara!

Ele então parou imediatamente quando viu minhas mãos brilharem, Natasha soltou-se do homem me fitando desconfiada, ela provavelmente achava que eu o machucaria feio - para não ser rude e dizer que ela pensava, mesmo, que eu o mataria com meus poderes. Mas obviamente eu não faria nada disso, talvez o machucasse um pouco, mas a ponto de lhe deixar inconsciente, porém não precisava de meus poderes para isso. Reunindo todas as forças que possuía cerrei os punhos e acertei um soco certeiro e direto no rosto do homem que muito cambaleou antes de cair aos pés de Natasha. Mantive minha expressão séria e furiosa, coisas que eu não estava, até Romanoff abrir a boca para dizer algo.

- Uau.

- Puta merda! – choraminguei sentindo minha mão doer como nunca antes – puta merda!

- O que foi? – ela andou em minha direção séria, assustada e confusa.

- Puta que pa… –  segurava minha mão direita enquanto acariciava-a com a esquerda – caramba!

Natasha segurou minha mão pedindo para analisá-la. Ao mesmo tempo em que queria manter minha pose séria e durona, também queria chorar por ter machucado a mão ao desferir o soco no homem e rir porque aquilo era mais do que óbvio de acontecer comigo, não sabia dizer como não tinha acontecido antes. 

- Foi o soco? 

- Sim – respondi a fitando – merda…

- Não se preocupa, no QG tem uma médica nos ajudando. Vamos, não podemos ficar muito tempo por aqui.

Assenti em silêncio, mais uma vez, a acompanhando. Saímos de perto daquele beco com muita pressa, afinal, os homens da S.H.I.E.L.D. estavam caídos por ali e além de chamar atenção de quem quer que passasse por ali, reforços deveriam estar a caminho, visto que eles, em algum momento, pararam de responder as ordens e coordenadas pelo comunicador. Natasha me explicava como tais coisas funcionavam na S.H.I.E.L.D. enquanto tudo o que eu queria era chegar logo ao QG do Capitão América para ver o que tinha acontecido com minha mão. Obviamente não só por isso, mas, no momento, era a razão maior. 

Então agora tinha uma médica ajudando? A troco de que? Talvez fosse uma amiga de Capitão ou conhecida, mesmo assim parecia uma ideia estranha, porém ótima, afinal, caso algo acontecesse não poderíamos ir para o hospital, primeiramente porque os heróis evitam hospital desde sempre porque não há como explicar para o médico como tomou um tiro no peito e não morreu, por exemplo, seja de hemorragia ou por atingir uma artéria importante. Peter não me levou quando teve a chance, logo após usar meus poderes na loja de conveniências há um mês atrás, e eu nem parte daquele mundo era, ainda. 

Peter. Como será que ele estava? Sei que bem porque ele sabe se cuidar, mas como estava sendo para ele permanecer ao lado de Stark após me ajudar? Após fazer um acordo com Natasha para me retirar daquela “liberdade” condicional? Não tinha como eu saber então tudo o que podia fazer era torcer e desejar que ele estivesse bem e que Tony ou o Governo jamais desconfiassem de nada em relação à ele. 

Meus pensamentos foram interrompidos quando Natasha entrou em um beco largo e logo pensei que mais agentes estivessem por ali, mas ela apenas empurrou algumas caixas encostadas à parede revelando uma porta prateada suja, ela bateu duas vezes fazendo um barulho oco e a porta se destrancou automaticamente de modo que pude ouvir o mecanismo das fechaduras, supostamente silenciosas para audições comuns, se destrancando. Ela empurrou a porta e então parou na mesma encostando-se na beira enquanto abria um pequeno sorriso convidativo. Acho que tínhamos chegado ao QG do Capitão e a Viúva Negra me convidava amigavelmente para entrar.

Caminhei em direção ao local escuro com um pouco de receio, mas entrei mesmo assim pensando em alguma piadinha para fazer enquanto via Natasha, no escuro total, fechar a enorme e pesada porta. Ela parou ao meu lado e disse alguma palavra que não compreendi e então as luzes se acenderam indicando que estávamos em um elevador prateado e pouco iluminado que, em questão de segundos, começou a se mover para baixo. Então iríamos para o subterrâneo. 

A porta do elevador se abriu indicando um corredor pouco extenso, porém com as paredes sujas, os canos do teto enferrujados e o chão respingado de substâncias que talvez fosse melhor nem saber do que se tratavam. Viramos a esquerda ao nos encontrarmos de frente para a parede, ficando de frente para outra parede. Arqueei uma sobrancelha e Natasha apenas colocou as mãos na parede fazendo com que ela se abrisse se tornando outro corredor, mas esse era pequeno e seguia em frente com uma única virada para a direita, assim que passei pela nova porta disfarçada de parede ela se fechou atrás de mim como a boca de um caminhão triturador, porém sem fazer um mísero barulho. Natasha me chamou ao perceber que eu encarava a porta já fechada, ela tinha tornado a ser apenas uma parede e aquilo pareceu excepcional para mim. 

- Vamos – ela insistiu.

Virei-me na sua direção balançando a cabeça positivamente enquanto voltava a andar – Onde estamos? 

- Essa é um antigo e desativado galpão subterrâneo da S.H.I.E.L.D. – ela respondeu virando para a direita de modo que déssemos de cara com outra porta prateada e fechada. 

- Nós não… – pigarreei para desengasgar, estava confusa – não estamos fugindo da S.H.I.E.L.D.? E de Tony Stark? E do Governo? 

- Sim – ela respondeu tranquilamente parada em frente à porta enquanto aguardava algo.

- E agora estamos em um dos locais deles? 

Ela virou seu rosto para me fitar – Nick Fury nos cedeu este local. Ele está do nosso lado.

- Nick Fury? – perguntei com as sobrancelhas erguidas ainda mais confusa com o novo nome que tinha acabado de surgir na história. 

- Sim, ex-diretor da S.H.I.E.L.D., atual aliado e responsável da iniciativa Vingadores.

- Parece ser um cara legal – falei virando meu rosto para a porta que abria um pequeno quadro de luzes vermelhas com um teclado numérico de um a nove.

Ela não me respondeu, em uma velocidade absurdamente rápida digitou a senha no painel e a porta se abriu fazendo um barulho metálico e robótico. Uma sala grandiosa surgiu em nossa frente e uma mulher parada perto da porta nos fitava séria, ela ergueu uma das mãos falando em voz alta para uma direção que não conseguia ver, mas a medida em que ela falava para manterem a calma que era apenas Viúva Negra voltando de uma missão, pude ver para quem ela se redigia. 

Uma mesa enorme estava no centro do cômodo que era pouco iluminado, exceto onde a mesa estava, acima dela haviam lâmpadas fluorescentes que permitia ver os rostos e as feições de todas as pessoas ali sentadas e reunidas. Capitão se encontrava na ponta da mesa retangular como um chefe de família e eu demonstraria mais minha felicidade e gratidão por estar presente se não tivesse me assustado com o fato dele estar usando uma tipoia no braço direito e diversos curativos no rosto. O que tinha acontecido com ele? 

Ele ficou de pé imediatamente andando até mim e por mais que eu quisesse perguntar o ocorrido não conseguia esconder o sorriso, estava livre para lutar pelo que acreditava, o que seguia a mesma ideologia de Capitão e, provavelmente, de todos ali presentes. Foi quando percebi que não conhecia algumas pessoas ali, como a moça na porta que agora tornava a sentar-se ao lado de um homem forte e sério, mas que parecia ter um bom coração. Estranho ter essas sensações repentinas de alguém. Desviei o olhar quando Capitão parou na minha frente estendendo a mão e me fitando com seus olhos azuis. 

- Bem-vinda de volta, Luna.

Sorri apertando sua mão boa – no caso a que não estava pendurada na tipoia –, no caso a mão esquerda – Obrigada, Capitão. 

- Não foi uma decisão fácil te trazer de volta. Espero que entenda o porquê. 

Balancei a cabeça positivamente – Sou só uma garota, certo? 

- Você tem quinze anos e não deveria estar em uma briga dessas – ele confirmou soltando minha mão – mas a verdade é que precisamos de você. Você é poderosa Luna e quer lutar e estar conosco. Neste caso, eu quem agradeço por não desistir.

Capitão América estava me agradecendo e eu me segurava para não surtar – Sempre a disposição, Capitão. 

Fiz uma reverência levando a mão direita aberta até a testa de modo que me portasse como um soldado. Capitão riu retribuindo o sinal e então abaixei a mão tornando a fitar as pessoas na mesa, confesso que estava contente em ver Sam e Clint livres, me peguntava onde estava Scott e Wanda, mas  me perdia olhando os rostos novos um pouco confusa porque não os conhecia.

- Na porta você já conheceu a Jessica, Jessica Jones – Capitão pareceu ler meus pensamentos, pois começou a apresentá-los.

- E aí. – ela me cumprimentou séria acenando com a cabeça enquanto se ajeitava na cadeira. 

- O grandão ao lado dela é Luke Cage.

Ele apenas deu um fraco sorriso seguido de um aceno de cabeça.

- Os dois loiros sentados ali – ele apontou para ambos que sorriram – são Johnny e Sue Storm, mais conhecidos como Tocha-Humana e Mulher-Invisível.

- Do Quarteto Fantástico? – perguntei surpresa – ouvi falar deles algumas vezes e… – fiz uma pausa desviando meu olhar de Capitão para eles – oi!

- Oi! – Sue respondeu simpática, mas um pouco desanimada.

- Como que vai? – Johnny perguntou forçando um sorriso.

Apenas sorri de volta por educação e Capitão prosseguiu: 

- Temos Demolidor que se…

Outra porta se abriu, não era a que Natasha e eu tínhamos acabado de entrar, mas era igual tanto no tamanho, quanto nas cores e nos barulhos. Olhei na direção da porta que se abria lentamente, junto com Capitão e os outros e por suas feições preocupadas percebi que não esperavam mais ninguém naquele momento, então me manter em posição de ataque, pronta para usar meus poderes se necessário, foi algo além de uma ação impulsiva. 

Um homem enorme estava parado com uma feição séria enquanto segurava outro alguém nos braços. Meu coração acelerou na mesma intensidade que meu estômago havia embrulhado, ambos devido ao nervosismo atual que apenas piorou ao ver aquela cena. Ao ver o que estava acontecendo. O homem, com sua voz grossa, sua camisa de caveira e botas brancas sujas de sangue, ordenou que precisava de um médico com urgência. 

“Agora!”

Ele deu ênfase na palavra enquanto parecia estar segurando uma mercadoria simples, mas importante. Mas não era uma mercadoria, não era um desconhecido, não era uma pessoa qualquer. Eu não sabia quem aquele homem enorme, forte e cabuloso era, mas eu sabia que a pessoa, inconsciente, ensanguentada e com o uniforme rasgado por toda parte, em seus braços era meu melhor amigo. 

Peter Parker.


Notas Finais


Primeiramente: que FOFO o Pete ter deixado a Nat ir para que ela ajudasse a Luna, foi fofo né?
Em segundo lugar: Ai meu coração. Peter todo destruído e machucado :(
Até o próximo amores!
Beijos!


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