1. Spirit Fanfics >
  2. Civilian >
  3. I'm here for you

História Civilian - I'm here for you


Escrita por: xxxumaico

Notas do Autor


Oooi, gente! Tudo bem?
Espero que cês gostem <3

Capítulo 4 - I'm here for you


Fanfic / Fanfiction Civilian - I'm here for you

Civilian – I'm Here For You

Isabelle Walsh

 

– Faz muito tempo que não a vejo, Belle. – Rick apertou minha mão e eu abri ainda mais meu sorriso. Era lindo poder encontrá-los novamente.

Eu vira Rick pela última vez quando tinha apenas quinze anos. Ele, sob a minha visão imatura, ainda era um adulto responsável, à beira de seu trigésimo primeiro aniversário; mas cinco anos e um apocalipse depois nos deixaram próximos: ambos tínhamos responsabilidades, pessoas que dependiam de nós. Eu, meu tio, Rick, todos daquele grupo… todos nós éramos como semelhantes quando se tratava do apocalipse. Quando tudo era resumido a apenas uma forma de se estar naquele mundo: sobrevivendo.

Descobri que Carl havia sido baleado e esse era o motivo pelo qual estávamos naquela fazenda. Eu lamentei pelo ocorrido, mas poder vê-lo vivo também era um motivo de felicidade, embora não conseguisse falar com ele pois nunca estava acordado. Lori estava bem e não mudara nada nos anos em que não nos vimos: ela continuava bonita e com a mesma essência. Nós costumávamos passar tardes conversando e eu sempre a considerei como uma irmã mais velha, porque na minha mente louca de adolescente, usar a palavra “tia” era muito forte, já que Rick era mais velho do que ela.

As horas haviam passado desde que eu acordara. Eu sentia que era um incômodo a mais para o proprietário da fazenda, Hershel Greene, contudo, Patricia, Beth e Maggie foram atenciosas comigo e com Elena. Patricia me ajudou a sair daquele sofá e eu descobri ser ela a pessoa que havia cuidado do meu ferimento; ela parecia ter uma habilidade em enfermagem, e agradeci por isso. Era complexo o sentimento de não me sentir bem-vinda ali, mas as três que pareciam cuidar da casa insistiram para que eu tomasse um banho e me fizesse à vontade enquanto me recuperava – era quase como se eu fosse um segundo Carl.


 

– Você carregava duas bolsas, certo? E sua irmã, apenas uma. – perguntou Carol, que me ajudava a me despir no banheiro. Eu já não me sentia envergonhada, apenas dolorida.

– Sim. São nossas roupas e poucos pertences. – expliquei, enquanto, dolorosamente, esticava meu corpo para poder tirar a camiseta.

– Você tem coisas bonitas. – disse ela. – Senti-me na liberdade de ver porque procurava roupas suas para trazer aqui, espero que não se importe… – Carol se desculpou antecipadamente e eu sorri com sua preocupação evidente. Ela era uma das pessoas mais doces que eu já havia conhecido.

– Não tem problema. – tranquilizei-a enquanto desabotoava a calça.

– Você dança? Vi sapatilhas de ballet, meio sujas, mas ainda consegui reconhecer. – ela riu baixo e eu fiz o mesmo.

– Dançava.

– Não mais? – questionou, confusa.

– Dançar era como sonhar para mim, Carol. – eu respondi e ela concentrou seu olhar, antes sereno e agora atento, em meu rosto. – E eu não posso mais sonhar.

Após a experiência dolorosa, porém aliviante, que foi o banho, eu desci e saí da casa, com a ajuda de Carol. Elena estava dormindo pesadamente no trailer e eu precisava vê-la, então pedi para que Carol me auxiliasse na ida até lá. Eu não conseguia pôr o pé direito no chão por completo, lado do meu abdome em que o corte estava, já que não queria forçá-lo e correr o risco de abri-lo, o que me fazia mancar desajeitadamente por todo o gramado em direção ao trailer.

– Então, você e Shane são parentes? – Carol passou seu braço pela minha cintura e nós seguimos o percurso até o trailer, que estava longe da casa.

– Sim, ele é meu tio. – sorri ao poder falar isso abertamente e me tocar, novamente, para a realidade: parte da minha família estava viva.

– Achei que fosse seu pai. – ela revelou e eu ri. – Se parecem tanto.

– Já me disseram isso… mas você tinha que ver o meu pai! Ele sim se parecia comigo.

Trazer as memórias do meu pai à tona era algo automático e eu não previa o quão doloroso seria, por isso decidi não tocar mais no assunto. À medida que chegávamos perto do trailer, eu via uma imagem um tanto quanto curiosa: meu tio, Shane, conversava de forma estranha com Lori. Eles nunca foram muito próximos. Agradeci Carol, mas decidi seguir sozinha e, não era algo do qual me orgulhasse, mas minha curiosidade sempre gritava: escondi-me atrás da árvore mais próxima dos dois, até que Lori entrasse no trailer. Eu ouvi meu tio perguntar a ela se gostaria que ele ficasse e se ela havia falado sério quando fez tal pedido. Os dois conversavam intimamente e minhas suspeitas se confirmavam cada vez mais.

– Você não presta. – acusou Shane enquanto ria, puxando meu braço. – Acha que não te vi aí atrás?

– E por que não me tirou, então?

– Sem segredos entre nós, certo? – ele perguntou, relembrando o nosso “lema”.

– Então você admite… – sorri divertida enquanto nos sentávamos em um banco de madeira, próximo ao trailer. Ele colocou uma bolsa sobre a mesa, próxima do banco, e me ajudou a sentar.

– Admito o que?

– Admite que… – eu iniciei minha fala, mas logo fui interrompida.

– Entregar nossas armas?

Era a mesma moça bonita loura que acompanhava Daryl nos dias anteriores: Andrea. Seu tom de voz era indignado e eu não entendi muito bem o que estava acontecendo, afinal, havia dormido por horas.

– Você ouviu o Rick. – meu tio tirou seu boné, colocando-o na mesa ao lado da bolsa cheia de armas. – Somos convidados aqui.

– E por você, tudo bem?

– Não me perguntaram nada. Agora, entregue sua arma. – pediu ele em tom autoritário.

– Você pode gostar de obedecer, eu não.

– Olha, eu preciso limpar todas elas de qualquer forma. Você ainda quer aprender?

Andrea, vencida, jogou a pistola sobre a mesa, o que me assustou:

– Vai, senta aí. – disse Shane, que se sentou ao meu lado. – Aproveito e ensino as duas. – ele me olhou e sorriu ternamente, eu fiz o mesmo. – Descarregue sua arma. – pediu a ela.

Andrea sorria satisfeita quando conseguia seguir os passos dados por meu tio. Ela era determinada, mas em consequência daquilo, totalmente imprudente. Não a sentia como um membro responsável do grupo para que pudesse cuidar da segurança; ela era apenas sedenta por adrenalina e parecia querer desesperadamente fazer alguma coisa que a diferenciasse dos demais, mas, acreditei que dentro de algum tempo, ela conseguiria entender o real significado de tudo aquilo.

Shane e Andrea já haviam saído; parecia que todos podiam se unir para resolver um problema, aparentemente em um dos poços da fazenda, exceto por mim. Meu tio me proibira de fazer qualquer coisa que ele considerasse “arriscada” pelo tempo em que eu me recuperava. Eu tinha o permitido a me vigiar durante o período em que ainda estava machucada, pois meu cansaço falava mais alto para que pudéssemos discutir, porém, de algo eu sabia: queria ajudar de alguma forma. Queria aprender a ser útil para o grupo; por mim e pela minha irmã.

Viajei por horas, literalmente, sentada no mesmo lugar em que Shane havia me deixado. Decidi deixar Elena acordar sozinha. Era inevitável que, quando eu ficasse sozinha, lembranças sempre me atingissem, e foi o que aconteceu. Mas não havia ninguém ali, todos estavam concentrados em algo ou alguém – eu também não podia procurar pela garotinha desaparecida, Sophia, filha de Carol. Eu estava concentrada e arrisco dizer presa em diversos pensamentos, mas a figura imponente e imprudente de Daryl Dixon, de repente, surgiu, indo em direção ao trailer. Seu corpo parecia ainda mais manchado por sujeira do que da última vez que o vira, mas algo nele ainda parecia limpo e puro: a flor branca que ele carregava nas mãos, dentro de uma garrafa.

– Hey – chamei-o quando ele passou pela mesa, e não soube dizer se não me ouviu ou simplesmente decidiu ignorar-me, mas passou indiferente por mim. – Hey! – eu chamei mais alto.

Daryl ainda estava próximo da mesa e se virou, parecendo impaciente ao me ver querendo sua atenção. Eu já havia percebido sua forma brutal de se relacionar com as outras pessoas e a rudeza que era presente até em sua imagem, mas ele havia salvado a mim e a Elena, eu lhe devia, no mínimo, um decente agradecimento.

– Eu só queria dizer obrigada… – virei-me no banco, colocando as pernas para o lado de fora e me levantei lentamente. – Por ter me tirado da estrada. Eu e minha irmã.

O caipira meneou a cabeça de forma tacanha, mas dispensou as palavras no momento de me responder. Eu estiquei os lábios em um meio sorriso, também tímido, mas que já era uma forma de estabelecer certa comunicação com o mistério personificado que Daryl parecia ser. Eu gostaria de saber o que se passava por sua cabeça, mas mesmo para mim, uma pessoa observadora, seus olhos eram um mar de escuridão – embora fossem do azul mais límpido que eu já vira. Recordavam-me os de Rick.

– Bonita a flor. – eu apontei para a planta que ele carregava já em uma só mão. Sua resposta foi a mesma para a minha fala anterior. – Você é mudo? – perguntei, em tom de brincadeira, e sorri.

– Não. – ele respondeu prontamente, e sua voz rouca e grave se fez presente como um estrondo, mesmo que fosse praticamente um sussurro.

– Monossilábico, no mínimo. – eu brinquei novamente, mas ele não parecia carregar tanto bom humor. – Enfim… obrigada. – agradeci novamente e ele, desta vez, permaneceu imóvel. – Tchau. – despedi-me enquanto ia em direção, novamente, à casa. Talvez Dixon quisesse privacidade com Carol dentro do trailer, então deixei para ver Elena mais tarde.

Eu demoraria, em média, cerca de três minutos para chegar até a casa, mas demorei quase dez para percorrer o pequeno caminho; desejei internamente e com todas as minhas forças que aquele corte sarasse o mais rápido possível, a minha mobilidade era a única coisa que não podia ficar comprometida. Quando cheguei até a casa, direcionei-me até o quarto em que Carl se recuperava e torci para que pudesse encontrá-lo acordado. Bati algumas fracas vezes na madeira da porta e, após alguns instantes, Rick apareceu, abrindo-a.

– Bells. – ele deu um sorriso fechado e usou o apelido que apenas ele, meu pai e Shane costumavam utilizar.

– Oi… – eu cumprimentei, no mesmo tom de tristeza que ele e aquele quarto carregavam.

Sua aura era pesada, o que só a tornava ainda mais presente diante de mim. Os olhos eram tristes e eu nunca havia visto Grimes daquele jeito; aparentemente o apocalipse havia mudado a todos nós, e diante do estado de Carl, eu não poderia esperar outra reação dele.

– Entra.

Eu adentrei o quarto e Rick fechou a porta. Lamentei pelo fato de que Carl estava, claramente, dormindo. O chapéu, que eu conhecia por ser de Rick, agora estava em seu filho e cobria, além da cabeça, boa parte de seu rosto. Eu sorri involuntariamente com a cena, mas meu devaneio foi interrompido quando senti o peso da mão de Rick em meu ombro.

– Eu nunca consigo encontrá-lo acordado.

– Tente de novo amanhã. – pediu ele, compreensivo. – Ele diz que se lembra de você.

– Ele era tão pequeno da última vez que nos vimos. – eu me aproximei da cama em que Carl estava deitado e pude observá-lo melhor. – Dizem que as crianças se recuperam mais rápido do que nós, Rick. – eu disse, procurando consolá-lo, e olhei para trás, em sua direção. – São mais fortes.

– Você é praticamente uma criança, Belle. – ele riu baixo e eu o acompanhei.

– Eu não sou a mesma de cinco anos atrás. – constatei e ele me ouviu atentamente. – Já não perco tempo tentando conquistar o garoto da escola ou me preocupo com a festa da minha amiga no fim de semana, Rick. – encarei-o e percebi que ele já me fitava. – Eu apenas priorizo o bem-estar de Elena, assim como você faz com Carl. Já não mais uma criança, preocupo-me com as mesmas coisas que você: manter-me viva.

– Você tem razão. – ele assentiu com a cabeça. – E eu lamento que tenha que ser assim, que você não possa se permitir ser jovem; que tenhamos que morrer para nos mantermos vivos.

– Eu já não sei se lamento mais… – admiti e cruzei os braços, voltando meu olhar a Carl. – Eu já não sei se estou aqui.

– E onde você está? – Rick perguntou.

No inferno. – revelei em baixo tom, suspirando pesadamente. – Todos estamos, alguns apenas não se deram conta.

– Não importa onde você está, Isabelle. – Rick se aproximou de mim. – Eu estarei em qualquer lugar por você e Elena. Farei isso pelo Shane… por Thomas; eu sei que eles fariam o mesmo pela minha família.

– Obrigada. – eu uni meu corpo ao dele em um abraço. – Eu ainda acredito que possamos sair do inferno.


 


Notas Finais


Eu tô realmente ansiosa pra aprofundar a proximidade Daryl/Isabelle/Rick, mas é algo q tem q ser feito com calma (principalmente se tratando do daryl haueheu). Enfim, espero q vcs tenham curtido! Até o próximo <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...