História Clara Holmes: depois do problema final - Ali

Ali

Narrador: Molly Hooper

Saí do quarto de Clara e encontrei Sherlock sentado no velho sofá de sempre, olhando diretamente para o retrato de nós três na lareira.

Não  pude dizer ou fazer nada. Apenas sentei ao seu lado e o abracei. 

- Me desculpe, Molly. Eu a deixei escapar do nosso controle, não percebi que ela precisava de ajuda. 

- Você não tinha como saber, Sherlock... nenhum de nós tinha. 

- Eu amei você, Molly. Amei você e ainda amo. Eu sei que não deixo transparecer, mas eu te amo. Porque te amo prometi que cuidaria de você e de tudo o que te envolvia. Quando Clara nasceu, ela fazia parte de você e de mim. Você me surpreeendeu novamente, Hopper. Me apresentou outro tipo de amor, que era tão grande quanto o primeiro. 

Com a cabeça encostada sobre seu peito, eu sentia o coração de Sherlock acelerar gradativamente, enquanto suas mãos, que me seguravam com força, começavam a tremer. 

- Eu falhei com John e Rosie e agora falhei com você e Clara - disse em um suspiro contido. 

Me abracando com mais força ainda, encostou o rosto em meio aos meus cabelos e cochichou, talvez envergonhado: 

- Eu não sei mais o que fazer, Molly... eu não sei. 

.........

Um pouco antes de anoitecer, meus pensamentos focaram totalmente em Clara. Não sabíamos se ela estava bem, alimentada, segura, viva...

A tortura de ver quem eu amava sofrendo me deixava totalmente insegura.

- Eu queria que ela voltasse, Sherlock - eu disse, quase em prantos - Quero nossa filha de volta!

- Molly, eu... - Interrompendo Sherlock, Lestrade entrou correndo pela cozinha, com Sra. Hudson logo atrás.  

- Sr. Lestrade a encontrou! - gritou a senhora, com um sorriso no rosto. 

- Aonde Greg? - disse Sherlock se levantando de sua poltrona. 

- Ali - respondeu Lestrade, enquanto apontava a janela, parecendo chocado. 

- No prédio ao lado? Meu Deus! Vamos então! - disse eu, já indo em direção à porta. - Sherlock?

Quando me virei para chamá-lo, ele estava em frente a janela, quase paralisado. Fui em sua direção e peguei de leve sua mão, prostrada sobre o encosto de uma cadeira. 

- John chegou em boa hora. - disse ele, ainda olhando para onde nossa Clara estava.