História Clareia a minha vida, amor, no olhar. - VOCÊ!

 - Meu primeiro dia já tem visita íntima, Emilly. Eu digo, e sinto minhas bochechas queimando.

Emilly ri e diz:

 - Quem?

 - Meredith.

 - Ela vai almoçar aqui, não é?

 -  Sim. Pediu pra solicitar na copa pra buscar a comida dela no restaurante de sempre.

 -Hum... vai ser demorado então.

Pensei nela com a tal Meredith naquela sala e não pude deixar de sentir uma queimação no corpo. Ela mexeu comigo de alguma forma, mas eu precisava bloquear isso. Precisava do meu emprego e não podia me dar ao luxo de vacilar.

Liguei pra copa e marquei o almoço para as 11. Às 11 em ponto ele chegou e eu bati na porta pra avisar, ela me disse que era pra colocar na sala de reunião anexa a sala dela. Logo atrás de mim, Chega uma moça mais baixa que eu e loira e foi em direção a ela, e elas se cumprimentaram com um selinho.

 - Vause, pede a copa pra organizar meu almoço e depois pode ir almoçar.

 - Sim senhora. Eu digo e saio, deixando as duas duelando olhares tarados.

Quando cheguei do lado de fora, Emilly se contorcia de rir.

 - Se vc não se desapegar desse seu jeito puritano, não vai durar aqui.

 - Minha mãe vive dizendo isso, Emilly. Uma vida puritana demais pra uma mulher de 34 anos. Ela disse que não sabe de onde veio isso, dela e do meu pai é que não foi.

 O pessoal da copa me avisou que a mesa tava servida e eu disse pra Emilly:

 - Avisa ela pra mim?

Emilly ri e diz:

 - Eu não! Vc é secretária dela! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

 - Droga!

Fui, bati na porta e ela demorou pra dar resposta.

- Entra!

 Eu entro e a vejo com o cabelo solto, jogado de lado e a tal Meredith sentada na poltrona. Respirando ofegante.

  -Seu almoço está servido, senhora. E eu estou indo almoçar.

 - OK, Vause, te vejo em uma hora.

  -Com licença.

Eu saio e pego minha bolsa pra sair pra almoçar. Emilly vem comigo e vamos conversando pelo caminho.

 - Me conta, Vause...

 - Alex!

 - Alex, me conta... vc namora?

 - Não, terminei um namoro recentemente de 6 anos.

 - O queeeeee? Isso tudo?

 - Sim, eu me mudei pra NY e ele não quis vir comigo, preferiu ficar em Jersey. Ele tem um restaurante francês lá.

 - Huuuum, então foi lá que aprendeu a fluência?

 - kkkkkkkkkkkkkk sim.

- Mas porque terminou? Invasivo demais?

Ela pergunta e eu fico decidindo se é ou não invasivo demais.

Entramos num restaurante e pedimos uma saladinha leve e um suco. Rapidinho a nossa comida chegou e continuamos.

 - A gente não dava mais certo, eu queria mais que só namorar. Já passei da idade de só namorar.

 - Eu entendo. Hoje eu sou casada, com uma mulher.

  - Sério??? Eu digo invejando a coragem dela.

  -Sim, nós nos casamos há dois anos, desde então Megan e eu paramos de transar na hora do almoço kkkkkk.

Eu coro instantaneamente e ela diz, rindo:

  - Não precisa ficar vermelha. Raramente alguém resiste às investidas dela e eu vi nos olhos dela que ela tá com um puta tesão em vc!

Ela diz e eu engasgo com o suco que tava bebendo e ela ri. Eu crio coragem, ela é uma pessoa que eu gostaria de ser amiga, e digo:

 - Sabe, Emilly... Eu já namorei uma moça há muito tempo atrás...

- SABIA!  Ela grita chamando atenção de todo mundo no restaurante.

 - Grita mais alto!!!!! Eu digo, vermelha igual uma pimenta.

 - Me conta tudo! Quero detalhes!!!!

 - Eu estudava na NYU, ela era minha colega de quarto. Namoramos durante um tempo, até os pais dela descobrirem. O pai dela ameaçou conversar com o reitor e cancelar a minha bolsa, como eu só podia estudar dessa forma, mesmo dizendo pra ela que não me importava em perdê-la, Julie terminou comigo. Sofri muito na época e só agora percebo o tanto que ela fez por mim.

 - Nossa , que tenso!

- A família dela é muito tradicional, o pai sempre foi um cara muito cabeça fechada. Na época fiquei tão desestabilizada que não conversei mais com ela. Hoje sei que ela é casada, tem 5 filhos e vive um casamento infeliz e tem uma amante.

 - Aposto que ela te procurou!

 - Várias vezes, mas como eu sou puritana… - eu digo e Emilly ri – Deixei muito claro pra ela que não existia a possibilidade de eu ser a outra. Logo depois eu conheci o Josh e ficamos juntos até pouco tempo.

 - rsrsrs então agora vc é solteira?

 - Sim e pretendo ficar bom um bom tempo agora.

 - Então nós precisamos aproveitar sua solteirice e esse corpão lindo aí e dar uma voltinha no fds!

- Não sei se é uma boa ideia, mas vou pensar.

Conversamos mais um pouco e percebemos que era hora de voltar.

Quando chegamos ao prédio, entramos no hall do nossos andar  e Emilly disse:

 -Alex, vou acompanhar uma reunião com Vicent agora, se vc precisar de alguma coisa, me liga ou vamos conversando por msg. Anota meu número aí.

Ela me passou o número e saiu.

Alguns minutos depois que ela saiu, continuei a etiquetar umas pastas que Emilly tinha me dito pra começar antes do almoço e do nada começa um barulho na saída do elevador.

Um rapaz de terno, muito pálido, vem acompanhando uma senhora de cabelos muito vermelhos e puxando uma mala numa mão e um menininho que parecia um xerox meu na outra. A senhora dizia num inglês cheio de sotaque.

 - Eu sou Galina Kavanaugh, um estalar de dedos meu e vc tá na rua rapaz! Não sei onde vc está com a cabeça de achar que eu vou obedecer às ordens daquela fedelha de não vir aqui! VOCÊ!

Ela diz, apontando pra mim e eu me assusto.