Capítulo 4: Os poderes
Nós dois ficamos sentados no sofá, calados, tentando pensar no que aconteceu. Não conseguíamos pensar em nada.
— Quer água? — pergunto à Harley.
— Claro. Depois de algo assim... — ela responde fazendo uma careta ao pensar novamente no que aconteceu.
Vou na cozinha e encho dois copos com água. No caminho o meu copo escorrega de minha mão e flutua antes de cair no chão. O pego e dou a água de Harley à ela. O copo de vidro fica um pouco invisível quando ela o toca. Bebemos a água calados, sem nada pra dizer.
— Bom, se vamos ter poderes, temos que descobrir quais são e treinar-los — digo, com a ideia de super heróis na cabeça. Descemos do prédio e vamos andando para o bosque, que ficava a umas quadras dali. Chegamos lá e eu coloquei minha mochila, que estava com comida e algumas coisas, no chão, em cima de um pano que eu forrei. Harley já começou a treinar, se concentrando em uma pedra que estava em sua mão, que já mudava de cor.
— Acho que você tem que se concentrar relaxada — eu disse.
— Vou tentar — ela respondeu com a pedra azul em sua mão.
Ela se concentrou de novo, agora mais relaxada, e ela e a pedra ficaram invisíveis.
— Ainda está azul? — perguntei, pensando se ela poderia ver as coisas invisíveis.
— Azul? Nunca esteve azul.
— Então acho que você pode manipular a mente das pessoas.
— Você estava vendo azul?
— Sim.
— Adorei minhas habilidades — fala voltando ao normal.
— Joga a pedra pra cima, quero ver se eu faço ela flutuar.
Ela joga, eu me concentro na pedra, mas a pedra cai no chão. Meu celular toca.
— Alô, quem é? — falo atendendo o celular.
— Sou eu James, cara.
— Diz.
— Eu ganhei poderes mano.
— Sério? Cara, eu também. Só não sei que poderes eu tenho.
— Eu viro o Hulk! Quer dizer, não exatamente o Hulk, mas quase isso. Amanhã eu te mostro. E você, o que fez?
— Eu comecei a flutuar, depois fiz um copo flutuar. Eu estou aqui com a Harley treinando nossos poderes, ela pode ficar invisível e trollar nossas mentes!
— Como?
— Ela faz nossas mentes ver outras coisas, como fazer a gente ver uma pedra de outra cor — olho para a pedra no chão, que agora estava vermelha, talvez ainda afetada porque Harley não sabia controlar.
— Que louco. Ela pode deixar coisas invisíveis?
— Sim.
— E "mudar as coisas de lugar"? Tipo, na nossa mente?
— Isso não tentamos ainda.
— Vou passar por um túnel, vou desligar. Depois falo contigo.
— Tá de motorista?
— Frente e ré.
Rimos e ele desligou.
— Que — questiona Harley sem entender.
— Ele anda de ônibus. É o motorista. Frente e ré é o metrô, que tem uma cabine na frente e outra atrás.
— Ah.
— Então, você consegue mudar de lugar?
— Eu nem sei como faço os poderes de ilusão.
— Tenta mexer na minha cabeça.
Ela se concentrou, olhando para minha testa. Na hora eu comecei a ver alucinações, coisas coloridas, então uma árvore mexeu de lugar. Ou será que estava ali sempre? Minha memória de localização ficou embaçada, longe. Uma árvore quebra e cai em minha direção, e quando eu desvio eu saio do transe, vendo que nenhuma árvore caiu, nem mesmo estava lá.
— Nossa. Seus poderes são realmente incríveis. — digo, espantado.
— Quero só ver os seus — ela responde, enquanto vejo algo vindo do céu.
Um pássaro gigante? Ele desce, e eu não acredito no que vejo. É o Jeonghan, do Seventeen. Com asas. Que?
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