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História Clarity - Seventh - Endless love


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Oi, gente!! Não se esqueçam de ler as notas finais, por favooor

Boa leitura! ❤️

Capítulo 147 - Seventh - Endless love


A primeira coisa que reparei ao ver tia Ana vindo em nossa direção no aeroporto de Los Angeles, foi um anel de noivado brilhando em seu dedo anelar. Não deu tempo de eu perguntar para o Leo o que era aquilo, porque a Alicia saiu correndo para abraçar a vovó, que tinha conversado todos os dias nas últimas semanas. O Leonardo sabia que a mãe dele estava noiva?! Eu estava prestes a perguntar, até que vi que ela estava acompanhada. Não, não era um cara desconhecido andando ao seu lado. Analisei o futuro padastro do meu noivo dos pés a cabeça e me dei conta de que a tia Ana continuava tendo bom gosto. O pai do Leo é lindo, porém babaca. Espero que esse seja lindo, gente boa, carinhoso, amoroso e companheiro. Mas meu queixo caiu mesmo quando o Leo o cumprimentou com o maior sorriso, na maior intimidade e como se eles fossem... pai e filho. O que foi que eu perdi? Só percebi que estava viajando quando a tia Ana me abraçou e, como estava com muita saudade, a abracei de volta sem questionar nada. Sabia que ela me apresentaria. 

- Então... - a tia Ana começou e me olhou de canto de olho. Dei um sorrisinho. - Mari, esse é o Matheus. E Matheus, essa é a Mari. 

- Prazer. - abri um sorriso e o cumprimentei. 

- Prazer. Os dois falam muito de você. - ele disse olhando de relance para o Leo e para a Ana.

- Eu queria poder dizer o mesmo. Por que vocês não me contaram?! - falei para a Ana e para o Leo. - Há quanto tempo vocês estão juntos? 

- Eu te conto direitinho. - a Ana sussurrou para mim e eu assenti. 

Alicia ficou no colo da vovó durante o caminho todo para o nosso apartamento e eu tentei arrancar informações do Leo várias vezes, mas ele só ficava rindo da minha cara. Qual é, eu estou surpresa! Alguém deveria ter me avisado para eu ter me preparado emocionalmente. Sempre quis que a Ana encontrasse alguém que chegasse aos pés do que ela merece e da mulher que ela é. Espero que esse Matheus seja isso e muito mais, senão teremos um problema. Bom, para o Leonardo - o ciumento Leonardo - ter aceitado e se dar tão bem assim com ele deve ser porque vale a pena. 

- Tudo bem, agora eu posso te contar. - Ana disse quando ficamos sozinhas. O Leo e o Matheus foram comprar cerveja, vodca e algumas frutas para fazer batida. - Eu o conheço faz muito tempo. Ele fazia faculdade comigo em BH. 

- Sério?!

- Sim. Nós fizemos residência no mesmo hospital após o término da faculdade. Eu já tinha o Leo e o Ronaldo estava na época da faculdade também... foi o tempo que nos perdemos. - ela prosseguiu. - Fiquei com o Matheus por alguns meses, o Leo tinha seis anos e o adorava. Até que o pai dele voltou. 

- E você ainda sentia por ele. 

- Sim... - ela balançou a cabeça. - Você sabe o quanto o Ronaldo estragou a minha vida, mas ao mesmo tempo me deu o Leo, que é a melhor coisa. 

- Eu sei...

- Bom, eu terminei com o Matheus, mas antes mesmo disso acontecer, ele iria residir em outro hospital. Não nos vimos mais. - disse. - O tempo passou, a merda com o Ronaldo aconteceu e nós voltamos para a minha cidade natal. O resto você sabe. - assenti. - Um pouco antes do Leo se mudar para Inglaterra novamente, eu voltei para BH. E, você sabe, nos reencontramos. 

- E faz tempo que ele te pediu em casamento?! Estou tão feliz por você! 

- Faz uns cinco meses. - disse. - O Leo não lembrava muita coisa dele, mas eles se deram bem quando se conheceram no ano passado. 

- Nossa, ainda bem! Fico mesmo tão feliz... você merece!

- E você vai me contar o que estava pensando quando escondeu a minha neta de mim e do meu filho? 

Respirei fundo e contei toda a história detalhadamente a ela. Como eu imaginava, o Leonardo não tinha dado detalhes a ela quando terminamos antes de ele voltar para a Inglaterra. Isso não me surpreende, ele prefere ficar quieto quando o culpado é ele. E pensar nisso me fez questionar... se eu não estivesse engravidado da Alicia, nós estaríamos aqui agora?

- Mamãe, nós chegamos! - ouvi a voz da Alicia e quase matei o Leo ao ver que ela estava carregando uma sacola com três latas de cerveja. 

- Isso é pesado! - tirei das mãos dela. 

- Ela quis ajudar, a culpa não é minha. - o Leo se defendeu e a Alicia o lançou um sorrisinho cúmplice. 

Nós pedimos algumas pizzas e ficamos conversando até de madrugada naquele dia. A Ana questionou várias vezes sobre o casamento, perguntando quando iria acontecer e se tínhamos pressa. Eu não tinha pressa, mas o Leonardo estava bem animado em relação a isso. Isso até me surpreendia... quem diria que ele ficaria ansioso na mesma proporção que eu. 

                            xxx

Eu me olhava no espelho mais uma vez antes do meu pai aparecer no quarto dizendo que era a hora. Meu Deus, era a hora. Fiquei me analisando no espelho com aquele vestido branco, longo, maravilhoso e impecável. Era tomara que caia, justo até a cintura e depois se armava até os pés. Meu cabelo estava meio preso e o resto solto, formando alguns cachos que aposto que se soltarão antes mesmo da festa. 

- Mamãe, você está parecendo uma princesa! - ouvi a voz da Alicia e ela estava com as mãozinhas na frente da boca. Ela me olhava com tanta admiração.

- Você também! - sorri afastando o choro e abri os braços para ela vir ao meu lado. 

- Não posso, mamãe. Meu sapato vai sujar o seu vestido. - ela disse balançando a cabeça e eu soltei uma risada. 

- Você é a daminha mais linda desse mundo! 

- E você é a mamãe noiva mais linda desse mundo! - eu queria muito abraçá-la, mas ela estava relutante de não querer sujar o meu vestido ou estragar meu penteado. 

- O papai está bonito, filha? - eu estava muito curiosa. 

- Eu não vou dizer nada! - ela fingiu que passou um zíper pela boca e eu soltei uma risada. - As titias estão vindo aqui. 

- Estou ouvindo a bagunça delas. - falei, rindo. 

Logo a Priscila, a Babi, a Lindsay, a Emily, a Maitê, a Cassie, a Margot e a Brooke entraram aqui. Todo mundo estava aqui. Melissa, Alice, Daniel, Tomás, Pedro, Cecília... eles chegaram alguns dias antes do casamento - tempo o suficiente para participarem da despedida de solteiro arrasadora de ambas as partes - e só de imaginar que todos estariam com a atenção voltada em nós, eu ficava nervosa. As meninas estavam tentando me acalmar enquanto meu pai não aparecia na porta e todas elas estavam tão lindas! As madrinhas são Priscila, Maitê, Lindsay, Babi e Brooke. Eu precisei escolher cinco e escolhi as que mais participaram do nosso relacionamento, que estão próximas agora. Os padrinhos são Lucas, Pedro, Gustavo, Daniel e Tomás. Eu ainda queria que Trevor fosse um, mas ele e o Leo ainda não se dão bem como eu gostaria. 

Priscila, Maitê, Brooke e Lindsay estavam maravilhosas com os vestidos roxos e eu quase me emocionei - de novo - ao vê-las. Imagina só quando eu ver o Leonardo me esperando no altar? Isso era demais para mim.

- Você está perfeita! - Priscila disse ajeitando o meu véu. - Não consigo parar de olhar pra você. Imagina o Leo! Coitado, ele vai enfartar. 

- Não tem nenhum defeitinho. - Maitê disse. - Estou tentando achar faz tempo. 

- O Leo vai enfartar quando ver a Mari, imagina na hora da surpresa da festa?! - Brooke disse e eu soltei uma risadinha. 

- O papai vai ficar louco! - Alicia disse e todas olhamos para ela. - Que foi? 

- Fico imaginando como você vai ser quando crescer. - Priscila pegou a Alicia no colo. 

- Tia, vai amassar o meu vestido e o seu também. - ela não quis ficar no colo e nós começamos a rir. 

Alguns minutos depois, meu pai apareceu na porta e meu coração parou. Comecei a suar frio, minhas mãos tremiam e minha boca ficou seca. Precisei tomar água e retocar o batom antes de descer. A cerimônia será ao ar livre em um clube de festas incrível de Los Angeles. O segundo andar era onde os noivos e os familiares próximos se arrumavam e no primeiro andar será a festa. Precisei me conter para não olhar pela janela do quarto. 

- Vamos, Mari? - meu pai chamou minha atenção e eu respirei fundo. 

- Sim. 

Nós descemos as escadas com todo cuidado do mundo para eu não pisar no meu próprio vestido - ou o meu pai - e paramos na porta que dava acesso ao lugar da cerimônia. As portas ainda estavam fechadas e as madrinhas entrariam primeiro com os padrinhos. O Lucas, o Pedro e o Gustavo me encararam boquiabertos quando me viram. Soltei uma risada e abracei os três de uma vez só. 

- Você está... caralho! - o Pedro me olhava. 

- Obrigada! - sorri abertamente e abracei o Daniel e o Tomás também. 

- Você está linda, Marizinha. - o Daniel deu um beijinho na minha mão, porque era meio difícil beijar minha cabeça. 

- Obrigada, meninos. 

- Agora podemos abrir isso aqui? - a cerimonialista disse e eu assenti, sorrindo confiante. 

Lucas e Priscila foram os primeiros a entrar. Logo depois entraram Babi e Gustavo, Lindsay e Pedro, Brooke e Tomás e, por fim, Maitê e Daniel. 

- Agora é sua vez, hein amor! - dei um beijinho na cabeça da Alicia. 

- Aí, estou nervosa. - ela disse balançando as mãozinhas. Linda. 

- Eu te amo! 

- Também te amo, mamãe. 

Alicia entrou e as portas se fecharam novamente para a "entrada triunfal" da noiva. A música começou e meu braço se entrelaçou ao do meu pai. 

A primeira coisa que vi quando as portas se abriram, foi o Leo passando a mão na nuca completamente nervoso. Essa mania dele nunca mudaria. Nossos olhares se encontraram após ele percorrer os olhos por todo o meu vestido. Ele me encarava maravilhado, meio incrédulo, mas ele sorriu sem descolar os lábios e percebi que seus olhos estavam aguados. Os meus também. O lugar estava cheio, mas parecia que eu só conseguia ouvir a batida dos nossos corações se misturando. Estava sentindo um tipo de frio na barriga diferente de todos que já senti. Ah, ele estava tão lindo... nem acredito que isso realmente estava acontecendo. O meu pai me deixou no altar depois do Leo e ele apertarem as mãos - era estranho lembrar de quando meu pai implicava com o Leonardo - e o Leo me deu um beijo na testa, seguido por um "Eu te amo" silencioso. 

Nós combinamos dos nossos votos serem curtos. Claro, a cerimônia era algo crucial em um casamento, mas nós dois sabíamos o que significávamos um para o outro e todos os convidados também sabiam da nossa longa, interrupta e conturbada história de amor. Nós ainda somos nós mesmo com todas as interrupções e isso nunca iria mudar. O padre encerrou a cerimônia ao dizer "O noivo pode beijar a noiva" e antes mesmo do Leo me segurar pela cintura, sabia que ele faria aquela cena clichê. Soltei uma risada e passei os braços em volta de seu pescoço, colando nossos lábios. Ouvi gritos e assobios dos convidados e sorri meio ao beijo. 

- Eu te amo. - sussurrei roçando nossos narizes e ele selou nossos lábios mais uma vez. 

Enquanto saíamos, jogaram várias pétalas em nós e chamei a Alicia para vir com a gente.

- Papai, a mamãe não está perfeita?! - ela disse. 

- Perfeita é pouco. Ela está... caralho!

- Papai, a mamãe vai te bater se você falar palavrão na minha frente. - nem precisei repreender o Leo, a Alicia já fez. Comecei a rir. 

- Isso mesmo! 

Nós cumprimentamos os familiares do Leo, os meus familiares e mais alguns amigos que vieram só para o casamento. Estava revendo pessoas que não encontrava há tempos. Thiago, meu primo, ainda estava na faculdade de medicina e estava mais feliz do que nunca. Melissa estava namorando, inclusive trouxe o namorado - e eles formavam um casal lindo -, a Alice estava morando em Nova York por causa do trabalho e disse que está sem tempo para relacionamentos. Daniel e Tomás estavam estáveis em suas carreiras e por mais que a gente tenha ficado anos sem nos ver, sem interagir, era como se não tivesse passado nem algumas semanas quando conversávamos. 

Tiramos fotos enquanto eu ainda estava impecável com o vestido e com a maquiagem, então a cerimonialista disse que estava na hora. Fomos para uma das salas do andar de baixo e a Pri fechou a porta.

- O Leo não reparou mesmo que eu sumi, né? - perguntei para a Priscila, que me ajudava a tirar a saia do vestido. 

- Ele já deve ter reparado que está rolando algo. - a Pri respondeu. 

As meninas me ajudaram a tirar a saia do vestido e eu me olhei no espelho. Foi tudo planejado, a saia era removível e a parte de cima era própria para colocar uma alça improvisada para que meus peitos não dessem "Olá" enquanto eu estivesse dançando. Mesmo sem a saia que vai até o chão, ainda ficava uma mini saia rodada que tampava um pouco a minha bunda. 

- Já sentaram o Castanhari! Ele está... - o Pedro entrou e me encarou de cima baixo. - Porra, Mari. 

Soltei uma risada. 

- Eu aposto que ele não vai se segurar ficar só olhando. Ele vai querer expulsar todo mundo e pular para a noite de núpcias. - Maitê disse e deu um tapa no meu bumbum. Continuei rindo. 

- Vamos gente, eu estou nervosa. - falei me abanando. 

Agora meu cabelo estava completamente solto e os cachos ainda o deixavam volumoso. Cabelo comprido sempre ficará melhor em mim. 

Olhei pela frestinha da porta e vi que todos estavam em volta da pista de dança - totalmente cedida a noiva, meu Deus - e o Leonardo estava sentado em uma cadeira na ponta sem entender nada. A Alicia estava no colo dele e a vi fazendo um sinal de passar um zíper pela boca e jogar fora. Dei risada, então a Ana pegou a Alicia do colo do Leo. 

- Puta merda, agora eu tenho que ir. - falei nervosa. 

- Você ensaiou horrores, Mari, relaxa!

- Ok. - suspirei. - Vamos. Priscila e Lindsay vão entrar logo, certo? 

- Sim! 

Os vestidos roxos das madrinhas também seriam removidas as saias longas, ou seja, todas elas dançariam comigo. Menos a Babi, porque ela está grávida de quase nove meses e ninguém quer que meu sobrinho nasça prematuro. 

- Colocaram a venda nele para você entrar, Mari. Vai! - Pri deu um tapa na minha bunda e eu saí. 

Todos os convidados me olharam enquanto eu passava sorrateiramente por todos eles e me posicionei no meio da pista de dança. O Leo a poucos metros de mim com uma pano preto o impedindo de ver. Eu começaria sozinha durante os primeiros segundos, então a Priscila e a Lindsay apareceriam. Logo depois a Maitê e a Brooke. Eu ficaria na frente e duas de cada lado mais atrás de mim. 

- Pode tirar. - movi os lábios para a Ana e ela assentiu ansiosa. 

Começaria com Crazy In Love da Beyoncé e terminaria com Upgrade U, também da Beyoncé. Metade de cada música. O Leo não aguentaria mesmo ficar só olhando, aposto que ele ia levantar e fazer alguma coisa. A Priscila e a Maitê até apostaram!

Tiraram a venda do Leo na mesma hora que o toque da primeira música começou. Mordi o lábio e abri um sorriso, então comecei a coreografia. Os convidados começaram a gritar. O Leonardo inclinou a cabeça para o lado com uma expressão incrédula e logo ele mordeu o lábio inferior. "Porra, Mariana" li os seus lábios. O seu olhar de desejo estava só me incentivando a continuar. Me aproximei dele com um sorriso safado e ele tentou me pegar pela cintura, mas eu balancei a cabeça e voltei para trás. Priscila e Lindsay entraram e as pessoas gritaram mais uma vez. Sorri cúmplice para elas, então finalizamos a coreografia da primeira música. Tínhamos uma posição para o encerramento de cada uma das músicas, então iniciamos a segunda coreografia. E essa era mais difícil. Tínhamos que ir no chão duas vezes. A Maitê e a Brooke entraram, e a primeira vez no chão passou. Era engraçado ver as feições do Leo mudando a cada passo, mas em nenhum momento ele parava de me analisar de cima a baixo com aquele sorriso safado que sempre teve. 

A segunda música acabou e nós paramos na posição que tínhamos ensaiado. Soltei uma risada quando o Leonardo levantou - antes mesmo da música ter um fim - e veio até mim, me dando o maior beijão na frente de todo mundo. Todo mundo voltou a assobiar, gritar e bater palmas. Espero que tenham tampado os olhos da Alicia. 

- Porra, Mari, eu posso expulsar todo mundo e... 

- A Maitê disse que você ia falar isso! - o interrompi rindo. 

O DJ disse no microfone que a pista de dança estava liberada, então logo estávamos rodeados e sem ser o centro das atenções. 

- Graças a Deus deu tudo certo! - Priscila disse me dando um abraço. - O Lucas disse que quer ir embora. - gargalhei com a forma que ela disse. 

- Homens. - revirei os olhos ainda rindo. 

O restante da festa foi divertido e fazia tempo que eu não dançava tanto desse jeito. Todos pareceram ter se divertido, dançado e curtido junto com a gente e eu podia dizer que foi um dos melhores dias. Todos que eu amava reunidos em um só lugar para celebrar o meu casamento com o Leo... não teria nada melhor do que isso. A Alicia ficou com os meus pais na minha casa porque após a noite de núpcias, partíriamos para a nossa lua de mel: Las Vegas. Demoramos muito para escolher o nosso destino, mas Las Vegas tinha tanto a nossa cara e nós nunca tínhamos ido para lá.

• Duas semanas depois

- A mamãe e o papai chegaram!!!! - a porta se abriu e a Alicia foi a única coisa que eu vi. Ela abraçou o Leo e eu ao mesmo tempo. - Eu estava com tanta saudade!

- Nós também, meu amor! Mesmo falando com você todos os dias, falávamos sobre você o tempo inteiro. - beijei sua bochecha e a abracei mais forte. - A Pri está aqui? 

- Por que você quer tanto falar com a Priscila? - o Leo questionou pela milésima vez e eu mordi a parte interna da bochecha. 

- Assunto de mulheres. - dei de ombros. 

- A tia Pri não está aqui. - Alicia respondeu. - Está apenas as vovós, o vovô e o tio Matheus. 

- Olha só! Os recém casados voltaram! - a minha mãe apareceu na sala com um sorriso e vieram nos cumprimentar. 

Logo a Ana, o meu pai e o Matheus também apareceram - eles estavam na varanda - e queriam saber tudo sobre a lua de mel, mas eu só precisava da Priscila. Enquanto o Leo contava as melhores partes, eu dei uma escapada para poder ligar para a Priscila. 

- Mamãe, você está bem? - a Alicia apareceu na porta do quarto.

- Sim, amor. Vem cá. 

Ela sentou no meu colo e eu a abracei apertado. Qualquer coisa me lembrava ela nas ruas de Las Vegas. Sabia que nunca daria certo ela ir com a gente e foi a primeira vez que dormi sem ela por tanto tempo... chorei no primeiro dia. Estava sensível por algum motivo.

- Por que você quer falar com a tia Pri?

- Preciso conversar com ela. - falei. - Mas ela não me atende. 

- Ela passou aqui mais cedo. Eles iam na casa da tia Lindy. 

Liguei para a Lindsay e ela atendeu bem rápido levando em consideração que ela sempre demora horrores. 

- Lindy, a Pri está aí? 

- Oi, eu estou ótima! E você? 

- Desculpa. - bufei. - Eu já estou em casa.

- Oi?! Não ficariam lá por três semanas? 

- Sim, mas aconteceram algumas coisas e eu quis voltar. 

- O Leo também quis? 

- É, ele acha que eu só estava com saudades da Alicia. Bom, isso é verdade, mas não é só isso. A Priscila está aí? 

- Está, espera. 

- Não precisa chamá-la, só... - respirei fundo. - Quem está aí? 

- Só a Priscila e o Lucas. 

- Estou indo pra aí com a Alicia, tá? 

- Tudo bem. Está tudo bem mesmo, Mari? 

- Sim, só estou meio que surtando. Estou indo. 

Finalizei a ligação e peguei a Alicia no colo. 

- Leo, nós vamos na casa da Lindy. Você quer ir? 

- Ah, não! Por que vocês voltaram antes? E por que não está toda animada contando? - a Ana perguntou. 

- Saudades da minha princesinha. - beijei a bochecha da Alicia. - Eu vou ver o pessoal. Tudo bem, né? 

- Sim, pode ir. Eu vou ficar um pouco. - o Leo veio até nós e deu mais um beijo na Alicia. - Vou lá mais tarde. 

- Tudo bem. - lhe dei um selinho, então Alicia e eu fomos para o apartamento da Lindsay. 

A Priscila e a Lindsay estavam preocupadas quando cheguei. Eu só havia contado que estava voltando antes do previsto para os meus pais, então elas acharam estranho. Eu também achei estranho. A Priscila nos fechou dentro de um quarto e eu fiquei um bom tempo só olhando a Alicia brincar com suas bonecas. 

- Mari, você está me deixando nervosa! - Pri disse. 

- Estou criando um drama tão desnecessário na minha cabeça. - falei balançando a cabeça e abri a minha bolsa, jogando os testes de gravidez em cima da cama. 

- Você está grávida?! Por que não está surtando?!

- Eu fiz um teste lá em Las Vegas. Deu positivo. - falei. - Fiquei muito feliz, joguei verde para o Leo e ele disse que não queria ter filhos no momento porque ele ainda estava se estabilizando aqui. Testes de fármacia sempre dão errado e eu comprei vários no caminho pra cá. Vou fazer vários. 

- Puta merda, por que diabos o Leonardo disse isso? 

- Sei lá, eu até entendo. Mas sei que ele vai amar a ideia quando eu contar. - falei. 

Olhei para a Alicia e ela me encarava boquiaberta. 

- Eu vou ter uma irmãzinha?! 

- Ainda não sabemos, pequena Alicia. - a Pri a pegou no colo. 

- Vai lá fazer! 

- Graças a Deus vou poder fazer xixi. Estou com vontade desde que saí do avião. - abri o botão da calça jeans e entrei no banheiro. 

Esperamos alguns minutos e o resultado estava ali: dois traços. Positivo. 

- Vou fazer só mais um. 

- Meu Deus! - a Lindsay e a Pri estavam surtando. Só ouvi as duas conversando com a Alicia enquanto eu realizava mais um teste. 

Dois traços. Positivo. 

- Parece que alguém vai ser mamãe de novo! - saí do banheiro com um sorriso e elas vieram me abraçar na maior felicidade. 

A Alicia ficou estudando a minha barriga quando viu que a Lindy e a Pri estavam fazendo carinho nela. 

- Está aí dentro? - ela questionou com a mão no queixo. 

- Sim, amor. - limpei os olhos. Estava ridiculamente emocionada. 

- Como foi para aí? 

- Um dia você vai saber, bonitinha. - Pri disse. 

- É uma menininha, né mamãe? Eu quero ter uma irmãzinha. 

- Ainda não dá para saber, filha. Mas logo você saberá. - falei sorrindo e ela deu um beijinho na barriga, a coisa mais fofa. - Eu acho que não engravidei na lua de mel, não. - falei para a Lindy e para a Pri. - Já estou com enjoos e isso não acontece com tão pouco tempo. 

- Mas você estava bebendo? 

- Não, faz um tempo que não bebo. Lembra que eu ia dar uma parada? Nunca fui tão chegada mesmo. - dei de ombros. 

- Ainda bem. - Lindy disse. 

- Agora você vai embora e vai contar para o Leo. - Pri disse.

- Mas está todo mundo lá... queria contar quando estivéssemos sozinhos. 

- Então manda todo mundo pra cá e manda ele ficar em casa. - Lindy disse. 

- Vou ligar pra sua mãe. - Pri disse. 

Ela realmente ligou para a minha mãe e como o prédio que eu moro é perto do prédio da Lindsay, ela disse que estava chegando. 

Mariana: Leo, você também vem pra casa da Lindy? 

Leonardo: Ainda não, vou tomar um banho antes. Você quer que eu vá? 

Mariana: Eu estou indo pro apê, tá? Te amo. 

- Alicia, você quer ficar ou quer ir comigo? 

- Você vai contar para o papai que tem uma irmãzinha na sua barriga? - ela perguntou. 

- Sim. 

- Eu vou ficar. - disse e eu soltei uma risada. - Volta logo, mamãe. 

- Tudo bem. Te amo. - beijei sua testa. 

- Mari! - Pri veio até a mim. - Posso usar os três que restaram? - ela sussurrou. 

- O que?! Você está desconfiando?! 

- Sim. Faz semanas que não desce e, caramba, enjoos matinais bem chatos. E o Lucas falou que eu estou meio louca esses dias, alterações de humor... só lembro de você quando estava grávida da Alicia. 

- Vocês vão casar em abril, disseram que não queriam antes, né? - falei para a Pri e ela assentiu. O casamento deles está marcado para o dia 18 de Abril. 

- Ás vezes imprevistos aparecem...

- Faça esses testes e me ligue! - beijei sua bochecha. 

- Vou ligar. - ela assentiu, então eu fui embora. 

Cheguei no apartamento e ouvi o barulho do chuveiro. Deixei meu celular em cima do sofá e fui até o banheiro para contar ali mesmo. Eu estava agoniada. 

- Hei... - chamei sua atenção e ele me olhou assustado, mas logo sua expressão suavizou. - Desculpa te assustar. Vou esperar você terminar de tomar banho. 

Saí do banheiro e fui para o nosso quarto. O Leo apareceu alguns segundos depois com uma toalha em volta da cintura. 

- Você vai me contar o que está te deixando quieta? - perguntou enquanto vestia uma cueca. - Você sabe que não gosto quando você assim do nada e ainda nem me fala o que está acontecendo. Está brava com alguma coisa? Eu não... 

- Eu estou grávida. - o interrompi e fechei os olhos. 

Abri um deles e o Leo me encarava totalmente virado para o meu lado agora. Sua boca se abriu e fechou diversas vezes. 

- O que você disse? 

- Eu estou grávida. - levantei da cama e me aproximei dele. - Por isso quis voltar antes, por isso estou meio quieta e você tinha me dito que... 

- Isso é sério?! - ele me interrompeu e abriu um sorriso lindo em meio a uma risada incrédula, então me abraçou pela cintura, tirando meus pés do chão. 

- Sim! - acabei rindo e sorrindo junto com ele. - Eu não esperava que você fosse reagir assim. 

- Você está zoando?! Eu... porra! Por que você não me disse antes?! - ele sorria, mas percebi que ficou meio emocionado. Sorri quando suas mãos acariciaram minha barriga. 

- Eu não tinha total certeza. Fiz dois testes hoje e deram positivo. 

- Porra, Mari, você é minha mulher agora. Se está desconfiando de que está grávida, eu tenho que estar junto até quando você faz os testes. Não precisa ter medo da minha reação, eu nunca reagiria de um jeito ruim. 

- Você é incrível. - passei os braços em volta do seu pescoço e o beijei. 

- De quanto tempo você está? - ele perguntou após dar um beijinho na minha barriga. 

- Não sei. Preciso ir no hospital, começar o pré-natal e tudo mais... - o vi sorrindo pra mim e meu coração deu até uma esquentada. Eu poderia passar dias e dias só vendo-o me olhando desse jeito... 

- A Alicia sabe? Por isso você queria tanto falar com a Priscila. - disse. 

- A Alicia sabe. Ela perguntou como veio parar aqui e disse que quer uma irmãzinha. - sorri e o Leo voltou a acariciar minha barriga. - Você vai ser um pai babão. 

- Já sou um pai babão. - ele me deu um selinho. - E agora que vou acompanhar tudo, então... 

- Seus olhos até estão brilhando. 

- Mas eu não vou chorar. 

- Claro que não. - ri e o beijei mais uma vez. 

Fomos interrompidos pelo meu celular tocando e eu atendi sem nem ver quem era. Não conseguia parar de sorrir. 

- Alô? 

- Oi. - era a Priscila. - Você contou para o Leo?! Ele ficou feliz? 

- Sim! Está todo bobo aqui. - sorri olhando para o Leo de relance. - Mas e você? O que deu? 

Silêncio. 

- Priscila! 

- Fiz os três testes. 

- E...?! 

Mais silêncio. 

- Priscila Müller Barzagli! 

- Estou grávida.


Notas Finais


The End (dramático). jakskskks brincadeiras à parte, tenho algumas coisas para dizer.

1º Quero reforçar de novo (porque algumas pessoas não entenderam) que se um dia Clarity virar livro, esse spin-off NÃO estará incluído. Eles teriam a Alicia, sim, mas de uma forma diferente. O Leonardo presente e tudo mais.

2º Ainda estou planejando a história da Alicia e já estou amando jasmksmss quando eu postar, vou avisar aqui!

3º Eu estava fazendo algumas brincadeiras com os personagens e fiz um capítulo com uma versão diferente de Clarity em que todos eles moram em Weston, na Flórida (porém são brasileiros). A Mari se muda para a escola que eles estudam e seria totaaaalmente diferente, com o Leonardo mais cachorrão, a Mariana ainda mais marrenta e uma trama diferente. Só pra deixar claro: eu não vou postar, só estou escrevendo pra mim, mas se vocês quiserem que eu coloque os primeiros capítulos todos juntos aqui mesmo eu coloco. Então me avisem. (Vou deixar uma partezinha, ou duas, aqui embaixo!!!)

Parte 1:

- Mari, o diretor está falando com você. - minha mãe me cutucou e eu encarei o diretor da minha nova escola.
- Desculpa... o que você disse?
- Que tem muitos brasileiros aqui no colégio. - disse e eu arqueei uma das sobrancelhas. - Muitos mesmo. Weston é uma cidade que recebe muitos moradores estrangeiros porque além de ser perto de Miami, podem ter o sossego que não teriam morando em Miami. - ele explicou.
- Nossa! Mas tem muitos mesmo? No meu outro colégio não tinha nenhum. - me interessei pelo assunto. Faz tanto tempo que não converso com brasileiros além dos meus pais. Sinto falta porque nós somos bem mais calorosos do que as pessoas daqui.
- Agora você ficou animada! - o diretor sorriu. - Teve dificuldade de fazer amigos na outra escola?
- Não, na verdade. Fiz amigos, andei com uma galera, mas... não são pessoas que eu queira levar para minha vida.
- Entendo...
Esse colégio era o triplo do meu antigo. Precisaria andar muito para ir de um bloco para outro, mas eu não iria mais reclamar de nada! Essa é a minha promessa. Não reclamar de nada, nem mesmo na minha cabeça.
- Quer conhecer o ginásio, o auditório, o refeitório...? - o diretor perguntou.
- Sim! Amei a escola. É bem maior do que a outra.
- Você vai gostar das pessoas também.
- Espero! - sorri.
Uma das coordenadoras me levou para conhecer o enorme colégio e eu ficava cada vez mais animada. Hoje era sábado e as aulas começariam na segunda. Tinham alguns alunos no ginásio e outros no campo de futebol americano... isso sim parecia com o que eu imaginava.
- Aqui são os vestiários. - a coordenadora disse. - Feminina aqui e masculino ali.
- Os dos meninos são maiores?
- Sim. Os jogadores de futebol americano estão em maior número.
- Entendi.
Agora estávamos indo em direção ao refeitório, mas percebi que minha pulseira não estava no lugar que deveria. Merda, a pulseira que meu irmão me deu!
- Ei, a minha pulseira caiu. Posso...
- Quer ir ver se caiu no vestiário? Pode ir.
- Sim. Obrigada.
Pensei que ela viria comigo, mas ficou conversando com alguma aluna que estava aqui. Fiquei olhando para o chão durante o caminho todo e entrei no vestiário feminino. Nada. Entrei no masculino ainda olhando para chão, mas uma voz me fez dar um pulo:
- Está procurando por isso?
Me virei e quase me engasguei ao ver um garoto apenas com uma toalha em volta da cintura. Cabelo molhado, corpo malhado e um sorriso cafajeste que me fez estremecer. Olhei para a minha pulseira em sua mão.
- Sim. Obrigada. - agradeci e fui pegar a pulseira, mas sua mão recuou.
- Quem é você?
- Eu sei que estou no vestiário masculino, mas a coordenadora estava me mostrando o colégio. E hoje é sábado. Não tinha ninguém quando entramos antes e...
- Ah, então você é nova por aqui? - ele continuou sorrindo e deu um passo pra frente.
- Sim. - suspirei. - Vem cá, dá pra devolver a minha pulseira? Se aquela mulher me pega aqui sozinha com um garoto só de toalha, a impressão sobre mim será péssima.
- Como você quiser. - ele segurou minha mão esquerda e colocou a pulseira em mim.
- Tão previsível. - revirei os olhos. - Mas obrigada.
Dei as costas querendo sair correndo dali, mas ele perguntou:
- Você tem nome?
- Sim.
E realmente saí do vestiário.

(...)

Parte 2

Segui algumas placas e saí dos corredores, parando em um lugar ao ar livre. Estava prestes a perguntar para alguém onde ficava a sala do Sr. Davis, mas resolvi parar bem quando estavam atrás de mim. Recebi uma encoxada e senti duas mãos na minha cintura. Me virei rapidamente.
- Ah, você de novo. - o garoto seminu de sábado abriu um sorriso. - Está perdida?
- Sim. O bloco 2 é naquela direção, né? - tirei as mãos dele de mim e me recompus.
- Sim. World History? - perguntou.
- Sim... - merda, ele faz essa aula comigo. Ótimo!
- Cara, a gente vai se atrasar! - um outro garoto parou ao lado do garoto seminu, mas parou de falar ao me ver. - Qual seu nome, princesa? - ele abriu um sorriso galanteador e eu revirei os olhos. Será que iam ficar me cantando agora?
- Olha, eu estou mesmo atrasada. Tchau. - dei as costas.
- Porra, olha essa bunda... é a garota de sábado que estava procurando a pulseira. - parei de andar na mesma hora ao me dar conta de que o babaca disse isso em português!
Ele disse isso em português. Português!!!! Me virei e fui até eles.
- Da licença?! - falei em português e cruzei os braços. Eles praticamente se engasgaram. - Se você olhar para minha bunda de novo e ainda fazer comentários sobre ela em outra língua esperando que eu não entenda, vai ficar sem seus olhos. Aproveita que ainda os tem e se enxerga. Otário! - dei as costas, ainda indignada.

Fim da Parte 2.

4º (e última coisa): Agora que acabou meeeesmo, uma pergunta pra vocês: Como resumiriam Clarity em um só parágrafo? Como se fosse uma sinopse ou se você estivesse contando alguém sobre a história... como resumiriam???

Comentem aqui!!! Beijos e amo vocês ❤️


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