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História Clarity - Alternative


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Como muitas de vocês pediram... aqui está uma parte da versão alternativa!!!

Tem personagens novos e várias coisas diferentes da original. Vocês vão ver hahaha

Ps: Nem todos precisam ler, não faz parte da versão original, então só leia quem quiser!! Beijosss

Capítulo 148 - Alternative


Capítulo um:

Hoje completava dois anos que a minha vida havia mudado de uma forma drástica. Pelo menos podia dizer que foi para melhor. Imaginava que tudo seria diferente, mas os resultados foram bons de qualquer maneira. Me lembro como se fosse ontem quando meus pais entraram no meu quarto e disseram que iríamos nos mudar. Eu, uma menina de treze anos, imaginei que seria de cidade, mas me deixaram bem claro que era para outro país. Estados Unidos. Fiquei pulando na minha cama durante longos vinte minutos de tão animada e maravilhada com a notícia. Eu sempre quis ir embora do Brasil, sempre quis vir morar nos Estados Unidos e meu sonho se realizou antes do que eu esperava. Porém, eu pensava em cidades grandes. Viemos parar no interior da Flórida, em uma cidade chamada Weston. Tem um pouco menos que setenta mil habitantes e fica a cinquenta minutos de Miami, porém eu queria mesmo era ter aquelas experiências completas de ser uma adolescente americana. Nada foi do jeito que eu esperava. Não sei se é pelo fato de morarmos no interior, mas as coisas são muito diferentes do que eu sonhava e por mais que eu saiba que estar aqui é muito, estava insatisfeita. Ridiculamente insatisfeita. Como poderia mudar algo dentro de mim? Conversei com os meus pais e pedi para mudar de colégio e conhecer pessoas novas. Como nunca imaginei, as pessoas daqui - pelo menos da cidade - eram superficiais, imaturas e hipócritas. E eu sempre costumo dificilmente confiar nas pessoas, mas aqui... ah, pensei que aqui eu estava na vida perfeita. Bem feito, Mariana, quebrou a cara mais uma vez. Ninguém realmente se importava, ninguém dava a mínima para alguém além de si mesmo e eles só sabiam falar mal dos outros. Falar mal pelas costas de seu melhor amigo, por exemplo. Era um absurdo e eu me cansei. Odeio pessoas que julgam o tempo todo e que se sentem bem diminuindo os outros em público. Isso era lamentável, e o único jeito de me livrar das pessoas que já conhecia era mudando de colégio. 

Não sentia falta do Brasil em aspecto nenhum, só sentia falta da minha família. Tenho dois tios que moram aqui em Weston, mas o restante moram no Brasil. Em questão de amizade foi ainda mais fácil para mim. Não sei se o problema sou eu, mas tenho um longo passado conturbado em relação a amizades. Talvez eu só esperava demais das pessoas e acabava me decepcionando. Não aguentava mais estar rodeada de pessoas vazias, pessimistas e sem positividade. Queria estar cercada de pessoas que me trouxessem energias boas, que me façam querer evoluir e melhorar cada vez mais. Exigente? Talvez. Mas prefiro não andar com ninguém do que ter "amigos" que não estarão lá por mim.

- Mari, o diretor está falando com você. - minha mãe me cutucou e eu encarei o diretor da minha nova escola. 

- Desculpa... o que você disse? 

- Que tem muitos brasileiros aqui no colégio. - disse e eu arqueei uma das sobrancelhas. - Muitos mesmo. Weston é uma cidade que recebe muitos moradores estrangeiros porque além de ser perto de Miami, podem ter o sossego que não teriam morando em Miami. - ele explicou. 

- Nossa! Mas tem muitos mesmo? No meu outro colégio não tinha nenhum. - me interessei pelo assunto. Faz tanto tempo que não converso com brasileiros além dos meus pais. Sinto falta porque nós somos bem mais calorosos do que as pessoas daqui. 

- Agora você ficou animada! - o diretor sorriu. - Teve dificuldade de fazer amigos na outra escola?

- Não, na verdade. Fiz amigos, andei com uma galera, mas... não são pessoas que eu queira levar para minha vida. 

- Entendo... 

Esse colégio era o triplo do meu antigo. Precisaria andar muito para ir de um bloco para outro, mas eu não iria mais reclamar de nada! Essa é a minha promessa. Não reclamar de nada, nem mesmo na minha cabeça. 

- Quer conhecer o ginásio, o auditório, o refeitório...? - o diretor perguntou. 

- Sim! Amei a escola. É bem maior do que a outra. 

- Você vai gostar das pessoas também. 

- Espero! - sorri. 

Uma das coordenadoras me levou para conhecer o enorme colégio e eu ficava cada vez mais animada. Hoje era sábado e as aulas começariam na segunda. Tinham alguns alunos no ginásio e outros no campo de futebol americano... isso sim parecia com o que eu imaginava.

- Aqui são os vestiários. - a coordenadora disse. - Feminina aqui e masculino ali.

- Os dos meninos são maiores? 

- Sim. Os jogadores de futebol americano estão em maior número. 

- Entendi. 

Agora estávamos indo em direção ao refeitório, mas percebi que minha pulseira não estava no lugar que deveria. Merda, a pulseira que meu irmão me deu! 

- Ei, a minha pulseira caiu. Posso...

- Quer ir ver se caiu no vestiário? Pode ir. 

- Sim. Obrigada. 

Pensei que ela viria comigo, mas ficou conversando com alguma aluna que estava aqui. Fiquei olhando para o chão durante o caminho todo e entrei no vestiário feminino. Nada. Entrei no masculino ainda olhando para chão, mas uma voz me fez dar um pulo: 

- Está procurando por isso? 

Me virei e quase me engasguei ao ver um garoto apenas com uma toalha em volta da cintura. Cabelo molhado, corpo malhado e um sorriso cafajeste que me fez estremecer. Olhei para a minha pulseira em sua mão. 

- Sim. Obrigada. - agradeci e fui pegar a pulseira, mas sua mão recuou. 

- Quem é você? 

- Eu sei que estou no vestiário masculino, mas a coordenadora estava me mostrando o colégio. E hoje é sábado. Não tinha ninguém quando entramos antes e... 

- Ah, então você é nova por aqui? - ele continuou sorrindo e deu um passo pra frente. 

- Sim. - suspirei. - Vem cá, dá pra devolver a minha pulseira? Se aquela mulher me pega aqui sozinha com um garoto só de toalha, a impressão sobre mim será péssima. 

- Como você quiser. - ele segurou minha mão esquerda e colocou a pulseira em mim. 

- Tão previsível. - revirei os olhos. - Mas obrigada.

Dei as costas querendo sair correndo dali, mas ele perguntou: 

- Você tem nome?

- Sim.

E realmente saí. Ele não podia saber o meu nome e muito menos eu o dele. Ainda nem comecei e já vou ter uma queda pelo clichê galanteador? Dava para perceber o que ele era só pela forma que sorria. Bonito, gostoso, sorriso safado e uma voz grave e rouca capaz de tirar qualquer uma de órbita. Duvido que ele não use isso a seu favor. 

- Por que demorou? Se perdeu? - a coordenadora perguntou quando a encontrei. 

- É, algo assim. - dei de ombros. 

Ela voltou a me mostrar o colégio e passamos no ginásio mais uma vez para ver o término do treino de basquete. Meu olhar se encontrou com o garoto seminu do vestiário e eu fiquei inquieta na mesma hora. Ele não estava mais jogando e sim do outro lado do ginásio de braços cruzados e me encarando com um quase imperceptível sorriso nos lábios. 

- Podemos ir? - chamei atenção da coordenadora. 

- Claro. 

Voltamos para a diretoria e minha mãe ainda conversava com o diretor. Agora tudo estava fechado, eu iria mesmo começar a estudar aqui. 

- Vamos, então? 

- Sim. 

- Mariana, esqueci de te falar. Você encontrará os brasileiros facilmente. - o diretor disse. - Eles andam todos juntos. Assim como os argentinos, os mexicanos... você encontrará fácil. 

- Muito obrigada, Sr. Harper. - sorri mais uma vez, então minha mãe e eu fomos embora. 

Ficamos o caminho todo conversando sobre o novo colégio e minha mãe parecia animada também. Acho que ela percebia que eu não estava feliz e saber que isso poderia mudar era bom para ela. Meu irmão vivia dizendo que eu precisava ir morar com ele, mas tem dois poréns: ele mora na França e meus pais nunca me deixariam. Ele fazia faculdade no Brasil, em Curitiba e antes mesmo de nos mudarmos para cá, ele teve a oportunidade de fazer um intercâmbio. Meu irmão é a pessoa mais inteligente e persistente que eu conheço. Sempre que ele quer, ele consegue. Sinto tanta falta dele, gostaria que morássemos ao menos no mesmo país... 

- Então você está animada mesmo! Finalmente um sorriso verdadeiro no seu rosto! - Gustavo disse. Sorri ainda mais e fiquei com vontade de ultrapassar a tela do notebook só para abraçá-lo. 

- Estou com tantas saudades, Gus! Você vem passar o natal aqui, né? 

- Não tenho certeza ainda, mas prometo que vou tentar. 

- Tudo bem. Eu te amo. 

- Também te amo, maninha. Se cuida. 

Desliguei a chamada de vídeo e avisei meus pais que eu ia dormir. Fiquei longos minutos pensando na minha nova escola e nas pessoas que iria conhecer. Como o diretor disse, o grupo dos brasileiros estão formados... e se eles não gostarem de intrusos? E agora eram quatro longos anos de ensino médio. Lá no Brasil são apenas três, mas aqui terminamos o ensino médio com dezoito anos devido ao ano letivo. Bom, pelo menos todos começam o primeiro ano - freshman year - com quinze anos nos dois países. 

(...)

Fiquei tão feliz quando minha prima, Maitê, deu a notícia de que começaria a estudar no mesmo colégio que eu. Ela é um ano mais velha e fiquei aliviada de saber que não ficaria completamente sozinha no primeiro dia de aula. A Maitê estava viajando com a mãe - minha tia - e voltou ontem, domingo, a tarde. Minha mãe disse que queria fazer uma "surpresa" e, bom, conseguiu. Uma surpresa que me deixou mais eufórica do que eu estava. Teria como melhorar?!

- Deveríamos ter escolhido as aulas juntas. - Maitê disse entrelaçando seu braço no meu. - Eu vou para o bloco 4 e você fica no 2. É tão longe! 

- Você acha mesmo que eu escolheria física, Maitê? Até parece! Você é louca. 

- Ainda bem que não preciso estudar química, pelo menos. 

- Prefiro química. - dei de ombros. - Bom, nos encontramos no terceiro período e no intervalo. Certo? 

- Só temos uma aula juntas, sério? 

- Sim, de biologia. - dei um beijo em sua bochecha. - Nos vemos depois. 

Me senti deslocada assim que o braço da Maitê se soltou do meu. Todas essas pessoas conversando, rindo e em grupos... eu era a única sozinha. Lembrei do que a coordenadora disse sábado e procurei o refeitório, que ficava perto da saída para o bloco 2. Segui algumas placas e saí dos corredores, parando em um lugar ao ar livre. Estava prestes a perguntar para alguém, mas resolvi parar bem quando estavam atrás de mim. Recebi uma encochada e senti duas mãos na minha cintura. Me virei rapidamente. 

- Ah, você de novo. - o garoto seminu de sábado abriu um sorriso. - Está perdida?

- Sim. O bloco 2 é naquela direção, né? - tirei as mãos dele de mim e me recompus. 

- Sim. World History? - perguntou. 

- Sim... - merda, ele faz essa aula comigo. Ótimo! 

- Cara, a gente vai se atrasar! - um outro garoto parou ao lado do garoto seminu, mas parou de falar ao me ver. - Qual seu nome, princesa? - ele abriu um sorriso galanteador e eu revirei os olhos. Será que iam ficar me cantando agora?

- Olha, eu estou mesmo atrasada. Tchau. - dei as costas.

- Porra, olha essa bunda... é a garota de sábado que estava procurando a pulseira. - parei de andar na mesma hora ao me dar conta de que o babaca disse isso em português

Ele disse isso em português. Português!!!! Me virei e fui até eles. 

- Da licença?! - falei em português e cruzei os braços. Eles praticamente se engasgaram. - Se você olhar para minha bunda de novo e ainda fazer comentários sobre ela em outra língua esperando que eu não entenda, vai ficar sem seus olhos. Aproveita que ainda os tem e se enxerga. Otário! - dei as costas, ainda indignada. 

Então eles eram dois dos brasileiros que o diretor mencionou. E aquele babaca ainda teve coragem de falar sobre mim em outra língua na esperança de eu não entender! 

- Ei, ei, ei! - e ele veio atrás. 

- Sim, eu sou brasileira. Sim, ouvi o que você disse. E, sim, achei escroto. Da pra me soltar? 

- Por que você não disse que era brasileira? 

- Ah, porque talvez eu ainda não tenha uma bola de cristal que me faça saber a naciolidade das pessoas. - ironizei. - Não posso me atrasar no primeiro dia. 

- Qual o seu nome? 

- Não é da sua conta. Agora me solta. 

- Afiada. Gostei de você. - o amigo disse me olhando com um sorriso. Não um sorriso safado ou presunçoso, mas um sorriso normal. 

- O diretor me disse que os brasileiros daqui eram legais. Uma pena que ele esteja errado. - me soltei bruscamente e apressei os braços em direção ao bloco 2. 

Merda, eles estavam na minha sala de World History. 

Sentei em uma das últimas carteiras e fiquei tentada em mudar de lugar ao me dar conta de que ninguém sentou na minha frente. Como eu imaginava, o safado que fica olhando para bunda dos outros sentou na minha frente no momento em que entrou. 

- Não. Nem pense nisso. - falei quando ele se virou. Nem o deixei abrir a boca. 

- Foi mal. Eu não... às vezes não consigo me controlar. Você é linda. 

- Você poderia ter dito que eu era linda e não que a minha bunda era grande. 

- As duas coisas estão certas. - e um sorrisinho safado apareceu.

Puta merda, ele era muito lindo. 

- Eu fiquei meio ofendida, mas vocês garotos são assim, né? E não vou ser hipócrita, também já falei que algum garoto era gostoso para alguma amiga. - dei de ombros. 

- Qual o seu nome, morena? - ele tirou uma mecha do meu cabelo que caiu em meu olho. Recuei na mesma hora. 

- Mariana. E o seu? 

- Castanhari.

- Seu nome é Castanhari? - arqueei uma das sobrancelhas. 

- Não, mas eu prefiro que me chamem assim. Todo mundo me chama assim. 

- Tudo bem, mas qual seu primeiro nome?

- Só pessoas privilegiadas tem acesso a essa informação. - ele piscou e se virou para frente. Oi?! Será que ele não gostava do primeiro nome? 

- Ei! - coloquei a mão em seu ombro sem pensar. Só queria virá-lo para trás novamente. - Fala sério! Eu sou muito curiosa. Qual é o seu primeiro nome? 

- Ah, então você é curiosa? - ele abriu um sorriso. - Uma pena... 

- Nossa, jura que você vai fazer isso comigo? Tudo bem. Pergunto para o seu amigo. 

Olhei em volta procurando pelo amigo dele, mas não encontrei. 

- Ele foi para o bloco 3. - ele disse e eu bufei.

- Tudo bem. Não quero saber. - dei de ombros e ele sorriu como se estivesse se divertindo com aquilo. 

- Quantos anos você tem, Mariana?

- Quinze. E você? 

- Dezesseis. 

- Hm... e você joga basquete? 

- Sim.

- Legal.

O professor entrou na sala um pouco ofegante - atrasado - e pediu desculpas pelo atraso justo no primeiro dia. O garoto se voltou para frente novamente e eu fiquei me perguntando o motivo de ocultar seu primeiro nome. Será que é feio e zoado? 

- O diretor me comunicou que temos uma aluna nova na turma. É você, certo? - o professor me olhou.

- Sim. 

- Qual o seu nome? 

- Mariana. 

- E você veio de onde? Ele disse algo sobre você ser de outro país.

- Sim, sou brasileira. Assim como ele. - apontei com o queixo para o menino a minha frente. - Moro aqui há dois anos.

- Seja bem-vinda. 

- Obrigada. 

Me aliviei quando ele começou a falar de história - como deveria ser desde o princípio. Esse lance de apresentação não era apenas com crianças e tudo mais? 

- Leonardo. - o menino da frente se virou por um tempo e eu franzi o cenho. - Meu nome é Leonardo. 

- E você estava escondendo um nome lindo desse por que? - sussurrei e ele soltou uma risadinha. - Prazer em te conhecer, Leonardo. - estendi a mão. 

- O prazer é meu. Acredite. - ele apertou minha mão rapidamente, então logo se virou mais uma vez. - Puta merda, eu estou tão ferrado. - o ouvi sussurrar em meio a um suspiro e ele se afundou ainda mais na carteira. Ferrado? Por que ferrado? 

Minha próxima aula era no bloco 3, de biologia e ia sair rápido, mas o Leonardo me parou. 

- Não sei quais são suas próximas aulas, mas se você me achar ou achar o Lucas durante o intervalo... pode sentar com a gente. Tem vários brasileiros. Todos, na verdade. 

- Lucas é o garoto que estava com você? - ele assentiu. - Tudo bem. Obrigada. - sorri e fui em direção a sala do professor de biologia. 

O sinal do intervalo bateu meio dia e meia e fiquei esperando a Maitê na entrada do refeitório. Ela apareceu alguns segundos depois contando de um tal de Scott, que foi tão fofo e simpático com ela. "Amor à primeira vista". Sempre achei a Maitê tão moderna e independente, nunca a vi apaixonada de verdade então nunca levo a sério quando ela fala de algum garoto bonito. É tudo brincadeira. 

- Mari, eu vou sentar com as pessoas que conheci na aula de álgebra. Vamos?

- Eu conheci um brasileiro. Ele disse para eu sentar com eles. - falei. 

- E qual é a mesa deles?

Olhei em volta para tentar encontrar o Leonardo ou o amigo dele. Avistei os dois em uma mesa com umas dez pessoas. Caramba, eram todos brasileiros?! Fiquei encarando o Leonardo esperando que ele olhasse e me chamasse, o que logo aconteceu. 

- Vem cá! 

- Você vai sentar com eles? - Maitê perguntou. 

- Sim. Nos vemos depois. - sorri pra ela. 

Suspirei e ignorei a vergonha de ter que caminhar todo o refeitório para chegar até eles. Todos da mesa olhavam para mim. Todos me olharam com um sorriso e uma garota veio me abraçar toda animada. 

- Oi! Prazer em te conhecer, Mariana. Eu sou a Luíza. 

- O prazer é meu! - falei surpresa por ela saber meu nome. 

Eu cumprimentei todos e me apresentei, assim como eles. Fiquei feliz ao perceber o quanto eles eram receptivos. Alice, Lucas, Melissa, Tomás, Daniel, Nicole, Clara, André, Íris, Luíza e Leonardo. Esse era o grupo de brasileiros do colégio.

- Então, vocês moram aqui há quanto tempo? - perguntei. 

- Alice, Melissa e André vieram com menos de cinco anos. Lucas, Tomás e Íris com menos de dez. - Clara começou a dizer. - Eu nasci aqui, mas meus pais são brasileiros. Leonardo veio há uns três anos... - meu olhar se encontrou com o do Leonardo, que me encarava sério demais para todos aqueles sorrisinhos de antes. - Nicole, Daniel, Luíza vieram no ano passado. 

- Caramba, você se lembra mesmo! - falei, surpresa. 

- E você? Veio pra cá com quantos anos? - André perguntou me olhando. 

- Com treze. Estudava em um outro colégio, mas deu alguns problemas e quis mudar. 

- Problemas? - Daniel perguntou curioso. - Que tipo de problemas? 

- Qual é, vocês devem ter percebido que as pessoas daqui são um pouco... bom, elas gostam de testar nossa paciência. E eu não sou nada paciente. 

- Hm... sério? Nem percebi. - lá vem Leonardo de novo com ironia. Meu Deus, eu não posso ficar tão afim de alguém assim apenas no primeiro dia. Não é saudável. 

- Ué, não tenho culpa se a brasileira te flagrou falando português. - brinquei, mas não foi bem isso que aconteceu. Acho que rolou um clima e todo mundo percebeu. - O que foi, gente? Vocês parecem ser tão barulhentos. 

- Eu gostei de você. - André disse apontando pra mim com um sorriso.

Eles voltaram a conversar e fiquei um bom tempo conversando com o Lucas e com o Daniel, mas ainda aparecia uma tensão chata dependendo do que acontecesse ou do que era falado na mesa. Percebi que o Leonardo me olhava demais, mas quando eu olhava - esperando que rolasse um clima -, ele desviava. Caramba, pelo que a Íris me disse ele era mesmo o garanhão e eu não posso ser tão iludida assim. O interesse era recíproco, certo? Não. 

- Lucas, por que ás vezes o clima fica estranho? - sussurrei para o Lucas. 

- Ah, você vai saber logo logo...

- O que? O Leonardo pretende me chamar pra sair? - juro que estava brincando, mas o olhar do Lucas me preocupou. 

- Na verdade, ele...

- Lucas, vem cá rapidão. - o Leonardo chamou o Lucas justamente para interrompê-lo e eu franzi o cenho. 

Dei de ombros e voltei a conversar com a Íris e com o Tomás. Eles eram mesmo muito legais e engraçados. Todos são brincalhões um com o outro e percebi que eles estavam fazendo o máximo para me deixar a vontade. Espero que eu me dê bem aqui. 

Capítulo dois:

Encontrei o Lucas e a Íris no momento em que cheguei no colégio no dia seguinte. Apresentei a Maitê a eles e nós fomos juntos para a primeira aula, conversando sobre as maiores confusões que já rolaram aqui. Lucas contou que uma brasileira foi expulsa do colégio no ano passado e quando perguntei o motivo ele disse: você não vai querer saber. Mas eu queria! Queria muito! Uma brasileira foi expulsa daqui?! Caramba, ela deve ter feito algo bem sério. Supus várias coisas em minha cabeça, mas nada parecia ser muito coerente. 

- Qual é, você precisa me contar! - insisti para o Lucas, que soltou uma risada ao perceber que eu estava curiosa. 

- O Castanhari me mataria se estragasse a imagem dele pra você. 

Parei de andar na mesma hora e o Lucas fechou os olhos ao perceber que falou demais. Então o motivo dela ter sido expulsa foi o Leonardo?! E estragar a imagem dele? Meu Deus, eu estava prestes a explodir de curiosidade. E até de preocupação. O Leonardo parecia ter tantos segredos e era perceptível apenas pelo modo que seu humor muda conforme um tal assunto surge. Ou como ele fica sério de repente. O que ele esconde? E por que? 

- Mas... mas foi completamente culpa dele? - perguntei. - Qual é, Lucas, você tem que me dar uma dica. 

- Mari, sério, nem pense em perguntar isso pra ele. E não, não foi completamente culpa dele. Quer dizer, a causa... - e ele me olhou com os olhos estreitados. - Você está tentando me enrolar. 

- É, talvez. - dei de ombros. - Eu vou descobrir, Lucas. E sabe quem vai me contar? O Leonardo. 

- Ah, vai nessa! - ele riu realmente achando graça.

Me despedi do Lucas porque enquanto ele iria para a aula de geografia, eu iria para a aula de World History. O Leonardo estava sentado na mesma carteira de ontem e lembrei a mim mesma que não deveria perguntar nada sobre a garota expulsa. 

- Bom dia. - falei sentando atrás dele. 

- Bom dia. - ele se virou. - Como foram as outras aulas ontem? 

- Legais. Bem legais. - falei.

- Quais aulas extracurriculares você faz? 

- Dança, fotografia e audiovisual. Queria fazer coral também, mas precisava decidir. 

- Você canta? - ele perguntou surpreso e com um sorriso. 

- Sim... canto o tempo todo. Todo mundo pode cantar o tempo todo. 

- Qual é, não seja modesta. Você canta bem?

- Pessoas dizem que sim. 

- Eu quero ouvir você cantando. 

- Só pessoas privilegiadas podem me ouvir cantando. - o imitei com o lance do primeiro nome. 

- Vou ser uma pessoa privilegiada daqui algumas semanas.

- Ah, é? - mordi o lábio inferior com um sorriso. - Não sei da onde você tirou esse absurdo. Não vai rolar. 

- Sei... - ele levantou as sobrancelhas. - Então você gosta de fotografia. - e ele olhou para a câmera em minhas mãos. Você tira fotos de que? 

- De tudo. Tudo mesmo. - falei. - Lugares, felicidade, natureza, mudanças, movimentos. Momentos... ah, eternizar momentos em uma foto é a melhor parte. 

- Ah, você é tão linda...

Estreitei os olhos pra ele. 

- Desculpa. Escapou. - abri um sorriso. - Mas você fica mesmo linda falando sobre as coisas que você gosta. Seus olhos ficam com algum tipo de brilho. 

Ele se aproximou e eu pensei em recuar, mas não queria. 

- Eles são meio verdes, né? 

- Depende do dia... 

- Então ele tem dias para ficar verde? Interessante. 

- Você vai ficar flertando comigo a cada dez segundos? - arqueei uma das sobrancelhas.

- Não consigo evitar. 

- Eu notei. - soltei uma risada. - Também gosto de tirar foto de pessoas. - apontei a câmera pra ele. - Sorria, vai. 

- O que...? - tarde demais. 

- Você é bonito até sendo pego desprevenido. - falei vendo a foto e levantei o olhar para encará-lo.

Merda, quando ele me encarava sério era um problema. Ele sorriu sem descolar os lábios por alguns segundos e eu sorri de volta mesmo sabendo que não era exatamente pra mim. 

- Então... agora vamos calar a boca antes que o professor chame atenção. - falei desviando o olhar. 

- Esse professor é de boa. 

- Sim, mas eu não. Agora vira, vai. - ele continuou me olhando. - Vai! - ri enquanto virava sua cabeça. Sendo gentil, claro.

(...)

Passei o intervalo com eles novamente e cada vez ficava mais curiosa sobre as coisas que eu não sabia sobre o Leonardo. Não tenho o direito de saber, mas pessoas misteriosas causam interesse nas pessoas curiosas e eu já estava interessada nele o bastante. Meu olhar se encontrou com o dele por um momento e não se desviaram por longos segundos. Ele estava sentado todo largado no banco a minha frente, com o capuz da jaqueta e aquilo era tão... é antiquado dizer sexy? Porque essa é a palavra que eu estava procurando. Algo estava incomodando-o e eu estava louca para sentar ao seu lado e saber de tudo. 

- Você está bem? - perguntei por química labial. 

- Não, na verdade. Quero muito te levar para o vestiário e... 

- Idiota! - falei mais alto do que esperava e todos da mesa me olharam. Desviei o olhar do Leonardo na mesma hora. - Desculpa. Alto demais.

A Íris voltou a puxar assunto e agradeci por isso. Eles esqueceram rápido. 

- Você é um idiota. - movi os lábios sem omitir nenhum som quando o vi me olhando novamente. 

- Só estava sendo sincero. Você expressou sua opinião sobre mim alto demais. 

- Posso fazer de novo. Você não vai me levar para vestiário nenhum, pervertido. 

- Só consigo pensar nisso quando olho pra você. 

- Inacreditável. 

- Não me leve a mal, você é linda. 

- Você não cansa de dizer isso? 

- Você não pode vir aqui sentar do meu lado para conversarmos usando a voz? 

- Não. - balancei a cabeça com um sorriso. 

- Desculpa atrapalhar o papo silencioso aí, mas a sua prima está acenando pra você. - o Daniel disse me cutucando. Fiquei vermelha de vergonha. 

- Ok. Obrigada por avisar. 

Levantei do banco e fui até a Maitê. 

- O que foi? 

- Aí, ficou de mal humor por que atrapalhei sua conversa? 

- Não é mal humor.

- Então, eu vou precisar ir embora mais cedo hoje por causa da minha mãe.

- Ok. Vou a pé se a aula de dança terminar 16h00 de novo. 

- É longe, né?

- Sim. Gosto de andar. - dei de ombros, mentindo. Eu odeio andar. - Vejo você amanhã. - beijei sua bochecha. 

- Amanhã! - ela sorriu. 

Voltei para a mesa com eles e percebi que o meu lugar tinha sido ocupado. Sentei entre o Leonardo e a Nicole. 

- Sua prima é parecida com você. - o Leonardo disse e eu o encarei. 

- Todo mundo diz isso. 

- Estou olhando daqui... - ele se virou totalmente para o meu lado. - O seu cabelo não é totalmente castanho, né?

- Castanho acobreado. - tirei a mecha do meu cabelo que ele estava segurando. Isso era mesmo perigoso. 

- Traduzindo... meio ruiva? 

- Ruiva? Não. - balancei a cabeça e permaneci encarando-o.

- Por que você me olha desse jeito? 

- Qual jeito?

- Sei lá... você parece curiosa. Nunca vi ninguém me olhando desse jeito. 

- Estou te olhando desse jeito porque eu estou curiosa. - me virei do mesmo jeito que ele. - E porque, como você sempre me diz, você também é bonito. Gosto de olhar pra você. 

Ele quer flertar? Vamos flertar, então. 

- Ah, Mari... - disse mais sério, mas ainda me olhando. - Isso é perigoso. 

- Eu sei...

Para acabar com o perigo, o sinal bateu. Eu tinha que ir para a aula de química - ontem não teve porque a professora faltou. Luíza e Leonardo faziam essa aula comigo. Aí, Leonardo de novo...

- As duplas já estão formadas? - perguntei e ele arqueou uma das sobrancelhas. - De química, Leonardo. - sorri.

- Ah... não. O professor sempre muda no começo do ano letivo. 

- Entendi... 

O professor sorteou as duplas e eu estava sentada ao lado de uma garota chamada Scarlett. Ela parecia ser meio rebelde com seus piercings e as suas roupas rasgadas. Um piercing de argola no nariz, um na sobrancelha e outro na orelha. O cabelo preto, a pele branca e não mostrou nenhum sorriso desde que apareci. Será que ela não foi com a minha cara ou ela simplesmente nunca sorria?

- Você também é nova aqui na escola? - tentei puxar assunto com a Scarlett. 

- Não. - curta e grossa. 

Bufei constrangida e vi o Leonardo me olhando. Hm, ele estava olhando para trás por que? 

- Você conhece ela? - falei sem omitir nenhum som e olhei de relance para a Scarlett. 

- Ela é louca. - ele fez o mesmo e eu segurei a risada. - Você poderia ter ficado comigo. 

Meu coração disparou e provavelmente fiquei séria. Por que eu sinto essas coisas estranhas cada vez que ele me olha, se aproxima ou fala comigo? Um frio na barriga, o coração disparado. Isso não era familiar pra mim.

- Não gosta da sua dupla? - perguntei ainda por química labial. 

- Ele é legal. - ele deu de ombros. - Mas eu preferia você. 

Ah, merda. 

- Eu também. 

- Então, você está tendo algo com o brasileiro mais falado daqui? - Scarlett chamou minha atenção e voltei minha atenção para ela. 

- Não. Também sou brasileira. Somos da mesma espécie, entende? - brinquei e ela achou graça. Nossa, por que ela nunca sorri?! O sorriso dela era bonito. 

- Olha, vou te avisar... ele é problema. 

- É? 

- Sim. - disse. - É lindo, mas também é galinha, superficial e cafajeste.

Galinha e cafajeste? Sim. Só no intervalo várias garotas pararam pra falar com ele e com os outros meninos com sorrisos oferecidos. 

- Eu notei que ele é galinha e cafajeste, mas superficial? Acho que você está enganada. 

- E você já está defendendo-o? 

- Não. Eu nem o conheço. - dei de ombros. 

- Bom, ele quer te conhecer. E como quer... - ela olhou pra ele e eu fiz o mesmo. Claro que ele estava olhando.

- Você já ficou com ele? - ufa, perguntei minha dúvida. 

- Sim. - disse. 

- Caramba. 

- Acredite em mim. Ele só tem beleza. Nada a mais.

- Um desperdício... 

- Com certeza. 

(...)

A minha última aula era de dança e acabava as 16h00. A da Maitê era de culinária e acabava antes que a minha, mas me lembrei que ela foi embora mais cedo. Ela tem dezesseis, mas ainda não tem carro por falta de condições financeiras. Iríamos pegar o maravilhoso ônibus amarelo todos os dias, porém ela saía as 15h30 e não sei se apenas nesses primeiros dias que a minha aula de dança acabou meia hora mais tarde. 

- Se tiver qualquer dúvida e precisar de ajuda, me deixe saber. Tudo bem? - a professora disse. 

- Sim. Obrigada. 

Saí da sala e precisei tentar me localizar antes de virar nos corredores. Ok, acho que eu estava perto dos vestiários. Ou talvez perto do refeitório? Merda. 

- Ei! - chamei um garoto que pegava algo em seu armário. Mas notei a placa escrito "exit". - Nada. Eu me achei! Tchau! 

- Estamos perto dos vestiários. - ele disse. 

- Obrigada! 

Ótimo, se estou perto do vestiário, estou perto do meu armário. Ahá! Peguei a minha bolsa no armário e me dei conta de que esses corredores vazios pareciam mesmo cenário de um filme americano de High School. 

- Está perdida de novo? - ouvi a voz do Leonardo e tive a visão dele colocando a camiseta. Puta merda. 

- Oi! Estava no treino de basquete?

- Sim. - respondeu. - Vi você dançando. - ele deu aquele sorrisinho cafajeste. 

- Você o que?! 

- É, eu vi. Acho que vou aprender francês para poder falar tudo o que eu penso de você. 

- Você é bem abusado, né? 

- Você não faz ideia. 

- Por que você estava lá? Você não estava no treino? 

- Ah, eu estava passando, mas alguma coisa me prendeu. É difícil encontrar americanas com o corpo de uma brasileira. 

- Pra você tudo é corpo, né? - revirei os olhos. 

- Eu só estava comentando... preciso mesmo aprender a falar francês. 

- Eu sei falar francês. 

Ele me encarou surpreso. 

- Não fluentemente igual inglês, mas meu irmão mora na França e ele me ensinou várias coisas. 

- Seu irmão mora na França? Porra, que maneiro!

- Não é? Olha, eu preciso ir. Nos vemos amanhã. 

Dei as costas, mas ele me chamou. 

- Ei! Você quer carona? - o olhei por cima do ombro. - Os ônibus já saíram e você ainda não dirige. Certo?

- Sim. 

- Então, quer carona?

- Tudo bem. 

Ficamos em silêncio durante o caminho até o estacionamento para os alunos. O carro dele era um dos poucos ali e nós entramos. Eu estava tão nervosa, precisei colocar as mãos no bolso para esconder que estava suando. 

- Você está bem? Está com calor? - aí que legal, ele percebeu! 

- Sim. - dei de ombros e tirei a jaqueta. - Você mora longe do colégio também? 

- Sim.

- E você mora com os seus pais? - tentei puxar assunto. 

- Só com a minha mãe. - merda, acho que toquei em sua ferida. Ele foi meio grosso.

Fiquei quieta. Só falava quando era para dizer onde virar ou em qual direção ir. 

- É ali. - apontei para minha casa. 

- Eu moro naquela rua. - ele também apontou. 

- Caramba, é bem perto. - falei. - Obrigada pela carona. 

Era muito estranho vê-lo quieto. Pensei que ele ficar com brincadeiras, cantadas e flertes. Talvez tenha perdido o interesse. 

- Passa o seu número para eu saber quando você precisar de carona para o colégio. - disse. 

- Ah, é por isso que você quer o meu número? - brinquei. - É brincadeira, não faz essa cara. Dá aqui o seu celular. 

Ele colocou a senha no celular e me entregou. Anotei o meu número, salvei como "Mariana" mesmo preferindo que me chamem de Mari e devolvi. 

- Obrigada pela carona. - me inclinei para beijar sua bochecha. - Até amanhã. - abri a porta. 

- Até amanhã. 

Saí do carro e fui para a minha casa sem olhar pra trás. Meu Deus, isso era tão perigoso. 

- Oi! Tem alguém em casa? 

Sem resposta. Meu pais devem estar trabalhando ainda. Meu pai é publicitário e trabalha em Miami. Minha mãe é enfermeira em um hospital aqui em Weston mesmo e às vezes os dias que ela faz plantão coincidem com os dias que meu pai precisa dormir em Miami, ou seja: durmo sozinha. Nas primeiras vezes a Maitê vinha dormir comigo, mas eu precisava tirar esse medo para os dias que ela não pudesse dormir aqui. 

Eu gostava de ficar sozinha porque tinha privacidade, mas ao mesmo tempo não gosto do silêncio. Fui correndo pegar meu celular quando ele apitou. 

Número desconhecido: Só pra você salvar aí também. 

Abri um sorriso e salvei o contato dele. 

Mariana: Está salvo, Leonardo. 

Leonardo: Você cismou mesmo em me chamar pelo primeiro nome, né? Eu não deixaria, mas você eu deixo. 

Revirei os olhos como se ele pudesse me ver. 

Mariana: Devo me sentir importante, então. 

Leonardo: Com certeza.

Leonardo: E aí? O que você faz depois que sai do colégio? 

Mariana: Ligo minha TV e assisto Netflix. E você?

Leonardo: Ás vezes jogo vídeo game, às vezes a galera vem aqui e às vezes fico assistindo também. 

Mariana: E o que você vai fazer hoje?

Leonardo: Netflix também...

Nossa, ele não perdia uma para flertar. 

Mariana: Hm... está sozinho? 

Leonardo: Sim. Minha mãe é enfermeira e vai fazer plantão hoje. 

Mariana: Sério?! A minha também.

Leonardo: Então você também está sozinha?

Mariana: Sim... meu pai está em Miami. Triste. 

Leonardo: Muito triste. 

Não sabia mais o que dizer, então deixei o celular de lado e voltei a prestar atenção na televisão. Mas apitou de novo. 

Leonardo: O pessoal vai vir aqui mais tarde. Você quer vir? 

Mariana: Vou ver aqui e te aviso. 

Liguei para a minha mãe e após conversarmos um pouco sobre o meu segundo dia de aula, perguntei se eu podia ir na casa de um dos brasileiros. Falei que era na rua da frente da rua da nossa casa e ela ficou tão animada. Disse que eu deveria ir mesmo, conhecer pessoas novas, mas que era para eu estar em casa antes de escurecer. Weston não era perigoso, nem o meu bairro, mas ela ainda tinha medo. 

- Tudo bem, voltarei antes de anoitecer. Beijo, mãe. Bom plantão. 

- Obrigada, filha! Boa festinha pra você. 

Finalizei a ligação. 

Mariana: Ainda vai ter? Minha mãe me deixou ir.

Leonardo: Sim. Você quer que eu vá aí? Você não sabe qual é a minha casa e tal. 

Mariana: Você não perde uma mesmo, né? Hahaha. Não precisa. É só você me dizer o número. 

Leonardo: Então, esse é o problema. O número está apagado. 

Ele poderia me dizer o número da casa ao lado, né? Sim. Ou eu saberia que a de número apagado era a dele. Sim. 

Mariana: Tudo bem, então. Que horas? 

Leonardo: Umas 19h30?

Mariana: Vish, minha mãe disse para eu voltar antes de escurecer e eu vou depois de escurecer? 

Leonardo: Relaxa, eu te levo depois. 

Aí, Deus. 

Mariana: Tudo bem, então... até lá. 

Leonardo: Até lá. 


Notas Finais


Só pra vocês se divertirem um pouquinho igual a mim hahahaha

E a próxima publicação aqui será sobre a história da Alicia! Ainda não sei quando vou começar a postar porque eu ainda não decidi qual vai ser o nome. Tem várias opções tipo Crash (Colapso, colisão e esse é por causa de uma música), Rock Bottom (fundo do poço, também por causa da música), Adore You, Over My Head (Acima do meu limite), Blast (explosão, um significado por trás). Eu estou com uma duvida crueeel kkkkkkkkk se vocês puderem me ajudar, né? Não só entre esses, mas se tiverem mais algumas sugestões.

beijosss ❤️


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