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História Clarke's Diary For Aden. - O Diário.


Escrita por: craxygemini

Notas do Autor


Oi Amores. <3 ---- <3 Tudo Bom?!
Como já diz na sinopse, essa fic é adaptada do livro "O Diário de Suzana para Nicolas".(Recomendo).
Tive que fazer algumas mudanças , mas espero que gostem.
Boa leitura. ;)

Capítulo 1 - O Diário.


 

         COSTIA WILKINSON estava mergulhada na água quente em seu apartamento em Nova York. A banheira de louça era antiga e fora de moda, mas ainda assim maravilhosa. O apartamento tinha um ar vintage romântico e funcional. Guinevere, sua gata persa, se encarapitara na pia como um casaco de lã cinza que Cóstia houvesse acabado de tirar. Merlin, seu labrador preto, estava deitado no chão em frente à porta que dava para o quarto.
                                                           Os dois a observavam com um ar de preocupação.
                                       Cóstia abaixou a cabeça quando terminou de ler o diário encadernado em couro e o colocou sobre o banquinho de madeira ao lado da banheira. Sentiu o corpo estremecer. Então começou a soluçar e viu que suas mãos tremiam. Estava perdendo o controle e isso não era algo que acontecesse com frequência. Ela era uma pessoa forte, sempre fora.
                                          Sussurrou as palavras que ouvira uma vez na igreja do pai em Asheboro, na Carolina do Norte:


– Senhor, oh, Senhor, onde o Senhor está?


                                   Jamais imaginaria o efeito perturbador que aquelas páginas poderiam ter sobre ela. É claro que não havia sido apenas o diário que a deixara tão confusa e tensa. Não, não havia sido apenas o diário de Clarke para Aden.
                              A imagem de Clarke lhe veio à cabeça. Cóstia a vira em sua casa tão singular na Beach Road, em Martha’s Vineyard. Então pensou no pequeno Aden aos 12 meses de idade, com olhos verdes absolutamente brilhantes.
E, por fim, visualizou Lexa.


Mãe de Aden.


Mulher de Clarke.


E ex-namorada de Cóstia.
                                            O que ela pensava de Lexa agora? Poderia algum dia perdoá-la? Não tinha certeza. Mas finalmente compreendia um pouco do que havia acontecido. O diário tinha apontado pequenos traços do que ela precisava saber, bem como lhe revelara segredos dolorosos de que talvez não quisesse tomar conhecimento.
                            Cóstia afundou um pouco mais na água e se viu pensando no dia em que havia recebido o diário: 19 de julho.
                                                                   A lembrança fez com que começasse a chorar novamente.

            NA MANHÃ DO DIA 19, Cóstia sentira-se atraída ao rio Hudson e acabara indo até o píer da empresa que vendia passeios de barco ao redor da ilha de Manhattan. Uma vez, de brincadeira, ela e Lexa haviam feito aquela pequena viagem. Mas acabaram gostando tanto que a repetiram muitas vezes. Embarcou no primeiro passeio do dia. Estava triste, mas com raiva também. Deus do Céu, ela não sabia o que estava sentindo.
Naquele horário, o barco não ficava tão cheio de turistas. Pegou um lugar perto do parapeito do deque superior e observou Nova York de sua posição privilegiada.
Algumas pessoas a notaram sentada ali sozinha – principalmente os homens.
                                          Cóstia normalmente se destacava em meio à multidão. Era alta – quase 1,80 metro – e tinha olhos azuis amistosos e simpáticos. Sempre pensara em si mesma como desajeitada e tinha a sensação de que chamava atenção por todos os motivos errados. As amigas discordavam. Garantiam que ela era de tirar o fôlego, um arraso.Cóstia sempre reagia dizendo: “Ah, tá. Quem me dera.” Não se via dessa maneira e sabia que jamais veria. Era uma pessoa comum, como outra qualquer. No fundo, era só uma menina que crescera em uma fazenda da Carolina do Norte.
                                          Costumava prender os cabelos castanhos numa longa trança, algo que fazia desde os 8 anos. Antes isso a deixava com uma aparência de moleca, mas agora lhe dava um quê de garota descolada da cidade grande. Sem querer, seu penteado estava na moda. Toda a maquiagem que usava se resumia a um pouco de rímel e, às vezes, batom. Naquele dia, não passara nada. Definitivamente, não estava de tirar o fôlego de ninguém.
                                           Sentada no deque superior, lembrou-se de uma de suas falas preferidas do filme Uma aventura na África: “Cabeça erguida, queixo para fora, cabelos ao vento, a imagem perfeita da heroína”, Humphrey Bogart provocava Katherine Hepburn. Esse pensamento a alegrou um pouco – um tiquinho, como a mãe dizia.
                                          Seus olhos estavam inchados depois de tantas horas chorando. A Mulher que ela amava havia terminado com ela na noite anterior – de repente e sem explicação. Tinha sido um golpe para ela. Não esperava por aquilo. Quase não podia acreditar que Lexa a deixara.
Desgraçada! Como pôde fazer isso? Mentiu para mim todo esse tempo – durante tantos meses? É claro que mentiu! Filha da mãe! Cretina!
Queria pensar no que havia acontecido para separá-los, mas eram só os bons momentos que tinham passado juntos que lhe vinham à mente.
                                         Mesmo a contragosto, tinha de admitir que sempre conseguira conversar abertamente com ela sobre qualquer coisa, sem dificuldades.                                              

  Falava com Lexa da mesma forma como batia papo com as amigas mais próximas . Até elas, que sabiam ser implicantes quando queriam e que não tinham muita sorte com amizades novas, gostavam de Lexa. O que aconteceu? Era o que queria desesperadamente saber.
                                      Ela era atenciosa – ao menos havia sido. Em junho ela lhe enviara uma rosa por dia porque era “seu mês de aniversário”. Sempre parecia perceber se ela havia usado aquela blusa ou aquele casaco antes, sempre notava os sapatos dela, seus humores – os bons, os maus e, de vez em quando, os péssimos.


                                             Gostavam das mesmas coisas – ou pelo menos era o que ela dizia. Assistir a Ally McBeal e O desafio na TV, alugar Memórias de uma gueixa, ler Moça com brinco de pérola. Sair para jantar no One if by Land Two if by Sea e depois beber alguma coisa. Comer no Waterloo em West Village, no Coup em East Village ou no Bubby’s na Hudson Street. Ver filmes estrangeiros no cinema Lincoln Plaza. Apreciar fotos antigas em preto e branco e pinturas a óleo que encontravam em mercados de pulgas. Ir a Nolita e Williamsburg. Nas manhãs de domingo ela ia à igreja com Cóstia, onde ela dava aulas de catecismo para as crianças em idade pré-escolar.  À tarde ficavam no apartamento dela –Cóstia lendo o Times de cabo a rabo e Lexa revisando os poemas dela, que ficavam espalhados na cama e pelo chão do quarto e até mesmo sobre a mesa de madeira da cozinha.
                                        Deixavam música tocando baixinho ao fundo. Tracy Chapman ou Macy Gray, às vezes Sarah Vaughan. Delicioso. Perfeito de todas as maneiras.
                                        Ela fazia com que Cóstia se sentisse em paz consigo mesma, ela a completava, fazia alguma coisa que era boa e certa. Ninguém a fizera se sentir daquele jeito antes. Inteira e abençoadamente em paz.
                                                    O que poderia ser melhor do que estar apaixonada por Lexa?


                                                                                 Nada que Cóstia conhecesse.


                       Uma noite, pararam num barzinho com jukebox na Avenida A. As duas dançaram e Lexa cantou “All Shook Up” no ouvido dela, imitando Elvis de um jeito divertido e bom. Depois Lexa fez um Al Green ainda melhor, deixando-a de queixo caído.
                       Ela queria ficar com Lexa o tempo todo. Era piegas, mas era verdade.
                    Quando Lexa estava em Martha’s Vineyard, onde morava e trabalhava, as duas se falavam por telefone durante horas todas as noites ou trocavam e-mails bem-humorados. Chamavam isso de “caso de amor a distância”. Só que ela nunca deixava Cóstia ir visitá-la. Teria sido esse o sinal de alerta?
                    De alguma forma, tinha funcionado bem – foram 11 maravilhosos meses que pareceram passar num instante. Cóstia esperava que em breve ela a pedisse em casamento. Estava segura disso. Tinha até contado para a mãe. Mas havia se enganado. Muito. Chegava a ser patético. Sentia-se uma idiota – e se odiava por isso.
                                  Como podia ter estado tão absurdamente errada a respeito dela? A respeito de tudo?
                    Como não tinha sido alertada por seus instintos? Eles costumavam funcionar. Ela era uma pessoa inteligente. Não se enganava assim. Até agora. E, Deus do Céu, ela havia cometido um erro impressionante.
Cóstia de repente se deu conta de que estava soluçando e de que todos ao redor a encaravam.


– Desculpem – disse, fazendo um sinal para que eles, por favor, parassem de olhar para ela. Corou. Estava envergonhada e se sentindo idiota. – Eu estou bem.


                                                                                                Mas ela não estava bem.


                        Nunca se sentira tão magoada em toda a vida. Nada sequer se comparava a isso. Ela havia perdido a única mulher que amara. Nossa, como amava Lexa.
         
                            CÓSTIA NÃO CONSEGUIU ir trabalhar naquele dia. Não conseguiria encarar o pessoal do escritório. Ou um estranho no ônibus. Já havia sido alvo de muitos olhares curiosos no barco. Quando voltou para casa, havia um pacote encostado na porta da frente. Pensou que fosse um manuscrito enviado pela editora. Xingou baixinho. Será que não podiam deixá-la em paz um minuto? Tinha o direito de tirar um dia para si de vez em quando. Eles sabiam que ela se dedicava, que amava seus livros. Sabiam quanto se importava com o trabalho.  

 Era editora sênior numa prestigiada editora de Nova York especializada em poesia e romances literários. As pessoas eram simpáticas e o ambiente, agradável. Ela adorava seu trabalho. Tinha sido lá que conhecera Lexa. Fazia cerca de um ano que ela se entusiasmara ao ler o manuscrito do primeiro livro de poesia dela e comprara seus direitos de publicação de uma pequena agência literária de Boston.
                             As duas se deram bem logo de cara, muito bem. Poucas semanas depois, estavam apaixonadas – ou pelo menos era nisso que ela acreditava do fundo do coração, da alma, do corpo, da mente, da intuição feminina.
Como podia estar tão errada? O que havia acontecido? Por quê?
                             Quando se abaixou para pegar o pacote, reconheceu a caligrafia. Era de Lexa. Não havia dúvida quanto a isso. Quase deixou o pacote cair. Teve vontade de atirá-lo longe. Mas não foi o que fez. Controlada demais, esse era o problema dela. Um dos problemas. Cóstia ficou olhando fixamente para o pacote durante algum tempo. No fim, respirou fundo e rasgou o embrulho de papel pardo. 
                             O que encontrou foi um pequeno diário com jeito de antigo.Cóstia franziu a testa. Não estava entendendo. Então começou a sentir o estômago revirar.

Na capa estava escrito à mão “Diário de Clarke para Aden”. Escrito à mão, mas não com a letra de Lexa.
                                                                           

 Seria a letra de Clarke?
             

 De repente, Cóstia sentiu a cabeça girando. Mal conseguia respirar. Também não conseguia raciocinar direito. Lexa sempre fora reservada e reticente sobre seu passado. Uma das poucas coisas que Cóstia havia descoberto era o nome da esposa dela:Clarke. A informação escapara numa noite, depois de duas garrafas de vinho. Mas Lexa não quisera falar mais nada sobre o assunto.


          As únicas discussões delas eram motivadas pelo silêncio de Lexa a respeito de seu passado. Cóstia insistia em saber mais e isso só a fazia se calar, o que não era típico dela.
       Depois de uma briga de verdade, Lexa lhe garantira que já não estava casado com Clarke. Ela jurara. Depois dissera que aquilo era tudo o que iria contar sobre o assunto.
       Quem era Aden? E por que Lexa havia mandado aquele diário? Por que agora? Estava perplexa e mais do que perturbada. Os dedos tremeram ao abrir o diário na primeira página. Havia um bilhete de Lexa preso a ela. Os olhos de Cóstia começaram a se encher de lágrimas, que ela secou com raiva. Leu o que Lexa havia escrito.


"Querida Cóstia,


Nada do que eu dissesse ou fizesse poderia chegar perto de expressar o que estou sentindo. Foi tudo culpa minha. Assumo toda a responsabilidade. Sinto muito pelo que permiti que acontecesse entre nós. 
Você é perfeita, maravilhosa, linda. Não foi você. Fui eu. 
Talvez este diário explique as coisas melhor do que eu jamais conseguiria. Se puder, leia-o.
É sobre minha mulher, meu filho e eu.
Preciso avisá-la, porém, de que algumas partes provavelmente serão difíceis de suportar. Nunca planejei me apaixonar por você, mas me apaixonei.


Lexa."


Cóstia virou a página.


Notas Finais


Eai, gostaram? Espero que sim, até mais lovers ;)
(Desculpe qualquer erro.)


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