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História Clarke's Diary For Aden. - Vida Nova.


Escrita por: craxygemini

Notas do Autor


Hey!
Boa Leitura!

Capítulo 3 - Vida Nova.


Fanfic / Fanfiction Clarke's Diary For Aden. - Vida Nova.

Aden,

   Cheguei à ilha de Martha’s Vineyard como uma turista desajeitada, arrastando a bagagem do meu passado, ainda sem saber o que fazer com ela. Eu passaria os primeiros meses alimentando-me de comida integral e vegetais frescos e jogando fora revistas velhas que haviam me seguido até a casa nova. Também procuraria um emprego.
             Dos 5 aos 17 anos, passei todos os verões em Martha’s Vineyard com meus avós. Meu avô era arquiteto, como meu pai também tinha sido, e não precisava de um escritório para trabalhar. Minha avó Indra era dona de casa e tinha o talento de deixar tudo mais confortável e aconchegante do que qualquer um poderia imaginar.
              A ideia de estar de volta a Martha’s Vineyard me fazia bem. Eu adorava tudo lá. Gus e eu costumávamos ir à praia no começo da noite e ficávamos lá até não haver mais luz. Brincávamos com uma bola ou às vezes com um frisbee, depois nos aninhávamos num cobertor para esperar o sol se pôr.

Eu havia acertado de assumir o consultório de um clínico geral que estava se mudando para Illinois. De certa forma, estávamos trocando de vida. Ele ia para Chicago justamente quando eu deixava a vida na cidade grande. Minha sala era um dos cinco consultórios médicos de uma casa branca de madeira em Vineyard Haven. A casa tinha mais de 100 anos e quatro lindas cadeiras de balanço antigas na varanda da frente. Até eu tinha uma cadeira de balanço na mesa em que trabalhava.
          Ser médica do interior soava lindamente para mim, como a sineta de recreio das escolas rurais. Fiquei com vontade de pendurar uma placa dizendo: CLARKE GRIFFIN– MÉDICA DO INTERIOR. Voltei a dar consultas em meu segundo mês em Martha’s Vineyard.

 

Emily Howe, 70 anos, bibliotecária, honrada integrante do grupo Filhas da Revoluão Americana, severa, firme e contra tudo o que houvesse acontecido a partir de 1900, mais ou menos. Diagnóstico: bronquite. Prognóstico: bom.

Dorris Lathem, 93 anos, viúva três vezes, teve 11 cachorros que morreram devido a complicações da idade, sobreviveu a um incêndio em casa. Saudável como um cavalo. Diagnóstico: velha senhora. Prognóstico: viverá para sempre.

Earl Chapman, pastor presbiteriano. Principal característica: sempre achava que estava certo. Diagnóstico: diarreia aguda. Prognóstico: possível reincidência do que o Criador deve considerar um acerto de contas.

 

Minha primeira lista de pacientes parecia conter as anotações de um poeta. Imaginei um médico caminhando pelas ruas de Vineyard no início do século XX, com o vento gelado soprando das colinas distantes, o leite congelando na entrada das casas ao lado de carrinhos de mão afundados na lama de inverno. Lá estaria ele, atendendo tarde da noite a um menino que caiu do trenó e feriu o braço e o orgulho.
           Aquilo era para mim. Apenas uns 10 quilômetros de água e 120 de estrada me separavam de Boston, mas eu agora estava vivendo uma fantasia que ficava a anos-luz da realidade de lá.
                                                                         Eu me sentia como se tivesse voltado para casa.


 

Aden,
 

Eu não fazia ideia de que o amor da minha vida estava aqui, só esperando por mim. Se fizesse, teria corrido direto para os braços da sua mama. Na mesma hora. Quando cheguei a Martha’s Vineyard, estava insegura sobre tudo, mas principalmente sobre onde me instalar. Dirigi pela ilha em busca de alguma coisa que dissesse “lar”, “você vai ficar bem aqui” ou “não precisa procurar mais”.

Há lugares lindos na nossa ilha, mas, embora eu a conhecesse bem, ela me parecia diferente daquela vez. Tudo estava diferente porque eu me sentia diferente. O lado oeste da ilha sempre foi especial para mim, porque passei muitos verões maravilhosos lá. Parecia um livro infantil ilustrado com fazendas e cercas, estradas de terra e penhascos. O leste era um turbilhão de mirantes, sacadas amplas, faróis e portos. Mas foi uma casa da virada do século com uma entrada para embarcações que conquistou meu coração. Ainda sou apaixonada por ela. É realmente um lar.

Precisava de reformas, mas estava preparada para o inverno. E eu me apaixonei à primeira vista, ao primeiro cheiro, ao primeiro toque. Vigas robustas – que um dia serviram de apoio aos barcos que eram guardados ali – cruzavam o teto. No andar de cima, acabei instalando portinholas para deixar o sol entrar formando círculos de luz. Tive de pintar as paredes de azul, porque todo o andar de baixo se abria para o mar, com grandes portas de correr que traziam para dentro tudo o que pudesse estar do lado de fora.
          Você pode imaginar como era, Aden, viver praticamente na praia desse jeito? Meu corpo e minha alma, cada pedaço de mim sabia que eu tinha tomado a decisão certa. Até meu lado racional estava de acordo. Eu agora morava entre Vineyard Haven e Oak Bluffs. Às vezes trabalhava em casa ou visitava pacientes. O restante do tempo, atendia no hospital de Martha’s Vineyard ou no pequeno pronto-socorro de Vineyard Haven, onde também fazia meu acompanhamento cardiológico.
           Exceto por Gus, ficava sozinha, levando uma vida solitária, mas me sentia feliz a maior parte do tempo.
                               Talvez fosse porque na época não fizesse ideia do que estava perdendo: sua mama e você.

 

Aden,

Eu estava voltando do hospital de carro quando ouvi um barulho estranho. O que era aquilo? Pssssss...
             Tive que parar no acostamento e descer do meu Jeep para dar uma olhada.
             Ah, que ótimo. Um pneu do lado direito estava completamente vazio. Eu até poderia trocá-lo – se não tivesse tirado o estepe para dar espaço para todas as minhas coisas na mudança. Peguei o celular e liguei para o posto de gasolina, furiosa comigo mesma por precisar chamar alguém. Um cara atendeu e me tratou com certo paternalismo. Outro cara viria consertar o pneu furado. Isso fez com que me sentisse “uma mulherzinha”, algo que eu detestava. Eu sabia trocar pneu perfeitamente bem. Tenho orgulho da minha autossuficiência e independência. E da boa e velha teimosia.
           Estava encostada na porta do lado do carona, fingindo admirar a paisagem e tentando aparentar para os carros que passavam que era esse o motivo da minha parada, quando um carro estacionou bem atrás do meu.E não era do posto de gasolina, com certeza. A menos que eles tivessem mandado um Jaguar conversível.

“Está precisando de ajuda?”, perguntou um homem. Ele já estava caminhando em direção ao meu carro e, sinceramente, eu não conseguia tirar os olhos dele.
     

“Não, obrigada... liguei para o posto. Vão chegar logo. Obrigada, mesmo assim.”

Havia algo familiar nele. Fiquei me perguntando se havia cruzado com ele em alguma das lojas da ilha. Ou quem sabe no hospital.
Mas ele era alto e bonito. Imaginei que me lembraria. Tinha um sorriso simpático e tranquilo, além de um jeito descontraído.

 

“Posso trocar o pneu”, ele se ofereceu, e de alguma forma conseguiu não soar paternalista quando disse isso. “O modelo do meu carro é sofisticado, mas eu, na verdade, não.”

 

“Obrigada, mas tirei o meu estepe para ganhar espaço para coisas mais importantes, como meu aparelho de som e minha coleção de castiçais antigos.”

Ele riu... e foi tão familiar. Quem era ele? De onde eu o conhecia?

 

“Mas fico lisonjeada”, continuei. “Um homem num conversível reluzente disposto a trocar um pneu para mim...”

Ele riu de novo – uma risada simpática. Muito familiar.
 

“Ah, ‘eu sou vasto... contenho multidões’.”

 

“Walt Whitman!”, eu disse, e então me lembrei de quem ele era. “Você fazia isso o tempo todo, citar Walt Whitman. Bell?”

 

“Clarke Griffin! Eu tinha quase certeza de que era você.”

Ele ficou muito surpreso de cruzar comigo desse jeito depois de tanto tempo. Devia fazer quase 15 anos desde a última vez que tínhamos nos visto.
           Bellamy Blake estava ainda mais bonito do que eu me lembrava. Tinha 28 anos e o passar do tempo havia lhe feito bem. Era magro, com cabelos pretos encaracolados e um sorriso encantador. Estava ótimo. Ficamos conversando no acostamento. Ele havia se tornado advogado e também negociava obras de arte. Tive que rir quando ele me disse isso. Bell costumava brincar que jamais se tornaria um homem de negócios.

Ele não se surpreendeu quando soube que eu era médica. O que o espantou foi o fato de eu não estar com alguém, de ter voltado para Martha’s Vineyard sozinha. Ficamos ali, falando de nossas vidas. Ele era divertido, bom de conversa. Na época em que namorávamos, Bell tinha 18 anos e eu, 16. Foi o último ano em que meus avós alugaram uma casa de veraneio na ilha, mas eu evidentemente nunca me esqueci dela ou de seus muitos encantos. Sonhava com o mar e as praias de lá desde que me dava por gente.

Acho que ambos ficamos um pouco decepcionados ao ver o guincho amarelo parando atrás de nós. Sei que eu fiquei. Pouco antes de me virar para ir embora, Bell resmungou algumas palavras sobre como aquilo havia sido legal – o meu pneu furado. Então me perguntou o que eu ia fazer no sábado à noite.

Acho que fiquei vermelha. Sei que fiquei.

 

“Você está me convidando para sair?”

 

“Sim, Clarke, estou. Agora que encontrei você de novo, quero ver você de novo.”
 

Eu disse que adoraria sair com ele no sábado. Meu coração estava batendo forte, o que interpretei como um ótimo sinal.
 


Notas Finais


Desculpem qualquer erro ;) and
May we meet again.


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