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História Clarke's Diary For Aden. - Coisas ruins acontecem às vezes, Aden. Só as vezes...


Escrita por: craxygemini

Capítulo 9 - Coisas ruins acontecem às vezes, Aden. Só as vezes...


Fanfic / Fanfiction Clarke's Diary For Aden. - Coisas ruins acontecem às vezes, Aden. Só as vezes...

 

Coisas ruins acontecem, Aden.

Às vezes, sem o menor sentido. Às vezes, de forma injusta. Às vezes, isso é simplesmente uma droga. A caminhonete vermelha entrou na esquina a quase 100 quilômetros por hora, mas a coisa toda pareceu acontecer em câmera lenta.

Gus estava atravessando a rua, indo para a praia, onde gosta de correr e latir para as gaivotas. Foi um azar. Eu vi tudo. Tentei gritar para que ele parasse, mas foi tarde demais.

A caminhonete fez a curva em disparada. Quase pude sentir o cheiro da borracha dos pneus quando eles derraparam no asfalto quente. Então vi o lado esquerdo do para-choque atingir Gus.

Mais um segundo e ele teria escapado. Se a caminhonete estivesse andando menos 10 quilômetros por hora, não o teria atropelado. Ou quem sabe se o Gus fosse mais ágil, uns dois anos mais jovem, isso não tivesse acontecido.

Foi uma coincidência irrevogável e apavorante.

Gus ficou estirado na beira da estrada. Foi muito triste. Segundos antes, ele estava correndo em direção à água, tão despreocupado e indefeso.

 

“Não!”, gritei.

 

A caminhonete parou e dois homens de 20 e poucos anos com a barba por fazer desceram dela. Os dois usavam bandanas coloridas. Ficaram olhando para o que haviam feito.

 

“Desculpe, eu não vi”, gaguejou o motorista, agarrando a própria calça jeans enquanto olhava para o pobre Gus.

 

Eu não tinha tempo para discutir, para gritar com ele, para pensar. Precisava conseguir socorro para o Gus. Joguei minhas chaves para o motorista.
 

 

“Abra a porta de trás do meu Jeep”, gritei enquanto pegava Gus no colo cuidadosamente. Ele estava mole e pesado, mas ainda respirava, ainda era o Gus. Então o deitei na parte de trás do carro. Estava frágil, ensanguentado, e seus olhos doces e familiares estavam distantes. Ele olhou para mim e ganiu de dor. Meu coração ficou em pedaços.

 

“Não morra, Gus”, sussurrei. “Aguente firme, garoto”, pedi, já saindo com o carro. “Por favor, não me deixe.”

 

Liguei para Lexa do celular e ela foi se encontrar comigo no veterinário. A Dra. Pugatch atendeu Gus na mesma hora, talvez por ter visto o desespero em meu rosto.

 

“A caminhonete veio rápido demais, Lexa”, eu disse a ela, lembrando cada detalhe da cena.

 

Lexa ficou ainda mais furiosa do que eu.

 

“É aquela porcaria de curva. Fico preocupada toda vez que você sai. Preciso fazer uma entrada de carro do outro lado da casa para você poder ver a rua.”
 

 

“Isso é horrível. Gus estava comigo quando...”

 

Parei de falar. Ainda não havia contado a Lexa sobre o infarto. Gus sabia, mas Lexa, não. Eu precisava contar logo.
 

 

“Calma, está tudo bem, Clarke. Vai ficar tudo bem.”

 

Lexa me abraçou e, embora não estivesse tudo bem, era o melhor que poderia ficar naquele momento. Afundei no peito dela e fiquei ali. Então senti que Lexa estava tremendo um pouco. Ela e Gus também eram amigos. Lexa havia assumido extraoficialmente a maior parte das brincadeiras de bola com Gus.

A veterinária voltou duas horas depois. Parou diante de nós e pareceu levar uma eternidade para começar a falar. Agora eu sabia como meus pacientes se sentiam quando eu hesitava ou não conseguia encontrar as palavras. Os rostos deles aparentavam calma, mas sua expressão corporal revelava o oposto. Eles só queriam ter o alívio de receber boas notícias, apenas boas notícias.
 

 

“Clarke, Lexa...”, a Dra. Pugatch disse afinal. “Sinto muito. Sinto muito, muito mesmo. Gus não sobreviveu.”
 

 

Caí no choro e meu corpo começou a tremer incontrolavelmente. Gus sempre estivera ao meu lado. Era meu melhor amigo, meu companheiro, meu parceiro de corrida, meu confidente. Nós estávamos juntos havia 14 anos.

Coisas ruins acontecem às vezes, Aden.

Lembre-se sempre disso, mas lembre também que é preciso seguir em frente de alguma maneira. A gente levanta a cabeça, olha para alguma coisa bonita, como o céu ou o mar, e segue em frente, caramba.

 

Aden,

No dia seguinte, recebi uma carta inesperada.

Não sei o motivo, mas, em vez de abri-la e ler logo o que trazia, só fiquei parada me perguntando por que Lexa Woods havia enviado uma carta quando poderia facilmente me telefonar ou ir à minha casa.

Fiquei imóvel diante da velha caixa de correspondência amarelada da entrada de carros. Então abri a carta com cuidado e a segurei com força para que não fosse levada pelo vento.

Em vez de tentar parafrasear o que a carta dizia, Aden, vou incluí-la no diário.

 

"Querida Clarke,
Você é uma explosão de cravos num quarto escuro.
Ou o aroma inesperado do pinheiro a milhas de distância do Maine.
Você é a lua cheia que dá sentido à meia-noite.
E a explicação da água
Para os seres vivos.
Você é uma bússola,
uma safira,
um marcador de livros.
Uma moeda rara,
uma pedra lapidada,
uma bola de gude azul.
Você é um saber antigo,
uma pequena concha,
uma moeda de prata.
Você é um quartzo precioso,
uma caneta-tinteiro
e a corrente de um relógio preferido.
Você é um cartão de dia dos namorados
gasto, amado e relido centenas de vezes.
Você é a face de um herói celebrado por muitos
estampada numa medalha antiga.
Você é mel
e canela
e especiarias das Índias
perdidas pelo barco
que um dia foi de Marco Polo.
Você é uma rosa guardada,
um anel de pérola,
e uma garrafa vermelha de perfume
encontrada perto do Nilo.
Você é uma alma velha de um lugar antigo,
de mil anos, séculos e
milênios atrás.
E você percorreu todo esse caminho
só para que eu pudesse amar você.
Eu amo.

-Lexa"

 

O que posso dizer, Aden, que a sua boa e querida mama não tenha dito melhor? Ela é uma escritora impressionante e nem sei se ela sabe disso.

Eu a amo muito.

Quem não amaria?

 

Aden,

Liguei para Lexa bem cedo no dia seguinte, assim que tive coragem, perto das sete da manhã. Eu estava acordada desde pouco depois das quatro, pensando que precisava ligar para ela. Cheguei a ensaiar o que devia dizer e como. Não sei ser desonesta nem manipular as pessoas e isso às vezes me deixa em desvantagem.

Seria difícil. Seria impossível.

 

“Oi, Lexa, é a Clarke. Espero não estar ligando cedo demais. Você pode vir aqui em casa hoje à noite?” Foi tudo o que consegui dizer.
 

 

“Claro que posso. Na verdade, eu ia ligar e convidar você para sair.”
 

 

Lexa chegou pouco depois das sete da noite. Estava usando uma camisa xadrez azul e saia azul-marinho, algo bastante formal para ela.
 

 

“Quer dar uma caminhada na praia e ver o pôr do sol comigo, Clarke?”

Era exatamente o que eu queria fazer. Ela leu a minha mente.

Assim que atravessamos a rua que dava na praia e pusemos os pés na areia ainda quente, eu disse:
 

“Podemos conversar? Preciso contar uma coisa.”
 

 

“É claro. Sempre gosto de ouvir o som da sua voz”, disse ela sorrindo.

 

Pobre Lexa. Eu duvidava de que ela fosse gostar do que estava por vir.
 

 

“Tem uma coisa que venho querendo contar já faz um tempo e fico sempre adiando. Nem sei direito como abordar o assunto.”

 

Ela segurou minha mão e a balançou gentilmente no ritmo dos nossos passos.
 

 

“Considere o assunto abordado. Pode falar, Clarke.”
 

 

“Por que você está tão arrumada hoje?”, eu me lembrei de perguntar.
 

 

“Porque tenho um encontro com a mulher mais especial de toda a ilha. É esse o assunto que você estava com dificuldade de abordar?”

 

Apertei a mão dela.
 

 

“Não exatamente. Não, não é. Muito bem, lá vai.”
 

 

“Agora você está me deixando assustada”, Lexa disse afinal.

 

“Desculpe”, sussurrei. “Desculpe. Lexa, pouco antes de eu me mudar para Vineyard...”

 

“Você teve um ataque do coração”, ela disse com a voz mais suave do mundo. “Quase morreu no Jardim Público, mas não morreu, graças a Deus. E agora estamos aqui e acho que somos duas das pessoas mais sortudas do mundo. Tenho certeza de que eu sou. Estou aqui segurando a sua mão e olhando para seus olhos azuis tão lindos.”

 

Parei de caminhar e fiquei encarando Lexa, sem acreditar no que estava acontecendo. O sol estava se pondo atrás dos ombros dela. Seria Alexandra um anjo?

 

“Há quanto tempo você sabe disso? Como soube?”, gaguejei.

 

“A ilha é pequena, Clarke. Soube antes de começar a trabalhar para você. Fiquei esperando encontrar uma velhinha de andador.”

 

“Eu usei mesmo andador por uns dois dias em Boston, depois da cirurgia. Então você sabia, mas nunca me contou.”

 

“Não achei que deveria. Sabia que você iria me contar quando estivesse pronta. Imagino que agora esteja, Clarke. E isso é muito bom. Nas últimas semanas, tenho pensado muito no que aconteceu com você e cheguei a uma conclusão. Quer saber qual?”

 

Segurei o braço de Lexa.
 

 

“Claro que quero.”

 

“Bom, eu não consigo parar de pensar coisas assim quando estamos juntas. Fico pensando em como tive sorte por você ter sobrevivido e nós podermos estar juntas neste dia, vendo o sol se pôr. Ou então me pego imaginando como fui abençoada por você não ter morrido e agora estarmos sentadas na varanda jogando cartas ou vendo uma partida qualquer de beisebol na televisão. Ou ouvindo Mozart ou até mesmo aquela música romântica cafona do Savage Garden de que você gosta. Não paro de pensar que cada dia e cada momento são incrivelmente especiais porque você está aqui, Clarke.”

 

Comecei a chorar e foi aí que Lexa me tomou em seus braços. Ficamos abraçadas na praia durante um bom tempo e eu não queria que ela me soltasse nunca mais. Nunca mesmo. Nós combinamos tão bem. Não parava de pensar: Este momento não é especial demais? Não fui eu quem foi abençoada?

 

“Clarke?”, ela sussurrou.

 

“Estou aqui, nos seus braços. Não vou a lugar nenhum.”

 

“Que bom. Quero que você esteja sempre aí. Adoro ter você nos meus braços. Agora tem uma coisa que eu preciso dizer. Clarke, eu te amo muito. Adoro tudo que tem a ver com você. Sinto saudade quando ficamos longe por algumas horas. Quando estou trabalhando, mal posso esperar para que a noite chegue e eu possa ver você. Venho procurando por você há muito tempo, só não sabia disso. Mas agora eu sei. Clarke, você quer se casar comigo?”
 

 

Eu me afastei um pouco e olhei nos olhos lindos daquela mulher maravilhosa que eu tinha encontrado ou que talvez tivesse me encontrado. Não conseguia parar de sorrir e o calor que se espalhou dentro de mim foi uma sensação incrível.
 

 

“Eu te amo, Lex. Também tenho estado à sua procura há muito tempo. Sim, eu quero me casar com você.”
 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! (Tadinho do Gus :"( ).
Altas emoções hein?! (ATÉ QUE ENFIM UHUUUL ~lê-se eu comemorando~)
May we meet again.


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