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História Clear Skies - Queda


Escrita por: lauraspecter

Notas do Autor


Olá girassóis!!!

Sumi, mas já voltei. As atualizações estão demorando mais por 2 motivos:

a) Minha inspiração resolveu sumir do mapa e fiquei bastante tempo sem conseguir escrever uma linha. Bloqueio criativo é real, acreditem.
b) Aulas. Minha faculdade saiu da grave e as aulas voltaram, então minha vida ta uma loucura.

Desculpem mesmo! Vou tentar não demorar muito com a próxima atualização, prometo! <3

105 favoritos!!!! Vocês são demais! Como de costume, MUITO obrigada por favoritarem, comentarem e afins. Isso me deixa extremamente feliz!

Esse capítulo temos um pouquinho sobre o lado do Robin. Espero que gostem <3

Capítulo 7 - Queda


Fanfic / Fanfiction Clear Skies - Queda

Robin observou a irmã colocar a última mala próxima a porta de seu apartamento. Era estranho vê-la partir após estarem juntos por tantos dias. Por mais que sentisse falta de sua rotina habitual, o loiro gostava de ter a irmã por perto, lhe trazia boas lembranças da infância quando ainda moravam na Inglaterra com seus pais. Contudo, ele sabia que a vida dela a esperava na grande e agitada Nova York. Seria injusto ele pedir para que ela permanecesse mais, apenas para o conforto dele, sabendo da grande oportunidade de trabalho que ela havia conseguido. Não é todo dia que você é chamada para ser modelo fotográfica de uma das principais grifes de roupa do mundo, afinal.

A mais nova também lamentava ter que deixar Boston e o irmão. Não apenas pelo fato dele ainda estar com o braço imobilizado, mas sim pela mudança que teria que enfrentar. Do dia para noite Robin perdeu a noiva, que vivia mais na casa dele do que na dela, e a partir do momento que a morena voltasse para a Big Apple, ele estaria sozinho. E talvez, fosse o primeiro momento que ele realmente sentiria o impacto da perda de sua companheira.

– Rob, você tem certeza? Eu consigo outros trabalhos depois. – perguntou novamente a mais nova, ainda aflita por ter que ir embora. O loiro deixou um sorriso aparecer em seus lábios, achando graça na preocupação excessiva da irmã.

– Ruby, – colocou a mão no ombro da morena. – fique tranquila. Eu já sou grandinho, sei me virar. – brincou, tentando mostrar que a partida dela não seria como o fim do mundo.

– Eu sei que você sabe, mas isso não muda o fato de que eu ainda estou preocupada. – suspirou, demonstrando-se realmente preocupada.

– Vai dar tudo certo. Eu garanto. E se não der, eu te aviso e a gente vê o que faz. Ok? – disse Robin, sendo pragmático. Não adiantava ficar imaginando o que poderia ou não acontecer. No momento, Ruby precisava partir, e ele teria que se adaptar. Fim da história.

– Tudo bem. – sorriu, convencida pelas palavras do irmão. – A gente vai se falando. E por favor, não deixe de cumprir as recomendações da doutora King. – advertiu, tentando colocar um semblante bravo no rosto.

– Sim, senhora. – o mais velho se divertiu, batendo contingência a fim de zombar com a irmã.

– Bobo. – mostrou lhe a língua – Não se esqueça também que eu iria no supermercado hoje porque tem várias coisas acabando, mas não deu tempo.

– Sem problemas. Eu vou mais tarde e peço para entregarem a compra. Não precisa se preocupar com isso. – sorriu, sem mostrar o dentes, e viu a irmã assentir.

– Sentirei saudades. – disse a morena enquanto abraçava Robin.

– Eu também. – respondeu, dando um beijo no topo da cabeça da mais nova. – Obrigado por tudo. – dessa vez ela que sorriu como resposta. Ela moveria rios e mares, de bom grado, pelo mais velho, era claro que ele não precisava lhe agradecer.

– Bom, vou indo, senão eu perco o trem. – falou, enquanto pegava as malas que estavam ao lado da porta do apartamento. – Eu te amo. – abraçou, mais uma vez, rapidamente o mais velho.

– Também te amo, Rubs. Boa viagem. – disse, encostado no batente da porta, observando a irmã descer as escadas.

A vida real estava prestes a começar, e Robin não sabia o que esperar desse novo momento.

xxx

O silêncio era incomum. Não chegava a incomodar, mas também não era muito acolhedor. Foi uma semana em um quarto de hospital, onde médicos e enfermeiros entram e saem vinte e quatro horas por dia, depois mais cerca de vinte e cinco dias com Ruby dentro de casa, não há dúvidas que silêncio era algo que Robin já havia desacostumado.

Assim que a irmã havia partido, Robin foi até seu quarto verificar se ela realmente havia pego todos os seus pertences. Descobriu em cima da mesa de cabeceira um par de brincos da mais nova, e sabendo que não compensaria para ela voltar para buscar naquele momento, resolveu guarda-lo em um local seguro. Optou pela caixa de relógios de pulso que ficava dentro de seu guarda-roupa e assim que abriu a porta do móvel, afim de pegar o caixa, observou pela primeira vez como o interior estava diferente. Espaço, certamente havia mais espaço dentro da mobília. As lacunas vazias foram como um tapa em seu rosto. A partir de agora, aquela seria a realidade dele. As coisas de Marian ocupavam o lugar que agora estava vago. Quando Ruby ainda estava ali, as roupas e acessórios da irmã ainda preenchiam um pouco o lugar, para que não ficassem tudo dentro de uma mala, entretanto, Ruby havia ido embora, e com ela, seus pertences. Mas o espaço permanecera.

Ainda atônito pelo choque de realidade, Robin sentou-se no puff que ficava aos pés de sua cama de casal, de frente para o guarda-roupa. Seus olhos estavam fixos ao vazio no interior do móvel e ele sentiu um nó surgir em sua garganta. Os pertences de Marian não estavam mais ali. Marian não estava mais ali. O fim, tão desejado nos últimos meses, havia finalmente chegado, porém, muito diferente da forma com que ele havia previsto.

O correto seria o término, porque era certo que o relacionamento deles não tinha futuro, e cada um seguir a sua vida, felizes, como deveriam ser. Mas para Marian não fora assim. O destino, não ele, nem ninguém, havia lhe roubado essa possibilidade. Não parecia justo, entretanto, não havia nada que ele pudesse fazer para alterar o que já havia ocorrido.

Ainda assim, a ardência em seu globo ocular denunciava que as lágrimas estavam para emergir. Sem Ruby presente, agora seria apenas ele. Desde que haviam ficado noivos, há aproximadamente sete meses, Marian havia adotado o apartamento de Robin como seu lar também, e acabava ficando mais lá do que em seu próprio, portanto, era difícil o dia em que Robin dormia sozinho, sem a companhia da noiva. No início era maravilhoso tê-la por perto, mas com o desgaste da relação deles se aflorando pouco a pouco, o convívio tornou-se turbulento demais.

Marian não era má pessoa, de forma alguma. A mulher magra, de pele morena e cabelo com largos cachos na ponta era encantadora e fazia de tudo para estar próxima de quem ela gostava. O infortúnio na vida da jovem moça havia sido o destino, desde sempre. Aos doze anos ela perdeu os pais em um acidente automobilístico e subitamente viu-se obrigada a morar com sua tia, que até o momento vivia no Chile, a qual ela tinha um contato mínimo. A mulher rabugenta odiava ter que viver nos Estados Unidos, e a menina odiava viver com alguém que ela não conhecia. Havia sido assim, até Marian entrar na faculdade e sua tia julgar que ela já era grande o suficiente para viver sozinha, voltando para seu país de origem. Marian era tímida e não fazia amizades tão facilmente, com a perda dos pais, essas características haviam ficado ainda mais evidentes, tornou-se solitária. Contudo, quando a moça se aproximava de alguém, além de tentar agradar ao máximo, fazia-se estar sempre presente, próxima. E justamente essa característica havia sido a barreira entre ela e Robin.

Por estar sempre sozinha, ela jogou-se por completa no relacionamento com o advogado. E ele, atraído por um desejo carnal, sucumbiu as investidas da moça. A diferença é que Marian via a necessidade de estar com o homem na maior parte do seu tempo, temendo não aproveitar o máximo que pudesse ao lado dele e futuramente ele sair de sua vida de repente, assim como havia ocorrido com seus progenitores. Entretanto, Robin era uma pessoa livre. De espírito e alma. Gostava de lugares abertos, ar livre, independência... E foi nesse quesito que a batalha começou. A carência de Marian a fazia querer estar com Robin constantemente, e ele sentia-se aprisionado dentro de sua própria vida. Satisfações eram exigidas a todo momento. Onde? Como? Com quem? Aquilo não era vida para ele. Era necessário dar um basta, mas, apesar de tudo, existia amor. E esse sentimento tão profundo era o que ainda lhes conectava, mesmo que fosse por um único fio, desgastado demais, frágil e prestes a arrebentar... Ainda assim era amor.

As lágrimas escorriam pelo semblante triste do homem. Um término de relacionamento nunca é algo fácil, mas sem a menor sombra de dúvidas, a morte é ainda pior. O que restaria de Marian seriam boas lembranças, pois não fazia sentido ele guardar as memórias ruins. Levantou-se do puff e foi até a prateleira que ia do teto ao chão, localizada de frente para a lateral esquerda da cama, na mesma parede em que estava a porta do quarto. No grande móvel de madeira escura, assim como toda a mobília do quarto, ficavam alguns livros pessoais, objetos de decoração e poucos porta-retratos. Pegou o único que havia uma foto com a noiva. A fotografia fora tirada poucos meses após o início do relacionamento deles, em um show de uma banda que ela era fã e ele mal conhecia. Ainda assim, eles estavam abraçados e sorrindo. A felicidade genuína da mulher de pele castanha era perceptível através do olhar tão radiante que ela apresentava. Robin sorriu em meio as lagrimas. O sorriso dela era belo, lhe agradava, mas há quanto tempo Marian não sorria daquela forma?  Suspirou profundamente. Antes mesmo da morte da noiva, mesmo com o amor, o fim já havia chegado. E eles tinha o conhecimento sobre o fato, mas ele não admitia isso. Marian também não. Teimosos.

Robin colocou o porta-retratos no local de origem e deitou-se em sua cama, deixando as pernas para fora do colchão, encarando a estante a sua frente. Passou a mão livre do gesso pelo rosto buscando limpar o rastro que as lágrimas haviam deixado. Fechou os olhos, deitou-se na cama e deixou a mente vagar pelas lembranças positiva dos últimos vinte e dois meses que passou com Marian. Alguns minutos depois, quando a paz retornava ao seu pensamento e a seu peito, Robin foi entregando-se a exaustão causada pelos sentimentos e as pálpebras ficaram pesadas demais para manterem-se abertas. O sono abraçou o homem, e ele ali ficou.

xxx

Robin acordou desnorteado, sem saber que horas eram. Ele havia deitado na cama e acabou adormecendo quando ainda era dia. No momento em que despertou, o quarto estava escuro, indicando que a noite já havia caído. Ele havia adormecido, por sabe-se lá quantas horas, na mesma posição que havia deitado previamente, com as pernas para fora do colchão, e ainda assim, seu sono havia sido bastante confortável.

Sentou-se na cama e se espreguiçou. Coçou os olhos com a mão e só então focou no relógio que ficava na mesa de cabeceira do quarto, que marcava aproximadamente dez para sete da noite. Ele havia dormido quase a tarde toda, o que lhe gerou espanto, pois não era algo que era de sua natureza fazer.

Ainda sentando na cama, ouviu seu estômago reclamar e percebeu que a fome estava realmente grande. Optou por ir comer antes que a fome aumentasse ainda mais. Saiu de seu quarto, que ficava no fim de um pequeno corredor que ligava o cômodo a sala, onde também havia a porta de seu escritório e um banheiro social. A sala do apartamento em formato de “L” era bem espaçosa, com carpete de cor clara no chão e a maioria das paredes em um tom próximo ao cinza, também claro. Na parede onde ficava a televisão, um papel de parede, que imitava perfeitamente tijolinho, a vista, dava ao local um toque mais rústico, contrabalanceando com a decoração em estilo mais clássico. A cozinha ficava interligada a sala, pois era no estilo de cozinha americana, e tinha os móveis em tons escuros e eletrodomésticos cinza. Quem olhasse o apartamento pela primeira vez, já imaginaria que o dono era um homem, devido ao estilo da decoração.

Abrindo a porta da geladeira, o loiro viu que a irmã não havia mentido quando disse que era preciso ir ao supermercado, estava deveras vazia. Depois de algumas tentativas frustradas em abrir potes e encontra-los vazios, Robin optou por comer torradas com geleia e tomar um café, que fez em sua máquina expressa. Assim que alimentado, voltou ao quarto, pegou seu celular e conversou um tempo com a irmã, que havia lhe informado que já havia chegado a Nova York. Era quase oito da noite quando resolveu tomar um banho, antes de ir ao supermercado, pois além de sentir-se cansado de ficar em casa, ele precisava repor o estoque de alimentos de seus armários.

xxx

Por sorte, o supermercado era próximo da casa do loiro, aproximadamente dez minutos a pé, portanto, não era muito mais de oito e meia quando ele chegou ao local. Devido ao braço imobilizado e a quantidade de coisas que precisaria comprar, optou por pegar um carrinho pequeno para acomodar as compras. Mas, ainda assim, não era muito fácil guiar um carrinho de supermercado com uma mão apenas. Robin bufou, fazer comprar seria mais difícil do que ele havia previsto.

Demorou um certo tempo até ele conseguir melhorar seu controle sobre o veículo. Ele passou pelos primeiros corredores do supermercado ainda com algumas dificuldades, mas aos poucos foi se acostumando.

Assim que pegou tudo o que necessitava na parte de higiene pessoal do mercado, o advogado andou com seu carrinho ao fim do corredor, para poder adentrar em outro. Mas, quando estava próximo ao limite do mesmo, sua dificuldade em manusear o veículo do mercado fez-se novamente presente, e o carrinho acabou colidindo com um aglomerado promocional de fraldas infantis localizado na extremidade do corredor, fazendo vários pacotes da mesma caírem ao chão, desmoronando a pilha que estava feita. Com o barulho, a atenção das pessoas próximas ao local voltou-se totalmente a ele, e o loiro pode sentir suas bochechas adquirirem um tom mais rosado.

– Merda – esbravejou, em um tom baixo.

Sem encarar ninguém que estava próximo, o homem abaixou-se para pegar os pacotes que estavam ao chão, e observou, mais a frente, alguém fazer o mesmo. A tipoia no braço lhe impossibilitava de pegar a quantidade de pacotes de uma só vez que desejava, e ele viu-se obrigado a fazer um trabalho de formigas, buscar uma embalagem por vez.

Quando estava de costas, pegando um volume que havia caído mais longe da pilha, ouviu alguém dizer:

– Pronto, senhor! Esses são os últimos. – disse a voz feminina, de maneira doce para o servidor do mercado.

Robin resgatou o último pacote do chão, e virou-se, ficando de frente com o funcionário do supermercado que havia chego ao local a pouco e a dona da voz, que ele julgara ser a pessoa que havia o ajudado a recolher os volumes de fraldas do piso. E para a surpresa do loiro, a pessoa que havia o ajudado não era apenas a dona da voz doce, e poderosa, era a dona do par de olhos castanhos que haviam lhe chamado a atenção desde o primeiro momento em que os vira. Era aquela que ele havia desrespeitado injustamente, mas que havia aceitado seu perdão. Regina Mills.

A médica parecia tão espantada quanto o loiro. Os olhares permaneceram fixos um ao outro, e ambos estavam imersos em um misto de surpresa e vergonha. A vida é realmente estranha... Quem imaginaria, que em um corredor qualquer de um supermercado, os caminhos deles novamente se cruzariam? Procurando amenizar o constrangimento da situação, Robin resolveu agradecer.

– Obrigado pela ajuda, doutora Mills. – cordialmente sorriu, deixando visível as belas covinhas de seu rosto, e estendeu a mão como forma de cumprimento à morena.

– Não há de que, senhor Locksley. – disse Regina, com um meio sorriso, apertando a mão do homem. – Você precisa de ajuda? Quero dizer, não deve ser fácil fazer compras com um dos braços imobilizados... – a morena espantou-se por ser tão solicita ao loiro, visto que da última vez que haviam se visto ela queria bater nele com as flores.

– Não, imagina! – respondeu apressadamente. – Eu estou me virando bem. – mentiu Robin, sorrindo.

– Tenho certeza que o moço que está até agora arrumando as fraldas não concorda com você. – disse a médica sorrindo, levantando as sobrancelhas, demonstrando saber que Robin estava mentindo. Ela viu o loiro abaixar a cabeça por alguns segundos, dando uma risada verdadeira, passando a mão que não estava imobilizada na parte de trás de sua cabeça. Era visível o quão envergonhado ele estava, e Regina não pode deixar de achar fofa a cena a sua frente.

– Certo. – disse sem jeito, tentando conter o riso. – Você me pegou. Está sendo um desastre andar com esse carrinho.

– Jura? Nem imaginei. – provocou-o, com um sorriso nos lábios. - Se você quiser, eu levo o carrinho para você, estou só com a minha cestinha mesmo. – apontou para a cesta de plástico que estava próxima de seus pés.

– De maneira alguma, doutora Mills. Eu não quero incomoda-la. – Robin disse, negando com a cabeça.

– Mas quer incomodar os coitados dos funcionários em fim de expediente? Deixa de bobeira, Locksley. – falou a morena, enquanto pegava sua cesta e colocava dentro do carrinho do loiro, depois, segurando as mãos no guidão do veículo. – Pronto, eu levo carrinho e você tenta terminar suas compras sem deixar esse lugar uma bagunça.

– Okay... – aceitou o loiro, vendo que Regina não mudaria de ideia. – Obrigado.

Quando se cruzaram, ambos já estavam finalizando a compra, portanto não havia muito mais coisas que precisavam pegar. Eles andavam lado a lado pelos corredores, mas as palavras eram poucas. Eles não sabiam ao certo como agirem. Regina sabia que estava sendo solidária a Robin, mesmo com o passado deles não sendo dos melhores. Em contrapartida, o ato da médica fez com que a culpa do loiro, mesmo que ela já houvesse dito que o perdoava, ficasse ainda maior. Poucas pessoas se ofereceriam para ajudar alguém que lhe tratou mal, e isso fez com que ele a admirasse.

Menos de vinte minutos depois do ocorrido com as fraldas, eles haviam pego tudo o que precisavam e se dirigiram ao caixa do estabelecimento. Regina passou sua compra primeiro, e colocou os poucos itens que comprara na sacola de papel pardo. Assim que terminou, começou a auxiliar a empacotar os produtos comprados pelo loiro.

– Eu quero que entregue a compra, por favor. – disse Robin a atendente do caixa do supermercado, enquanto passava a compra feita por ele.

– Tudo bem, senhor. Vou chamar o moço para pegar seus dados, mas devido ao horário as compras serão entregues apenas amanhã. – respondeu educadamente a senhora de cabelos grisalhos e óculos pontudos que estava no caixa.

– Locksley, eu não sei onde você mora, mas não deve ser muito longe daqui. Eu estou de carro, te deixo na sua casa e você já leva as compras hoje. – disse Regina, enquanto preenchia a sacola com os itens comprados.

– Não, Mills, de forma alguma. Você já me ajudou o suficiente. – negou Robin, colocando os últimos itens na esteira. A morena revirou os olhos. Por que ele precisava ser tão teimoso?

– Eu estou oferecendo, não estou? Para de relutar e aceita logo. Vai ser muito mais fácil para você. – a irritação já estava presente na voz da morena, e ela o encarava séria.

– Você deve estar cansada, trabalhou o dia todo. – supôs o loiro – Não precisa, de verdade.

– Amanhã eu estou de folga, vou descansar o suficiente. – respondeu – Moça, ele vai levar as compras agora. – disse Regina a atendente, que olhou para Robin buscando uma confirmação.

– Eu vou levar as compras agora. – repetiu o loiro, fazendo brotar um sorriso vitorioso no rosto da morena.

xxx

Assim como Regina havia previsto, Robin não mora distante do supermercado, e consequentemente, nem longe da casa dela. Eles estavam dentro do veículo, mais uma vez em silêncio. As poucas palavras que eram ditas, era Robin guiando a morena até sua casa. Devido ao horário, as ruas estavam vazias, fazendo com que rapidamente eles chegassem ao endereço do loiro.

O prédio de Robin ficava na esquina entre uma rua movimentada e uma pequena e pacata que dava para uma alameda paralela ao Rio Charles. Regina já havia passado em frente ao local muitas vezes, visto que era o caminho habitual que fazia para ir ao supermercado que eles haviam acabado de sair. Ela nunca imaginou que Robin pudesse morar ali, não que ela imaginasse muitas coisas sobre ele.

– Eu realmente não sei como agradecer, doutora Mills. – o loiro disse, assim que ela parou o carro.

– Não precisa agradecer agora. Como você pretende levar essas compras de uma só vez lá pra cima? – o questionou, colocando novamente o sorriso nos lábios, tentando deixar claro que ela planejava auxilia-lo.

– Ah, não! Você já fez demais. Não vou deixar que você carregue minhas compras escada acima por quatro andares. – falou, assim que percebeu as intenções da médica.

– Ah, claro... Você só consegue carregar uma sacola por vez, e você possui quatro delas. E eu tenho que ficar esperando você subir e descer quatro vezes? Vou sair daqui amanhã, desse jeito, Robin Locksley. – ela sabia que pela lógica, se ele quisesse que ela realmente fosse para casa descansar, seria mais fácil ela o ajudar. Ele semicerrou os olhos, encarando-a, observando o sorriso presunçoso nos lábios da morena. Ela estava certa e ele odiava admitir isso.

– É a última ajuda que eu aceito sua, só para deixar bem claro. – ela soltou uma risada espontânea, curvando um pouco a cabeça para trás e quase fechando os olhos. Por um breve instante, Robin a observou, também sorrindo, achando graça na forma que ela gostava de estar certa. – Vamos? – perguntou, assim que ela controlou seu riso.

– Vamos. – disse, abrindo a porta do carro.

Rapidamente eles ajeitaram as sacolas. Robin ficou com a mais pesada, apesar da Regina insistir que conseguiria levar. Ela ficou com as duas mais leves, e encaixou a quarta, e mais vazia, dentro de uma das que estava segurando. Robin perguntou durante todo o breve percurso se ela precisava de ajuda, e ela negava, pois realmente as compras não estavam tão pesadas.
Ao chegarem no quarto, e último andar, pararam em frente a porta do apartamento do loiro. Ele deixou a sacola que carregava ao chão, e pegou a chave no bolso traseiro de sua calça jeans. Abriu a porta e entrou, pois imaginou que ela não gostaria de entrar primeiro no apartamento de um “desconhecido”.

– Entre. – disse o loiro, sorrindo, parando ao lado da porta.

– Com licença. – timidamente falou a morena.

– Pode colocar as sacolas nessa mesa ao lado da bancada da cozinha. – falou Robin, vendo a morena depositar as sacolas no local indicado segundos depois. Regina voltou a sala, e viu que a sacola que Robin havia colocado no chão, para poder abrir a porta, ainda estava lá. E ela percebeu que uma vez que não haviam alças, seria difícil para ele pegar. Rapidamente ela buscou a sacola restante e colocou junto com as outras, nem dando tempo de Robin dizer que não era necessário, mesmo sendo.

– Prontinho, tudo resolvido. – ela disse, parada entre a sala e a cozinha, sem saber ao certo como agir.

– Eu não sei nem como te agradecer, Mills. – falou, parado em frente a médica.

– Não foi nada, Locksley. – sorriu brevemente. – Bom, eu vou indo.

– Você não quer comer ou beber alguma coisa? Digo... É o mínimo que posso fazer depois de tanta ajuda.

– Não, muito obrigada, senhor Locksley! – agradeceu cordialmente, dando poucos passos em direção a porta.

– Eu que agradeço. E repito, pode me chamar de Robin. – disse sorrindo, vendo Regina fazer o mesmo.

– Até mais, Robin. – fez um breve aceno com a mão, saindo do apartamento.

– Até mais, doutora Mills. – ele disse, e viu ela parar antes de descer as escadas.

– Robin, – virou-se para ele, sorrindo – pode me chamar de Regina. –  ele lhe respondeu com um sorriso ainda maior. Sem que eles percebessem, novamente os olhares deles estavam se cruzando. Relutante em pôr um fim ao contato tão intenso de suas orbes, Regina acenou novamente, antes de virar-se e descer as escadas, deixando um Robin estático, sorrindo, encostado no batente da porta de seu apartamento
 

 


Notas Finais


Ai esses dois acabam comigo hahaha O que acharam?

Só pra avisar, eu fiz um thread de Clear Skies no meu twitter (https://twitter.com/specterparrilla/status/790659018561818624), ou seja, tudo que eu for postar da fic eu citarei esse primeiro tweet, então tudo fica nessa listinha e é mais fácil de acompanhar.

Quem quiser falar cmg: @specterparrila
Espero que tenham gostado, nos vemos no próximo! Beijocas amores.


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