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História Clementine - Capítulo 2 - Os Homens de Preto me visitam.


Escrita por: Duda_104

Capítulo 3 - Capítulo 2 - Os Homens de Preto me visitam.


— Iaí, Clemmy? — chamou a voz. Era uma voz masculina e bem grossa, dito em um tom brincalhão. 

Por uma fração de segundos, planejava correr dali. Mas sou agarrada pela camisa por trás. D.G. me virou de frente para ele. Um sorriso estava estampado no seu rosto. Do seu lado esquerdo, estava uma garota mais ou menos da sua altura. Sua blusa cinza sem manga deixavam a mostra seus músculos duros nos seus braços finos. Seu cabelo loiro liso a deixava com um toque mais feminino, assim como os seus olhos azuis. E do lado direito, tinha o seu primo de segundo grau. Seus cabelos também eram loiros, mas a diferença é que os seus olhos eram castanhos escuros. Ele também estava com uma blusa cinza sem mangas, deixando a mostra os seus músculos. 

— Sabe que horas são? — perguntou D.G. Eu suspirei, cansada daquela desse matinal.  

— 10:30! — a garota ao seu lado, chamada de Lizzie, falou alegremente e em um tom maligno. 

— Hora do armário! — afirmou o outro garoto, Tresh. 

Antes de D.G. empurrar-me para o armário, me debati. 

— Sai fora, D.G.! — D.G. me ignorou e m empurrou em direção ao armário, que estava aberto, mas me segurei nas bordas do armário. 

— Vai logo, sua idiota! — disse D.G. 

Aquilo fora o suficiente para eu dar uma tentativa de soco em D.G. Mas não foi muito forte, comparado a ele. Tentei fugir, mas Lizzie me agarrou pelo meu casaco xadrez, me fazendo voltar. 

O resultado fora eu sendo jogada para dentro do armário. Suspirei longamente, deixando que a minhatesta batesse de leve na porta do armário. Era isso que sempre acontecia as 10:30. D.G., Lizzie e Tresh me visitam no meu armário e me colocam no mesmo. Foi desse jeito que perdi a sua claustrofobia. Se tornara uma rotina para mim. E seria maluquice alguém como eu — mesmo sendo alta, mas com corpo muito magro, braços bem finos, com uma força média e que não é muito rápida. — enfrentar alguém como D.G., Lizzie e Tresh — fortes, com corpos musculosos, rápidos e ágeis, faixas pretas em karatê e bons em Kung Fu. Eu já tentara inúmeras vezes, mas eu preferia ainda não ter um olho roxo. 

Poucos minutos depois, alguém abre o meu armário. 

— Obrigado, Stan. — agradeci, saindo do armário e se deparando com a minha mochila e as minhas coisas jogadas no chão. 

— Não tem de quê, Clem. — disse o faxineiro daquele corredor. — Já está mais do que na hora de alguém enfrentar esse trio, não acha? 

— Quando eu virar uma lutadora de UFC, eu enfrento eles. — falei, pegando tudo do chão. 

— Para enfrentar seus inimigos, exige mais do que força e agilidade. 

— E como eu farei isso se nem tenho essas duas coisas? 

Stan ficou alguns segundos em silêncio, enquanto o seu crachá no seu roupão reluzia a luz do corredor, com os nomes escrito: Stan Lee. Ele se deu por vencido. 

— É. Aí você já vai estar encrencada. — concordou ele, empurrando o seu carrinho com os seus materiais de limpeza para longe. 

*** 

Tirar fotos me deixava mais calma. 

Eu até que gosto de tirar fotos, mas eu preferia mais é filmar. O problema é que eu não sabia o que filmar e, por isso, tirava mais fotos do que filmava. Apesar de estar cansada, peguei a câmera, ainda encostada na parede do prédio. Olhei ao redor do beco onde consegui me esconder. Ninguém sabaia, nem a minha mãe, que aquele era o meu esconderijo á prova de surras. Apenas eu e o Panquecas sabíamos daquele lugar. Assim que os valentões da escola seguiram em frente, sai e posicionei a câmera, a mirando na praça que estava do outro lado da rua e tirei uma foto. 

A entrevista de emprego me deixava bem nervosa. Tentava buscar um ângulo perfeito para as minhas fotos, ignorando ao máximo a dor no meu braço. O soco que Fred, um jogador de futebol da escola, me deu, ao lado de sua namorada, Karol, que era líder de torcida. Não se enganem quando uma líder de torcida socar você. Pois vai por mim, ela é bem forte. 

Olho, de repente, para a minha direita. Desde que fiz minha fuga matinal da escola até o beco, me sinto perseguida. Como se alguém estivesse me vigiando. Balancei a cabeça, ignorando esses pensamentos, e retomei meu caminho para casa. Ao fazer isso, meu celular vibra. 

— Alô? 

— Clementine! Onde é que você está? — indaga a minha mãe, nervosa. 

— Calma, mãe. Eu estou voltando da escola... 

— Você nunca demorou tanto para voltar da escola desse jeito! — afirmou. Eu suspirei. 

— Eu já estou indo! — falei, desligando o celular logo em seguida. 

*** 

Eu podia mudar agora mesmo de canal e ignorar o que acabei de ver. 

Mas algo me impede, deixando no canal do jornal, aparecendo os Vingadores. Dou mais atenção apenas para, claro, o meu pai e dois vingadores. A Viúva Negra e o Gavião Arqueiro. O que eu mais vejo na minha escola são os nerds admirando o Homem de Ferro, os populares adorando o Capitão América, os grupos de garotas mimadas delirando pelo Thor e alguns desses grupos adorando o Hulk. Claro que sempre tem alguns que adoram os outros vingadores que ficaram faltando, mas o que vejo na escola é que são poucos. 

Eu os admiro pois eles não têm poderes. Não participaram de nenhum experimento e muito menos são deuses. São somente humanos, mortais. Humanos que lutam ao lado de aliados mais poderosos do que eles, sem qualquer uso de poder. Tudo bem que a Viúva Negra, de acordo com a minha mãe, teve um soro injetado nela, e que o Tony Stark só tem uma armadura... Mas a Viúva Negra só faz combate corpo-a-corpo, e o Tony Stark... Bem, é o Tony Stark. 

Além do mais, o Gavião Arqueiro é apenas um agente com um arco e flecha. E sei que ele não é muito reconhecido por isso. Mas aposto sou a única nesse estado que já tentou aula de arco e flecha só para um dia impressiona-lo. Eu ainda tenho o meu arco e flecha comigo, mas nunca mais o usei. De repente, eu fui pega-lo, logo voltando para o meu sofá. Aquele arco e flecha era muito grande para mim, e minha mãe vivia me falando disso. Mas eu insistia em ficar com o arco. Olhei para uma marca minha gravada onde segurava o arco. Era um C dentro de um quadrado. Posicionei o arco para atirar, mesmo não tendo flecha alguma. 

Lembro-me de pedir várias vezes a minha mãe quando criança que eu conhecesse os dois e ela ria, admirando a minha fascinação pelos dois e o porquê de gostar tanto deles. Mas sei que, no fundo, ela se culpava. Ao olhar para os retratos de mim e da minha mãe, eu me lembro do quanto ela se sente culpada. 

Volto a olhar para os Vingadores na TV. Minha mãe se culpa por termos essa vida. Se culpa por ter engravidado de mim. Se culpa de eu não ter uma figura paterna. Se culpa de eu sofrer por não ser como os meus irmãos em Asgard, que claramente já se encontraram com os Vingadores e com os filhos dos Vingadores. Sim, eles têm filhos. Minha mãe está de prova. Uma tal de Pepper e ela eram amigas, e ela ficou grávida primeiro. Ela disse ser gêmeos. Minha mãe também gostaria de contar alegre para todos quando ficou grávida de mim, mas infelizmente não pôde. Ela também contou que Natasha, a Viúva Negra e também amiga dela, estava grávida. Mas ainda não sabiam se era menino ou menina. Clint Barton também já tinha filhos e a sua mulher deu a luz ao terceiro. E todos eles, de acordo com a minha mãe, iriam serem treinados pela SHIELD caso os pais deixassem. Eu não sei se minha mãe permitiria que eu fosse também ou não, e nem sei se quero, mas seria incrível. Mas não é a minha cara estar na ação, apesar de eu gostar de ver ação na TV, e sim estar atrás da câmera. 

Ela se culpa de eu estar nessa vida do que na vida como os outros filhos dos Vingadores estão. Mas ela acha que eu queria uma vida daquelas. Seria até que legal estar com o meu pai. Ver todos os dias os Vingadores. Ser amiga dos filhos deles... Mas não acho que aquela vida seria perfeita para mim. Além do mais, não quero o meu pai na minha vida. Não mais. Seria uma grande confusão e não quero ter o meu pai, o homem que largou a minha mãe e que por causa dela temos uma vida precária. Eu não culpo a minha mãe por tudo o que aconteceu. E sim ele. Se Thor não tivesse largado a minha mãe, se não tivesse partido o seu coração, ido pelas ideias de Odin, tudo seria bem diferente. 

Saí de meus devaneios ao ouvir o meu celular tocando. Já sei ser a minha mãe e atendo. 

— Sim, mãe, eu já estou em casa — suspirei. 

— Já estou voltando para casa. Clem, você trancou a porta... 

— Não, mãe. Eu tive que arromba-la e agora minha casa está aberta a estranhos! 

— Clem! 

— Sim senhora! — corrigi de cara fechada.

Desliguei o celular, seguido por mudar o canal. 

Após um tempo assistindo TV — coisa agradeço por Thor não estar aqui, pois acredito não ter TV em Asgard — eu percebo como Panquecas despertou do seu sono profundo e olhou fixamente para a janela. 

Suas pupilas ficaram dilatadas, enquanto suas orelhas foram para trás parecendo prever algo. Afaguei a sua cabeça, tentando acalma-lo. 

— O que foi? — indaguei. Olhei para o relógio no meu pulso — Mamãe ligou há dez minutos. O centro médico fica há trinta minutos daqui. 

Depois de alguns segundos pensando, eu me levanto e fico cautelosa. Minha mãe sempre me disse para tomar cuidado com o meu tio. Se ele não me matou quando criança quando ele a chance, ele estará planejando alguma coisa. A qualquer momento, ele poderá vir conhecer a sobrinha dele. Ela acha que será quando eu for adolescente, e bem... Completei meu aniversario há um ano atrás e tenho 13 anos. Vasculho debaixo do sofá e pego o spray de pimenta que minha mãe sempre guarda. Não é uma arma muito poderosa contra um deus nórdico, mas servirá para fugir a tempo. Desligo a TV e olho ao meu redor. Sempre que ouço um barulho estranho em minha casa e somente eu estava lá e Panquecas junto de mim, uma pessoa normal pensaria ser um ladrão. Eu pensaria ser algo sobrenatural e chamaria dois irmãos que resolveriam esse problema. 

Percorro meus olhos pela sala. Meu coração começou a palpitar mais rápido que o Mercúrio. Caminho até à porta, pensando na possibilidade de Loki estar ali, me vigiando. Sorrindo travesso, me vendo com extremo medo de que seja ele, planejando inúmeras coisas que ele poderia fazer comigo. Me chantagear, me sequestrar, ou até me matar... 

A porta não havia sido arrombada e não haviam sinais de invasão nela. Dou um baque ao ouvir o meu celular tocando novamente. Eu suspiro ao ver o número da minha mãe gravado na tela. 

— Mãe, eu estou bem. Não pode passar nem cinco minutos e... 

— Não sou a sua mãe — uma voz soou do outro lado da linha. Definitivamente, não era a voz da minha mãe. Muito menos de alguém que eu conheça. 

— O quê? 

— Eu estou com ela aqui — falou o homem. Eu paralisei, prevendo ser ninguém menos que o meu tio. 

— Loki? 

Ele riu. 

— Estou longe de ser o seu tio, Clementine — negou ele. — Espere aí que a sua mãe quer falar com você. — a ligação falhou por alguns segundos. 

— Clementine, seja lá o que eles disserem, não dê ouvidos... 

— Mãe! — gritei, reconhecendo a voz dela. 

— A próxima será você, Clementine. — disse ele. 

— O que você fez com ela? — berrei — Onde ela está? Mãe! 

Sinto alguém me agarrar por trás e tapar a minha boca. 

Não tive a chance de jogar o spray de pimenta nele ou nela. Me debati, enquanto fazia um mata-leão em mim. Colocou um pano na minha boca e no meu nariz, me fazendo sentir o corpo mais pesado. Comecei a gritar, pedindo por ajuda, desesperada. O que vinha na minha cabeça era apenas Loki e nada mais. Mas algo me fala não ser ele. Ele se vestia de preto, e me lembro dos Homens de Preto. 

Sou engolida pela escuridão, com medo. Assustada. Imaginando que tudo aquilo com certeza teria a ver com o meu pai. 

*** 

Acordo em um baque ao som da voz da minha mãe. 

Ela me balançava, desesperada. Eu ainda parecia dormir e não me dar conta do que havia acontecido enquanto minha mãe me abraçava e beijava a minha testa. Demorei muitos minutos para perceber o que aconteceu. 

O sequestro, a voz grossa no meu celular e o desespero da minha mãe são jogados na minhas memórias. Me sento na cama de solteiro onde eu estou e minha mãe me acolhe, me abraçando. 

— Clem, Clem — dizia ela, tocando no meu rosto — Está tudo bem, querida. Está tudo bem. 

Eu assenti com a cabeça e ela me abraçou. Eu retribuo o abraço, me  sentindo mais segura com o abraço dela. 

Depois que finalmente acordo de verdade, eu reparo onde nós estamos. Eu estava em um beliche, na cama debaixo. A sala era pequena e cinza. Não havia nada para decorar por lá. No lugar das grades, era um vidro que levava para outros corredores. Havia uma pequena mesa na frente do vidro, onde havia um lugar onde colocariam o café da manhã, o almoço e o jantar. Sento-me na beirada da cama, olhando por todo lugar. Minha mãe se sentando meu lado. 

— Mãe... Onde é que estamos? — perguntei, com a voz trêmula. 

— Eu não sei — ela afagou o meu cabelo. — Escuta Clem. Nós fomos sequestradas... — a voz dela falhou. 

— Loki? — supus, exasperadas — Mãe, ele nos achou? 

— Não, Clem. Não foi ele — negou ela, antes de perceber as minhas lágrimas — Vai ficar tudo bem querida. 

Eu a abracei, assustada. Aquilo só podia ser um sonho. Mas, se fosse um sonho, eu não me daria conta de que fosse um. 

— Mãe... Quem foi que... — eu não consegui terminar a fala, pois cobri o meu rosto. 

— A HYDRA — respondeu-me ela. — Clem, eu não sei o porquê deles fizerem isso, mas a culpa foi minha. — segurou o meu rosto delicadamente — Eles me vigiavam pois sabem que eu fiquei com Thor e que eu tive você. 

— Mas por que? Por que eles fizeram isso? 

— Eu não sei, Clem. Eu não sei — respondeu ela, com a voz trêmula. 

Limpei as minhas lágrimas, levantando-me. 

Eu e minha mãe ouvimos um barulho e um holograma apareceu no vidro. Era de uma mulher. Parecia estar na meia-idade. Seus cabelos pretos ficavam presos em um coque bem arrumado. Apresentava um ar elegante e uma postura reta. 

— Bom dia, senhoritas Fosters — disse a mulher — Meu nome é Elizabeth Moore. Sou dona do futuro experimento que farei com vocês. — eu e minha mãe nos entreolhamos — Vocês estão em uma base abandonada da HYDRA, que nem as outras bases e nem a SHIELD sabem onde fica. Estamos criando um experimento novo onde testaremos a capacidade de sobrevivência do ser humano em extremas situações de risco. Pode ser desde a maremotos a experimentos que deram errado. Você, Jane Foster, sabemos que teve um relacionamento de longa data com Thor, um dos Vingadores. Eu devo admitir que tive um problema pessoal entre os Vingadores. E essas consequências cairão para você e a sua filha. 

Minha mãe se levantou, indignada. 

— Futuramente, vocês terão mais detalhes sobre essa missão. Estarão informadas hoje de noite sobre a missão, assim como o restante dos outros grupos. — ela sorriu severa — Não devem se preocuparem, senhoritas Fosters. Terão mais informações de como não morrer no primeiro dia. 

O holograma se desligou, deixando um completo silêncio no local. 

*** 

Fiquei horas tentando dormir e não conseguia. 

Eu estava com medo de que alguém ou alguma coisa entrasse na nossa sala e nos levasse ou nos matasse. Eu mal conseguia fechar os olhos e o medo me dominava. Me sentia presa, indefesa. Era só o que eu era ali e fora daquele lugar. Fiquei horas a fio chorando, enquanto minha mãe me abraçava e me dizia para não se desesperar e que ficaria tudo bem. As lágrimas secas ainda estavam no meu rosto. Minha mãe dormia comigo, mas ela pensava que eu estava dormindo. Então, se levantou e começo a caminhar silenciosamente pelo quarto. Fingi ainda estar dormindo, apesar de estar muito preocupada com ela. 

Meu sangue fervia de adrenalina. E de medo também. Eu iria morrer em poucas horas. Eu sabia que iria. Nunca mais iria ver a minha mãe, minha câmera fotografia e muito menos o Panquecas. Er avisos o que eu pensava. Lembrando-me dele, percebo estar sentindo falta de sua presença. À essa altura, ele já devia ter se deitado no meu colo ou nas minhas pernas, na qual ele gosta de usar como travesseiro. Mais lágrimas brotaram dos meus olhos. 

As lágrimas derramaram no travesseiro. Me sentia sozinha, apesar de minha mãe estar ali comigo. Minha mãe voltou a afagar o meu cabelo. Aquele ato conseguiu me tranquilizar, mas não diminuiu o meu medo...



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