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História Clementine - Capítulo 6 - Encontro um bom lugar para morrer.


Escrita por: Duda_104

Capítulo 7 - Capítulo 6 - Encontro um bom lugar para morrer.


Foi desse jeito que fiquei pelas próximas duas horas. Sentada naquela árvore, recuperando o fôlego. Olhando ao redor se haveria alguma pessoa vindo. Lembrando-se de que ainda haviam 20, contando comigo e a minha mãe. 

Eu estava com medo de fazer algum barulho. E o pior de tudo é que pedia por água. Por fim, decidi me levantar silenciosamente. Segurei mais firmemente o meu machado. Comecei a andar a passos lentos. Temia que houvesse uma armadilha de ursos. A imaginação se juntou ao meu medo. Eu pensava em coisas que eram impossíveis de acontecer em um experimento em que tudo pode acontecer. Mas as coisas que eu pensava já passavam dos limites, como por exemplo Loki ser do nada uma cobaia e me matar. Ou, assim que me virar, uma cobaia vai dar um soco ou uma facada no meu rosto. Ou receber, literalmente, uma facada nas costas. Por isso, eu olhava para todos os lados. Uma lágrima saiu do meu olho, mas foi apenas aquela. De que adiantava mostrar ser confiante diante das câmeras? Não iria me fazer sobreviver. A esse ponto eu nem sequer pensava nos que estavam me assistindo ou na SHIELD. Eu pensava em mim mesma e nas maneiras de como iria morrer. 

Me lembro da mochila que peguei. Abro-a rapidamente. Coisas aleatoriamente podem vir para cada pessoa. Minha mãe teve a sorte de ganhar um machado e deu-o para mim... Um machado que poderia ter salvado a sua vida diversas vezes... 

Ao abrir, não vêem muitas coisas. Vêem apenas... pedras. A indignação que eu senti fora enorme agora. Cavei mais afundo e achei algo que parecia ser um casaco. Ali já fazia frio. Vesti-o por cima do casaco que ela vestia para me aquecer mais, pois nunca se sabe. Encontro também um canivete. É melhor domine nada. A sua lâmina estava bem afiada. De acordo com as minhas experiências em filmes de ação e aventura, ficção e fantasia, coloco o canivete no eu cinto, apesar de ter um machado. E, por último, acho uma garrafa d'Água térmica, que devia ter sido colocada na mochila há pouco tempo. Era cheia de água gelada. A bebi como se não houvesse amanhã, mas lembrei-me que tinha de conservar aquela água. Guardo para mais tarde, por mais que desejasse mais água. Bebi o suficiente para continuar sobrevivendo. Não estava com fome ainda, o que era bom. Ajeitei o meu boné na minha cabeça. Uma coisa que me faria me lembrar da minha mãe. Percebi que escurecia. Eu fiquei por muito tempo andando sem rumo, procurando por um abrigo para passar nessa noite. 

Fui até um terreno rochoso, o que devia ser um pequeno morro. Havia um conjunto de pedras onde formava uma caverna pequena. Mal dava para eu esticar as minhas pernas lá. Mas era somente o que tinha. Quando a noite chegava, o clima parecia ficar cada vez mais frio. Tento me aconchegar naquela caverna minúscula. Abraço os joelhos, procurando uma posição confortável. A noite densa já havia chegado, acompanhado pelo seu frio. Eu temia que algum tributo conseguisse me ver ali enquanto eu dormia, recuperando as minhas forças. Tenho até medo de piscar os olhos e aparecer de repente alguém para me matar. Quanto mais ficar de olhos fechados. Estando acordada a noite inteira, ficarei cansada durante o dia. Mas como eu poderia ficar cansada em um lugar onde podem tirar a minha vida? Eu já estava cansada agora, imagina depois? Mas, se dormir, uma cobaia pode me encontrar e me matar. É lógico que ninguém gostaria de mim como parceira. Começou a nevar. Os flocos de neve caíam, dando uma magnífica paisagem. Seria maravilhoso admirar a neve caindo, mas um bosque com neve não é exatamente o melhor lugar para um experimento de sobrevivência. Quando pus a cabeça um pouco para fora, nem havia estrelas no céu por causa das nuvens escuras. 

Eu não tremia mais de medo. E sim de frio. Mesmo que esteja bem agasalhada, o frio ainda era enorme. Penso se o frio poderia ajudar nos machucados nas mãos. Enquanto eu corria, as folhas de pinheiro machucaram elas. Passei a mão pelo meu cabelo, retirando folhas de pinheiro dele. Olhei para fora da "caverna". Não dava para ver absolutamente nada. Se alguma cobaia ou algum animal estivesse se aproximando, eu não conseguiria vê-lo. Queria acender uma fogueira, mas havia dois problemas. Um, eu não sabia acender uma fogueira. E dois, como buscaria lenha naquela escuridão? Teria de enfrentar o frio, por mais que seja da maneira mais desconfortável o possível. 

Pensei na minha mãe e no modo como me salvou. Nunca pensei que ela seria capaz de fazer aquilo, dar uma machadada. Espero que ela tenha sobrevivido ou fugido. Talvez possa ter sido salva por alguém. Mas espera! Quer dizer que foi ela quem o matou? Ou ela fugiu e foi outra cobaia que o matou? Fiquei pasma com a possibilidade de Jane Foster, a minha mãe, matar alguém! Mas, mesmo assim, imaginei que a minha mãe também estivesse aliviada por saber que a filha não foi morta. Que eu consegui sobreviver. Senti uma esperança nascer no meu interior. Ainda tinha chances de nós duas encontrarmos uma a outra. Então, não seria a última vez que encontraria a minha mãe. Eu ainda não estava sozinha. As esperanças tomaram conta de mim, a fazendo abrir um sorriso largo. 

Mas logo desapareceu ao me lembrar de sobreviver. Depois, a esperança foi embora. Nós duas vamos nos encontrar. Ótimo. E se ela tiver morrido? 

O desespero voltou a me controlar. Fiquei ainda mais encolhida do que já estava. Não conseguia tirar os olhos do lado de fora da caverna. Percebo, no pé da minha calça do lado direito, um pouco de sangue da machadada. Temia que alguém me tivesse visto. Segurei com as duas mãos o meu machado. Permaneci assim por um bom tempo. Levava um baque sempre que pensava que em alguém correndo em minha direção me atacando. Thor, do meu lado, seria de grande ajuda e companhia. Me distrairia. Ele, o meu irmão que nunca vi, minha mãe... Até Loki seria de ótima companhia. 

E, eu tinha que admitir, por mais que seja estranho, eu acho Loki mais bonito do que Thor... O meu pai só perde por 1%. Não que eu quisesse ficar com ele, mas eu admito que ele era mais bonito do que ele. Esse segredo está guardado a sete chaves. 

Eu queria que essa noite passasse logo. Mas durava uma eternidade. 

***  

Abri os olhos em um susto. 

Em vez de estar sentada, estou deitada. Eu abraçava o machado como se fosse um ursinho de pelúcia. Assustei-me ao ver que havia caído no sono durante a noite. Fiquei admirada em como consegui dormir com o grande medo que tenho. Mas vendo a luz do dia, eu me sinto mais segura. Consigo ver melhor por onde andava, e me trazia uma sensação mais confortável. Esfrego os olhos e bebo um pouco de água, aproveitando para limpar a baba seca ao redor de minha boca. 

Saí cautelosamente do abrigo. Agora sim o lugar que eu sempre achei bonito está igual às imagens da Internet. 

Olho ao redor e vi a neve brilhando a luz do sol. O resto de neve estava nos pinheiros. Dei um pequeno sorriso ao ver que estou em um lugar que parecia ser o paraíso. Me sentia segura nele. Era o lugar ideal onde gostaria de passar as minhas férias. Desejo a minha câmera comigo, para tirar várias fotos daquele lugar com ângulos diferentes e incríveis. Recordo-me da minha entrevista de emprego para o jornal como fotógrafa. Acredito que conseguiria. Melhor ainda com as fotos que poderia tirar agora. 

Mas logo o meu sorriso evaporou do rosto. Aquilo não era real. Nada daquilo é um lugar seguro. É um lugar onde haverá sangue por todo lado. Pelo menos, morrerei em um lugar bonito. 

Me espreguicei, ouvindo e sentindo os ossos do meu corpo estalando. Pego o meu machado e o examino. Não era tão grande assim. Era como se fosse um machado que os bombeiros usam. O cabo era de madeira e bem resistente, e a lâmina é bem afiada. Era perfeita para o meu tamanho. 

Aquele lugar tão belo me fez ter menos medo. Mas, claro, eu ainda estou cautelosa e medrosa, mas não tanto quanto ontem. Percebi que o nervosismo durante aquela correria me fez ficar traumatizada. Mas eu ainda temia estar sendo perseguida, e, por isso, continuo a olhar por todos os lados a cada dois segundos. Senti o meu estômago roncando. Mas e agora? Como é que eu iria arranjar comida? Não havia muitas plantas ali para eu pegar e comer. Além do mais, a neve me impede de fazer aquilo. 

Não tive outra escolha a não ser caçar. Senti meu coração batendo mais rápido. Eu nunca cacei na vida. E como conseguiria caçar? E se, ao invés de caçar um animal, o animal me caçar? Vai que encontra um urso por aí? E a parte mais difícil é ter de sacrificar o animal. Eu rezava para que não encontrasse um coelho. Sempre achei coelhos muito fofos e não tenho força o suficiente para matar um para o meu bem. Eu não tenho coragem nem para matar outro animal, mas coelhos e esquilos são os piores. Não terei a coragem de matar um para depois digeri-lo. 

Mesmo assim, tentei caçar. Eu teria que fazer aquele sacrifício. Mesmo não matando ninguém, eu ainda teria de sacrificar a vida de alguém naquele experimento. Não adiantava de nada. O único caminho daquela arena era matar. Se não quer matar um cobaia, você mata um animal para conseguir se alimentar. Se você não matar nenhum dos dois, vai matar a si mesmo. De fome, de desnutrição, de frio e de assassinato. Eu questionei aquela filosofia que acabou de perceber na minha mente. E percebi que não faria a primeira coisa. Teria de fazer a segunda. Até mesmo eu estou, a partir de agora, destinada a matar daqui para frente se quiser sobreviver. 

Eu, mais uma vez, me senti presa em uma noz. Mas ignoro este pensamento e me senti em um campo aberto para me acalmar. E deu certo. 

Pouco tempo depois, ouvi um barulho. Eu rapidamente me escondo atrás de uma árvore. Não sabia dizer se era de um animal ou de uma cobaia. Sendo qualquer um dos dois, eu teria que atacar ou fugir. Correr o mais rápido o possível. Tenho absoluta certeza de que não fui eu quem fez aquele barulho. Seguro o meu machado com as duas mãos, tremendo. A cobaia ou animal fez mais barulhos. Olho para frente, tentando achar uma maneira de sair dali. Foi um erro sair para caçar. Foi um caminho para a morte. Arrependo-me amargamente de ter feito aquilo. O que eu pensava? Que conseguiria caçar algo? Eu nem ao menos consigo me controlar depois de ver um banho de sangue quanto mais ver mais sangue sair de um animal. 

Uma coisa que eu nem havia percebido era que a minha sombra estava ámostra na neve, visível para, caso seja uma cobaia, ver. Ele começou a fazer mais barulho, enquanto eu fazia barulho com a respiração. Mais lágrimas saíram dos olhos. Depois de poucos segundos, ele parou de fazer barulho. Mas eu não me atrevi a sair dali. Esperei por mais alguns minutos. Eu não poderia ficar ali para sempre. Nem sabia por quanto tempo havia dormido e que horas eram. Respirei fundo. Me movimento, colocando a cabeça para fora. Fiz a mesma coisa que fazia quando a água do chuveiro estava fria. Contava até três e ia para o chuveiro. Contei até três umas cinco vezes. Meu corpo e mente não me deixavam sair dali. Eu queria tomar coragem. Não ficaria ali o dia inteiro. E o meu estômago continuava roncando. A minha fome havia aumentado durante esse tempo. Eu, quando contei pela quinta vez, saí. Apontei o meu machado para o meu futuro e possível agressor. Ou seja, o nada. 

Não havia ninguém ali. Dou alguns passos para frente, ainda segurando aquele machado. Pedia para Deus que tivesse sido uma ilusão minha, e, pelo visto, era. Mas, quando olhei para o chão, procurando saber se eram pegadas de ursos ou de coelhos, vi pegadas humanas. Havia várias delas espalhadas pelo chão. Levantei a cabeça para o céu. Gelo ao ouvir passos de alguém correndo até mim. Ergui o meu machado e virou-me, sem pensar em ser a possibilidade de ser a minha mãe. E não era ela. Era uma cobaia. Um homem alto e forte. 

A machadada quase acertava ele. Naquele milésimo de segundo, reconheceu ser loiro de olhos verdes, e o seu número. 14. Era também do grupo do Norte. Ele recuou, desviando da machadada, dando um soco em mim. Aproveitando que eu havia caído no chão por causa de um golpe que dera depois do soco, fez um mata-leão. Me debati desesperadamente. Ele colocou a sua faca no meu pescoço. O meu machado se afastou de minhas mãos e ficou há muitos metros distante de mim por causa do golpe. 

— Sabia que não duraria nem quatro dias! — debochou, sorrindo para aquela situação. — A sua mãe foi muito valente te salvando daquele garoto. 

Continuei a me debater. Esperava por aquela faca me perfurando e retirando a minha alma daquele corpo. A lâmina encostava na minha pele, provocando-me arrepios pelo corpo. Sempre achei que fosse Loki que me mataria. Mas não. E prefiro ser morta por ele do que daquele jeito. 

— É uma pena que você não seja como ela — disse o número 14, empunhando a sua faca, prestes a acertar o meu rosto. 

Mas eu tive raciocínio rápido e coragem de pegar no seu pulso e afastar aquela faca do meu rosto. Pus o máximo de força que podia. Mas não adiantou de nada. Apenas me garantiu mais alguns segundos de vida. A faca foi logo descendo até o meu rosto, tremendo por causa das forças que eu e o homem faziam em direções opostas. E ele estava vencendo. Por fim, minhas forças acabaram, e eu resolvo desistir. Deixo de por a minha força naquela faca na tentativa de me defender. Assim que fiz aquilo, o número 14 sussurrou no meu ouvido.: 

— Boa garota, Clem! Boa garota! 

Me arrepiei ao saber que ele sabia o meu nome. Depois de falarem o meu sobrenome e saberem de quem eu sou filha, todos já devia, saberem o meu nome. Fechei os olhos, com lágrimas saindo dos mesmos. Espero pela faca perfurando pelo meu rosto e sentindo uma dor alucinante até morrer. Mas o que realmente senti foi o braço do número 14. que segurava a faca, sendo puxado. Logo depois aquele mata-leão não me mobilizava tanto assim. 

O número 14 gritou. Abri os olhos e aproveitei a deixa para me livrar dos seus braços. Rastejo rapidamente até o meu machado e o agarro rápido. Virou-me e me deparo na luta que havia se formado ali. O número 14 recebia socos do cara das lanças. 

Levantei-me e planejo correr, temendo ambos que lutavam entre si, mas o número 14 conseguiu derrubar o cara das lanças, e avançou em mim. Pulou em cima de mim e me socou. Eu também tentei socá-lo, mas o meu soco foi desajeitado. Peguei o meu machado e tento acertá-lo, mas o mesmo conseguiu agarrar o machado antes dele acertar o seu rosto. Recebo outro soco forte no rosto que com certeza deixaria uma marca. Ele tirou o machado de minhas mãos e iria me acertar, mas ele é puxado brutalmente para trás. 

O cara das lanças o jogou no chão de costas. Ele havia pegado a faca do seu oponente e o acertou em cheio na sua barriga. 

Ele continuou a esfaquea-lo, enquanto mais sangue saía dele e respingava no seu rosto. Olhei para aquilo horrorizada. Me desesperei ao ver que não conseguia me levantar por causa de minha perna machucada pelo número 14. Me desesperei ainda mais. O cara das lanças parou de esfaquea-lo, vendo que ele já está morto. 

O cara das lanças deixou o seu corpo reto, com a respiração ofegante. 

Virou-se para mim, vendo que eu tentava se levantar quando na verdade fiz mais barulho ainda do que a minha respiração. Vi os pingos de sangue pelo seu rosto. Nós dois ficamos nos entreolhando por um bom tempo. Ele não parecia saber o que falar. Percebeu na minha cara de medo e olhou para o número 14 morto no chão. Grudou os seus olhos novamente para mim. 

— Ele está morto! — disse ele meio sem jeito, pensando em como eu devia estar assustada ao vê-lo matando alguém. 

— P-Percebi — falo. 

— Você está bem? 

Ele se aproximou mais de mim, mas me afasto dele. 

— Estou. 

Eu nunca quis tanto Thor ao meu lado como naquele momento. Ao invés dele empunhar a faca e acabar logo com isso, ele me lançou um olhar sereno. 

— Calma, está tudo bem! — cumprimentou ele. — Seu nome é Clementine, não é? 

Assentiu com a cabeça, tremendo. 

— Oi, Clementine — disse ele — Meu nome é Lee Everett! 


Notas Finais


Espero que gostem!!!! Estou postando outras fanfics de heróis (tô "meio" que viciada) e a outra é dos heróis das séries. Mas enfim, até o próximo capítulo!!!!

Alguns de vcs já devem saberem que, seja Lee Everett (quem viu o jogo de TWD vai saber) e, como no jogo, ele terá um papel bem fundamental na fanfic.

Comentem!!!! :) :D


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