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História Cliche - Eu vou ligar para a minha mãe


Escrita por: secretshadow

Capítulo 12 - Eu vou ligar para a minha mãe


Eu sempre gostei da minha liberdade, eu estava alcançando-a aos poucos e com passos de bebê, mas pelo menos era alguma coisa. 

E alguma coisa era melhor que nada.

A ideia de ter minha mãe me buscando e levando para aonde eu queria ir, toda vez que eu queria sair, depois dos meus catorze anos, começou a me irritar. 

Na volta da escola eu já havia conseguido convencer ela à em me deixar voltar de ônibus e, quando eu quisesse sair para algum lugar, eu usaria transporte público (sim, o metro e trem estão incluídos, levou duas semanas de brigas, mas consegui).

Eu sempre me recusava a ligar para minha mãe para me levar aos lugares, tirando de manhã, até a escola porque sempre tem aquela preguiça e a liberdade fica esquecida dentro de casa; entretanto, enquanto eu tentava abrir a porta da biblioteca com Harry atrás de mim falando coisas sem nexo, eu cogitei ligar para ela. 

-Será que dá pra você vir me ajudar ou tá difícil? -eu perguntei pela décima vez. 

-Eu já disse, Abby -Harry bufou- está trancada, não tem como sair.

-Não tem como sair o seu rabo, eu não vou passar a noite aqui.

-Muito menos comigo? -ele sorriu de lado, seu rosto iluminado pela lanterna do seu celular que estava virado para cima.

Tudo bem, negar que ele era meu crush supremo e que eu, finalmente, estava começando a riscar os 'x' na minha lista para conquista-lo, seria total e completa mentira. 

Acima de tudo, eu tinha uma coisa chamada "orgulho", e graças a ele, meu sarcasmo saiu pingando nas palavras que disse:

-Muito menos com você.

-Ah, Abby, não precisa mais fingir -ele avisou, pulando da mesa da secretaria.

Eu parei de tentar puxar a porta e olhei para a silhueta dele se aproximando. 

-O que você está fazendo? -perguntei, sentindo um leve medo.

Eu posso ter socado a cara dele, mas eu ainda era uma garota com medo do escuro e que não sabia quem realmente era Harry Styles, além do que ele transparecia e deixava as pessoas saberem.

-Eu vou ligar pra minha mãe -eu avisei, puxando meu celular do meu bolso traseiro.

Eu quase me dei um tapa na cabeça após ouvir o que eu disse.

Se alguém quiser, eu deixo.

-E o que você acha que ela vai fazer? Ligar para o diretor? -Harry perguntou irônico- Se você ainda não percebeu, o diretor não está mais no colégio e o número telefone que a sua mãe deve ter é o único que a escola libera para todos os alunos.

Ele estava certo. 

Como eu odiava estar errada.

Eu sendo a pessoa teimosa que eu sou, voltei a puxar as portas da biblioteca. Não sabia mais o que fazer e Harry estava me irritando, o que era estranho porque eu sempre gostei de ouvir a voz dele, mas agora era a última coisa que eu queria ouvir.

-Você não vai desistir? -ouvi ele perguntar e virei meu rosto para onde o som estava vindo.

-Já que você nem se deu o trabalho de tentar, eu tento por nós dois. 

Ele não disse mais nada e pelos próximos cinco minutos eu continuei a puxar aquela maldita porta.

-Esse barulho irrita, para Abby. 

-Me obriga -eu disse no automático. 

Ah, que merda que eu tinha feito. 

Eu notei que Harry tinha se movimentado, mas não estava esperando que ele pegasse no meu braço, me afastando da porta e logo em seguida me jogasse sobre seu ombro.

E de novo, senhoras e senhoras, eu estava com o meu rosto de cara com a bunda do Harry. 

O que me surpreendeu foi que levou menos de uma semana para eu me encontrar naquela mesma posição. 

Eu pensei em me revoltar, mas eu já havia aprendido a minha lição da última vez, então eu decidi fazer o que não fiz antes. 

Coloquei minha mão em forma de concha e apertei as nádegas de Harry. 

Enquanto eu mentalmente me parabenizava, Harry quase teve um filho ali. Ele me jogou no ar e deu um berro, se assustando. Graças a gravidade, meu corpo voltou para o ombro de Harry. Não sei se ele não estava esperando pelo impacto ou se foi culpa da minha gordurinha extra, mas ele não conseguiu me segurar e nos levou ao chão. 

-Você é um fracote mesmo viu... -eu murmurei. 

Harry ainda estava grunhindo de dor porque eu tinha caído em cima dele, e enquanto eu me levantava graciosamente, ele ficou no chão. 

-Vem, levanta, para de fazer drama -eu ofereci a minha mão.

-Drama? -ele repetiu exasperado- Você se jogou em mim!

-Tecnicamente, eu cai e, mesmo assim, ainda foi culpa sua.

Do lugar aonde estávamos, eu conseguia distinguir as feições de Harry porque havia uma janela ao nosso lado e a luz da lua iluminava o ambiente da forma que ela conseguia. Não que eu estava reclamando dela, mas bem que a luminosidade poderia ser maior.

Espera...

-Minha culpa? Você que de-

-Harry, cala a boca -eu o interrompi, sem olhar para ele e com meus olhos vidrados na janela.

-Mas que merda tá acontecendo com você ho-

-Harry, cala a boca, eu estou pensando -eu o interrompi de novo.

Puxei Harry pelo colar da sua blusa e ele levantou do chão, ainda reclamando. 

-No que você está pensando? 

Normalmente em você, eu respondi mentalmente.

-Abby... -Harry cantarolou e deu uns estalos na frente do meu rosto.

-Eu sei como nós vamos sair daqui.

-É? E como? Pelos tubos da ventilação? 

-Eu ainda não tinha pensando nisso, mas não é uma má ideia -eu olhei para ele e reconsiderei a minha ideia, porém logo desisti e continuei com o que pensei primeiro.

-Eu estava zoando.

-Harry -eu disse olhando agora para a janela.

-Abby.

-Harry.

-Abby? -ele repetiu incerto.

-Harry -eu confirmei com a cabeça.

-Tá, o que está acontecendo? 

-Nós vamos sair daqui. 

-Você já disse isso -ele falou soando cansado.

-Pela janela.

-Você já... Pela o quê? 

-Nós vamos sair daqui pela janela.

-Você tá louca? 

-Até onde eu saiba, não.

Eu caminhei até a janela que eu estava encarando pelos últimos minutos e abri ela. Inclinei meu corpo para fora e olhei para baixo, o chão não parecia estar longe, o que me deu mais coragem para ir embora por ali. 

Eu sorri feliz comigo mesma e fui atrás da minha mochila, que estava no sofá aonde tinha cochilado. Ouvi Harry vir atrás de mim e não demorou muito para ele voltar a reclamar. Eu decidi cortar aquele torrado de palavras desnecessárias, mas tentei de uma forma educada.  

-Harry, cala a boca.

Tudo bem, não tão educada assim.

-Você pensou no que você disse? Você quer pular do segundo andar pela janela! 

-Eu não quero, eu vou

Pegando a minha mochila, fui pelo bom senso e peguei a dele também e coloquei nas costas, porém a de Harry eu dei para ele. 

-Vamos, Harry, antes que escureça mais ainda -eu procurei pela sua mão e comecei a puxa-lo pelos corredores.

Meu plano de conseguir segurar na mão dele, aparentemente, tinha sido cancelado uma vez que eu eu já estava segurando-a. Meu coração pareceu que ia explodir do peito.

A mão de Harry era grande, porém como éramos quase da mesma altura, eu me sentia um pouco mais normal ao segurar a sua mão. Ser uma garota de 1,68cm não é tão fácil na minha idade. 

Você sempre é a maior das suas amigas, as calças sempre ficam faltando tecido no tornozelo, achar garoto da sua altura também não é lá uma das coisas mais fáceis. 

-Abby, para -Harry fixou os pés no chão quando chegamos em frente à janela.

-O que foi? -eu me virei para ele e levantei meu braços, puxando meu cabelo para cima num rabo de cavalo.

-Eu não tenho certeza se isso é seguro.

-Ah, Harry, viva um pouco! -eu tentei anima-lo- Não estamos tão longe do chão, e eu vou estar ao seu lado, então se você quebrar alguma coisa, eu vou acabar quebrando também.

-Isso não ajudou muito.

Pressionei meus lábios numa linha e respirei fundo, procurando inspiração para dizer as palavras certas.

-Pensa por esse lado... Quantas vezes você vai poder dizer que pulou da janela da sua escola? 

-E se eu nunca quiser dizer isso? 

-Bom, agora você quer -eu falei brava.

Notei Harry juntar as sobrancelhas. Eu soltei ar que nem sabia que estava segurando ao observar os detalhes do seu rosto. 

Ele tinha lábios finos e sempre rosados, a mandíbula proeminente ressaltada com o corte curto de cabelo -e como eu gostava da forma dele-, nas laterais era bem rente à raiz e em cima aumentava de volume. 

Minha parte favorita de Harry eram suas covinhas, mas eu quase nunca as via. 

Emoji chorando.

-Harry, eu não queria chegar a esse ponto, mas se você não for, eu vou sozinha -eu ameacei- e se eu for sozinha, as coisas podem não ir do jeito planejado: tipo, se eu me machucar, não vai ter ninguém para me ajudar e eu posso ficar lá até Deus sabe quando, chorando e com dor. 

Harry ficou olhando para mim por uns dois minutos, mas na verdade foram apenas trinta segundos. 

Ele suspirou derrotado, e eu soltei um 'yes' baixo, vendo que ele se aproximou da janela.

Harry sentou no parapeito e olhou para trás, a minha procura. 

-Você não vem? -ele perguntou.

-Você quer pular junto

-É, você disse que nós iríamos.

-Sim, mas foi só pra te convencer mesmo -eu dei e ombros.

-Abby, vem pra cá ou eu desisto de pular.

Vendo que eu não tinha escolha, fui até ele e coloquei meus pés para fora da janela, equilibrando meu corpo com a minha bunda naquele na janela. 

-Quer segurar a minha mão também? -eu fiz uma voz manhosa e ofereci a minha mão. 

-Não.

-Que pena, porque eu quero.

Eu peguei a mão de Harry que estava apoiada na vidraça sem pensar duas vezes. O detalhe é que eu peguei a mão dele quando o jumento estava desprevenido e, consequentemente, ele perdeu o equilíbrio. Seu corpo foi levado para frente e, sendo que eu estava segurando a sua mão com força, ele me levou junto.

O chão se aproximou rápido demais e eu só consegui ouvir o som dos nossos corpos caindo no chão duro e um ou dois ossos quebrando. 

Talvez esse não tenha sido o meu melhor plano.


Notas Finais


•pq em td fic a menina eh um anão??? tipo, produção, existe meninas com mais de 1,55cm de altura!!!!
•normalmente o cara que fica falando "ah pq eu vou te proteger, eu vou estar ao seu lado" qnd os pps vão fazer algo extremo, e sem falar q a menina SEMPRE está surtando zksbsj resolvi inverter os papéis

mas eh isso dkshsj espero que tenham gostado💛💛💛💛


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