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História Cliche - Recíproca


Escrita por: secretshadow

Capítulo 14 - Recíproca


Quando chegou o dia seguinte, eu estava ficando neurótica e mais doente do que eu estava nos últimos dois dias. Minha mãe tinha me feito uma receita caseira de uma sopa horrível, eu quase vomitei depois que comi aquilo, porém como a boa filha que eu sou, segurei o líquido na boca, sorri através do nojo e engoli. 

Aquela sopa não fez nada a não ser fazer mau para o meu estômago e, mesmo assim, minha mãe não quis me deixar faltar no colégio. 

Às vezes eu me questionava se ele me amava, porque claramente eu estava quase morrendo de pé. 

Sobre ontem a noite, eu não tinha contado para ela, na verdade, contei apenas para Bret. Eu queria contar para Jenna, mas quando vi o nome dela na tela do meu celular, lembrei do que Harry perguntou e mil perguntas vieram na minha cabeça.

Será que ele gosta dela?

Por que ele perguntaria dela? 

Por que Harry não perguntou para outra pessoa e sim para mim? Ele estava fazendo algum jogo comigo? 

Como minha cabeça estava começando a doer, eu bloqueei a tela do meu celular e decidi ir dormir. Só não esperava acordar pior do que eu estava depois.

Eu estava andando até o meu armário, certa de que eu parecia e cheirava igual um zumbi. Estava no meio da semana e sinceramente esse é o pior dia que tem, tirando segunda-feira. 

Avistei Rosemary andar na minha direção e por um segundo eu jurei que ela ia falar comigo, mas quando ela passou por mim, sem sequer mandar um sorriso de educação como 'bom dia', lembrei de acordar para a realidade. 

Quando entrei na sala eu avistei Jenna sentada com Bret no lugar de sempre e, naquele momento, eu decidi que não iria me importar o porque de Harry ter perguntado sobre ela, Jenna e eu éramos melhores amigas há anos, nada iria entrar entre nós duas. 

Talvez apenas comida, mas isso foi estabelecido como parte da nossa amizade.

-Bom dia, pessoas -eu cumprimentei e tentei abrir um sorriso, mas acabei espirrando antes. 

Então, veio uma crise de espirros.

Eu dei mais três seguidos, respirei fundo, dei uma coçada no olho e espirrei mais duas vezes. Levantei um dedo e me afastei dos dois, apontando para a porta. Espirrei mais uma vez ao passar pela porta de volta, fazendo o caminho contrário. 

-Ahm -eu grunhi nasalada.

Eu estava indo para a enfermaria tentar pegar algum remédio ou qualquer coisa que diminuísse essa gripe. Quando cheguei, a moça tirou a minha temperatura e perguntou se eu estava com dor de cabeça, depois que eu confirmei e ela viu que eu estava com 38,5 graus, ela disse a coisa que eu esperava ouvir há dias:

-É melhor você voltar para casa.

Assim, nos próximos dois dias, eu hibernei dentro do meu quarto. Minha mãe recebeu uma ligação da coordenadora dizendo que eu estava mal e ela tinha, finalmente, me levado ao hospital na quarta-feira. 

No fim de semana, eu definitivamente estava melhor. Minha gripe melhorou bastante e eu não estava mais tossindo ou espirrando, minha garganta ainda tossia ás vezes, porém não tanto quanto antes.

Domingo à noite eu estava fazendo as minhas unhas do pé quando me lembrei de um certo moreno. Certo eu não sabia se ele era, mas moreno sim, tsc tsc. 

Fazia cinco dias que eu não via Harry e foi quase impossível me questionar se ele pensou em mim durante esse tempo. 

Porque do meu lado, a resposta é positiva. 

•••

Segunda-feira.

Fala sério, como a semana passada passou rápido? A única coisa que eu fazia era dormir, comer e tomar banho. Talvez eu tenha pulado um dia, mas eu não me lembro direito.

Eu decidi ir glamorosa para a escola e, quando digo glamorosa, eu quero dizer que eu tirei quinze minutos da minha manhã para tentar pentear meu cabelo.

Bada Bim Bada boom, vamos pular a descrição de momentos desnecessários da minha rotina para quando alguma coisa realmente importante aconteceu: Harry entrando na sala de aula.

Eu estava conversando com Bret enquanto a professora estava de costas para a turma, logo Harry empurrou a porta e apareceu, iluminando o dia de tudo e todos. Tudo bem, só o meu. 

Seus olhos verdes caíram diretos aos meus marrons. 

Ajeitei a montanha de cachos que eu sustentava e dei uma de difícil, virando o rosto e voltando a prestar atenção no que Bretman estava falando. 

Por que? Eu também não sei, mas eu queria dar uma de difícil e a pergunta que Harry tinha feito sobre Jenna ainda estava fresca na minha mente. 

•••

Eu decidi parar de c* doce e ficar de boa com a Jenna, afinal, o que ela tinha haver com Harry? Eu confiava de olhos fechados na minha amiga e eu sabia que ela não iria investir no mesmo garoto que eu tinha sentimentos.

No intervalo, eu já estava conversando com ela e ouvindo a briga que teve na sexta-feira que dois garotos do primeiro ano brigaram por causa de um esbarrão, devo confessar que eu ri muito, porque querendo ou não a briga foi muito desnecessária. 

Quando o sinal tocou eu lembrei que tinha que ir na secretaria falar sobre as minhas faltas da semana passada porque haviam ligado para casa e pediram para eu ir lá na segunda. 

Me despedi de Jenna e caminhei na direção ao contrária dela.

-Abby.

Se eu dissesse que eu tinha virado calmamente para onde a voz tinha me chamado, seria uma mentira deslavada. 

Sendo a dama que eu não sou, eu acabei dando um grito porque eu tomei um susto.

Quando levantei o olhar, mesmo já ter reconhecido pela voz, tive a confirmação de que era Harry que falou meu nome.

Colocando a mão no meu coração, tentei estabilizar os batimentos.

-Jesus Cristo, eu quase morri.

-Não, sou só eu -ele respondeu dando de ombros..

-Vejo que estamos dando um de espertinho, então.

-Uma coisa assim -respirou fundo e levantou a sobrancelha- onde você se meteu esses últimos dias? 

Eu queria ter dado um berro, de novo, bem ali no meio daquele corredor. Por que? 

Porque Harry estava mostrando sinais de sentimentos direcionados a minha pessoa, sendo o de preocupação. Ou também podia ser apenas curiosidade, mas eu prefiro ficar com a primeira opção.

-Alguém sentiu a minha falta? -eu cantarolei, entrelaçando minhas mais em frente ao meu corpo e subindo na ponta dos meus pés para me aproximar do rosto dele.

Eu conseguia sentir o hálito de menta dele; eu realmente pensei que Harry iria tampar meu rosto com a sua mão e me empurrar para trás, afastando-se de mim, como sempre, mas não, novamente, ele me surpreendeu. Um lado de seus lábios se repuxou para cima, os seus olhos brilhando com alguma coisa que eu não conseguia distinguir. 

-Não vamos levar a conversa pra esse rumo, Abby.
 

-Rumo? Eu pensei que nós estávamos conversando, não remando. 

-Hilária.

-Então por que você não está rindo? -eu franzi as sobrancelhas.

-Foi tão engraçado que eu esqueci de rir. 

Eu revirei os olhos e dei um passo para trás, precisando de um pouco de ar para voltar a raciocinar direito. 

-Enfim... Eu estava doente e consegui convencer a minha mãe a me deixar faltar. 

-E por que você me ignorou hoje cedo? 

-Não sei do que você está falando -respondi de imediato e ele pegou na minha mentira.

-Ser mentirosa não cai bem em você. 

-E o que cairia? 

Eu estava prestes a jogar meu charme para cima dele quando alguém atrás de mim o chamou. 

Tinha que ser Rosemary.

-Oi, Abby -ela me cumprimentou.

Eu olhei para os lados do para ter certeza de que era realmente comigo quem ela estava falando e percebi Harry balançar a cabeça negativamente ao meu lado.

-Hã... Oi -eu respondi incerta.

-Posso falar com Harry? Sozinha? 

Estava bom demais para ser verdade mesmo.

Pressionei meus lábios numa linha e confirmei, olhando entre os dois e dei uma acenada com a mão.

-Tô vazando.

-Abby, esp-Harry começou a me chamar, mas eu já estava virando o corredor. 

Os dois ingênuos devem ter pensado que eu tinha ido para algum lugar, o que eu queria que eles pensassem, entretendo eu ainda estava ali, encostada na parede e ouvindo a conversa entre os dois. 

-Oi, Rosemary -Harry falou.

-Eu queria saber como você está... Você não me ligou desde aquela noite e, sei lá, fiquei curiosa.

Seguiu um silêncio e eu fiquei perdida sobre o que raios estava acontecendo. Por que estava silêncio? Eles estavam se beijando? 

Não, se estivessem iria fazer aquele barulho nojento que acontece. 

Será que o beijo do Harry era assim? Ou era silencioso? Como era o beijo dele? 

Daqui a pouco a história acaba e eu nem abracei aquele Deus grego em forma de ser humano ainda.

-Eu não sei porque você pensou que eu iria te ligar -ouvi a voz de Harry e voltei a prestar atenção na conversa alheia. 

-Eu pensei que tinha alguma coisa entre nós -Rosemary soou tímida e quase machucada e eu quase senti dó.

-Só porque nós nos beijamos não significa nada -Harry falou grosso. 

Senti meu coração dar uma despedaçada, como se Harry tivesse pisoteado em cima dele e, literalmente ele não fez isso, mas sentia como se tivesse.

-Senhor Styles? Senhorita Rosemary? -a voz da inspetora soou no fim do corredor- O que vocês estão fazendo fora da sala?

Rosemary começou a falar alguma desculpa, só que eu não consegui prestar atenção direito. A voz de Harry apareceu logo depois e mesmo assim eu não consegui fazer meus pés me levarem para longe dali. 

Meus olhos estavam pregados na parede do outro lado, mas minha mente imaginava o cenário em que Harry tocava em Rosemary nos lugares em que eu queria ser tocada, e ele beijava-a da forma que eu desejava ser beijada por ele. 

Eu ouvi passos se aproximando e eu sabia que estava ferrada, a inspetora iria falar no meu ouvido até ela se cansar e eu não estava com paciência para isso. Só que mesmo assim, eu fiquei ali parada. 

A pessoa que apareceu na minha frente tinha calça moletom preta e uma blusa vermelha de manga curta, cabelos estilado em um topete; olhos verdes e lábios avermelhados: Harry. 

De certo modo, a presença dele era melhor que a inspetora. 

-A-Abby? 

-Oi, cachinhos? 

-Você não tinha ido embora? -ele perguntou e sua mão escorregou para meu pulso, me puxando dali- A inspetora tá vindo pra cá, vamos sair antes que ela pegue você também pra atazanar. 

Eu fiquei quieta, deixando ele me levar para onde quer que ele quisesse. 

-Eu não ligo -dei de ombros- não é como se ela gostasse de mim.

-Você gosta de uma encrenca, hein? -ele perguntou, olhando para mim de lado.

Eu respirei fundo, engolindo a mágoa e aproveitando o toque da sua pele contra a minha.

-Eu diria que é uma relação recíproca.

Diferente de outras coisas...


Notas Finais


ahhhh pensaram q eu ia sumir né? kkkk
NÃO DESSA VEZZZZZZ!!!


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