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História Cliche - Colírio e Blush


Escrita por: secretshadow

Capítulo 16 - Colírio e Blush


Fanfic / Fanfiction Cliche - Colírio e Blush

-E depois ele foi embora? 

-Aham. 

-Batendo a porta e tudo? 

-Yes.

-E você não bateu nele? 

-Não.

-Mas você também não desistiu dele?

Eu fiquei quieta, abaixando a minha cabeça. Jenna estava sentada na minha cama, esperando a resposta.  

-Abby, você não pode desistir do Harry, metade da sua lista está riscada, você se aproximou dele e eu quase não levei uma suspensão pra ele mudar de sala por nada! -ela esbravejou, apontando o dedo na minha cara.

Eu envolvi a mão dela com meu cobertor e comecei a torcer seu dedo indicador.

-Você sabe como eu odeio quando as pessoas fazem isso.

-T-Tá, eu parei, eu parei! -disse rápida, a dor falando por ela.

Puxei meu cabelo para trás, fazendo um rabo, enquanto eu pensava no que aconteceu no dia anterior.

-Eu não quero ir me desculpar, eu não fiz nada de errado -avisei para Jenna que me respondeu revirando os olhos.

-E você acha que ele vai?  

-Sim -eu respondi de vez, mas notando a forma como Jenna me olhou eu mudei- quer dizer, não...?

Eu suspirei alto, sem saber mais o que fazer.

-Eu desisto -falei, jogando minha costas na cama. 

-Você gosta dele, Abby -ela disse, apontando o óbvio- eu sei que você vai acabar pensando em um jeito de fazer Harry pedir desculpas.

•••

Eu tinha pensado num jeito de fazer Harry pedir desculpas! 

Ele não iria gostar, mas no final seria para um bem maior então não tinha o que reclamar. 

No dia seguinte, enquanto eu estava comendo meu cereal de café da manhã, minha mãe brigou comigo porque eu nunca lavo o meu prato depois de comer e ela tinha conseguido me fazer mau por estar me alimentando sem eu mesmo falar nada. 

Como se um lâmpada tivesse acendido em cima da minha cabeça, o plano de fazer Harry se redimir formou, porém eu não vou contar de vez para vocês, se não qual vai ser a graça? 

-Abby, eu não estou gostando disso. 

-Tudo bem, Bret -eu tentei tranquilizar meu amigo- vai ser de mentira, ele nem vai perceber. 

-Mas ele vai descobrir que não é verdade e é bem provável que ele fique bravo.

-Nossa, com você jogando praga assim, também.

Bret levantou as mãos em forma de rendição e ficou quieto. 

-Me dá o colírio -estendi o braço em sua direção e esperei.

-Não acredito que você vai mesmo fazer isso -ele falou pela milésima vez, entretanto me deu o que eu tinha pedido.

-Se você conseguir um lugar escondido pra ver, então talvez acredite -pisquei para ele de brincadeira.

 Bret revirou os olhos e começou a andar para a porta, o cheiro fresco de lá fora entrou momentaneamente, diminuindo o fedor de álcool e produto de limpeza ao meu redor. 

Eu peguei o esfregão ao meu lado e o tirei da frente do mini espelho que tinha pregado na parede.

Sim, eu estava no armário do zelador.

Peguei meu blush do meu bolso traseiro e pintei as minhas bochechas de forma que parecesse como eu normalmente fico ao chorar; depois de guardar, abri o colírio e joguei algumas gotas no meu olho e depois ao redor. Me parabenizei mentalmente ao ver o quanto realista estava a minha maquiagem -ou pelo menos perto do realista.

Me sentei no canto do cubículo daquele armário e dobrei as minhas para cima, passando meus braços ao redor delas, quase como se eu estivesse em um posição fetal. 

Alguns minutos se passaram e a voz de Bret soou do outro lado da porta, mostrando que era a minha deixa para eu começar a fazer meu papel. 

Não demorou muito e a porta se abriu, a silhueta alta e esquia de Harry fazendo sombra em mim. 

Eu fiz barulho de choro e enterrei minha cabeça nos meus braços, enquanto eu ouvia ele fechar a porta. 

-Não quero falar com você, Bret -eu disse dramaticamente, dando uma fungada no fim. 

Não foi uma fungada tão boa quanto eu queria que fosse, mas deu para o gasto.

-Não é o Bretman. 

Ouvindo sua voz, levantei a cabeça e vi Harry. 

Eu queria dizer "Jura, Sherlock?", mas me mantive na personagem. 

-O que você está fazendo aqui? 

-Por que você está chorando? 

-Eu perguntei primeiro -eu rebati.

Passei as costas da minha mão na lateral do meu rosto, como se eu estivesse secando algumas lágrimas.

-É verdade o que Bretman disse? -Harry perguntou, mas eu fiquei quieta- Você está chorando por causa da briga? 

Eu virei meu rosto para o lado, querendo olhar para Harry, mas o roteiro dizia que essa era a hora de fazer mais drama ainda, como se eu chorando não fosse o suficiente.

-Não -eu fiz uma voz falsa, numa tentativa de transparecer que eu estava mentindo.

-Você é uma péssima mentirosa.

Porém uma ótima atriz

-Abby -Harry suspirou e notei pelo canto do olho ele se sentar na minha frente- olha pra mim.

Eu, teimosa, continuei olhando para a parede sem graça invés do rosto dele. Alguns segundos depois, eu senti seu dedo tocar no meu queixo, aplicando um pouco de força para puxar meu rosto para ele.

-Eu não queria te magoar. 

-Queria sim -eu falei triste. 

-Não, eu nunca quis te fazer chorar -ele balançou a cabeça negativamente- me desculpa pela forma que eu falei com você.

Senhoras e senhores, é assim que faz uma badboy pedir desculpas para você! 

Sequei as minhas lágrimas falsas, vendo a mão de Harry voltar para perto de si. 

Meu plano estava completo, então passei minha mão nas minhas bochechas de novo, tentando tirar o rosado. 

-Eu aceito as desculpas -eu disse sorrindo de lábios fechados- mas eu espero que você tenha aprendido a lição. 

Harry levantou a sobrancelha e assentiu lentamente.

-Porque eu não quero ficar passando colírio no meu rosto toda vez que você fizer alguma merda pra mim só para eu conseguir ouvir um desculpa sincero seu.

Eu tirei o colírio do meu bolso traseiro ao falar e o rosto de Harry se transformou de culpado para surpreso.

-O quê? Era mentira?

-O choro sim, mas a mágoa não.

Harry se levantou do chão, incrédulo, e eu fiz o mesmo, tirando a parte do incrédulo.

-Você fez de novo! -ele exclamou.

-Fiz o que de novo? 

-Fingiu estar chorando. 

-O que eu posso fazer? Eu sou uma ótima atriz -fingi limpar uma sujeira do meu ombro, convencida.

Harry grunhiu alto, tampando o rosto com as mãos.

-Não acredito que cai nessa.

Como se fosse a deixa dele, Bret abriu a porta, seu rosto vermelho de tanto rir, e disse: 

-Nem eu. 

Harry virou para ele, olhando-o com raiva e o rosto de Bret ficou sério em 0,5 segundos. Acho que ele sentiu que Harry não estava feliz sendo tirado sarro e, pensando rápido, decidiu que não ficar na mira de raiva dele seria melhor, então Bret fechou a porta e saiu.

-Eu devia estar tão bravo com você -Harry murmurou, virando-se para mim.

-Mas você não está porque gosta demais de mim pra ficar assim -eu falei- ou pelo menos de novo. 

Eu abri a porta e senti o braço de Harry circular meu pescoço, por um segundo pensei que ele ia me enforcar, mas ele apenas apoiou o braço em cima do meu ombro, meu corpo sendo levado para mais perto dele e meu coração quase saindo pela boca por causa da proximidade.

-O que eu faço com você? -Harry perguntou para o nada.

Eu pensei que ia cair um clima ali, seria um daqueles momentos em que Harry notaria como eu sou a garota certa para ele ou como meus olhos são bonitos, talvez até mesmo que ele se dê conta que era apaixonado por mim, mas como eu estava enganada. 

Harry, ao terminar de falar com o nada, levou sua outra mão para o topo da minha cabeça e esfregou meu cabelo. Eu coloquei minha mão no seu braço que me segurava, querendo me afastar, mas só depois de alguns segundos Harry teve o bom coração de me soltar. 

-Por que você fez isso? -eu perguntei, passando a mão sobre meu cabelo.

-Pelo mesmo motivo que você fingiu chorar -deu de ombros.

-Eu consigo sentir os meus cachos formando nó -choraminguei- nunca se deve mexer no cabelo de uma garota... Isso é guerra, Styles.

Eu ouvi a risada de Harry e normalmente eu iria ficar toda boba e rir junto, mas eu estava ocupada demais rearrumando meu cabelo, uma vez que eu nunca faço nada nele de manhã, o que apenas dificultou meu trabalho.

-Você vai sobreviver, para de drama -ele falou, soando cansado.

-Drama? -minha pálpebra tremeu, o tique nervoso que eu tinha reaparecendo.

Harry olhou para mim e ao perceber a minha expressão, soltou uma risada sem graça e tentou consertar o que tinha falado.

-Quer dizer, seu cabelo é bonito de qualquer jeito -ele levantou a mão para passar nos meus cachos, mas notou o meu olhar de raiva e sua mão acabou ficando no meu ombro- e você não precisa se preocupar em impressionar ninguém, não é como se você quisesse. 

-Como é?

Minha cabeça foi para trás e eu não formei um queixo duplo, foi triplo mesmo. 

-O que eu estou tentando falar...

-Seria o quê? -eu incentivei-o a terminar a frase.

-Q-que você não precisa se preocupar em chamar atenção de ninguém -Harry sorriu- a minha já é a suficiente. 

Isso era verdade, entretanto ele não precisava saber. 

-Eu vou deixar essa passar -avisei, tirando a mão dele do meu ombro para manter a pose de brava- só porque não quero gastar mais meu blush, sabia que eu paguei quase trinta nisso aqui? -eu falei pegando o produto do meu bolso.

-Na verdade, não sabia. Por que você pagou tão caro? 

-Porque eu fui vendida pela propaganda, pela embalagem e pela moça da loja disse que combinava com meu tom de pele.

-E mesmo assim comprou? 

-Como eu disse, eu fui convencida por tudo, menos o preço -enruguei meu nariz- só que a consumista dentro de mim não se importou em perder dinheiro, afinal, o que são trinta merréis perto de uma paleta de sombras da Urban Decay por quase 300?

-Trezentos? -Harry arregalou os olhos e jurei que sua sobrancelha estava quase tocando a sua testa e olha que não era uma testa pequena.

Assenti com a cabeça.

-Sabe qual o nome disso? 

-Roubo? -ele perguntou.

-Perto, mas não -pressionei meus lábios e abri a porta do ginásio- economia, meu caro colega, economia.

Andamos até o fundo do ginásio, sentando em alguns bancos afastados. Encostei minhas costas na parede e esperei Harry sentar para colocar minhas pernas em cima da sua. 

-Quem disse que eu deixei? -sua voz rouca perguntou, os olhos se alternando entre os meus e as nossas pernas.

-Ninguém.

-Exato.

Harry empurrou as minhas pernas para o chão e em menos de cinco segundos depois eu voltei elas para cima das dele. Não satisfeito, ele jogou meu pé de novo para o chão, porém eu fui mais rápida e desviei da sua mão. 

-Desiste... -eu falei em meio a minhas acrobacias para me livrar da sua pegada.

Eu dei um chute na axila de Harry e ele segurou meu pé ali, vendo que eu não tinha tinha saída, retornei meu pé para cima do seu braço e prendi-o.

-Abby! 

-O quê? 

Harry suspirou, afrouxando o aperto no meu tornozelo. Eu conseguia ver que ele queria sorrir, mas lutou contra a vontade, cedendo o seu colo como apoio para os meus pés. 

-Espera... -ele falou, juntando as sobrancelhas como se lembrasse de algo.

-O que foi? 

-Quando eu disse que a minha atenção era suficiente pra você, você não negou. 

-Hã... -Okay, eu estava entrando em pânico- N-não sei do que você está falando.

-Você não negou -ele repetiu, seu olhar se voltando para meu rosto. 

Quero deixar uma coisa bem claro: eu não sou de corar. É bem difícil me deixar sem graça, no geral. Contudo, quando o assunto era um rapaz com rosto de Deus grego, cabelo curto, olhos verdes e para fechar o pacote, com uma voz rouca que dá arrepio até na dedão do pé, as coisas mudavam. 

Por isso, quando Harry mirou seus olhos em mim, esperando uma reação, a única coisa que meu sistema nervoso conseguiu fazer foi concentrar sangue nas minhas bochechas. 

-Awn, você está ficando vermelha? -ele levantou a mão para tocar na minha bochecha e eu dei um tapa nela. 

-Harry, cala a boca. 

-Negação é o primeiro passo para aceitação. 

-Rimou! -eu forcei uma risada- Rosas são vermelhas, violetas são azuis-

-Não muda de assunto que nessa eu não caio. 

-Rimou de novo! -dessa vez eu realmente ri. 

Harry deu uma bundada para perto de mim, minhas coxas agora batendo nas suas pernas. Eu olhei confusa para ele, não querendo reclamar da proximidade e sentindo borboletas carnívoros subirem até a minha garganta de nervosismo. 

Essa não foi uma boa analogia, foi meio grotesca, desculpa. 

-Posso te ajudar? -perguntei para ele, tentando transparecer tranquila.

-Pensei que você nunca ia perguntar. 

De novo, eu pensei que nesse seria o momento em que Harry iria me puxar para um beijo de cinema, quando eu finalmente sentiria como era os seus lábios contra os meus e me sentiria menos iludida, porém de novo, eu estava enganada. 

-Eu tenho um trabalho de física para semana que vem, será que você podia me ajudar? 

Primeiro eu dei uma tapa na minha cabeça, depois xinguei Harry, gritando como ele podia fazer isso comigo. Claro, isso tudo foi na minha cabeça, porque no exterior eu ainda estava esboçando a minha feição de tranquilidade. 

A única coisa que meu cérebro conseguiu fazer com que eu respondesse foi um 'Claro'. 

Eu só tinha esquecido como eu era péssima em física e no desastre que iria acontecer na construção do projeto.


Notas Finais


FELIZ PÁSCOA PRA VCS!!!! eu sei q sumi, sem desculpas, apenas o terceiro ano acabando com o meu tempo livre)):

como semana que vem tem feriado, aguardem por um cap novo😏


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