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História Cliche - Batata Frita


Escrita por: secretshadow

Capítulo 19 - Batata Frita


-Harry, eu estou com fome, levanta logooooooo -eu chutei de leve a sua canela, fazendo manha para ele ir sentar comigo.

-Me deixa sofrer em paz.

-Por que você não pode sofrer sentado na mesa? 

Harry olhou para mim como se eu tivesse dito algo idiota. Eu, claramente não entendendo o porquê de tanto drama, bufei.

-Desde de que eu te conheci já é a segunda vez que alguém me chuta entre as pernas -ele disse, apoiando-se na lixeira do lado para finalmente sair do chão.

-Isso não tem nada haver comigo, nem vem.

Ele apenas me olhou de lado e balançou a cabeça negativamente. 

Caminhamos até o caixa e tirei a minha mochila de um dos ombros para pegar o dinheiro. Quinze minutos depois, dezenove e noventa e nove centavos a menos, eu me encontrava sentada com a minha bandeja na minha frente e Harry sentado na cadeira do outro lado, totalmente sem educação e já devorando seu sanduíche. 

-Você pegou ketchup? 

-Não -ele nem olhou para mim, concentrado em olhar para o seu lanche. 

-Então vai pegar -bati minha mão na mesa em um gesto dramático, arregalando o olho para mais ênfase.

-Vai você -deu de ombros- até onde eu saiba você tem duas pernas. 

Minha sobrancelha quase tocou o meu couro cabeludo. 

Além de eu não estar aonde eu queria, perder quase vinte reais e estar sem ketchup, Harry não queria pegar molho para mim. 

-E eu pensando que você era um cavalheiro -murmurei. 

Não sei se isso pode ser considerado um insulto para o rapazes, mas Harry levantou em dois segundos, foi até o caixa e eu observei enquanto ele pedia alguma coisa para o funcionário. 

Voltando de com uma mão cheia de ketchup e a outra com mostarda, ele colocou em cima da minha bandeja. 

-Não sabia se você gostava de mostarda ou não.

-Eu odeio -sorri- mas valeu por ter ido pegar. 

Ele deu de ombros, não recebendo nem ignorando meu agradecimento. Peguei meu lanche e comecei a comer.

-Hã... Não vai falar nada? -Harry perguntou e eu olhei para ele, franzindo o cenho.

-Que? -falei de boca cheia, pegando o refrigerante para a comida descer.

Eu provavelmente não deveria ter feito isso, mas o meu charme estava menos que zero e uma coisa dessas não iria piorar. 

Eu espero. 

-Você sempre fala, -ele explicou- então... Fala.

-Oshe -levei meu queixo para trás, surpresa- fala você. 

-Não, eu pedi primeiro. 

-E agora eu estou pedindo -falei, mordendo meu hambúrguer de novo. 

-Abigail!
-Harry! -imitei-o.

Ele revirou os olhos e pegou um punhado de batata frita, enfiando na boca.

-Você gosta de queijo? 

Olhei estranho para ele. 

-Que tipo de "puxar conversa" é esse?
-Você já me perguntou isso uma vez -ele se defendeu.

Não me aguentei e dei um risada. 

-É, porque eu ia contar uma piada. Você vai contar uma? 

-Não.

-Então para de roubar as minhas falas -avisei seria.

-Me obrigue.

Então, aconteceu uma coisa que eu não estava esperando. Harry sorriu, mas não foi aquele sorriso normal que eu adoro ou aquele maroto que faz meu coração bater na velocidade 5 do créu.

Era um... Malicioso. 

Harry estava me paquerando? 

Produção, é isso mesmo? 

Normalmente, eu sempre tenho uma resposta na ponta da língua, porém naquele momento, eu estava sem defesas e, se pudesse, eu iria tirar uma foto daquele sorriso porque era a primeira vez que Harry me olhava de um jeito que não fosse irritação, riso ou confusão; então, a única coisa que eu consegui fazer foi dar voltar a comer meu hambúrguer. 

-O gato comeu a sua língua? -sua voz rouca me perguntou, aquele brilho nos seus olhos ainda presente.

-Na-ão. 

Eu tinha que gaguejar? 

-Quer dizer -eu cocei a minha garganta e endireitei a minha coluna- não -abaixei um pouco meu queixo, lançando um olhar que eu julguei ser tenebroso na direção de Harry. 

-Não? 

-Exatamente. 

Novamente, Harry me surpreendeu: ele riu. Riu!

Eu olhei para os lados, procurando alguma câmera escondida e que alguém iria pular na minha frente dizendo que era uma pegadinha ou alguma coisa do tipo. Eu não sei, francamente, eu não sei, aquele ponto eu estava esperando que qualquer merda ia acontecer para explicar Harry estar me paquerando. 

-Enfim -ele disse, me tirando das minhas alucinações- você está sabendo da festa do Louis? 

Neguei com a cabeça, agradecendo mentalmente pela mudança de assunto. 

-Vai ser depois de amanhã, pelo que eu entendi é uma festa de comemoração do namoro dele com a Rosemary. 

-Eles voltaram?! -eu perguntei surpresa, tomando um gole do meu refrigerante.

-Aparentemente -Harry pressionou os lábios, também não acreditando.

-Não sei como eu ainda me surpreendo -puxei minha boca para o lado, olhando para as minhas batatas- aqueles dois são a definição de relação Ping-Pong. 

Harry riu baixo, concordando comigo.

-Pode crê... Mas, então, você vai? 

-Não sei, não fui chamada -dei de ombros, pegando duas batatas e colocando-as na minha boca, o resto vocês sabem o que aconteceu com elas- você vai? 

-Talvez. 

As engrenagens no meu cérebro começaram a trabalhar. 

Harry+festa+bebida alcoólica-Rosemary= Abby feliz.

-Você quer ir comigo? 

Eu parei meu hambúrguer no meio do caminho até a minha boca, todo o meu sistema nervoso travando com a entrada das palavras de Harry. 

Tudo bem, é só agir normal, dá uma de despreocupada. Respira fundo, e vai que é a tua, Abby!, eu me incentivei.

-Hm... É, pode ser -eu dei de ombros- acho que não tenho nada na sexta. 

Eu rezei e pedi para São Longuinho que eu tivesse soado despreocupada, mas não o suficiente para parecer que eu estava esnobando do convite. 

-Legal -Harry disse, bebendo um gole do seu copo.

-Legal -eu repeti, balançando a cabeça em concordância.

-Legal.

-Legal -disse, franzindo o cenho.

-Legal! -ele repetiu com mais entusiasmo.

-Legal! -tentei soar melhor ainda.

-Le-gal! -ele falou lentamente, sua voz rouca me fazendo dar uns arrepio loucos. 

-Le -peguei uma batata- gal -joguei na minha boca.

Harry não continuou, parecendo se perder alguns momentos em sei lá o que. 

-Há! -eu ri- Ganhei.

Ele apenas revirou os olhos, mordendo o último pedaço do seu hambúrguer. Eu ainda estava na metade do meu, quando que ele comeu tão rápido? 

-Tanto faz. 

Eu ofereci as minhas batatas para Harry, uma vez que ele também tinha terminado as suas, ele apenas negou com a cabeça, não percebendo como ele foi privilegiado de ter sido oferecido a minha comida. 

-Não vai aceitar, é? -eu afinei a voz- Eu que nunca ofereço nada, e quando faço, o ser recusa. Vai entender -balancei a cabeça, mordendo meu hambúrguer.

Ele levou as mãos para trás da cabeça, expondo os músculos com um sorriso presunçoso no rosto.

-Me sentindo especial.

-As batatas se sentem rejeitadas, isso te deixa feliz? -levantei a sobrancelha.

Harry continuou sorrindo.

-Tudo bem, se você quer que seja assim, que seja -falei, puxando o saquinho que as batatas estavam juntas para mais perto de mim.

-Quanto drama.

-Drama? -eu perguntei incrédula.

E pelos próximos quinze minutos eu falei sobre a importância das batatas ao nosso mundo, e depois sobre rejeição, sobre como é ruim e ninguém gosta, que mesmo que não quer, aceitar uma simples batata. 

Durante todo o meu discurso, Harry ficou me olhando, quase como se estivesse realmente interessado. Eu desconfiei na hora, porque ele estava fazendo uma cara de quem realmente estava me ouvindo. 

-Tá, por que você está me olhando assim? -eu me interrompi, mudando o rumo da conversa.

-Assim como? 

-Assim -eu gesticulei para seu rosto.

-Eu não sei do que você está falando -riu de leve, caçoando de mim.

Grunhi baixo e terminei meu hambúrguer, pegando um guardanapo para envolver as batatas e levá-las para casa.

-Abby... 

-Sim? -virei meu rosto para Harry, levantando-me da mesa.

-Deixa as batatas aí. 

-O quê? Por que? Você não ouviu nada do que eu disse pelos últimos quinze minutos? 

-Sim, mas-

-Mas nada -eu o cortei, colocando o suco entre meu cotovelo e o braço.

Comecei a andar para a saída, bebericando do meu suco e comendo uma batata. Por um segundo pensei que Harry tinha ficado na mesa, ou me deixado ir sozinha embora, mas quando ouvi sua voz atrás de mim, meus dedos voltaram a hiperventilar e meu coração deu uma descompassada.

-Onde eu fui me meter.

•••

-Querida, cheguei! -cantarolei alto, batendo a porta de casa fazendo a minha chegada audível.

Fui até meu quarto e deixei minha mochila lá, abrindo a janela para entrar um pouco de ar. Quando me virei para ir procurar a minha mãe, quase perdi meu coração e minhas cordas vocais do berro que eu dei ao vê-la parada na porta. 

-Nossa senhora, filha, pra que gritar? 

-Pra que me assustar assim? -rebati, colocando a mão no meu peito sentindo meus batimentos.

Ela me ignorou e andou até a minha cama, deitando-se nela.

-Claro, sinta-se em casa, não é como se você não estivesse -murmurei, indo me deitar ao seu lado.

-Onde você estava? 

-Por aí. 

-Com quem você estava?

-Pessoas.

-Você vai continuar me respondendo assim ou eu vou ter que tirar seu celular? -ela perguntou irritada.

-Fui numa lanchonete com um amigo. 

-Amigo, é? -sua voz afinou, aquele tom de quem está insinuando coisas já presente- Ele tem nome?

Assenti.

-Essa é a hora de falar o nome, Abigail -minha mãe me olhou, virando a cabeça para o lado.

-Você não gostaria de saber? -um sorriso travesso se formou em meu rosto ao mesmo tempo em que eu vi as velhas engrenagens do cérebro da minha mãe começarem a funcionar.

-Me diz!

-Não. 

-Abigail!

-Uh, espera aí -eu levantei minha bunda, pegando meu celular que vibrava no meu bolso traseiro- alguém está me ligando.

Vi dona Clarissa dizer "você me paga" e sair indignada do meu quarto, enquanto eu cliquei no botão verde para atender a ligação, sem antes ver quem era.

-Por que você está rindo, Pastel?

Mesmo se eu não tivesse visto, ao ouvir o apelido, acho que já saberia quem era. 

-Minha mãe -eu disse- ela quer saber quem é o Harry.

-Harry! -um berro soou do corredor e de repente a cabeça da minha mãe apareceu na entrada do meu quieto- Harry! 

Como a pessoa estranha que ela é, uma risada maligna/vingativa saiu de seus lábios, ela olhando para cima.

Minha mãe me assustava às vezes.


Notas Finais


gente mil desculpas pela demora era pra ter ido sexta mas um parente está no hospital e eu não tive tempo!

espero q tenham gostado, até<3


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