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História Cliche - Preto


Escrita por: secretshadow

Capítulo 37 - Preto


Quando passei pelas portas da biblioteca, notei o olhar da bibliotecaria - a qual eu ainda iria chamar de November - em mim e mandei um sorriso de relance para ela. Passei entre as fileiras e fileiras de livro até chegar no fim, encontrando um sofá ocupado por um adolescente grande demais para aquele lugar pequeno. 

Francamente, quanto que Harry media? Não que eu estivrsse julgando, quer dizer, eu mau me encaixava dentro daquele sofá e minha testa batia, mais ou menos, na sobrancelha de Harry e olha que eu era bem alta para a minha idade.

Me distraindo levemente com isso, balancei a cabeça e tinha certeza que se alguém olhasse para mim, iria me chamar de louca porque eu estava abanando a minha cabeça para o nada. 

Dei os últimos passos até chegar perto o suficiente de Harry e cutuquei seu ombro, decidindo começar com a abordagem pacífica para depois ir para a agressiva. 

Cinco segundos se passaram e Harry continuou imóvel, como se eu nem tivesse tocado nele.

Dei uma cutucada de novo em seu ombros, um pouco mais forte, e chamei pelo seu nome, mas ainda não obtive nenhuma resposta. 

Estamos nessa jornada há mais de trinta capítulos, então é seguro dizer que nós sabemos que eu não sou uma pessoa muito paciente.

Respirando fundo, levei as minhas duas mão até o ombro de Harry e comecei a chacoalhar ele, grunhindo seu nome sem parar até que ouvi ele soltar um xingamento baixo e sabia que ele estava pelo menos acordando, o que já era um avanço e tanto. 

-Não me obrigue a chutar seu saco -ameacei e, mesmo que ele estava com a sua costas virada para mim, automaticamente ele se curvou.

Tentei segurar meu riso, mas não deu certo.

-Não precisamos ir pra esse lado -ouvi a voz dele soar abafada e mais rouca que o normal dizer.

Ergui meus braços fazendo sinal de redenção enquanto observava Harry sentar, espreguiçando-se. Ele não percebeu quando a parte mais baixa da sua cintura apareceu por alguns segundos - os quais eu agradeci ter presenciado - e passou a mão pelo rosto, finalmente despertando.

-Já acabou o intervalo? -ele perguntou franzindo o cenho e fui me sentar ao seu lado.

-Não.

-Então por que me acordou? Esse não é nosso combinado. 

Uma coisa que é perceptível é o fato de Harry não socializar com o pessoal do colégio; ele dizia que ninguém lá valia a pena seu tempo -quando ele disse isso pela primeira vez, me senti ofendida por eu estar incluída nessa categoria, mas Harry adicionou no meio de uma tossida mais falsa que a bunda da Kim Kardashian um "menos você", o que foi suficiente para me fazer soltar um "awn" internamente. 

-Eu sei, mas eu preciso te perguntar uma coisa -falei, começando a ficar nervosa.

-Manda -ele acenou a cabeça para mim, se abaixando até a sua mala para pegar alguma coisa.

Mantive meus olhos fixados nele, esperando enquanto via Harry pegar uma garrafinha e abri-la, dando um longo gole depois e decidi dizer de uma vez.

-Por que você não me beija mais?

Toda a água que estava dentro da boca de Harry voou para fora, caindo no chão e perto de alguns livros. Minha mandíbula caiu, meus lábios formando um 'O' enquanto olhava para onde estava molhado. Virei lentamente a minha cabeça para ver Harry tossindo. Depois de alguns minutos, com seu rosto vermelho e a voz falhando, ele olhou para mim e disse:

-O-o quê?

-É... tipo, eu venho notando isso e... -falei lentamente, mexendo a minha cabeça para cima e para baixo, mexendo em um fio solto da minha blusa nervosamente- É... Eu queria saber o motivo e tals.

Harry puxou o cabelo para trás e concordou, assentindo, seus lábios pressionados um contra o outro até se repuxarem em um sorriso divertido.

-Eu estava mais te zoando, não sabia que isso te incomodava -começou a explicar, colocando a garrafa dentro da mochila- se você qui-

-Mas você quer me beijar? -cruzei a minha perna e apoiei meu cotovelo no joelho mais levantado, deixando a minha cabeça sobre a minha mão,

-Hã... Sim...? -Harry pareceu confuso com a minha interrupção- quer dizer -deu uma tossida e juntou as sobrancelhas rapidamente- sim. 

-Então por que não me beija? 

-Não sei -ele coçou a cabeça.

-Hmm, okay... -olhei pensativa para ele e assenti, me levantando do sofá- A gente se fala depois.

-Tá bo-Não, espera aí -ele próprio se interrompeu, dando um pulo do seu lugar a tempo de pegar no meu pulso para me parar- Você vai embora assim?

-Assim como? -virei a minha cabeça, preguiçosa demais para me virar por inteiro para Harry.

-Não sei -ele deu de ombros, olhando para o chão, tentando formular os seus pensamentos em palavras, não vou mentir que demorou um pouco, tudo bem que Harry é meio lento para falar, mas nesse momento eu conseguia ver ele tentando organizar tudo e era até que charmoso.

Eu estava mesmo apaixonada por ele, puta merda, eu gostava até do jeito que ele ficava quando pensativo.

-Tipo... -ouvi ele falar e voltei a focar na conversa de novo- Você veio e perguntou essas coisas e agora só vai embora?

-É, o sinal vai tocar daqui a pouco. 

-Ah... Ta bom, então... -Harry concordou, soltando meu pulso e dando um passo para trás.

-Até -me despedi e voltei a fazer meu caminho para fora da biblioteca, quando parei e virei para trás, lembrando as palavras de Jenna- e vê se para de cu doce e me beija logo.

Girei meus calcanhares e comecei a caminhar, saindo da biblioteca ao mesmo tempo que ouvi o sinal tocar. Eu daria tudo para virar e ver a expressão de Harry, mas aquela tinha sido a minha perfeita saída triunfal e não queria estraga-la.

Ri comigo mesma com o meu drama até chegar na sala.

•••

Quando o sinal tocou para a saída, soltei ar num suspiro aliviado que eu nem sabia que estava segurando. Guardei meu material e me despedi de Jenna que estava quase correndo para sair dali.

Somos duas, pensei. 

Levantei da cadeira, colocando a minha mochila na costas. Querendo ser discreta, mas só querendo mesmo, olhei para trás e fiquei levemente sem graça quando peguei Harry me olhando. Acenei com a cabeça para irmos embora e fomos embora juntos. Começamos a conversar sobre quantas vezes a professora de geografia tinha falada "aí" nessa última aula, uma mania dela que chegava a ser ao mesmo tempo irritante e engraçada. 

Estávamos no corredor quando Bret me chamou para conversar e me despedi de Harry, falando que ele podia ir na frente que depois iria alcança-lo. 

-Yo, Bret Boy, -cumprimentei meu amigo, sorrindo travessa com o nome que o chamei.

-Oi, Pastel -ele revirou os olhos, falando o apelido que eu odiava- amanhã vai ter festa de Halloween na minha casa, você já não foi nas minhas dos últimos meses, então não estou aceitando um não como resposta.

Era a primeira semana de novembro ainda, então não comentei do pequeno atraso dele para a comemoração. 

Eu estava esperando que ele não fosse lembrar de me convidar para uma de suas festas de novo, o que era meio impossível sendo que eu era praticamente sua melhor amiga, mas é como o ditado popular: esperança é a última que morre. 

As festas de Bret eram épicas, eu sendo a pessoa fresca que sou, não ia nas maiorias delas, normalmente eu sempre ia a cada dois meses ou menos, porque eu também sou uma pessoa normal e gosto de me divertir indo em festas.

Estranhamente, esse ano eu estava com vontade de me fantasiar e ir em uma festa, então quando olhei para o rosto do meu amigo não tão paciente pela minha falta de resposta, me encontrei concordando.

-Que horas vai ser?

Depois de pegar os detalhes com Bret, dei tchau para ele e corri para fora do colégio, pensando se realmente iria conseguir alcançar Harry como havia falado. Quando virei a esquina do quarteirão do colégio, encontrei-o de pé no ponto de ônibus e tive uma ideia. 

Desacelerei meus passos e respirei fundo, regulando a minha respiração para parar de soar como se estivesse morrendo. Peguei meu celular do meu bolso traseiro e andei lentamente até Harry, tentando o máximo possível não fazer barulho. Cliquei no botão de gravar e quando me encontrei perto o suficiente, dei um pulo, caindo em cima das costas e gritando um "bu", colocando a câmera na frente do seu rosto, ou foi o que eu tentei.

Harry pegou meu braço que estava com o celular e me puxou para frente, passando meu corpo para o outro lado. Bati com tudo a minha cabeça no concreto e sabia que iria sair um galo nas horas seguintes. A dor se espalhou para a frente da minha cabeça e meu corpo enfraqueceu, quase como se estivesse me punindo por fazer aquela merda. 

Pisquei meus olhos, mas eles estavam ficando pesados demais e um barulho de "pi" agudo e alto estava soando, bloqueando o resto. Tive tempo de ver Harry olhando para mim, os olhos arregalados; ele se ajoelhou perto de mim e começou a falar alguma coisa, porém eu não estava conseguindo entender já que tinha um barulhinho irritante na minha cabeça que eu sabia que só eu estava escutando.

Antes de morrer, levantei a minha mão e mostrei o dedo do meio para Harry.

-Eu volto pra te arrastar para o inferno comigo -eu disse no meio de um grunhido. 

Depois tudo ficou preto.


Notas Finais


genteeee desculpa a demora

eu tive uns problemas

mas

voltei


espero q vcs ainda estejam aí):


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