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História Cliche - Dez Horas


Escrita por: secretshadow

Capítulo 45 - Dez Horas


Quando o sinal para ir embora tocou, eu quase pulei para fora da minha cadeira para sair daquele lugar agonizante. 

Geometria certamente não é para mim. 

Eu tinha conseguido fechar a minha mala e sair da mesa -quase a derrubando junto- quando Harry chamou meu nome. Tentei fingir que não estava surpresa por ele estar falando comigo, afinal, aos olhos dele tudo estava normal entre nós.

-Oi -respondi, me virando em sua direção.

-Hoje eu não vou embora com você.

-Por que? 

-Vou dar carona pra Lisa. 

-Posso ir junto? -perguntei antes que eu pudesse me parar.

Pelo canto do olho, vi as cabeças de Jenna e Bret se virarem na direção da nossa conversa mais rápido do que eu tentando sair da sala.

Harry, na outra mão, parecia meio incerto, me olhando em silêncio por alguns segundos como se estivesse tendo certeza do que tinha ouvido. 

Já eu mantive meu rosto o mais passível possível. 

-Okay -Harry finalmente respondeu. 

Quando fui me despedir dos meus amigos, Jenna cochichou no meu ouvido:

-Que merda você tá fazendo? 

Eu dei de ombros, me despedindo de Bret depois. Fui procurar por Harry, mas não o achei, o que era engraçado porque a última vez que o vi ele estava bem atras de mim. 

Acelerei o passo e atravessei os corredores do colégio até o estacionamento, onde eu avistei os cachos de Harry.

-É, eu peguei esse bebê ontem à tarde -ouvi sua voz, falando naquela típica sintonia de quem estava jogando charme. 

-Ah, aí estão vocês -cheguei falando exasperado, tentando recuperar o fôlego; coloquei uma mão na barriga e respirei fundo- eu realmente preciso ir pra academia -murmurei sozinha. 

-Hã... O que você tá fazendo aqui? -Lisa disse, chamando a minha atenção. 

-Harry vai me dar carona -puxei a alça da minha mochila, andando até a porta do carro- Vamos? Eu tô morrendo de fome.

Lisa estava visivelmente desconfortável, então dei um passinho para trás e depois de sentir o carro destravando, sentei na parte de trás e deixei o banco do passageiro livre. Externamente eu parecia que não estava me importando com a situação, mas eu já tinha um plano em mente formado e em execução. 

-Alguém me mata -Harry murmurou, dando a volta para entrar no seu lado.

Esperei os dois ficarem confortáveis e fiquei observando Harry ligar o carro. 

Meu nariz começou a coçar e não demorou muito para eu soltar um espirro, e mais um, e mais um que se tornou num terceiro. 

-Saúde -ouvi a voz de Lisa dizer do banco da frente e sorri agradecida.

-Obri- atchim!

Okay, isso não era parte do plano. 

-Abby, você está bem? -Harry perguntou, virando a cabeça de leve enquanto dirigia.
-Acho que sim -funguei, coçando meu nariz com a parte de trás da mão.

Atchim!

Atchim!

Mas que porr- atchim! 

-Abby... -Harry começou a dizer.

-Eu tô legal, deve ser alguma coisa do carro -tentei amenizar- provavelmente o mofo -falei baixo, rindo.

-Você tem alergia a alguma coisa? 

-Hã... Flores, qualquer coisa relacionada, cheiro, pólen, tato, -dei de ombros- meu sistema é inimigo mortal delas.

Percebi os ombros de Lisa enrijecerem. Tentei olhar suspeita para ela, mas acabei espirrando de novo.

-Abre os vidros, aí atras também, Abby -Harry mandou, abaixando a sua janela.

Uns trinta segundos depois, tive uma crise de espirro. Quando abri meu olho, sentia as minhas pálpebras pesadas e eu tinha certeza que, naquele momento, meus rosto estava começando a inchar. 

Harry murmurou um "saúde". Eu iria agradecer, porém ele fez uma curva fechada e eu quase parei na calçada. 

Ao me dar conta dos meus arredores, franzi o cenho.

Atchim!

-Harry, esse não é o caminho pra minha casa -cutuquei seu ombro, espirrando no meu cotovelo.

-Eu sei.

Notei que ele estava desacelerando até parar em frente à uma casa enorme. Deduzi que era a casa de Lisa e fiz uma mini festa internamente, parando ao espirrar.

-Nós vamos ter que remarcar -Harry avisou-a, inclinando seu corpo no colo dela e abrindo a porta- vou levar Abby para o hospital, depois nos falamos, Lisa.

A morena quase bateu sua boca no almofado do carro. Eu queria rir, mas, de novo, espirrei.

-Tchau, Lisa, foi bom te conhecer -notei minha voz sair nasalada, e sorri debilmente para ela enquanto a via saindo do carro.

Atchim!

No segundo em que os pezinhos dela tocaram o chão, Harry arrancou com o carro. 

Esperei alguns segundos por mais um espirro até a barra estar limpa.

-Har- atchim!, ô merda.

Uns dez minutos depois me encontrei em frente á entrada do hospital da cidade. 

Meu dia só fica melhor, pensei sarcasticamente.

•••

Três horas, um antialérgico e muitos espirros depois, eu estava sentada de novo no carro de Harry.

-Era só uma reação alérgica, relaxa -falei pela centésima vez para Harry.

Ele achava que o diagnóstico dos médicos estavam errados, o que resultou em uma discussão entre eles, e eu parada no meio só observando.

-Eu discordo.

Revirei os olhos, desistindo de vez.

-Não é minha culpa que sou alérgica as suas vadias.

-O que você disse? -Harry disse, rindo logo em seguida.

Caramba, eu falei isso em voz alta?

Bati minha mão na testa, balançando a cabeça negativamente.

-Não é como se você não tivesse sentido o cheiro do banho que a Lisa tomou de perfume -tentei reformular. 

É como dizem... O que é um peido pra quem tá na merda? 

Harry riu mais alto dessa vez. O carro parou em um farol vermelho e Harry aproveitou para olhar para mim, testemunhando meu rosto queimar de vergonha. 

-Não me olha assim, -falei sem graça- eu só fiquei parecendo um saco de batata por causa do aroma dela, você devia ter escolhido outra garota.

Harry estava voltando o rosto para a rua, quando decidi adicionar baixinho:

-Uma que cheirasse a merda de preferência.

Ele voltou a olhar para mim, aquele sorrisinho irônico nos lábios. 

-Abby, eu estou enganado ou você está com ciúmes?

-Tá enganado, mesmo -respondi, cruzando as pernas.

Senti o olhar de Harry cair sobre as minhas coxas e assobiei, chamando sua atenção.

-Meus olhos estão aqui em cima -sorri vitoriosa com a sua perda de cuidado.

-Besta.

-Ah, Harry -eu suspirei, feliz que ele não falou mais nada sobre meu comentário- você pode me criticar o quanto quiser, mas sabe que não vive sem mim. 

•••

-Obrigada pela carona -agradeci a Harry enquanto pegava a minha mochila no chão do carro.
-Se precisar de qualquer coisa, você sabe o meu número.

Suspirei, ignorando meu coração quase pulando para fora da minha boca e abri a porta.

-Te vejo depois.

Estava ajeitando a minha mochila no ombro quando ouvi alguém rindo e, movida pela curiosidade -como sempre-, olhei para o lado vendo Bernard entrar em sua casa. Comecei a me sentir estranha por estar o encarando tão descaradamente e me virei para Harry, me abaixando até o nível da janela. Ele estava olhando para Bernard e, ao notar a minha presença, voltou seu olhar para mim. 

Nunca tinha falado para Harry sobre Bernard, então eu sabia que eu não estava andando sobre ovos.

-Vizinho novo? 

-Hã... Não, -respondi incerta- Bernard morava aqui desde criança, eu acho.

Harry deu de ombros e puxou o cabelo para trás. 

-Olha, eu sei que vai ser difícil, mas eu preciso ir -falei dramaticamente, me erguendo- então, tente não sentir muita saudade, tchauuuu.

Corri até a porta de casa e ouvi a buzina de Harry quando ele arrancou com o carro, indo embora dali. 

Quem diria que tudo isso aconteceria em um espaço de 10 horas.


Notas Finais


esse foi mais p "preencher" a hist e n deixar vcs sem cap dsclpppp


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