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História Cliche - Pensamentos


Escrita por: secretshadow

Capítulo 49 - Pensamentos


Fanfic / Fanfiction Cliche - Pensamentos

Até hoje, eu não sei direito como que eu consegui sair do colégio naquele dia. 

Depois de ouvir a explicação da mãe de Ner, a Marília, brevemente sobre o que aconteceu, eu voltei para a sala e pedi para a professora me dispensar que eu tinha problemas familiares para resolver. Jenna e Bret tentaram extrair alguma coisa de mim, mas eu não conseguia focar em nada, era como se eu estivesse em modo automático. 

Sai do colégio sem falar com Harry.

Pesquisei no meu celular a rota mais rápida para o hospital, e meia hora depois, desci do ônibus em frente ao meu destino. Ao chegar na recepção, fiquei parcialmente aliviada ao ver Jorge, pai de Bernard, me esperando.

Não me segurei e o abracei. 

-Calma, Abby... -senti sua mão fazer carinho nas minhas costas, numa tentava de me confortar. 

Que ironia, qualquer coisa, era para eu estar reconfortando os pais de Bernard e não o contrário. 

-Ele tá acordado? -perguntei, uma vez que consegui me afastar do abraço e me recompor um pouco.

-Não, ele tinha acordado de manhã depois da cirurgia, mas voltou a dormir por causa dos analgésicos.

-Foi quando ele pediu pra me ligar? 

Jorge assentiu, me puxando para andarmos.

-Você quer ir vê-lo? Ele não está na UTI, então quem não é da família pode entrar.

-Eu posso mesmo? -perguntei surpresa.

-Tenho quase certeza que isso é o que Bernard mais quer -ele respondeu, rindo no final.

Fomos até o quarto que Bernard estava e encontrei Marília sentada ao lado da cama dele, segurando sua mão de cabeça para baixo. Pensei que ela estava dormindo, mas Jorge assobiou, acenando para ela vir e me deixar entrar. Quando a olhei, notei como suas olheiras estavam profundas e seu rosto gritava cansaço.

Ofereci para eles irem para casa por algumas horas que eu poderia ficar com Bernard, já que ele estava dormindo e não iria acordar cedo. Relutantes, Marília e Jorge aceitaram e praticamente correram para fora do hospital, falando que iriam para casa e voltariam como saíram: correndo. 

Não dou nem uma hora para esses dois voltarem, pensei comigo mesma.

Depois de ver o casal sumindo da minha visão, respirei fundo e tentei me preparar para entrar no quarto. 

Enquanto caminhava até a cadeira do lado da cama, meu pé nunca pareceu tão interessante. 

Lentamente, fui subindo meu olhar. A mão de Bernard estava com uma agulha, tendo a entrada de algum remédio por ali. Seu braço direito estava engessado, assim como uma das pernas, mas o braço esquerdo, o qual estava do meu lado, tinha vários arranhões, e sem perceber, levei minha mão de encontro com a sua, sentindo o quente da sua pele contra a minha. 

Ele está quente, então quer dizer que ele está vivo.

O cobertor estava tampando grande parte do seu corpo, mas mesmo com a camisola de hospital, dava para ver o curativo enorme que ia do peitoral até as costelas. 

Seu rosto estava bem machucado. Havia alguns curativos na sua testa e bochecha, e seu queixo tinha um roxo forte.

O que eu não daria para ver os olhos de Bernard agora?, pensei.

-São Longuinho, São Longuinho, se Bernard abrir os olhos eu dou três pul-

-Abigail? -uma voz rouca e grossa me interrompeu. 

De primeira pensei que era São Longuinho vindo brigar comigo para eu parar de atazanar ele, mas quando percebi que era Bernard, quase deixei meu cu cair no chão.

-Você ainda tem essa mania? -ele perguntou, repuxando um lado dos seus lábios.

Eu não sabia como reagir, quer dizer, eu pensava que Bernard não ia acordar por algumas horas e não estava pronta mentalmente para conversar com ele. 

-Eu que tô na cama de hospital e você que tá assim? -questionou outra vez, sendo sarcástico.

Balancei a cabeça para os lados e pisquei umas quatro vezes, registrando o que estava acontecendo.

-O que você tá fazendo? Por que tá acordado? Você tá com dor? Quer que eu chame um médico? O remédio passou efeito? -falei tudo num fôlego, me levantando da cadeira para ir atras de alguém, mas Bernard apertou a minha mão, me segurando.

-Calma, Abby, respira fundo -pediu, rindo.

Revirei os olhos, e contrariada, fiz o que ele pediu. 

-Melhor? -assenti, voltando a me sentar.

-Por que você está acordado? Pensei que era para estar dormindo com os analgésicos -perguntei confusa.

-E estava, -confirmou- por três horas.

-Ah... Já que é assim... -dei um tapa ardido em seu braço não engessado.

-Ai, porra, pra que que foi isso? -Bernard perguntou, massageando a parte que bati.

-Isso foi por ter me assustado, eu pensei que você tinha morrido! 

-Mas não morri, pelo menos não ainda -deu uma piscadela, se esquivando de mim quando levantei a mão de novo- Ei, ei! Mais carinho aqui, pô, acabei de sair de uma cirurgia.

Me acalmei, respirando fundo e contando até 50.

-Agora diz... -pedi, me sentando na cadeira- Como que você foi parar aqui?

-Eu estava indo encontrar uns amigos pra almoçar, -ele olhou para a cama, franzindo o cenho ao se lembrar- tinha parado num sinal vermelho e quando vi que o farol deu verde, acelerei, mas acabei sendo atingido por um carro que claramente não sabe a diferença entre as cores verde e vermelho.

-O outro motorista está bem? -perguntei preocupada.

-Melhor que eu, isso eu te garanto -deu uma risada falsa, e levantou o olhar, encontrando o meu, esperando por uma resposta melhor- Ele, na verdade é uma ela, a qual saiu com um roxo na testa, só.

-E você? -soltei um suspiro, me ajeitando na cadeira- Ta tão ruim quanto parece? 

-Pior, -ele fez careta, deitando a cabeça no travesseiro- mas me diz... O que você tá fazendo aqui? Não era pra você estar na aula?

-Como que eu iria ficar no colégio e prestar atenção no que os professores falam quando meu amigo acabou de sofrer um acidente?

-Amigo, é? -Bernard sorriu sacana, tocando na ponto dos meus dedos.

-É -concordei com a cabeça, querendo contar sobre o Harry, mas sem saber como.

-Acho que nós dois sabemos que não é isso que somos.

-Ner, cala a boca, você tá drogado de remédio, não sabe o que está falando -revirei os olhos, querendo desesperadamente mudar de assunto.

-O que te fizer dormir a noite, Abby.

Ignorei a sua última frase. 

-Então... Eu te contei o que aconteceu com o Fitz e a Olivia?*

Algumas horas depois, Bernard estava dormindo de novo. Seus pais tinham voltado logo depois que uma enfermeira entrou no quarto para colocar mais uma dosagem de remédios. Eu ainda não queria sair perto de Bernard, mas a política do hospital só permitia dois visitantes por vez, o que resultou em eu sentando na cadeira dura da recepção, esperando a hora em que Marília voltasse para me deixar entrar um pouco.

A minha conversa com Bernard de mais cedo ainda se repetia na minha cabeça, e eu não consegui impedir o sentimento de culpa que se espalhava pelo meu corpo continuar. 

Culpa de que? 

Eu não sabia ao certo. 

Quando lembrava da forma que me senti ao descobrir que Bernard estava em um acidente, ou até mesmo o fato de eu ter tido um ataque de pânico ao pensar que ele tinha me deixado de novo, fazia com que meu coração se apertasse e tudo parecesse errado.

Deixar, Abby? Ele não era seu, pensei amargamente com o meu uso de palavras.

Eu podia estar me sentindo assim com um amigo? 

Harry era meu namorado, oficialmente, por que eu não consegui contar para Bernard sobre isso e cortar seu barato quando ele insinuou que éramos mais que amigos?

Você está em negação, ouvi minha consciência cantarolar.

Negação de que, então? 

Meu coração era de Harry, depois de toda a merda que passamos, finalmente estávamos juntos. 

Então por que eu não gritei pro mundo que eu estava com ele -por que eu não contei para Bernard?

Até aquele momento, eu não tinha me arrependido da minha escolha, mas a partir do momento que eu comecei a me questionar, tudo mudou.


Notas Finais


*eh a série chamada Scandal, recomendo total vcs assistirem kkkk


eu sei q eu demorei, mas os vestibulares estão na esquina e eu to me matando de estudar, vestibulando n tem vida gente dsclp😩😩😩😩😩 prometo tentar postar mais rápido!!! quase ctz até o fim de semana eu posto dnv 💘💘💘


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