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História Cliche - A Culpa


Escrita por: secretshadow

Capítulo 51 - A Culpa


Fanfic / Fanfiction Cliche - A Culpa

Seria muito bom dizer que eu não conversei e nem vi  Harry de novo. O pequeno detalhe era que estudávamos na mesma sala, tornando as coisas um tanto que difíceis; por isso que quando segunda-feira chegou, eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu iria ter que encarar a situação, ou melhor, alguém

No dia anterior, Bernard tinha sido liberado do hospital e voltado para casa. Eu não tinha contado nada para ele, principalmente pelo fato de que não tinha como eu contar. Sábado de manhã, quando eu fui visita-lo, a primeira coisa que ele notou foram as bolsas de água embaixo dos meus olhos. Ner tentou tirar sarro de mim para aliviar o meu humor, o que ajudou um pouco, mas eu não o contei o motivo. 

Era melhor assim.

Ou era como eu gostava de pensar.

-Ei, anda mais rápido se não vai ser atropelada! -alguém berrou do meu lado.

Virei a cabeça em direção ao carro e levantei o dedo. 

Hoje não é meu dia, pensei amargurada.

•••

Definitivamente, aquele não era meu dia.

Passei a manhã toda evitando Harry, não que isso tenha sido muito difícil uma vez que ele tinha feito o mesmo. A primeira coisa que notei quando entrei na sala de aula foi Harry sentando numa cadeira no fundo da sala, totalmente oposto aonde nós sentávamos. No intervalo, ele praticamente evaporou, eu não tinha conseguido vê-lo saindo da sala muito menos entrando de novo, assim como foi na saída. 

Eu sabia que ele estava bravo, mas poxa, não é pra tanto! 

A tarde, nem fui para a minha casa. Não queria ter o silêncio como companhia e os meus pensamentos me atormentando, e sabendo que Bernard estava metros de distância, fui direto para a casa dele. 

Usei a chave reserva que ficava embaixo do tapete e fui até a sala, deixando a minha mochila no chão e depois me joguei no sofá ao lado de Bernard.

-Como você entrou aqui? -ele perguntou suspeito.

-Chave reserva -balancei o objeto entre os meus dedos, levantando as sobrancelhas.

-Nem sei porque fico surpreso.

-Nem eu, -concordei- o que estamos assistindo? -apoiei o queixo em cima da minha mão que estava sobre o sofá, virando a cabeça para Bernard.

-Tartaruga Ninjas, o filme.

-O novo? -perguntei animada, lembrando que ainda não tinha visto. 

-É... -Bernard respondeu, me olhando suspeito- Desde quando você gosta deles? Pelo que me lembro você quase me chutou para fora da sua cara a última vez que eu dei a sugestão de assistirmos tartarugas ninjas. 

Revirei os olhos e me ajeitei no sofá, colocando as minhas pernas em cima das de Bernard, tomando cuidado para não colocar peso na que estava engessada. 

-Eu assisti o trailer do filme e parecia legal. 

-Se você ainda não me agrediu até agora, acho que tô seguro -ouvi ele murmurar, clicando um botão no controle para aumentar o som da tv.

-Eu ouvi.

-Ainda bem, -respondeu, colocando o braço em cima dos meus ombros- esse era o objetivo.

Dei um tapa de leve em seu rosto e balancei a cabeça em negativa, ignorando a velocidade que meu coração batia. 

•••

Uma hora e meia depois, eu estava animada com o fim do filme até olhar para o lado e ver Bernard dormindo. Estava prestes a acordar ele quando processei como ele estava: a cabeça caída para trás do sofá com a boca aberta e um dos seus olhos ainda estavam meio abertos. Me inclinei até a minha mala e peguei o celular, tirando algumas fotos de Bernard em posições diferentes e postando no snap. 

Pensei em fazer cócegas para acordar ele, mas não sabia se alguma parte estava dolorida, então desisti. O melhor era provavelmente deixá-lo, eu gosto de dormir e gostaria de continuar se estivesse como ele.

Me encostei no sofá, deitando a minha cabeça sobre o braço de Bernard que estava sobre meus ombros. Subi o olhar do colar dele -que eu nunca o vi sem- até o seu pescoço. 

É, ele tem um pescoço beijável. 

Notei que a mandíbula de Bernard estava mais definida do que eu me lembrava e aprovei mentalmente a ideia fazer fruit ninja* com ela. 

É, ele tem uma mandíbula beijável.

O cabelo dele estava bem bagunçado, e o fato de já estar um pouco cumprido fazia ele ficar mais charmoso ainda, na minha opinião. 

Era estranho, porque enquanto eu passeava o olhar pelo rosto de Bernard, eu sentia um embrulho no estômago de nervoso, o mesmo que eu sentia no verão passado. Todas as sensações e os sentimentos que eu pensei que eu não tinha mais, estavam cada dia mais presentes. 

Eu passei a língua entre os meus lábios, umedecendo-os, me conformando com a verdade e sem saber o que fazer sobre o assunto. 

Bernard abriu os olhos, piscando algumas vezes, antes de levantar a cabeça, interrompendo a minha linha de pensamento.

-Ahm... Por que você tá me encarando? -Bernard perguntou com uma voz rouca e eu senti meus pelos eriçarem.

Até a voz dele é beijável. 

Espera, eu ainda estou encarando ele? 

Abby, porra, acorda! Sai do tra-

-Abby? -Ner balançou a mão em frente ao meu rosto. 

-Opa, oi, eu, presente -falei rápido, nervosamente.

-Sonhando acordada?

-Levemente.

-Se for comigo, eu não me importo -ele sorriu maroto.

-Com você seria pesadelo mesmo.

-Assim você fere meus sentimentos, Abby -Bernard colocou a mão no peito, fazendo cara de dor.

-Espero que você se recupere -me aproximei lentamente, sorrindo de lado.

-Depende... -disse, alternando o olhar entre os meus olhos e lábios- Você me ajuda?

-Se você tiver vinte reais, claro -dei de ombros, já pensando em ganhar um dindin naquela cena hipotética.

-Pensei que você tivesse desistido de tirar dinheiro de mim.

-Esperança é a última que morre -falei, sentindo a mão de Bernard subir pelo meu braço e ir até o pescoço, segurando o meu rosto.

Eu sabia o que ia acontecer e eu queria que acontecesse, mas quando Bernard tocou meus lábios, acima da felicidade que eu sentia por estar beijando-o finalmente, uma pontada de culpa ainda se fazia presente. 

 Eu ignorei o máximo que pude e me concentrei em sentir os lábios de Bernard contra os meus, as suas mãos segurando a minha cintura e seu corpo contra o meu. 

Quando Bernard se afastou, quebrando o beijo e respirando fundo, percebi que estava também sem ar e inalei, ainda sentindo a respiração de Bernard bater contra meu rosto.

-Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso -ele soprou, balançando a cabeça de leve para os lados.

-Por que demorou tanto? 

-Não sei, você consegue dar sinais bem confusos às vezes -deu de ombros, sorrindo de lado.

-Eu? -ri sem graça, puxando uma mecha da sua franja atras da orelha, vendo-o assentir- Então espero que esse beijo tenha sido esclarecedor.

Bernard olhou para cima, fingindo pensar. 

-Talvez, mas acho que preciso de mais um pouco -um sorriso sacana se espelhou em seu rosto, fazendo meu estômago dar algumas cambalhotas. 

Ri baixo, puxando Bernard pela nuca para mim, beijando-o de novo. 

E depois de novo.

Daí de novo. 

Então, para finalizar, de novo.

•••

Algumas horas depois, eu estava deitada de barriga para cima encarando o teto do meu quarto. Relembrando aquela tarde, a pontada de culpa estava me incomodando mais do que eu pensei que poderia.

Eu não gostava desse sentimento, não queria continuar assim.

Peguei meu celular da cômoda e olhei para a minha tela de bloqueio. Eram onze horas da noite. 

Minha mãe já deve estar dormindo. 

Sem ter mais uma chance de pensar o que eu estava prestes a fazer, peguei a minha jaqueta jeans do chão, calcei meu tênis e peguei meu cartão de ônibus.

Eu já tinha decidido o que ia fazer. 

Meia hora depois, eu estava batendo na porta marrom. 

Nada.

Olhei para a campainha e me xinguei por não ter ido nela logo de cara. 

Ainda nada.

Comecei a apertar a campainha repetidamente, até começar a ser no ritmo da música de entrada da Hannah Montana. 

-Mas que mer-

Parei de tocar a campainha bem na hora em que Harry abriu a porta com tudo, pronto para xingar os sete ventos. 

Ele estava sem camisa e apenas de box preta. Não vou negar que eu demorei alguns segundos para me recompor.

-Abby? 

Pisquei algumas vezes e sai do meu transe, olhando diretamente para os olhos de Harry.

-Oi, hã... Precisamos conversar. 

-Não podia esperar amanhã? -ele perguntou soando irritado, puxando o cabelo para trás.

-Não foi você que disse que quando eu quisesse conversar com você sabia onde te encontrar? -cruzei os braços, levantando a sobrancelha enquanto o olhava sarcástica.

-É, mas...

-Não é nem uma da manhã, o que você estava fazendo dormindo? -continuei questionando.

-Eu-

-Você não é o senhor eu-fico-acordado-a-noite-toda? -relembrei da vez que ele tinha tirado sarro de mim por ter ido dormir às dez horas.

Eu estava cansada!

-Você vai me deixar terminar alguma frase? 

Abri a boca para rebater, mas decidi ficar quieta.

-Então... Pode falar.

-O quê? Não vai me convidar pra entrar? 

-Desculpa, -ele levantou os braços em forma de rendição e deu espaço para eu entrar, fechando a porta atras de si depois- Está pronta pra falar agora?

É agora ou nunca, pensei.


Notas Finais


*eh um jogo de celular q vc corta frutas dksjjss n sei explicar mt bem mas eh mt daora!!



se preparem pro ultimo capitulo (que eh o epílogo) pq tá fodaaaaa xksjjs


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