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História Cliche - Precisamos conversar


Escrita por: secretshadow

Capítulo 7 - Precisamos conversar


Fanfic / Fanfiction Cliche - Precisamos conversar

Eu tinha pensado que quando Harry olhasse para mim de novo, iria ser perto de perfeito. Nós trocaríamos olhares, teria aquele silêncio constrangedor, talvez até tivesse aquele toque entre a ponta dos nossos dedos em que sentiríamos a nossa conexão. Eu pensei em uns cinco cenários diferentes, entretanto nenhum deles incluía Harry ajoelhado na minha frente.

Tudo bem, um deles incluía, só que tinha algumas peças de roupa a menos e mais proximidade. 

O povo que estava rodeando a briga ainda estava lá, olhando para mim, como se eu tivesse duas cabeças. Eu não queria olhar para ninguém, mas isso não quer dizer que eu não sentia o olhar deles ou o julgamento. 

Então, como a covarde que eu sou e com a coragem que há trinta segundos eu tinha havia ido embora igual água na seca do sertão nordestino, eu fugi. Eu não andei, nem caminhei rapidamente, eu corri. Corri como se não houvesse amanhã, até encontrar Jenna ou Bret que por sorte ainda estavam no mesmo lugar de antes. 

-Que merda você fez? -foi a primeira coisa que Bret disse olhando suspeito para mim.

-Eu... Eu... -dei uma coçada na garganta e olhei para o lado, puxando meu cabelo para trás do meu ombro- Eu vou no toilet, com licença. 

Com os dois olhares confusos dos meus amigos, passei entre eles ouvindo Bret falar:

-Ela disse toilet? 

m- Ela disse 'com licença"?-Jenna perguntou de volta.

Eu sabia o que iria acontecer em seguida então apenas acelerei o passo, jogando pessoas atrás de mim para despistar os dois.

-Abby, volta aqui! 

Eu acho que atravessei aquela sala de estar -ou era de jantar? Tanto faz- para finalmente encontrar um banheiro. Por sorte do destino, estava com a porta aberta. 

Dei um pulo para dentro e fechei a porta atrás de mim, respirando pesado. 

Lentamente, me desencostei da porta e me olhei no espelho que tinha em cima da pia, ligando a luz no interruptor ao meu lado. Com a claridade agora iluminando o pequeno espaço, conseguia ver como meu cabelo estava desgrenhado, mas de um jeito bonitinho. 

Decidi me concentrar e decidir entre arrumar o cabelo ou deixar assim do que lembrar do que havia acontecido agora pouco. 

Ajeitei a alça do meu body e suspirei. 

Vamos deixar assim mesmo, conclui sobre meu cabelo. 

Me virei para abrir a porta, mas alguém teve essa mesma ideia que eu e, graças ao Divino Espírito Santo, eu não ganhei um galo na testa ao dar um pulo para trás. 

-Você. 

A voz rouca de Harry soou por baixo da música e, se ele estivesse mais afastado, eu não iria ter conseguido ouvir. Ele deu um passo para frente e automaticamente eu dei um para trás. Não que eu estivesse com medo dele, pff, claro que não, mas eu não sabia o que iria acontecer, afinal, o que acontece depois que você chuta o pênis do seu crush? 

Harry fechou a porta atrás de si e tentei não me preocupar, não é como se ele fosse me matar. 

Eu espero.

-É -eu ri sem graça- eu. Yo. Mi. -tagarelei, colocando a mão no meu peito ao referir a mim mesma.

-Precisamos conversar. 

Teve um longo silêncio entre nós dois. 

-Nós estamos conversando -eu disse, levantando a sobrancelha.

Harry piscou e disse: 

-Eu sei disso, mas- 

-Por que você diria isso quando estamos conversando agora? -eu interrompi.

Harry murmurou alguma coisa, mas não consegui ouvir. Coloquei meu cabelo atrás da orelha e perguntei para ele repetir, adicionando um 'por favor' depois já que eu não queria atiçar a raiva dele.

-Era para efeito. 

-Ah... 

Eu olhei para o chão e Harry olhou para mim.

-Aliás, hã... Desculpa pelo... Você sabe, o chute e tals -eu decidi começar a falar, uma vez que ele ainda estava quieto.

E ele continuou quieto. 

-Eu pensei que você queria conversar -eu disse incerta, apontando para ele e para mim- você entrou aqui, todo James Bond da vida e agora não fala nada? 

-Eu só queria saber quem era a louca desvairada que tinha se metido numa briga onde não tinha sido chamada e ainda por cima agredido quem, em minha opinião, ela estava defendendo.

Ele tinha me chamado de quê? É isso mesmo produção? 

-Desculpa, vo-

-Está desculpada -ele me interrompeu, dando de ombros.

-Não, não, acho que-

-Você se meteu onde não foi chamada? 

Fechei minha boca, minhas sobrancelhas franzidas e cruzei meus braços. 

-Será que você poderia me deixar terminar alguma frase?

Harry deu de ombros, olhando com desdém para mim. 

Tomei isso como um sim, porque se não teria sido um tapa na minha cara dele. 

-Você bem que poderia me agradecer ao invés de ser um babaca comigo.

-Eu não pedi a sua ajuda -seus olhos estavam focados em mim e demorei dois segundos para procurar aquela mesma coragem que tinha para chutar ele, para usar naquele momento. 

Não para chutar, relaxa.

-Porque quando eu vi você levando o seu segundo soco igual um fracote eu sabia que você conseguiria -retruquei.

Harry respirou fundo e suas narinas crescerem com o movimento, eu teria rido se ele não tivesse dado dois passos, me empurrando para a parede. Minhas costas estavam descobertas e com o contado da superfície gelada, quase soltei uma reclamação baixinho, mas fiquei quieta ao ver o olhar de Harry.

-Não me machuca...? -pedi lentamente, a sua respiração rápida bateu contra meu rosto e comecei a rezar Ave Maria para sair daquele cubículo viva.

-Você- 

-Quero viver? 

-Não, eu ia-

-Me deixar viver? 

-Será que-

-Você poderia me deixar viver? 

-Para de fazer isso! -ele falou rápido e com raiva, dando um passo para mais perto de mim sem notar. 

-Não é legal, né? -sorri triunfante.

-Na-

-Foi uma pergunta retórica -interrompi mais uma vez, dando um tapinha nas minhas costas mentalmente me parabenizando.

Harry parecia ter se enervado mais do que eu diria que seria legal, então eu decidi dar uma diminuída na zoeira. 

Levei minha cabeça para trás, formando um queixo duplo e abaixei meus lábio, deixando minhas mãos em sinal de rendição. 

-Parei.

Harry bufou e se afastou. Oitenta porcento do meu corpo disse amém, mas a outra deu um mini gritinho para ele voltar. 

Percebi que ele estava indo para a porta do banheiro, pronto para sair junto com a minha chance de conhecer ele; obviamente, como eu me acostumei, minha boca abriu e disse o que pensei que poderia segurar ele mais um pouco, prolongar a conversa.

-Então, por que estava brigando? 

-Não acho que isso seja da sua conta -revirou os olhos, se virando para mim.

-Ah, é assim agora? -perguntei debochada- Depois de eu colocar a minha vida em jogo-

-Você não estava em perigo -Harry me interrompeu, novamente, mas eu ignorei.

-Entrar em uma briga, é assim que você me agradece? 

-E de novo, eu não pedi ajuda.

-Vai ser assim? -minha voz deu uma afinada e eu senti meus olhos lagrimejarem.

-Você está... 

-Nenhum obrigada ou algum tipo de agradecimento -minha voz começou a falhar e Harry que antes estava sério, não estava mais. 

-Vo-você está mesmo chorando? -ele perguntou de novo, agora soando desesperado e pude jurar que se não estivesse tão focada em chorar, diria que preocupação. 

Funguei forte e assenti com a cabeça.

Primeiramente, eu queria agradecer a minha professora de teatro do terceiro ao sétimo ano, obrigada Elaine; segundo, meu obrigada vai para minha mãe que pagou as minhas aulas de artes cênicas por dois anos; e, por último, mas não menos importantes, Senhor Freckles, meu urso de pelúcia que teve que me aturar tantas noites em claro, treinando meu choro falso, para este momento. 

-Não, não precisa chorar... -Harry pediu, se aproximando de mim- Porra, o que se faz em situações assim? -ele sussurrou para si mesmo, e eu segurei o riso. 

Eu não sabia como, mas eu não tinha rido ainda e se Harry continuasse assim eu não aguentaria por muito mais. 

-Qual seu nome? -Harry perguntou e sequei a minha bochecha com as costas da minha mão. 

-Abby. 

-Abby, se eu dizer obrigado, v-você para de chorar? 

Eu dei uma fungada e assenti com a cabeça, de novo. 

-Obrigado por entrar na briga, você me ajudou muito. E eu sou Harry, você vai parar de chorar agora? -ele falou meio atrapalhado.

Eu comecei a me sentir meio mal e... Espera, quem eu quero enganar? A última coisa que eu estava era assim, tanto que depois que eu levantei a cabeça e olhei para Harry, ri. 

Exatamente, eu ri. Não sei o que deu em mim, mas aparentemente aquela noite eu não estava me controlando. Primeiro foram os chutes e agora o ataque de riso.

-Você tinha... -risos- Que ter visto a sua cara... -mais risos- Estava hilária -ri mais ainda. 

Eu não sei de onde saiu tanta graça, mas quando vi, estava chorando de novo de tanto rir e batendo a mão contra a minha coxa, sem ar. 

-Você estava fingindo? 

Eu ainda estava rindo quando olhei para Harry e quase imediatamente, meu riso cessou. 

-N-não -eu menti na cara dura. 

Harry estava sério. Eu deveria ficar com mais medo que eu estava -e acredite, eu estava- só que eu comecei a meio que me perder na cara dele, é bem bonita e...

Opa.

Isso é uma bunda? 

Quando eu vi, Harry tinha me jogado sobre seu ombro e puxado a porta do banheiro com tudo. Minha linha de visão dava para a bunda dele e, devo dizer, era bem redondinha e eu me perguntei se ele fazia agachamento. 

Digo, claro, eu estava de ponta cabeça com todo o sangue do meu corpo indo direto para a minha cabeça e eu não sabia aonde Harry estava me levando, mas a vista era bonita então não vi motivo para reclamar.

Nos primeiros dez segundos.


Notas Finais


OIIIII GENTE SKJSJSHSB

espero que tenham gostado hehehehhehe


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