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História Close - Choque de Realidade.


Escrita por: wtfalasca

Capítulo 4 - Choque de Realidade.


Fanfic / Fanfiction Close - Choque de Realidade.

Quando consegui visualizar minha casa, agradeci aos céus. Eu estava necessitada da minha cama. Sai do carro, com os sapatos em uma mão e a chave na outra. Abri a porta lentamente, suspirando de alívio em não ver ninguém ali, mas o que logo se transformou em medo, quando vi Cameron sentando no sofá, com os braços cruzados e uma cara ameaçadora. Eu estava fodida!

— Onde é que você estava e, principalmente, com meu carro? — Ele berrou, fazendo minha cabeça latejar. 

— Você poderia, por favor, abaixar o seu tom de voz? Minha cabeça vai explodir. — Me fulminou com o olhar, fazendo-me encolher. 

— Pode apostar que sua cabeça não vai a ser a única a explodir. Você ainda se embebedou! — Respirou fundo, tentando manter a calma. — Me diga onde você estava. Agora! 

— Eu estava na casa de uma amiga. Nós compramos bebida e foi isso. — Dei de ombros. Cameron não sabia que eu conhecia minha mãe e, provavelmente, se soubesse, me proibiria de vê-la. 

— Não minta pra mim! — Voltou a gritar e outra pontada se fez presente.

— Não grita, que saco! — Coloquei as mãos na cabeça. — Foi isso, eu estou te contando a verdade, agora, se você não quer acreditar, eu não posso fazer nada, então, faz o favor de me deixar ir para o meu quarto, pois estou morrendo de sono. — Fechou os olhos com força, soltando um suspiro pesado, mas saiu do caminho. Subi as escadas rapidamente, me jogando na cama, apenas tirando o sapato, logo pegando no sono. 

Acordei com uma gritaria vinda lá de baixo, fazendo-me resmungar. O que custava esses animais falaram baixo e se comportarem igual gente? 

Fui para o banheiro, tomar um banho gelado. Retirei toda minha roupa, ficando nua. Liguei o chuveiro e logo a água entrou em contato com a minha pele, fazendo-me arrepiar pela temperatura, mas logo me acostumei. Meus músculos relaxaram e eu já estava mais disposta.

Quando terminei, sai do banheiro, rumando até meu closet. Estava escolhendo uma coisa, quando meu celular apitou. 

Lola: Vamos na praia hoje. 

Eu: Estou com 0 disposição. 

Lola: Então arranja, vou chamar Toddy — seu namorado — e o Luke. 

Eu: Não está me empurrando o Luke, está? 

Lola: Eu? Imagina! 

Eu: Estou me arrumando, estou aí em 20 minutos. 

Lola: Não precisa, eu vou a pé, estou na casa da minha avó, que é bem pertinho da praia. 

Eu: Ok. 

Coloquei um biquíni verde de renda que caía perfeitamente em meu corpo, além de combinar com meus olhos. Vesti um short jeans e coloquei algumas coisas necessárias em minha bolsa, por fim, calcei um chinelo nos pés e fiz um rabo de cavalo, deixando algumas mechas do meu cabelo caírem sobre o rosto. 

Desci as escadas em passos rápidos, vendo todos sentados à mesa, inclusive Spencer. Me sentei na mesma, começando a comer. 

— Meu pedido não se realizou. — Torço os lábios, olhando para Spencer.

— E qual foi seu pedido? — Ela perguntou, fazendo pouco caso. 

— Que você morresse atropelada. — Me fuzilou. Lancei um sorriso irônico. 

— Onde você pensa que vai? — Cameron perguntou, que até então apenas me olhava. 

— Pra praia. — Respondo simples. 

— E quem deixou? — Arqueeou as sobrancelhas. 

— Eu mesma. 

— Eu só vou concordar com isso, porque não vou estar em casa e, provavelmente, você vai dar um jeito de fugir. — Assenti, pois era verdade. 

— Onde vai? — Perguntei colocando um pão na boca. 

— Pegar uma carga, e nem pense em pedir para ir. — Bufei. 

— Por que não? — Fiz manha.

— Porque você se lembra muito bem do que aconteceu da última vez. — Um frio correu por minha espinha, então assenti. 

— Vou indo, tchau. — Me despedi de todos com um beijo na bochecha, até em Spencer, só pra provocar, que resmungou, limpando a mesma. 

— Vão ter meninos? — Perguntou Cam. 

— Não sei, Cameron, não sei. — Revirei os olhos, ignorando seus gritos e seguindo para garagem. Se eu falasse que iria, ele não me deixaria ir. Não se de onde Cameron arranja tantos ciúmes assim. Ele tem tanta proteção em relação a mim que chega a assustar, mas lógico que sei que é coisa de irmão, apenas é exagerado demais.

Estacionei meu carro, saindo do mesmo. Meus cabelos voaram e coloquei meu óculos, seguindo para praia. Lola já estava lá, esbanjando seu maravilhoso corpo em um banho de sol. 

— Será que dá pra sair da frente? Está tampando a porra do meu... — Quando viu que era eu, levantou, me abraçando. — A escola não é a mesma sem você. Cameron brigou muito? 

— Menos do que eu achei que iria brigar. — Dei de ombros. — Mas, me conte, como vão as coisas? O grupinho das vadiranhas devem estar fazendo a festa sem minha presença. — Vadiranha era um apelido que Lola havia inventado e acabou pegado. 

— Sim, estão se achando as poderosas, aqueles cocôs ambulantes. — Ri, estendendo minha canga ao seu lado e deitando-me. — Cameron te deixou vir ou você fugiu? 

— Deixou, mas eu não disse que iriam ter meninos, óbvio. — Me olhou atentamente, fazendo-me franzir o cenho. — Por que está me olhando desse jeito? 

— Blake, meu amor, você já parou para pensar que, talvez, ele tenha tantos ciúmes apenas porquê gosta de você? — Arregalei os olhos, rindo logo em seguida. 

— Você está doida, Lola? Cameron é como um irmão, além de que ele fode umas dez por noite, isso não é coisa de gente que está apaixonada.

— Ele faz isso para te esquecer ou para não dar bandeira, provavelmente ele não quer sentir isso. Não escolhemos quem gostamos, Blake. Qual é! Ele tem uma super proteção bem estranha. Preocupação tudo bem, mas ele ultrapassa os limites disso. — Abro a boca repentinas vezes, mas nada sai. — E a pergunta em questão é: Você sente algo por ele? 

— Que? Claro que não... Eu nunca o vi dessa forma... Sei lá, ele é gato, bem gato, isso não podemos negar, então, lógico que  já senti atração física, mas gostar nunca.

— Uma coisa leva a outra. Começa com amor de irmãos, depois vai para atração e logo você está caidinha na dele. — Me fez cosquinha. Lhe mandei um dedo.

— Tá, vamos mudar de assunto, daqui a pouco os meninos chegam e eu quero, pelo menos, ficar com uma corzinha. — Me endireitei na canga. 

O assunto morreu ali, mas sua palavras permaneciam na minha cabeça, como um disco arranhado. Será que havia uma remota possibilidade de Cameron gostar de mim? Ah pelo amor de Deus, a quem eu estou querendo enganar? É lógico que não! Cameron não sente amor a não ser fraternal, isso é impossível. 

Logo os meninos chegaram. Toddy deu um beijo em Lola, me dando um abraço. Luke abraçou nós duas, sentando-se ao meu lado. 

— Bem, eu estou morrendo de fome. Eu e Toddy vamos pegar algo pra comer, vocês querem alguma coisa? — Balancei a cabeça negativamente, querendo matar Lola. Ela apenas queria me deixar sozinha com Luke, e não que isso fosse algo ruim, pois ele era lindo, entretanto, não éramos tão íntimos assim para socializar sem ser em grupo. 

— Soube que levou uma suspensão. Você, realmente, acabou com Mariah. — Riu, fazendo-me rir junto. 

— Ela me provocou e, bem, eu não tenho um temperamento muito bom. — Sorriu. Céus... o sorriso dele era maravilhoso e o piercing em seus lábios só o deixava mais sexy ainda. 

— Percebi. Sempre te vi batendo até nos garotos, e admito que sempre tive um pouco de medo de te chamar pra sair. 

— Acontece! — Dei de ombros. — E, já que viu que sou inofensiva, o que te impede? — Ele ficou meio surpreso com minhas palavras e, por fim, abriu um sorriso. 

— Blake, não sei seu sobrenome, aceita sair comigo? — Ri, assentindo. — Passo pra te pegar amanhã às 19:00. 

— Tudo bem, me surpreenda. 

— Claro. 

Ficamos conversando e conhecendo mais um do outro. Logo seu rosto foi chegando perto do meu e nossos lábios já estavam colados. Abri a boca, lhe dando passagem com a língua e começamos um beijo calmo. Suas mãos descerem para minhas costas, me apertando mais contra ele. Do nada, o pensamento de como seria beijar Cameron veio à minha mente. Por que raios eu estou pensado nele enquanto beijo outro garoto? Maldita Lola!

O resto da tarde foi bom, nos divertimos e claro que houveram mais alguns beijos entre mim e Luke. 

Deixei Lola em casa, entrando na minha e não vendo ninguém. Eu não estava acostumada com isso, pois sempre os meninos ficavam aqui e fazendo barulhos extremamente altos. 

Acendi algumas luzes, gritando Cameron, que não respondeu. Subi as escadas, vendo a porta de seu escritório aberta. Ele estava lá dentro, com uma garrafa de vodca na mão e bebendo o  líquido dela, mas já totalmente bêbado.

— Cam, está tudo bem? — Perguntei entrando lentamente no cômodo. 

— Não! Não está nada bem. — Ele berrou, me fazendo recuar alguns passos. 

— Pode me falar o por quê de você estar bebendo igual uma mula? — Me olhou sério, rindo em seguida. 

— Porque roubaram a porra da carga, porque você é um peso na minha vida e outras milhares de coisas. — Me assustei com suas palavras e meu peito doeu, ele nunca havia falado assim comigo. 

— Por que está falando assim? O que eu te fiz dessa vez? — Me encolhi. 

— Você não consegue ver o que está na sua frente? — Jogou a garrafa na parede, fazendo com que ela se estilhaçasse. 

— Eu não to entendendo...

— Essa é a questão, você nunca entende porra nenhuma! — O que deu nele? — Perai, o que são essa marcas no seu pescoço? — Franzi o cenho, mas logo me lembrando. Porra Luke! — Você disse que não teria meninos! — Aumentou seu tom de voz novamente. 

— Eu disse que não sabia, não disse que não teria. E qual o problema de eu ter ficado com alguém? Quer que eu seja solteira pro resto da vida? — Ele apertou os olhos com força, fechando os punhos. Eu estava começando a ter medo de Cameron. — Olha, por que você não se acalma...

Minha fala foi interrompida por um ato inesperado. Cameron me jogou na parede, roçando seus lábios nos meus. 

— O que você está fazendo? — Sussurrei. 

— Não vamos comentar nada disso amanhã, está me ouvindo? Isso não passou de um ato impulsivo vindo de uma pessoa chapada. 

— Do que você... — E ele me beijou. Seus lábios se prensaram contra os meus. Eu estava sem reação. Cameron estava me beijando. Minha barriga estava com borboletas. Era muita informação de uma vez só. 

— Vai ficar parada igual uma estátua? — Perguntou. 

Eu iria o empurrar, mas é como ele disse, não comentaríamos sobre isso amanhã. Agarrei sua nuca, colocando novamente nossos lábios. Sua língua foi de contato com a minha, entrando rapidamente. Parece que ele queria fazer isso há tempos, pois era um beijo de saudade, necessidade e feroz. Nos afastamos pela falta de ar e ele ficou encarando meus olhos por algum tempo. 

— Sabe, eu sempre amei seus olhos. — Corei, o fazendo rir. — Você é minha, Blake. E não adianta fugir disso. — Sai dali, correndo até meu quarto.

O que ele quis dizer com “Você é minha”? ou “Você não consegue ver o que está na sua frente?” Será que o que Lola disse tinha fundamento? Ele gostava de mim? Minha cabeça estava bagunçada e confusa. Tudo se embaralhava e eu não conseguia chegar a uma conclusão concreta de nada. Então, decidi dormir, pois se eu me manter acordada, ficaria doida e, sem ao menos perceber, meus olhos se fecharam. 

Acordei, como sempre, com barulhos vindos lá de baixo. Resmunguei, os meninos eram como meu despertador, só que bem mais desnecessários. 

Como não iria conseguir dormir novamente, levantei, fiz minha higiene matinal e coloquei roupas de academia, que se resumiam em um short curto, uma blusa que deixava a mostra minha barriga e tênis, para caminhar. Prendi o suporte em meu braço, logo conectando meu celular nele e colocando os fones de ouvido. Arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo e sai do quarto. Quando fechei a porta, dei de cara com uma mulher vestida com uma blusa masculina e os cabelos desgrenhados. 

— Olá, você é a Blake, não é? Bem, Cameron pediu para eu falar com você, pois preciso de um biquíni. — Controlei minha raiva, tentando sorrir o mais convincente possível. Uma tristeza me atingiu, mas eu não tinha direito de sentir nada, afinal, eu e Cameron não éramos nada e eu muito menos sentia algo por ele para ficar sequer chateada. 

— Sou sim, pode entrar e ir até meu closet. Só cuidado para não se perder lá dentro, é bem grande. — Meio que alfinetei, colocando novamente meus fones e saindo dali. 

Passei pela cozinha, pegando uma maçã e passando pela piscina, onde todos estavam. 

— Vem nadar, Blake. — Mad disse, se sentando na borda. 

— Quem sabe mais tarde, amiga. — Pisquei. — Ótimo lugar pra ficar, Spencer, piranha é na água mesmo! — Todos riram e ela me lançou um olhar mortal. 

— Sabe se a Lorena vai demorar muito? — Perguntou Shawn.

— Eu mandei ela escolher um biquíni, e por quê está de olho na peguete do seu amigo? Que, por acaso, tem que se lembrar que aqui não é um puteiro para trazer essas dai. — Apontei para Cameron com a cabeça. 

— Mas ela é minha peguete, não dele. — Fiquei levante chocada, o vendo sorrir discretamente. Droga! Agora o imbecil sabia que eu havia ficado com ciú... Irritada. 

Cameron 1 X Blake 0 

— Que seja, to indo correr com meu amigo Luke, até mais. — De soslaio, vi Cameron trincar o maxilar. 

Cameron 1 X Blake 1

Parece que as coisas começaram a ficar interessantes. 

 



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