História Closer - Whose fault is that?

1 mês depois

Acordei sem Min ao meu lado. Não estava assustada ou algo do tipo, mas era um pouco estranho acordar e ver que ele não estava na cama. Me sentei e peguei meu celular, vendo que na tela inicial estava uma mensagem do mesmo. Com o dedo indicador, toquei na tela para que a mensagem se abrisse e assim o seu conteúdo foi revelado.

“Me desculpe por ter saído sem te avisar, meu chefe me ligou e pediu para que eu viesse urgentemente para a empresa. Você parecia tão cansada, não queria acorda-la. Espero que esteja bem e não se esqueça de se alimentar adequadamente e fazer alguns exercícios, mas não exagere.

Logo estarei em casa. Caso vá para algum lugar, me ligue avisando. Se cuide, está bem?

Te amo..”

Um sorriso bobo se formou em meu rosto. Yoongi era tão cuidadoso comigo e amoroso, sempre se esforçando para me ver bem e feliz, ele é um alguém de ouro. O amava tanto que nem mesmo meu pai conseguiria me tirar de perto dele. Nem mesmo uma lembrança ruim do meu passado conseguiria me afastar da pessoa que eu amo. E agora que estou grávida, nada, nem ninguém poderá me separar de ambos.

— Mamãe protegerá você e o papai. — Falei enquanto acariciava minha barriga que já se mostrava no quarto mês da gestação — Tio Jimin irá me levar ao médico hoje para vermos se você é uma linda garotinha ou um lindo garotinho. Preciso comprar suas coisinhas e pensar em um nome para você.

Me levantei da cama indo direto para o banheiro. Retirei a camisola do meu corpo e entrei no box, ligando o chuveiro no mesmo instante e iniciando o banho no segundo seguinte. Após terminar de me lavar, fechei o registro e peguei uma toalha branca que estava pendurada em um cabinho, enrolando a toalha no meu corpo e indo para a pia escovar os dentes e lavar o rosto. Passei um creme no corpo antes de sair do banheiro e coloquei um roupão, abri a porta e fui para o quarto. Abri o guarda roupa e peguei uma legging preta e uma blusa com botões na frente cinza. Vesti um conjunto de calcinha e sutiã branco, vestindo a roupa que havia acabado de escolher logo em seguida. Fui até a cozinha e comi poucas coisas, pois no momento não estava com muita fome. Lavei e organizei o que sujei, colocando tudo em seu devido lugar e indo para o quarto pegar minha bolsa juntamente com meu celular para ligar para o Jimin. Coloquei minha carteira dentro da bolsa e disquei o número do Park para ver se já estava vindo.

— Jimin, você irá vir? — Perguntei assim que ele atendeu.

— Você me perdoa? — Não entendi muito bem o que ele quis dizer.

— Do que está falando? — Ouvi a campainha tocar e me assustei — Jimin? — A ligação foi encerrada e a campainha não parava de tocar.

Deixei meu celular de lado me levantando da cama e caminhando pelo corredor com medo da pessoa que estava tocando a campainha. Chegando na porta de entrada, respirei fundo e com as mãos tremendo eu coloquei uma sobre a maçaneta e outra na tranca, destrancando primeiro e, engolindo seco e com os olhos semiabertos, abrindo a porta lentamente, mas não foi possível concluir isso da forma que eu comecei. Para meu espanto, Jeon estava encostado na porta e acabou caindo para dentro quando eu abri. Parecia que um peso havia sido retirado do meu coração que pensava ser outra pessoa na porta.

— O que faz aqui?! — Perguntei enquanto Jungkook se levantava.

— Cadê o Yoongi? — Assim que ele levantou, fechou e trancou a porta, olhando para mim logo em seguida.

— O que aconteceu com você? — A parte lateral de sua cabeça estava machucada e sangue escorria pelo seu rosto.

— Onde ele está Leah?! — Me assustei com Jeon gritando comigo e quando percebeu tratou de se acalmar.

— Ele foi até uma empresa onde está trabalhando a algum tempo. — Eu não tinha perdoado Jungkook pelo que me fez passar, mas neste momento eu não liguei para isso — O que aconteceu com você?

— Quero que me escute, está bem? — Segurou em meu ombro e eu olhei para ele — Não abra essa porta e não saia deste lugar. Desligue seu celular e quebre o chip se for preciso.

— O que está acontecendo?

— Eu não posso te contar.

— Assim como fez quando me deixou e surgiu novamente após três anos, não irá me dar uma explicação? — Meus olhos enchiam de água. Não era como se tivesse esquecido de tudo o que aconteceu, mas eu precisava de uma explicação.

— Irei fazer um curativo e te contarei, está bem? — Concordei com a cabeça e ele saiu andando pelo apartamento em busca da caixa de primeiros socorros.

Foi até o banheiro e encontrou, indo direto para a sala se sentando no sofá para começar a limpar o sangue e colocar algumas gases pelo menos no ferimento.

— Me deixe te ajudar. — Sentei ao seu lado e tomei a caixa de primeiros socorros de sua mão — Quem fez isso?

— Eu não sei.

— Deveria ir para o hospital.

— E com que cara eu vou aparecer diante de Park Jimin? — Sorriu minimamente e fez sinal negativo com a cabeça me atrapalhando um pouco — Desculpe.

— Se quiser me contar o porque forjou a droga da sua morte, ficarei agradecida.

— Não a culpo por estar assim, mas também não deve me culpar por isso. — Soltei o ar pela boca e o olhei, analisando sua expressão facial.

— Então quem devo culpar?

— Seu pai. — Por frações de segundos me senti tonta — A três anos, quando decidiu que era melhor esconder que foi abusada sexualmente, eu fui até seu pai. Ele me contou o que aconteceu com você todo aquele tempo, coisas que eu nunca imaginei que estivesse passando. Ele falava como se estivesse contando uma bela história de contos de fadas. Parecia um doente quando o visitei, e eu o odiei por este motivo. Eu não conseguia imaginar a dor que estava suportando. Você, que sempre aparentava estar bem, mesmo com as humilhações, estava passando por este tipo de coisa. Eu não fazia ideia do quanto estava machucada Leah, sempre te dizendo que tudo ficaria bem, que iríamos conseguir viver juntos, eu prometi tantas coisas a você, agi com tanta ignorância, que para vê-la melhor, decidi fazer o que fosse preciso para não te ver sofrer mais.

— Agiu com ignorância forjando sua morte Jeon.

— Eu não pensei assim quando coloquei em prática o que planejei. Achei que tudo ficaria melhor para você. Pensei que seu sorriso aparecia de novo, aquele riso sem mágoas e sofrimento. Mas eu estava enganado, e foi aí que percebi o tamanho do meu erro em fazer aquilo. Você se fechou para o mundo de um jeito que nunca pensei que alguém conseguiria se fechar. Não sorria mais, seus olhos estavam sem vida alguma, suas ações estavam piorando, eu não achei que iria acabar assim. Aí você começou a querer ingerir muito álcool junto com remédios. Acha que eu não sei que quase teve uma overdose por conta disso?! Cogitei aparecer para te tirar deste abismo que eu mesmo a coloquei, mas como deveria fazer isso? Eu não sabia. Acha que eu a abandonei quando forjei minha morte? Nunca fiz isso Leah. Sempre te observei, acompanhei seus passos nesses três anos, seu sofrimento contínuo, sempre. Como não achava um meio de aparecer em sua frente, decidi apostar todas as minhas fichas na busca para acusar seu pai de tudo o que te fez passar. Acabei descobrindo mais do que achei que sabia e, quando vi que tinha tudo para incriminar ele...

— Você apareceu.

— Sim. — Deixei o que estava em minhas mãos de lado e coloquei elas na cabeça, abaixando a mesma na tentativa de me acalmar e processar tudo que havia acabado de ouvir.

— Quem te machucou?

— Seu pai não é nenhum idiota e tem muitos contatos Leah, demorou um tempo para ele descobrir que eu estava vivo, mas quando recebeu essa notícia e a que eu estava procurando algo para incriminá-lo, sabe como ele é, fez de tudo para apagar minha existência de uma vez por todas. Por muito pouco eu não morri hoje.

— Ele fez isso em você?!

— Indiretamente, sim.

— Por que não foi até a delegacia?!

— Ainda sou uma pessoa morta. Além de você, seu pai é o único que sabe que estou vivo.

— Isso é uma loucura. Preciso de um tempo.

— Isso é tudo o que você não tem. — Ele respirou fundo e abaixou a cabeça — Não achei que conseguiria engravidar novamente. — Sua voz saía tão baixa, mas era clara a tristeza nela — Achei que estivesse machucada de mais para conseguir ter outro filho.

— Eu também achei que não conseguiria engravidar mais. No entanto, Hoseok me disse que está tudo bem comigo e que não haverá problemas durante a gestação.

— Isso é uma boa notícia.

— Como descobriu que eu estava grávida?

— Eu disse que sempre te observei. — Sorriu minimamente e se levantou.

— Não terminei de limpar o sangue.

— Não tem problema, eu estou bem.

— O que vai fazer agora?

— Tem o número do Yoongi, certo? — Assenti mas afirmei que tinha — Ligue para ele e diga para que você terá que sair de Seul por uns tempos. — Me levantei do sofá olhando com incredulidade para ele.

— Eu não vou a lugar nenhum Jeon.

— Para o seu bem e o dessa criança, você irá sim. Eu te levo para onde quiser ir, mas aqui em Seul você não irá ficar. — Segurou em meu braço e me puxou para a saída — Vamos.

— Me larga Jungkook! — Depois de muitas tentativas consegui puxar meu braço.

— Não percebe que se ficar aqui irá morrer?!

— E quem garante que eu também não vá morrer se sair de Seul? Como você mesmo disse, meu pai tem muitos contatos, para ele não será difícil me achar.

— Garanto que é melhor ir para outro lugar do que ficar aqui.

— Eu não vou deixar Min sozinho, não posso fazer isso.

— Prefere morrer esperando Yoongi?! Você não é uma idiota, sabe que tem que ir agora.

— Mas eu não quero...

— Já chega! — Esbravejou e me pegou pelo braço, me fazendo estremecer e começar a chorar — Você irá embora deste lugar agora mesmo! Querendo ou não, irá!

— Pare com isso! — Meu corpo estava sendo puxado contra minha vontade — Por favor Jeon, me deixe ficar aqui...

— Não te deixarei morrer Leah, não permitirei isso.

— Eu não quero deixar ele aqui...

— Quando é que vai parar de se preocupar com este idiota?! Você é muito mais importante que ele.

— E se algo acontecer com ele?! Eu não quero e não vou deixa-lo Jeon! — Comecei a me debater pare me soltar.

— Pare com isso!

** Jungkook POV On**

— O que foi que eu fiz?