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História Closer - Capítulo XVI


Escrita por: evilynebrochu

Notas do Autor


perdoem o atraso e não desistam de mim

capítulo narrado pelas duas <3

Capítulo 17 - Capítulo XVI


Voltar a falar com Cosima era algo maravilhoso, ela era singular e eu acho que cada vez mais eu gostava da presença dela. Confesso que ainda era difícil pra mim aceitar toda a situação de estar apaixonada por uma mulher, mesmo tendo uma família extremamente liberal, aquele fato estava consumindo cada vez meus neurônios. Se não bastasse ter que tentar compreender o que se passava na minha mente, eu ainda tinha que me policiar com Rachel. Os ataques diretos a mim haviam parado para mostrar a Aldous a nova Duncan, mas ainda sim, eu não conseguia confiar em Rachel.

 

Durante os quinze dias que fiquei sem falar com Cosima tive algumas lembranças dos piores dia da minha vida, que foram causados por Rachel, eu ainda sentia a faca contra minha garganta. Sentia meu corpo todo se entregando a cocaína, era uma sensação arrebatadora. Milagrosamente, Cosima fazia com que eu não focasse nessas coisas, era como se existíssemos nós duas no mundo e não houvesse mais ninguém.

 

Felix sabia disso, mas temia o que esse relacionamento em construção poderia causar em mim. Eu sempre fui uma pessoa que sentia demais e esperava demais das outras pessoas, e ele não queria passar mais tempo comigo internada ou fazendo visitas regulares na clínica de reabilitação, era demais para ele passar por tudo aquilo de novo. Felix foi o irmão que eu nunca tive, quando meu mundo desmoronou ele estava lá me ajudando a reerguer, era um artista em todos os sentidos.

 

Eu gosto de acreditar que o mundo pregou algumas peças em mim, algumas ocasiões que marcaram de maneiras negativas e depois veio a chuva de recompensas. Após meu período dentro da clínica, Aldous me chamou e me ofereceu a vaga de coordenadora da instituição, certamente numa tentativa de cobrir toda a história que cheirava a morte.

 

Quando eu saí da clínica, tive que fazer terapia por algum tempo e tomar alguns remédios controlados para tentar conter a ansiedade e a tristeza que não resolvia sair de mim, eu ainda estava triste quando Cosima chegou, logo seu nome que remete a cosmos, como um espaço universal, ela estava invadindo minha vida.

 

A semana passou num piscar de olhos, o sábado chegou tão rápido que, honestamente, foi uma das melhores semanas da minha vida. Cosima era extremamente carinhosa, seu afago era a melhor parte de um fim de um dia estressante, esperávamos o segundo toque de recolher para poder nos aconchegar e aproveitar os breves momentos juntos.

 

Por outro lado, o natal estava chegando, e isso significava poder ficar alguns dias com Cosima longe daquela loucura do instituto, longe de tudo que nos afastava. Meu maior medo era eu ser o meu próprio carrasco e arrastá-la nessa história que poderia causar feridas nela. Eu não queria machucar Cosima, e isso era tão agridoce. Querer tê-la por perto, mas ao mesmo tempo querer mantê-la distante de toda aquela bagunça que a minha vida era.

 

Eu tinha quase certeza que a mesma coisa passava em sua mente, Cos era sensível, eu conseguia sentir isso nas nossas conversas, e mesmo tendo todos os motivos para afastá-la da minha vida eu a queria por perto. Queria que ela me salvasse de toda a bagunça que minha vida fora transformada graças a Rachel Duncan.

[...]

 

- Eu realmente não acho que Lars Von Trier mereça esse reconhecimento todo. - Cosima tentava falar pela milésima vez depois de termos feito amor na sala do meu apartamento. - Ele é superestimado, tem tantos diretores tão bons quanto ele.

- Eu quero exemplos. Lars é genial, Cos! Tudo que ele fez pro dogma 95 foi incrível.

- Vinterberg conseguiu traduzir melhor o conceito do dogma 95, Delph. Festa de família é incrível! Melhor que Idiotas…

- Eu vou conseguir ganhar essa discussão? - indaguei olhando seus olhos esverdeados que me encaravam fixamente.

- Talvez. Eu quero que você apresente bons argumentos, só isso. - seu tom de convencimento estava claro.

- OK, eu acho Vinterberg tão bom quanto Lars, mas ainda sim prefiro ele. O bom do dogma 95 é que não existe essa estética exacerbada, podemos ver os atores crus.

- Isso eu tenho que concordar e acho que Vinterberg traduziu isso sem sombra de dúvidas.

- A questão é que Lars Von Trier se tornou muito mainstream, não que isso seja ruim, mas dependendo do diretor isso acaba mudando totalmente o modo de trabalho dele. O próprio Lars mudou muito a estética dele, mesmo com histórias pesadas, os filmes dele tem um visual que agrada muito. É só comparar Dogville com Ninfomaníaca. - expliquei

- Você tá querendo ser aquelas cults chatas. - respondeu mostrando a língua.

 

Cos segurou no meu rosto e depositou um beijo carinhoso em meus lábios. Beijar Cosima ainda era uma experiência transcendental, ela parecia ter uma espécie de cura pra todos meus demônios e problemas. Era como um anjo enviado para mim.
 

 

- Você acredita em destino? - perguntou quando nosso beijo foi quebrado com um estalo.

- Não sei, Cos. Por que?

- Eu não acreditava até te conhecer. Desde o primeiro segundo eu vi algo em você, não sei o que. Acho que foi sua beleza. - foi sincera me fazendo rir. - Mas aí conversando com você sempre vejo que é tão bonita por dentro quanto é por fora. Isso é raro de encontrar.

- Por que você fala isso? Tenho certeza que um monte de mulheres bonitas caem em cima de você.

- Não é mentira. - Cos inflou o peito, mostrando orgulho e depois suspirou. - Mas eu não procuro apenas pessoas bonitas por fora, eu gosto de pessoas que tem conteúdo. Porra, eu lembro da Emi, as pessoas falavam que eu era muito bonita para ela. Acho que esse tipo de gente tem problemas fodidos de auto estima, e com Shay era totalmente o contrário.

- Falavam que ela era bonita demais pra você? - perguntei olhando fixamente nos olhos castanhos.

- Sim. - revirou os olhos. - Ela era muito queridinha no campus, namorava um jogador de futebol quando me conheceu… Foi uma história bonita, mas não quero falar sobre.

- Tudo bem, eu respeito isso. - respondi. - Nunca passei por isso, as pessoas falavam que eu namorava pessoas igualmente bonitas. - revirei os olhos. - Acabei ficando noiva do Paul por pressão. “Os filhos de vocês serão lindos!” - alterei meu tom de voz, satirizando aquela frase. - Ainda bem que Sarah apareceu e deu vida a ele.

- Você nunca gostou dele? Nem um pouco? - Cos indagou com seus olhos curiosos.

- Não desse modo, mon amour. Eu gosto do Paul como um dos melhores amigos que eu já tive.

- Eu percebo isso.

 

Um silêncio pairou no ar. Nunca precisávamos preencher o espaço com nossas vozes, a presença alheia bastava. Seus olhos me penetravam de uma maneira inexplicável, eu podia sentir cada célula do meu corpo vibrando, o efeito Cosima Niehaus era semelhante ao efeito da heroína, tão bom, mas tão letal…
 

- Droga, estou com saudades de fumar. - suspirou olhando pelo apartamento.

- Eu tenho Marlboro aqui. - respondi.

- Argh! - fez uma careta extremamente bonita. - Eu só fumo maconha, Delph. Sabe onde eu posso encontrar por aqui?

 

Eu me sentia a própria Têmis quando Cosima perguntou aquilo. Eu conhecia os maiores pontos de drogas de Paris, mas eu não queria voltar àquele mundo. Queria manter distância de tudo que lembrasse o pior dia da minha vida, mas por outro lado Cosima parecia com tanta vontade de fumar um baseado que aquele esforço valeria a pena.

 

- Eu não posso te levar lá, mas te dou o endereço e com quem encontrar.

- Tudo bem…

 

Vestimos nossas roupas rapidamente, aparentemente ela gostava de fumar pós sexo. Eu anotei em um pequeno bloquinho de papel o endereço e o nome do meu contato dentro da boca de fumo, também escrevi um recado para o responsável pelas drogas.

 

Dirigi até a estação de metrô, onde deixei Cosima enquanto fui até o centro comprar os primeiros presentes das festas. Odiava movimentação principalmente de fim de ano, ainda bem que não era um hábito francês deixar as coisas para um último momento. Comprei uma coleção de pincéis novos para Felix, juntamente com alguns tubos de tinta, material de pintura profissional era algo absurdamente caro. Encomendei uma edição maravilhosa de um livro de contos do Edgar Alan Poe para Siobhan. Para Paul acabei comprando um vinil da sua banda favorita, Metallica. Eu ainda não sabia o que comprar para Cos, ela parecia ter tudo.

 

Eu pensei em coisas que fugissem do clichê, não queria pouca coisa para ela. Troquei algumas mensagens com Felix e ele aceitou fazer um quadro meu e dela, alguma tela com tendência impressionista… Era algo ainda a se pensar e teríamos cerca de um mês para concluir a obra. Estava caminhando por algumas lojas de Paris quando me deparei com uma pequena loja de lingeries, resolvi parar ali para fazer uma segunda surpresa para Cosima.

 

A atendente que me ajudou na escolha era linda, sua pele negra contrastava com o cabelo cinza cacheado, ela era linda. Estávamos no caixa quando eu ouvi uma conversa de outras duas funcionárias, uma conversa que me deixou extremamente desconfortável.

 

Confesso, era tudo novo pra mim, gostar de Cosima era um sentimento arrebatador, mas eu ainda tinha medo. Eu tinha minha vida estabilizada e construída com muito esforço, e eu tinha medo de perder essa segurança por estar me relacionando com a mulher de olhos mais profundos que o oceano. As funcionárias estavam brigando entre si para saber quem iria atender um casal lésbico que estava olhando algumas peças. Uma sensação ruim correu dentro de mim, a atendente que estava me ajudando correu para o casal para ajudá-las.

 

A rede de cartões estava com problema devido as chuvas da semana, pude ouvir ainda mais comentários das outras duas funcionárias, dessa vez atacando a moça que ajudou o casal.

 

- Eu tenho contas a pagar e a vida dos clientes não me interessa. - ela falou num tom ríspido que fez as outras duas vendedoras pararem com comentários homofóbicos.

 

O casal não parecia se importar com aqueles comentários, muito pelo contrário, permaneceu de mãos dadas. Eu queria ter aquela segurança…

[...]

 

COSIMA’S POV:

 

Peguei o metrô até a linha final, era um bairro que não parecia estar dentro de Paris. Eu só pensava no quanto eu não precisava de esforço para conseguir maconha no Canadá, na esquina do meu antigo prédio tinha um vendedor ótimo, mas eu acreditava em Delphine que havia falado sobre a melhor maconha da França… Ela só parecia conhecer demais sobre as droga parisienses.

 

As ruas de paralelepípedo eram sujas, parecia Londres em 1760, cheiravam mal… Estava com o papel nas mãos e segui o endereço até um prédio aparentemente abandonado. Uma sensação ruim correu pelo meu corpo, além do mau cheiro, tinha algo ali que revirou meu estômago.

 

Estava vazio, aparentemente estava vazio. Caminhei em passos arrastados até uma escada de ferro enferrujada giratória. Eu estava assustada, mas Delphine falou para mim que eu não devia me assustar. Segui até o terceiro andar e puxei uma porta de ferro preta pesada. Assim que o barulho ecoou no ambiente uma mulher com máscara de ovelha apareceu. Que porra era aquela?

 

- Delphine que mandou você? - indagou rapidamente com um canivete nas mãos.

- Sim. - respondi ainda mais rápido com medo do que ela poderia fazer com o canivete.

- Prove…

- Apenas uma. Somos poucas. Sem família, também. Quem sou eu?

- Pode entrar e fecha a porta.
 

A porta fez um barulho horrível quando eu a fechei. Coloquei uma chave de fenda no fecho para trancá-la.

 

- Ela falou que você vinha. Como ela tá? - perguntou tirando a máscara. Ela tinha uma cicatriz semelhante a uma queimadura no rosto.

- Tá bem, ainda tá no instituto…

- Ela vai acabar morrendo lá. - suspirou. Eu realmente não consegui entender aquilo. - Soube que Rachel voltou, é verdade? - sentou numa cadeira giratória.

- Sim.

- Se ela aprontar alguma coisa com Delphine, você me diz… Ainda vou pegar aquela praga. - comentou. - O que você vai querer? A loirinha disse que você queria maconha.

- Sim, só maconha.

- A melhor maconha francesa que você poderá provar! - falou com certo orgulho. - Como foi a loirinha que te mandou vou te dar a orgânica…
 

 

Ela me entregou o saquinho ziplock com a erva dentro, juntamente com o papel para enrolar. No papel para enrolar tinha algumas frases digitadas como “viva a revolução!”.

 

- Sou MK.

- Cosima…

- Você tem certeza que só quer isso? Pensava que a loirinha estava querendo um rewind

- Sim.

- Então vamos indo, eu nunca mais atendi aqui, mas como foi pra loirinha resolvi fazer isso pelos bons momentos que tivemos juntas.

 

Paguei MK e saímos do prédio abandonado. Eu corri até a estação de metrô e a enorme interrogação na minha cabeça estava se formando. “Bons momentos que tivemos juntas” Será que Delphine tinha tido alguma coisa com ela? Eram questões que eu precisava resolver com ela.


Notas Finais


PERDOEM A DEMORA E NÃO DESISTAM DE MIM

tive prova semana passada e minha vida tá uma loucura, enfim...

online 24hrs no twitter @violetchochki


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