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História Closer - Capítulo XXIV


Escrita por: evilynebrochu

Capítulo 25 - Capítulo XXIV


Liguei para Delphine que demorou algum tempo para me atender, sua voz estava animada, como se o problema estivesse se resolvido, totalmente diferente do dia anterior. Conversamos muito brevemente sobre ela ficar o fim de semana na casa dos pais e sobre o quanto eles estavam ansiosos para me conhecer. Era reconfortante saber que a família Cormier estava de braços abertos para mim, tornou minha manhã um pouco mais agradável, mas o dia seria longo. Eu precisava me reunir com Scott para nós discutirmos um pouco sobre a semana de projetos que estava na nossa porta e me encontrar com algumas alunas que procrastinaram durante da semana e agora estavam de cabelos em pé para concluir os seus trabalhos. Durante a tarde eu me encontraria com Rachel para ajudarmos algumas estudantes na base teórica, mesmo ficando com os projetos práticos, elas precisariam entregar ao menos uma folha explicando tudo que a pesquisa queria envolver.


 

Rachel… Eu ainda me pegava pensando nela mais do que o normal. Sua aproximação estava sendo sorrateira, nada forçada. Ela parecia ser uma boa pessoa que fora bastante machucada ao longo da vida. As pessoas costumam se enganar bastante em algumas esferas da vida e uma delas é pensar que pessoas que nasceram em família rica não enfrentam problemas. Claro, são problemas diferentes, mas que ainda importunavam a mente das pessoas. Sua aproximação já estava dando o que falar entre meus colegas de trabalho, eles sempre me viram andando com Delphine e de repente, Rachel começa a me acompanhar até mesmo em caminhadas pelo jardim. Os nossos colegas, com exceção de Felix, não sabiam do nosso relacionamento, mas todos eles se importavam com Delphine e com sua saúde mental. Era bastante importante.


 

— O que está passando por sua cabeça? — Scott perguntou depois de analisarmos uma pesquisa bastante promissora que certamente chamaria atenção das pessoas do DYAD.
 

— Só estou cansada. — menti esboçando um sorriso fraco, mas Scott me conhecia o suficiente para saber que aquilo ia mais além.
 

— Tem certeza? Você tem cara de que está com a cabeça no mundo da lua… Eu sei que estamos distantes, mas eu ainda sou seu melhor amigo.


 

Scott e eu estávamos distantes. Todo dia eu observava ele com Evie na sala de jantar, ele parecia estar cada vez mais apaixonado por ela, sempre esboçando um sorriso bobo enquanto conversava com ela. Eu achava aquele namoro muito bonitinho, em todos meus anos sendo sua melhor amiga, Scott nunca estivera tão apaixonado e isso aquecia meu coração, saber que tem alguém que gostava dele da mesma maneira. Scott com Evie e eu com Delphine, estávamos realmente bastante distantes, falando apenas o necessário durante o dia e nem trocavámos mais mensagens como antigamente.

 

— Tenho sim, Astro boy. — eu disse fazendo referência a um de seus mangás favoritos. — Temos que agilizar o quanto antes! De tarde eu preciso botar a mão na massa enquanto Rachel ajuda as alunas com o trabalho escrito.

 

— Rachel? — perguntou olhando com certa curiosidade nos seus olhos. — Tem certeza que você quer ajuda de Rachel?

 

— Por que não?
 

— Porque Evie já me contou muita coisa sobre Rachel, Cos… Ela tenta sabotar as pessoas sem motivo aparente, ela parece uma sociopata funcional, sabe? Toda vez que ela parece, todos fazem cara feia e ainda teve aquela reação de Delphine na noite de halloween. Você lembra? Você está muito próxima dela... — quase me acusou, fazendo-me abaixar a cabeça e balançá-la positivamente.
 

— Scott, vamos focar, por favor… — meu tom de voz estava diferente do normal, ele já havia entendido tudo só com essa curta frase.
 

— EU SABIA! Você não me engana, Cosima Niehaus. — disse rindo absurdamente alto, me fazendo revirar os olhos. — Como aconteceu? Como você consegue ser amiga da Rachel estando com a Delphine? Espera, me conta como tudo aconteceu. Eu pensava que Delphine não era desse lado da força.

 

— Eu também pensava o mesmo até que ela me chamou para almoçar no quarto dela e…

 

— Você acabou almoçando outra coisa. — falou me fazendo olhá-lo com de um jeito mortífero. Eu odiava quando as pessoas falavam em comer a outra, como se a pessoa fosse um pedaço de carne a disposição. — Desculpa… Foi mais forte que eu, continua, por favor.
 

— Nos beijamos e tudo começou a partir daí. — suspirei sorrindo para mim mesma recordando daquele momento tão bom. — E estamos levando até hoje.

 

— Mas e sobre Rachel? — perguntou como se eu soubesse de todas as coisas no universo.

 

— Boa pergunta… Ela tem se aproximado e eu acredito em segundas chances, Scott. — respondi um pouco sem jeito. — Acho que ela possa ter mudado, mas só o tempo pode dizer e nunca ouvimos a versão dela da história…

 

— Tem uma história?

 

— Claro que tem! Mas é bastante pessoal e eu não devo entrar em detalhes sem o consentimento de Delphine. — eu disse fazendo-o concordar com meu posicionamento. Eu não podia ferir um segredo que ela havia confiado a mim. — Não comente nada com Evie, ela pode ter a cabeça mais aberta do mundo, mas os pais daqui não… Ainda vamos ver como faremos com tudo isso. — eu disse fazendo-o concordar com a cabeça. — Agora vamos voltar para nossas tarefas, huh? — continuei aproximando-o para nosso cumprimento secreto.

 

[...]

 

— Que milagre a loirinha se ausentar por tanto tempo. — Paul disse na mesa em que estávamos almoçando, eu tentava não dar muitos detalhes, mesmo muito próxima de Delphine, eu não era sua melhor amiga como Felix era.

 

— Pois é! — Fee respondeu a Paul. — Mas eu acho que ela merecia esse fim de semana de descanso porque sabemos como a semana foi pesada para ela. Ficar com a família vai ser bom para ela, sem falar que ela adora a Cécile…


 

Delphine sempre falou da sobrinha para mim como se ela fosse sua própria filha. Ela disse que sentia uma conexão enorme com a pequena desde o dia que foi até a maternidade vê-la pela primeira vez. Eu estava surpresa porque Angelique morava em Milão até onde eu sabia e de repente ela estava em Paris… Aquilo parecia um pouco suspeito.


 

— Ei de dreads. — Scott chamou minha atenção que estava presa em algum ponto específico da salada que eu comia. — Você vai mesmo para casa da Siobhan no feriado?

 

— Scott, pela milésima vez, sim! — respondi, fazendo-me perguntar se Delphine ainda tinha planos de ir na casa de Siobhan porque seus pais haviam cancelado o cruzeiro para passar o feriado com as filhas. — Eu só preciso saber onde irei dormir depois de lá.

 

— Meu amor, minha casa tem espaço para todos. — S. falou me fazendo sorrir. — Se quiser, pode até morar lá!

 

— Não me convida assim… Eu posso aceitar. — respondi fazendo todos da mesa sorrir um pouco, mas a falta que Delphine fazia era insubstituível.

 

[...]

 

— Eu achei maravilhosa a ideia de trabalhar com genética, meninas. — eu disse para algumas alunas do último ano que estavam finalizando a parte escrita com Rachel do lado delas.

 

Rachel estava diferente… Ela estava usando alguns tons mais claros e nos seus lábios usava um batom mais rosado, totalmente diferente da figura rígida de antes, ela estava descontraída e ria com as alunas algumas vezes. As estudantes saíram do meu laboratório deixando-nos sozinhas.

 

— Mas o que elas vão fazer não foi confirmado por Mendel há uns tempos atrás? — ela disse apoiando suas costas na parede de cerâmica branca.

 

— Estávamos trabalhando faz um tempo, Rachel. Elas podem até confirmar a teoria de Mendel, mas hibridizar plantas em um curto pedaço de tempo é algo bastante notável. Elas podem ajudar em várias coisas futuramente.

 

— Sério? — ela perguntou com um semblante curioso no rosto. — Eu devia ter seguido meu pai e ter feito biologia, pelo menos agora eu entenderia mais do assunto, mas nasci para os números e para mandar. — enfatizou a palavra “mandar” com uma entonação diferente do restante das palavras, fazendo uma sensação estranha percorrer pela minha espinha.

 

— Eu puxei bastante minha mãe nesse sentido. Ela é neurologista e ama pesquisar dentro da área… Eu não fiz medicina, mas amo biologia tanto quanto ela.

 

— Você sente saudade dela?

 

— Bastante… Mas acho que meu pai faz mais falta, ele já limpou muito a barra para mim…

 

— Pais são seres maravilhosos. — ela disse sorrindo para si. — Depois que o meu deixou de desconfiar da minha paternidade, ele começou a me tratar de uma maneira excelente.

 

— Vocês são bastante próximos né?

 

— Você não tem ideia! Ele me ajudou a me limpar e me deu um novo significado pra vida. Não foi nada fácil para ele me visitar nos domingos na clínica, mas ele ia com um sorriso no rosto e com as minhas comidas favoritas.

 

— Por isso você vai passar o natal com ele, certo? — eu disse fazendo-a concordar com a cabeça.


 

Conversamos sobre diversas coisas durante os intervalos dos auxílios que eu dava para as meninas. Rachel parecia mais confiante e descontraída de quando nos conhecemos… Ela era singular no melhor sentido da palavra, parecia ser 8 ou 80. Ela era rígida, mas tinha um bom humor guardado dentro de si. Enquanto eu conversava com ela, recebi uma ligação de Delphine que me prontifiquei a aprender.


 

— Mon amour? — ela disse do outro lado da linha enquanto eu podia ouvir barulhinhos de criança perto dela. — Como você está?
 

— Estou um pouco cansada, estou fazendo aquele mutirão que te disse mais cedo, está tudo muito corrido, mas ficarei bem.
 

— Tem alguém te ajudando? Eu deveria estar aí… — ela disse com um pesar em seu tom de voz.

 

— Ei, não se preocupe! Scott está me ajudando com tudo, acredito até que terei a tarde livre amanhã. Vou aproveitar e ir na piscina. Não se preocupe… — eu disse tentando tranquilizá-la, ela realmente precisava desse descanso com a família.

 

— Então te vejo na segunda?

 

— Claro.

 

— Eu te amo.

 

— Eu também. — respondi com um sorriso nos lábios. Delphine tinha esse efeito sobre mim, me transformar numa adolescente de 16 anos tendo sua primeira paixão arrebatadora.

 

— Quem era? — Rachel perguntou com uma voz mais rouca que o habitual.

 

— Meu pai, parece até que ele ouviu nossa conversa mais cedo. — ri sem jeito, mentindo para ela. — Eu contei sobre a semana de projetos e ele está bem preocupado porque eu sempre foco demais no trabalho e acabo esquecendo de mim. — completei tentando dar um plano de fundo melhor para a história.

 

— Então você pretende ir até a piscina amanhã? — perguntou novamente me fazendo confirmar com a cabeça. — Quer companhia?

 

— Claro, será um prazer tê-la ao meu lado. — respondi de maneira amigável, ela precisava de amigos acima de tudo.

 

[...]

 

O domingo de manhã fora mais rápido do que eu imaginei, me encontrei apenas com duas duplas para finalizarmos tudo e suspirei aliviada quando eu observei no meu computador que havia atendido todas as duplas. Depois do almoço apenas com Scott e Evie me dirigi correndo para a piscina. Eu precisava daquele alívio aquecido antes de encarar a segunda e a semana dos projetos.

 

— Pensava que você ia me dar um bolo… — Rachel disse ao me ver entrando no ambiente, ela estava sozinha e já dentro d’água.

 

— Eu juro que só trocaria essa piscina por uma cama bem confortável. — respondi. — A cama eu posso ter mais tarde.

 

— Obrigada pela parte que me toca, Niehaus. — ela disse jogando água para me molhar, enquanto eu estava na borda.

 

— Desculpe, mas sou sincera. — brinquei a fazendo sorrir ainda mais. Ainda era estranho observar Rachel sorrindo a vontade com alguma situação. — O que é isso? — perguntei após observar uma garrafa de uísque entre suas coisas.

 

— Pensei que nós podíamos nos divertir um pouco. — ela respondeu. — Sirva um pouco para nós, merecemos depois dessa semana tão corrida.

 

— Agora estou me sentindo culpada, você deveria ter folgado ontem durante a tarde.

 

— Eu nunca tenho folga aqui, Cos. — chamou meu apelido fazendo com que corresse uma sensação diferente na minha espinha.

 

— Grandes poderes, grandes responsabilidades.

 

— Olha só você citando o Homem-Aranha do Maguire, agora eu gosto um pouco mais de você.

 

— Você não gosta do Andrew Garfield? — perguntei colocando o copo de uísque na borda da piscina e me sentando na frente dela, ainda sem entrar na piscina.

 

— Achei o homem-aranha dele um pouco infantil, mas não foi de todo mal. Estou aguardando para homecoming, parece ser bem divertido. No maior estilo Marvel possível.

 

— Eu nunca imaginaria que você gostava de homem-aranha, muito menos da Marvel.

 

— Tem muitas coisas sobre mim que você nem imagina. — ela disse fazendo aquela sensação correr pela minha espinha novamente, que porra estava acontecendo?


 

Continuamos com vários assuntos aleatórios, mas bastante agradáveis. A cada minuto e a cada assunto Rachel parecia ser uma pessoa ainda mais interessante, não no sentido romântico da palavra, mas no sentido amigável. Eu já a imaginava saindo comigo e com Scott em pré-estreias de filmes nerds e conversando depois da sessão sobre nossas impressões sobre os filmes.

 

[...]

 

Os barulhos pela quadra coberta me deixava mais nervosa do que eu já estava. Eu conseguia enxergar os representantes da DYAD andando pelos projetos práticos enquanto esperavam o horário das apresentações dos projetos teóricos. Eu também conseguia ver alguns pais das alunas circulando pelo ambiente, era estranho, mas eu logo deduzi que eles eram os mais presentes entre todos.

 

— Ei, como você está? — Rachel me abordou enquanto eu caminhava pelo ambiente para saber se alguma equipe precisava da minha ajuda.

 

— Nervosa, estou com medo que tudo dê errado… Se eu pudesse saía correndo daqui agora mesmo.

 

— Wow, calma. Você fez um trabalho maravilhoso, Cos! — falou sorrindo. — Um abraço serve?

 

— Uhum.

 

Rachel envolveu seus braços no meu corpo e apertou. Eu pude sentir o aroma amadeirado em seu pescoço e correspondi a preocupação comigo, abraçando-a pela cintura. Ela sussurrou no meu ouvido que tudo ficaria bem, que eu não precisava me preocupar. Quando desfizemos o abraço e eu girei meu corpo pude observar Delphine extremamente irritada com as bochechas já vermelhas. Eu estava fodida.

 


Notas Finais


Rachel Duncan, the uber bitch

online 24hrs no twitter evilynebrochu


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