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História Closer - Capítulo II


Escrita por: evilynebrochu

Notas do Autor


alguns recados nas notas finais <3
espero que gostem

Capítulo 3 - Capítulo II


  

Assim que peguei meu celular visualizei uma mensagem de poucos minutos atrás vinda do Scott.

“Eu sei o que está tentando fazer, então, por favor, tome cuidado”

Sorri ao ler aquela mensagem. Scott era meu melhor amigo desde a faculdade e ele sabia cada façanha que eu tentava aprontar. Ele sabia o quanto eu ainda estava abalada pelo meu término com Shay. Scott foi o irmão que eu nunca tive.

“Se sabe então não atrapalhe. Você sabia que é falta de educação ficar ao telefone enquanto tem alguém tentando falar com você? Preste atenção no que Evie tem a dizer.”

Enviei a mensagem torcendo para que ele parasse de me responder e de fato prestar atenção no que Evie estava tentando mostrar. Eram 14h e eu já havia almoçado, seguindo os cálculos de Delphine eu só sairia de lá pelas 17h. Então comecei a me entreter de todas as maneiras possíveis. Peguei os fones que eu guardava no meu sobretudo e comecei a ouvir músicas que me tranquilizava. Do meu lado havia um casal e sua filha com possíveis 14 anos. A menina possuía cabelos loiros na altura a cintura e era muito magra, vestia uma saia na altura das coxas de um tom rosa pastel.

Na secretaria havia quatro secretárias durante as férias. Uma para Delphine, uma para Leekie e duas para cuidar da escola no geral. Evie, que era a secretária de Delphine estava andando com Scott por toda a escola. Deixando a secretaria com três responsáveis e após uma breve conversa com Aldous, a sua secretária levou os outros pais para mostrar a escola.

Então resumindo, na secretaria agora havia: eu, duas secretárias e duas candidatas a alunas. Eu continuei focada na música, mas meus olhos seguiam todo o movimento daquela sala. A menina loira e magra sentou do meu lado e tentou puxar assunto, o que foi muito esquisito, diga-se de passagem.

- Bonjour - ela disse tentando ser simpática mostrando seu aparelho autoligado.

- Bonjour. - respondi sorrindo.

- Você não parece francesa. - ela respondeu analisando cada detalhe exposto meu.

- E eu não sou. - respondi ainda tentando sorrir.

- Então é americana? Ou inglesa?

- Americana. - respondi sorrindo. - Eu não correspondo a nenhum clichê americano ou inglês, quer dizer, olha meu sotaque.

- Não consegui identificar, desculpa. - ela respondeu.

- Tudo bem. Mas e aí? Ansiosa pra ser aceita nessa escola?

- Muito! - ela respondeu com uma empolgação enorme. - Minha mãe estudou aqui e antes dela foi minha avó. É quase uma tradição, minha irmã mais velha vai concluir esse ano.

- Então aqui tem muita história. - respondi negando com a cabeça e sorrindo.

- Quase isso, mas e você? É filha do diretor? - ela perguntou me fazendo soltar uma risada profunda.

- A filha do diretor tem dreads? - perguntei bastante curiosa.

- Não, mas ela é sua cara. Enfim, o que você faz aqui?

- Sou Cosima, a nova professora de biologia “prática”. - falei fazendo aspas no ar. - Se é assim que falam.

- Sério? Eu amo biologia. Pretendo ser PhD em evo devo, sabe?

- Você tá brincando? Eu sou PhD em evo devo. - respondi entusiasmada porque eu amava minha carreira, até agora…

- Sério? Mas o que você faz aqui? - perguntou curiosa com a sobrancelha arqueada.

- Alguns problemas no Canadá. Meu melhor amigo e eu resolvemos que seria legal lecionar por um ano.

- Que tipo de problemas? - ela perguntou curiosa.

- Vai por mim, é besteira. Coisa com ex e enfim… - soltei um suspiro, ela notou que eu não queria tocar no assunto.

- Compreendo, eu acho.

Ficamos em silêncio, não aqueles silêncios agradáveis. Eu queria quebrar aquele silêncio porque eu não estava confortável. Eu também não queria ouvir mais música, conversar ainda é a melhor forma de passar o tempo.

- Mas qual é seu nome? - lembrei que não havia perguntado.

- Alexandra Blanche. - respondeu sorrindo de maneira amigável. - Daqui há uns anos a maior pesquisadora em evo devo que o mundo verá. - disse em tom destemido.
 

Após conversar um pouco com Alexandra percebi que a outra garota na sala de espera estava olhando como se quisesse participar da conversa. Ela parecia ser descendente de indianos, com certeza sua família parecia ser da Índia.

- E você? Qual é o seu nome e o que quer fazer? - perguntei com meu corpo um pouco virado para trás sorrindo de maneira amigável.

- Meu nome é Durrani Nayak. - respondeu sorrindo. - Eu quero ser médica, neurologista, pra ser mais específica.

- Aparentemente eu não me apresentei devidamente, meu nome é Cosima Niehaus, mas por favor, Cosima já tá de bom tamanho. - as duas riram.

Durrani se aproximou e iniciamos uma conversa tranquila até que Alexandra tocou num ponto um tanto delicado sobre o processo de aceitação na escola. Era estranho pra mim, onde eu estudei você precisava apenas se matricular. Elas estavam conversando sobre o que iriam apresentar para Delphine. Aparentemente, seguindo a tradição da família, Alexandra ia dançar um clássico de ballet, enquanto Durrani iria exibir um curta metragem que fez durante as férias. Eu realmente queria entender tudo aquilo, digo, as escolas públicas da França também são ótimas, mas havia um espectro muito grande acerca daquela escola.

Depois de um tempo conversando com as garotas, Alexandra e seus pais foram chamados para sala de Delphine. A garota que estava lá antes parecia ter sido aprovada pela cara de satisfação dos seus pais, mas ela era muito nova e certamente não seria minha aluna.

Enquanto eles se preparavam para entrevista resolvi falar com Delphine pelo número na parte traseira do bilhete. Desbloqueei a tela do meu celular em poucos segundos e mandei uma mensagem:

“Uma já foi :)”
“:)”

 

Certamente ela deveria estar ocupada para responder apenas um emoction, mas continuei conversando com Durrani. Aquela menina tinha uma inteligência admirável e falava muito bem sobre cinema e artes. Me pergunto até hoje a razão dela querer medicina.

Estávamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios coisas como séries e músicas. Durrani era uma garota incrível. Não demorou muito para que Alexandra saísse da sala de Delphine sorrindo de maneira radiante exibindo aquele aparelho.

- Acho que nos veremos na sala de aula. - ela falou sorrindo pra mim.

- Hey! Parabéns que você conseguiu. - respondi sorrindo feliz por ela.

Alexandra e seus pais saíram da secretaria indo para recepção. Agora era vez da família Nayak. Durrani estava nervosa e era visível no seu olhar, mas eu havia falado para ela contar de 1 a 10 antes de entrar na sala. Eu queria que ela passasse.

Agora eu estava sozinha novamente. Me levantei um pouco para esticar as pernas e beber um pouco d’água. Recebi uma mensagem no celular do Scott, possivelmente a tour dele havia terminado.
 

“Estou surpreso com o tamanho dessa escola. Isso porque eu só conheci a parte do 2º grau. E a propósito, Evie é uma pessoa muito legal. Ela me chamou pra sentar junto com ela na mesa do jantar.”

“Inclusive se você não for convidada para mesa de Delphine tem um espaço pra você na nossa”

Scott era meu melhor amigo, mas conseguia ser desnecessário às vezes. Até parece que a coordenadora daquela escola ia me chamar para jantar junto com ela e com o diretor no meu primeiro dia ali. Não quis responder Scott naquele momento. Com certeza nos veríamos na hora do jantar, então preferi não responder.

Evie havia voltado para a sua mesa. Estava mexendo no computador de maneira tranquila. Certamente naquela época do ano só teria alunas novas tentando entrar naquele colégio tão seleto. Revirei meus olhos só de lembrar o quão cansativo deve ser participar daquele corpo docente, mas ali eu estava e não iria voltar.

Voltei a mexer no meu celular e stalkear minha ex namorada. Shay ainda era minha amiga no Facebook, então tudo era mais fácil. Ela continuava no Canadá, mas estava morando em Ontario, e pelas fotos havia encontrado um novo amor. Nunca entendi muito as razões de termos terminado. Em um dia ela estava comprando uma comida japonesa e no outro disse que éramos muito diferentes, enfim, foi melhor assim. Ela parecia feliz e eu nunca quero vê-la mal, o que vivemos foi intenso.

Voltei para o aplicativo de músicas e comecei a ouvir uma playlist chamada “dreams come true”. Naquele momento eu só queria que a realidade fosse um pouco melhor que meus sonhos que estavam para se realizar. Eu nunca fui do tipo sonhadora, sempre fui mais pé no chão, e segundo Shay, foi um dos motivos do nosso término.

Me perdi nas músicas e nos meus pensamentos e quando eu menos esperava Durrani saiu da sala de Delphine. Ela estava com um sorriso um pouco desconfortável e com um olhar baixo. Eu temia que ela não tivesse conseguido entrar.

- Acho que vejo você em outubro. - ela disse ainda com um sorriso sem graça.

- Então você passou? - respondi entusiasmada.

- Sim. Foi um prazer conhecê-la, senhorita Niehaus.

Durrani estava estranha, queria saber o que havia acontecido dentro daquela sala. Delphine ainda estava lá dentro, possivelmente organizando os papéis. Devia estar exausta e por um momento eu me senti culpada por ainda ocupar seu tempo.

- Vamos? - ela me chamou, acordando-me dos meus devaneios.

- Sim. - levantei empolgada guardando meu celular e meus fones de ouvido.

Começamos a andar por aquela estrutura enorme. Delphine ia explicando cada lugar e eu só conseguia prestar atenção nos seus lábios se movimentando. Ela parecia ter saído de uma pintura de Vermeer e mesmo com aquela estrutura clássica a escola tentava se modernizar, segundo ela. Eu estava amargamente arrependida de ter pedido para que ela me mostrasse a escola. Ela estava tão cansada.

- E agora vamos aos dormitórios. Tirando o senhor Leekie, todos os funcionários dormem aqui. Esse é o meu quarto. - ela disse apontando para uma porta branca de estilo neoclássico. - Nos outros andares ficam os quartos das alunas. - suspirou um pouco.

- Você deve estar cansada. Eu me sinto tão culpada de ter ocupado você.

- Não. - respondeu num susto. - Você não me ocupou, eu estou um pouco distraída hoje por conta das entrevistas e problemas pessoais. - ela respondeu num tom triste.

- Compreendo.

Seguimos até o corredor onde paramos na frente de um quarto com porta branca, mas bem mais simples que o de Delphine.

- Você tá com a chave, certo? - Delphine perguntou como se houvesse esquecido de algo.

- Sim. Tá no meu bolso. - procurei a chave que ela havia me dado mais cedo. Meu bolso definitivamente estava uma bagunça, então quando achei fiquei tranquilizada. - Aqui! - respondi vitoriosa, fazendo ela sorrir.
 

Girei a chave na fechadura duas vezes até que a porta se abriu. O quarto era maior do que os que eu tinha dormido por toda a vida. Do lado da cama, aparentemente de casal, estavam minhas bagagens que ela respondeu logo a explicação.

- Bem, existe mais uma cópia da chave por precaução, mas ela fica em um armário trancado por mim, então não se preocupe, ninguém entrará no seu quarto.

- Tudo bem.

- Como pode ver aqui fica uma mesa para colocar computador e essas coisas. A senha do WiFi está na primeira gaveta. Naquela porta há um banheiro. A visão desse quarto se eu não me engano dá pra quadra de tênis. Você pode decorá-lo como quiser. Será sua casa por pelo menos um ano. - sorriu.

- Eu já me sinto em casa. - sorri tentando ser amigável.

E mais uma vez aquele silêncio confortável acontecia. Delphine colocou uma mecha do coque que estava se desprendendo atrás da orelha.

- Cosima, esqueci de falar. O jantar é servido às 20h, mas se quiser jantar no seu quarto pode pedir que entreguem 15 minutos antes. O ramal da cozinha é o cinco daquele telefone.

Scott estava certo, ela não ia me chamar pra sentar com ela. Eu odiava quando Scott acertava alguma coisa, significava que eu teria que pagar alguma HQ cara. Era nosso acordo.

- Bem, eu sento na mesa principal, se você quiser sentar comigo, sinta-se à vontade. - convidou-me com um sorriso nos lábios. - O diretor não fica mais aqui na escola, então só hoje só terá eu, você, Evie, Scott e algumas alunas que não vão para casa durante as férias e todos os professores estão de férias. Agora eu preciso ir - se despediu dando um beijo nas minhas bochechas. OK, era um hábito francês, mas ainda estranho pra mim.

O relógio marcava 19h30, ou seja, eu teria meia hora para tomar um banho e ir jantar. Corri para o banheiro que possuía uma pia de mármore branco e era maior que qualquer banheiro que eu já pisei. Será que era assim nos outros quartos? A resposta parecia ser sim. Joguei minhas roupas no chão e entrei no box. A água estava numa temperatura agradável e a água que escorria pelo meu quarto parecia tirar todo o cansaço do meu corpo. Vesti uma roupa confortável e desci as escadarias para a sala de jantar. Delphine havia trocado de roupa e soltou seus cabelos. Em uma mesa afastada estava Scott e Evie sozinhos, eu acho que as coisas entre eles estavam encaminhando desde o primeiro dia. Delphine me avistou na entrada e acenou para mim, eu, boba, acenei de volta sorrindo como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo que tanto almejava.

- Oi Cosima. - disse em um tom baixinho. - Seu amigo sentou com Evie, parece que estamos sozinhas. - sorriu de maneira amigável.

Ela se levantou e me guiou pelos balcões de comidas. Tudo parecia tão delicioso. Enquanto Delphine pedia uma salada elaborada para o jantar, eu pedi uma lasanha de frango e champignon. A sobremesa era posta depois do prato principal. Todos os dias o cardápio era elaborado por uma nutricionista que se parecia demais com Shay. Delphine e eu pegamos uma bebida chamada pink lemonade que se baseava em suco de limão com frutas vermelhas.

- O que o Canadá te fez? - perguntou olhando fixamente para mim.

- Perdão? - encarei ela confusa.

- Eu vi seu currículo. Você trabalhou nos melhores laboratórios de lá, e tem PhD em evo devo, deve ter acontecido alguma coisa pra você desistir de lá. - me encarou de maneira curiosa.

- Ah, eu terminei com minha namorada. - ela olhou para mim surpresa. - Lésbicas tendem a fugir. - respirei olhando para comida no prato.

Delphine sorriu e voltou a prestar atenção no seu jantar. Eu tinha falado algo errado? Droga, com certeza ela era hétero e eu estava ali me iludindo. Devorei rapidamente aquela lasanha e usei o suco para empurrar mais rápido o prato. Terminei o prato principal e corri para colocar o meu prato na esteira que rolava até a cozinha. Era finalmente a hora da sobremesa e eu estava nervosa, queria terminar aquela sobremesa e sair correndo pro meu quarto. Coloquei 3 macarons no meu prato e um pedaço de torta de coco e peguei uma garrafa de água para acompanhar. Não queria ser mal educada e deixá-la sozinha ali, então voltei para a mesa.

- Você come rápido. - ela comentou sorrindo.

- Um pouco. - respondi colocando um macaron na minha boca.

- Cosima, me desculpa. - ela disse olhando para mim com olhos ternos. - Eu não sabia que você era lésbica e aqui é um ambiente muito conservador. - a última frase saiu em um sussurro.

- Tudo bem. - respondi tentando tranquilizá-la, mas no fundo o seu olhar havia me magoado. 

O jantar se sucedeu normalmente, eventualmente Delphine e eu trocamos uma palavra ou outra. Como uma pessoa tão linda tinha sexualidade como um tabu para ela? Eu entendia que aquela escola tinha resquícios conservadores, mas não sabia que era ao extremo. Eu estava com medo, muito medo. Terminei minha sobremesa e pedi licença a Delphine com a desculpa de que eu estava muito cansada para continuar acordada. Mentira. Subi as escadas com certa velocidade e entrei no meu quarto. Tranquei a fechadura e corri para o banheiro escovar meus dentes. Percebi que o vidro da varanda estava aberto e o fechei também, bloqueando a persiana também. Tirei minhas roupas e joguei em lugar aleatório do meu quarto.

Abri a primeira gaveta da cômoda e encontrei o papel com a senha do WiFi que logo coloquei no meu celular, não tinha nada muito relevante nas redes sociais. Liguei a TV que ficava por lá e torci para ter sistema fechado. Estava com sorte e coloquei em qualquer canal que estivesse falando sobre coisas aleatórias. Joguei meu corpo naquela cama de casal, joguei meus óculos na cômoda do lado esquerdo da cama e cocei meus olhos. Fechei meus olhos respirando de maneira profunda, passei uns três minutos naquela posição e ouvi o barulho de mensagem do meu celular.

Delphine havia me enviado uma mensagem:

“Cosima, por favor, me perdoe pela atitude no jantar. Eu não sou homofóbica! Me encontre amanhã no coreto pelas 10h, irei conversar com você sobre.”
 

Meu sorriso involuntariamente se abriu. Delphine queria conversar comigo, pedir desculpas eu acho, mas pra mim já estava de bom tamanho. Desliguei a televisão e a luz do quarto e adormeci logo que me acomodei debaixo das cobertas.
 

 


Notas Finais


migos, queria falar que meu twitter é @violetchochki pra quem quiser ter uma amizade real e verdadeira que sofre por cophine e etc é só dizer que veio por aqui e xablau


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