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História Closer - Capítulo III


Escrita por: evilynebrochu

Notas do Autor


alô, alô graças a deus mais um capítulo pra vocês <3

Capítulo 4 - Capítulo III


A noite foi mais tranquila do que eu imaginei. Aquela cama era muito confortável e eu queria ficar ali para sempre, mas fui acordada por um telefonema de Scott. Meu celular marcava 7h.

- Alô? - respondi com a voz embargada.

- Cosima? Cadê você? O café da manhã é servido agora. - Scott falava com pressa, em certo tom de desespero.

- Scott, hoje eu passo o café da manhã. Na hora do lanche eu estarei por aí, agora se me permite irei voltar a dormir. - respondi e logo desliguei deixando sem dar a oportunidade dele responder.

Voltei a tirar um breve cochilo quando o despertador tocou às 9h. Eu havia colocado para despertar dias antes nesse mesmo horário porque se eu pudesse ficaria para sempre numa cama. Eu estava ansiosa para o que Delphine iria me dizer, com certeza era um simples pedido de desculpas, pelo menos era o que eu esperava. O contrato não poderia ser rescindido até uma última instância, cujo qual não estava especificado naquele papel que eu havia assinado. Mesmo me arrastando da cama fui tomar um banho rápido, vesti uma roupa confortável. Circulei um pouco pelo quarto para abrir as janelas e deixá-lo arejado, quando eu vi ao lado de uma poltrona um frigobar. Abri e contemplei a visão do paraíso. Havia pequenos potes de frutas dentro daquele eletrodoméstico branco, água e sucos. Peguei um potinho que tinha kiwi e morango, e uma garrafa d’água e devorei em poucos instantes. Eu comi para não correr o risco de desmaiar na frente de Delphine.

Esperei faltar quinze minutos para poder descer e ir ao encontro dela no coreto. Ela havia me mostrado onde ficava no dia anterior. Era um lugar afastado que ficava no centro do jardim mais escondido da escola, nunca vi um lugar para ter tantos jardins. Faltava cinco minutos para o horário combinado quando eu cheguei. Ela já estava lá.

Malditos são os europeus e essa mania de chegar no horário certo no local. Pensei comigo. Passei a língua entre meus lábios secos e fui no coreto que parecia ter saído da época vitoriana.

- Bonjour. - Delphine disse com um sorriso no rosto assim que notou minha presença. Na sua mão direita descansava um cigarro.

- Bonjour. - respondi sem graça encarando o que ela segurava na mão. Eu fumava, mas apenas maconha, e que eu mesma plantava para garantir a qualidade.

- Cosima, eu queria primeiro pedir desculpas pela minha atitude extremamente ridícula ontem a noite. - começou a falar depois de tragar pela última vez e jogar a bituca fora. - Eu não tenho nada a ver com sua sexualidade, muito menos a instituição. Como bióloga sei que sexualidade tem a ver com preconceitos sociais e várias outras coisas. - falava um pouco nervosa. - Eu estou aqui há 10 anos, como você sabe. E já vi muitas coisas que me fizeram pensar em desistir e isso envolvia sexualidade.

- Como assim? - perguntei.

- Vou te contar a história mais recente. Havia duas alunas que estudavam aqui: Marie e Angeline. Da mesma turma e eram melhores amigas. Bem, isso que todos achavam. - Delphine sentou-se no banco de concreto e eu sentei em seguida. - O fato é que, elas eram namoradas e ninguém sabia até que a mãe de Marie descobriu e quis tirar a filha da escola no meio do ano letivo. - suspirou e pareceu contar de um até três. - Só que como os professores, os alunos não podem ser retirados daqui sem um motivo maior e, Leekie e eu concordamos que a sexualidade de uma aluna não era um motivo maior.

- E o que aconteceu? - perguntei curiosa após Delphine ter pausado por um tempo.

- O pior. Só de imaginar em se separar uma da outra para sempre, já que Marie era colombiana, apesar do nome, elas se mataram. Assim como Romeu e Julieta. O amor proibido. - suspirou. - Foi complicado demais.

- Eu imagino. Bem, Delphine, eu prometo que minha sexualidade não afetará nada nessa escola. Eu imagino o quão complicado deve ser coordenar essa escola. - pousei minha mão nas suas costas.

- Na época ainda foi mais tranquilo pra mim porque a senhora Duncan era mais responsável pela coordenação do que eu, mas foi horrível ver minhas alunas chorando pelos cantos porque Marie e Angelina eram queridas por todas. - suspirou novamente com um olhar triste.

- Aqui é tão conservador… - deixei escapar dos meus pensamentos.

- Esse não é o problema, Cosima, a escola não é o problema. O problema está nos pais das alunas, digo, eles que são conservadores. Mesmo o senhor Leekie sendo um senhor de idade ele sabe que o mundo mudou e muda a cada dia. - encarou o chão.

Voltamos mais uma vez para o silêncio. O silêncio parecia ser nosso abrigo.

- Quando as aulas começam? - perguntei quebrando o gelo.

- Como assim você não sabe? - Delphine olhou pra mim com os olhos arregalados e eu dei um sorriso com sua expressão repentina.

- Eu estou brincando, pra quebrar o gelo, uh? - respondi dando uma pequena cotovelada no seu braço. - Eu sei que daqui há 15 dias aqui estará cheio de alunas e professores.

- Você me assustou. Você quer conhecer mais alguma coisa da escola? - perguntou. - Tem coisa que não deu tempo de lhe mostrar ontem.

- Sério? - perguntei assustada.

- Sim. Tem as piscinas e a área de hipismo.

- Então vamos lá.

Delphine se levantou balançando um pouco dos grãos de concreto que havia se impregnado em seu sobretudo e eu repeti a ação. Andamos para uma área verde atrás do jardim que estávamos e eu pude notar a pista de hipismo. Um pouco mais afastado estava o lugar onde ficavam os cavalos e o responsável por eles. Era um senhor que aparentava ter uns 40 anos. Não nos apresentamos.

- Você monta? - perguntei percebendo depois a ambiguidade que havia na pergunta.

- Não. - respondeu franzindo o cenho e rindo de si própria. - Nunca tentei e você? - Delphine perguntou já sabendo a resposta.

- Claro que não! Fui criada em São Francisco, e depois fui morar em Montreal. A existência de cavalos foi quase nula na minha vida.

Delphine deu uma gargalhada. Ela conseguia ser ainda mais linda gargalhando. Maldita seja.

Com as mãos dentro do sobretudo, Delphine e eu seguimos uma espécie de trilha de seixos que levava até a piscina externa. Era uma piscina de dimensões olímpicas e do outro lado tinha cadeiras e uma espécie de restaurante. Algumas alunas estavam tomando o pouco de sol que fazia naquela manhã, era um sol frio, mas ainda sim parecia valer a pena para elas. Uma aluna com maiô rosa e cavado - até demais, mas era pra diversão então eu entendi. - acenou para Delphine com um sorriso que retribuiu igualmente.

- Às vezes eu tenho pena dessas garotas. - Delphine falou olhando para elas. - Elas ficam aqui até nas férias porque moram em outros países, e mesmo tendo dinheiro para viajar de volta os pais não deixam. Enviam os novos contratos por e-mail e pronto.

- Vocês acabam sendo a família delas, certo? - perguntei olhando para ela.

- Isso mesmo. Acho que estou fazendo um bom trabalho, então fico bem feliz. É satisfatório demais. - sorriu para si mesma.

- Seu sorriso é muito bonito. - falei cuspindo outro pensamento que chegou na minha mente.

- Merci. - respondeu com as bochechas ruborizadas encarando o chão.

- Rien. - respondi em francês.

- Você é fluente em francês? - perguntou curiosa arqueando as sobrancelhas.

- Não. - respondi soltando uma gargalhada.

- Sua gargalhada também é bonita. - soltou no ar. - Agora vamos que temos mais uma piscina para ver.
 

Fizemos todo o caminho de volta em silêncio. Falávamos vez ou outra, mas nada com muita relevância. Delphine ficava ainda mais linda - e com uma aparência celestial - quando o sol se chocava contra sua pele. Os cabelos loiros irradiavam de maneira cósmica. Eu me sentia em estado alucinógeno vendo aquela mulher, ela era melhor que maconha. Entramos num dos prédios neoclássicos e passando por um corredor escuro pude ver a piscina interna. Tinha proporções gigantescas. No fundo era possível ver a entrada dos vestiários.

- Ela não é muito usada. - disse Delphine quebrando o silêncio.

- Como assim? Ela é maravilhosa. - eu respondi olhando cada detalhe da estrutura, que no topo tinha uma cúpula que permitia a entrada dos raios solares.

- Geralmente os professores usam mais essa. As meninas só usam quando está chovendo.

- Então os professores podem se divertir também. - perguntei me imaginando naquela piscina.

- Claro! - respondeu empolgada. - Muitos vão para Paris nos fins de semana, junto com as alunas, mas os que ficam geralmente aproveitam essa piscina.

- Ainda bem que eu trouxe roupa de banho. - respondi sorrindo para piscina.

Delphine verificou no seu relógio de pulso e constatou que estava perto da hora do almoço. Andamos rápido em direção ao refeitório e nos acomodamos na mesa principal, que desta vez contava com a presença de Evie e Scott juntos. O almoço, assim como o resto do dia se sucedeu tranquilo. Pra ser sincera, assim como o resto da quinzena. Eventualmente, Delphine e eu conversávamos sobre o que eu precisaria para minhas aulas. Eu estava focada em ser uma boa professora, tanto que, Scott e eu passávamos horas dentro da biblioteca preparando o conteúdo das aulas. Gradativamente algumas alunas e professores foram chegando. Tive oportunidade de conhecer primeiro o professor de matemática, que atendia por Paul, era um rapaz muito bonito, alto e de ombros largos. Apesar de aparentar ser durão, era simpático e devia ser a razão de muitas quedas pelas garotas, mas no seu dedo anelar aparentava ter uma aliança de noivado.

Senhora S era a professora de gramática francesa e inglesa. Ela era muito inteligente e admirada por todas as alunas da instituição. Tinha olhos claros e cabelos longos e um sorriso encantador, ela realmente sabia conquistar qualquer pessoa. Os demais professores não ficaram muito próximos nem de mim, nem de Scott. Delphine afirmava que era uma espécie de pegadinha e passou pelo mesmo quando começou a lecionar.

O esquema das aulas funcionaria assim: Scott daria uma aula teórica, e eu apresentava a prática na aula seguinte. Em alguns assuntos as aulas eram externas, como botânica e em outras ficaríamos no laboratório mesmo. Passei a mão pelo rosto quando lembrei que educação sexual era assunto do primeiro e do terceiro ano. Eu não sabia como iria me sair nessas aulas, mas torcia para que tudo funcionasse de maneira coesa.

[...]

Finalmente era o primeiro dia de aula. No caso, o primeiro dia de aula em que eu lecionaria. Meus horários eram menos elaborados que os de Scott porque nem todos os assuntos teria o momento prático. Eu ficava livre nas manhãs de terça e quinta, e nas tardes de segunda, quarta e sexta. Durante o sábado havia as aulas de dança e artes marciais, e no domingos as alunas no 2º grau poderiam ir até Paris.

Os assuntos que Scott dava eram os meus favoritos para aula prática. Botânica, genética… Tudo isso me fazia reviver o ensino médio, mas agora, de maneira saudável e sem muitas preocupações já que no vestibular não exigiam a parte prática, mas a pressão em Scott não era pouca, ao menos ele tinha Evie do lado dele.
 

- Bom dia, alunas. - respondi assim que entraram no laboratório, eu estava dando aula para o 1º ano, minha primeira turma
 

- Bom dia, senhorita Niehaus. - responderam quase em coro. No fundo da sala pude avistar Alexandra e Durrani sentando em duplas, o que me animou bastante.

- Vamos começar conhecendo o laboratório. - como elas eram 1º ano, estava no protocolo que elas conhecessem os equipamentos do laboratório. Analisaram tudo com muita curiosidade, e viam que não era igual ao laboratório de química. Estavam animadas e muitas possuíam o mesmo aparelho de Alexandra, pude analisar conforme os sorrisos.

A aula se sucedeu sem muitas novidades. Apesar da animação delas, mostrar todo o equipamento era chato e entediante. Algumas anotaram o que eu falava e outras apenas prestavam atenção, mas todas olhavam pra mim. Minhas mãos soavam e isso estava me deixando um pouco nervosa, mas praticando respiração acabei me habituando. Afinal, eu era professora e precisava de atenção sim.

Quando o alarme soou todas às alunas recolheram seus materiais e correram para próxima aula. Nas aulas ímpares eu estava livre para organizar os equipamentos para a próxima aula. Uma senhora baixinha também me ajudava na hora de organizar. Ouvi umas batidas na porta e gritei “pode entrar”. Era ela, Delphine Cormier, ainda mais linda desde o primeiro segundo que eu a vi. Vestia uma camisa branca com um blazer preto e calça da mesma tonalidade, nos pés uma pequena bota de salto médio. Ela queria ficar maior do que já era.

- Bonjour, Cosima. - falou assim que meus olhos foram de encontro com seu corpo.

- Bonjour, senhorita Cormier. - respondi notando a presença da senhora que me ajudava a limpar os equipamentos.

- Como foi sua primeira aula? - perguntou curiosa.

- Foi tudo bem, mesmo eu preferindo partir para parte prática, sei que vai demorar um pouco porque Scott tem que se aprofundar nos assuntos, mas foi interessante sim. - disse pondo minhas mãos nos bolsos da calça que eu vestia.

- Eu queria falar com você. - disse em um tom baixo, quase guardando segredo.

- O que foi? - respondi num tom igualmente baixo.

- Estamos querendo levar algumas alunas para o Louvre, para uma pesquisa de história que Felix já passou um trabalho. - respondeu respirando pesadamente. - Eu queria saber se você poderia nos acompanhar, no caso, me acompanhar com as alunas.

- Claro! - respondi sorrindo. - Quando será?

- Quarta feira, durante a tarde para encaixar o horário com o seu. De todos os professores você tem o tempo mais livre, então acabei pensando em você.

- Então tudo certo.

Delphine saiu da sala e foi seguida pela senhora que me ajudou na arrumação da sala. O dia se sucedeu de maneira tranquila. Scott ainda estava no início do conteúdo, e isso significava que eu não poderia iniciar as  aulas práticas. Delphine deu a dica de passar algum filme e pedir resenha sobre, claro, que tivesse a ver com biologia e assim eu o fiz. Acabei passando um documentário sobre aquecimento global, que era um pouco chato, diga-se de passagem, mas as garotas prestaram atenção.

[...]

Finalmente quarta havia chegado. Pela manhã comecei iniciando o assunto de taxonomia, não pudemos nos aprofundar porque eu sempre dependia do Scott para dar embasamento teórico, então eu fiquei presa sem poder dar muito aprofundamento na aula.

Durante o almoço Delphine contou que estava ansiosa para ir a Paris no meio da semana, e que fazia muito tempo que não visitava o Louvre. Durante a manhã de terça-feira acabei pesquisando sobre algumas telas que íamos observar. Felix, o professor de arte, passou um trabalho sobre romantismo para aquele grupo do 3º ano, e o museu do Louvre tinha o maior arsenal sobre esse movimento.

Pegamos uma espécie de micro ônibus da escola. As meninas foram conversando na parte de trás enquanto Delphine e eu íamos conversando na parte da frente. Ela parecia estar feliz por sair um pouco daquela escola, olhava para paisagem sorrindo, ela realmente parecia uma obra celestial.

- Você gosta da paisagem, né? - comentei com ela que virou sua atenção pra mim.

- Gosto, bastante até. - jogou uma mecha do cabelo loiro para trás da orelha. - Eu amo viajar - começou a puxar assunto. - O mundo é enorme Cosima! - falava entusiasmada, era maravilhoso ver Delphine daquele jeito.

- É, eu sei. Também sei que somos um pedaço muito pequeno nesse mundo gigantesco, por isso mesmo eu faço o que tenho vontade, a gente só vive uma vez. - olhei fixamente para seus olhos.

Delphine sorriu.

- Tipo sair do Canadá? - ela respondeu depois que seu sorriso se fechou.

- Tipo isso. Eu adoro conhecer coisas novas, e é minha primeira vez no Louvre! Fico feliz que eu esteja com você.
 

Delphine corou, deu um sorriso totalmente desconcertado e olhou para o chão encarando-o. Ficava linda em qualquer posição.

- Espero que goste da minha companhia lá dentro. - falou com um sorriso no rosto. Delphine sem dúvidas era muito simpática.

Descemos do ônibus e entramos logo no museu. A escola já havia efetuado o pagamento das entradas. O museu era enorme, mas seguimos logo para direção das pinturas românticas. Os maiores clássicos estavam lá, pinturas de Delacroix na revolução francesa ganharam um lugar de destaque no ambiente. As garotas iam tirando fotos e fazendo observações em pequenos cadernos. Em algum momento acabei puxando Delphine para andar comigo e deixar as  garotas fazendo a pesquisa em paz.

Atravessamos um corredor e vimos algumas pinturas de Vermeer, Delphine parecia a personificação daquelas pinturas, ela cheirava a arte, a cigarros e a arte. Ela encarava as telas parecendo se transportar para aquela época.

- Vermeer entrou em problemas com a esposa por causa dela. - sussurrei em seu ouvido apontando para pintura Moça com brinco de pérolas.

- Vraiment?

- Sim, imagina você ser casada com um artista e ele preferir pintar a empregada usando seu brinco. Meio suspeito, certo?

- Oui. Mon Dieu! - supostamente imaginou toda aquela situação na sua cabeça. - Mas ela poderia ser ciumenta. - disse depois de uma breve reflexão. - Quer dizer, é um pouco suspeito pintar a empregada, mas ele pode ser considerado um vanguardista do romantismo e até mesmo do surrealismo.

- Como assim? Surrealismo?

- Quero dizer nos detalhes. Onde uma empregada usaria esse brinco de pérolas? Iam condená-la por furto. Ele não era Salvador Dalí, mas ele conseguia ver uma pitada de surrealismo numa cena do cotidiano.
 

Delphine e eu ficamos alguns minutos discutindo sobre Vermeer ser realmente um vanguardista para sua época. Nem de longe Vermeer era meu pintor favorito, mas discutir sobre suas obras é um exercício de muita calma. Delphine era muito inteligente sabia falar sobre qualquer coisa que víamos e foi quando paramos numa pintura de Goya.

- Ele realmente era corajoso. - suspirou antes de começar seu discurso. - Digo, Goya realmente pintava o que via, não tinha uma válvula de escape para ele. Tinha alguns amigos na inquisição, pelo o que eu li e assisti, mas ele tinha uma bravura dentro de si e gostava da forma que a França estava se rebelando. Ele chega a lembrar o expressionismo 

- Acho que nós duas amamos vanguardas europeias. - respondeu rindo para mim.

- Posso concluir? - perguntei sarcástica, ela acenou com a cabeça. - Olha para essa pintura, olha para esses rostos pedindo socorro. Apesar de participarem de épocas diferentes, o romantismo e o expressionismo dizia muito sobre ela. No expressionismo temos a esfera da segunda guerra e aqui temos a revolução francesa.

- Você assistiu Os Fantasmas de Goya? - perguntou curiosa. - Não havia exagero para Goya, como havia para Edward Munch, por exemplo, era aquilo e bastava. Ele não dava pinceladas fortes ou cores absurdamente tristes. Era a realidade.

- Não entendo nossa cisma com vanguardas europeias, acho só que trazemos para algo mais próximo da nossa história. - respondi sorrindo. - E sim, assisti os fantasmas de Goya, mas odiei o final. Não nasci para assistir filmes com finais tristes.

- Então nunca verá um filme europeu. Aqui temos arte, Cosima. Na América vocês tem Hollywood, a fábrica de sonhos, não digo que seja ruim, assisto muitos filmes que saem de lá, mas precisamos uma dose de realidade. Se você se impressionou com os fantasmas de Goya, sugiro que nunca assista nenhum filme do New French Extremism.

- Por que?

- Foge do cinema Hollywoodiano de terror. Temos gore e paixão absurda.

- Agora eu quero assistir. - respondi animada. - Assiste um filme dessa linha comigo, por favor. No final ainda podemos conversar sobre nossas percepções sobre o filme.

- Irei pensar no seu caso. - falou sorrindo e me encarou, eu estava com cara de cachorro que caiu da mudança. - OK, Cosima! Mas nunca mais faça essa cara porque eu não sei dizer não.
 

“Eu não sei dizer não.” Aquelas palavras me arrebataram para um paraíso que só existia na minha cabeça, infelizmente.

- Podemos combinar na sexta, pode ser? - continuou falando. - Na minha suíte e você que leva a comida.

- Por que na sua suíte? - perguntei confusa.

- A televisão de lá é maior.

Delphine e eu continuamos analisando mais algumas obras até que fomos ao encontro das alunas. Comemos alguma coisa que seria nosso lanche da tarde e pegamos o caminho de volta para a escola. E como sempre, o dia correu tranquilo. Assim como o resto da semana. Alexandra e Durrani eram minhas alunas favoritas, não que seja correto declarar favoritismo, mas elas sempre me paravam no corredor para conversar, quando eu parei para analisar meu meu calendário já era sexta, era o dia em que eu veria Delphine para assistirmos um filme. A minha vontade era apenas de gritar ao mundo o tamanho da minha felicidade, que “emanava no meu rosto”, segundo Scott.
 


 


Notas Finais


gente, eu espero que vocês estejam gostando dessa história porque eu tô amando escrever! online 24hrs no twitter que é @violetchochki e se você gostou comenta aqui pelo amor de deus pra eu ter um feedback se devo seguir essa linha ou não <3


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