História - Hiatus - Closer - Há 11.000 metros

– JÁ VAI! – Gritei irritada enquanto me levantava aos trôpegos para abrir a porta.

Ter deitado cedo no dia anterior não havia feito a menor diferença, já que tive um sonho atrás do outro com Zayn e Justin, em todos eles. Me sentia ainda mais exausta do que quando fui dormir. E para piorar alguém estava afundando o dedo na minha campainha.

– O que é? – Perguntei mau humorada assim que abri a porta e vi Justin pronto para apertar o botão novamente.

Eu estava apenas com uma camiseta larga e de calcinha, tinha certeza de que meus cabelos estavam bagunçados e minhas olheiras enormes. Mas não me importei com nada disso, principalmente quando Justin passou seus olhos por torno meu corpo e parou por um tempo nas minhas pernas desnudas.

– Vai ficar aí me secando? – Soltei a porta e me afastei, indo em direção ao eu sofá onde me deitei nele e abracei uma das almofadas, enquanto deitava minha cabeça nela.

Ouvi o barulho da porta ser fechada e os passos dele ao se aproximar do cômodo onde eu estava. Apesar de estar com meus olhos fechados e o rosto virado para o encosto do sofá, senti a presença dele ao meu lado, e ao ouvir seu pigarro, pude notar que estava certa.

– Por acaso está tentando me provocar?

Sorri com sua pergunta, afinal eu estava deitada de bruços e podia sentir que a camisa que eu vestia não cobria minha bunda completamente, devido a posição em que estava.

– Se eu quisesse te provocar, você saberia disso. – Me sentei no sofá, já que obviamente não conseguiria voltar a dormir. – Por que está aqui?

– Combinei com você que te buscaria às seis. – Ele olhou no seu Rolex preso em seu pulso. – São seis e meia.

– Então o senhor está atrasado. – Me levantei e fui em direção ao meu quarto. – Cadê o meu café?

– Não sou o seu empregado, Selena.

Percebia que ele estava começando a perder a paciência, mas eu também não estava no meu melhor humor.

Se ele não tivesse me provocado tanto em meus sonhos eu poderia pensar em ser mais agradável com ele. Mas ele resolveu aparecer enquanto eu discutia com Zayn e depois de mandar o moreno embora me agarrou. Agora eu só conseguia pensar nas mãos dele pelo meu corpo, seu hálito contra minha nuca...

“Foco Selena! ”

– Eu preciso de café para despertar, você resolveu aparecer aqui há essa hora da madrugada. – Reclamei depois de perceber que estava o encarando por muito tempo enquanto eu divagava sobre meus sonhos.

Depois de arrumar minha cama, fui em direção ao meu closet e peguei algumas peças de roupa, as deixando em cima da cama. Ele resmungou numa bufada e coçou a nuca, realmente não estava muito paciente.

– Eu vou levar suas malas para o carro enquanto você se arruma. – Disse já pegando minhas malas de rodinhas. – No caminho do aeroporto a gente compra seu café.

Justin estava usando calça de moletom, e na mesma rapidez em que ele passou por mim, saindo com as minhas malas, eu olhei para ele saindo pela porta do quarto, e fiquei admirando sua bunda. Só percebi que estava mordendo meu lábio inferior quando começou a doer.

– Contenha-se Gomez! – Falei comigo mesma enquanto ia em direção ao meu banheiro. Precisava de um banho gelado.

De banho tomado e dentes escovados, coloquei minha calça jeans mais larguinha, com botas sem salto e um tricô branco. Verifiquei se meu passaporte e documentos estavam na bolsa, peguei meu celular, fones de ouvido e óculos escuros que havia deixado em cima da bancada da cozinha, e depois de dar uma última olhada no apartamento, apaguei as luzes da casa e a tranquei.

Era domingo, sete da manhã e todos ainda deveriam estar dormindo. Coloquei meus óculos no rosto, por que sabia que Justin iria atrair a atenção dos paparazzi e não queria que ninguém visse o estado em que minhas olheiras se encontravam. Quando a porta do elevador estava para se fechar uma mão surgiu e impediu que o fizesse, e assim que a porta voltou a se abrir, a figura de Zayn parada a minha frente surgiu.

Pelo jeito nem ele esperava me encontrar ali, pois ficou tão estático quanto eu. Ficamos nos encarando por alguns segundos, ele ainda do lado de fora segurando a porta do elevador, respirei fundo e abaixei meu olhar para meu celular, como se tivesse coisa mais importante para fazer.

– Entra logo por que eu não tenho o dia todo.

Meu tom frio deveria ter o despertado, pois ele entrou na mesma hora e deixou que a porta se fechasse. Levantei os olhos do celular e vi que ele estava encostado na parede do elevador, encarando o chão. Um fantasma de sorriso passou pelos meus lábios ao notar que ele estava dando ouvidos as minhas ameaças.

Guardei meu celular na bolsa e levantei a cabeça. Assim que a porta do elevador se abriu, saí de lá como se nada tivesse me abalado.

O carro preto do motorista do Justin estava parado na porta do prédio e ele me esperava encostado no carro, cada vez mais impaciente. Saí do prédio sentindo a presença de Zayn atrás de mim. Foi isso ou a cara do Justin se tornando vermelha que denunciou.

– Pensei que estávamos atrasados. – Chamei sua atenção, que ainda estava voltada para o moreno que passava entre nós.

Justin abriu a porta do carro para mim e assim que me acomodei no banco traseiro ele se juntou a mim, batendo a porta.

– O que aquele idiota estava fazendo com você? – A irritação dele estava clara no seu tom de voz.

– Ele é meu vizinho, se esqueceu?!

Ignorei as reclamações que ele estava fazendo e fiquei olhando pela janela a pouca movimentação nas ruas àquela hora da manhã. Devido ao fato de não haver muito transito, em pouco tempo já estávamos parando no estacionamento do LAX. Scott e Ryan estavam na porta do aeroporto e o empresário não parecia muito feliz.

– Estão atrasados! – Nos repreendeu enquanto ajudava o motorista a pegar as malas, tanto do Justin quando minhas.

– E eu não tomei meu café, mas você não está me vendo reclamar disso.

Saí na frente dos três, pondo minha bolsa no ombro, e ignorei os comentários do meu irmão sobre meu humor. Sem me importar para onde eles iriam, eu segui meu próprio caminho em direção ao Starbucks onde comprei um café puro grande e uma fatia de bolo de limão, que comi na hora.

Já de estomago cheio, peguei o copo descartável com o café e segui em direção aos dois homens parados perto do portão de embarque.

– Onde está Justin? – Perguntei assim que parei ao lado deles.

– Onde você acha?! – Ryan me apontou um aglomerado de meninas histéricas que pediam fotos e autógrafos do cantor, enquanto seus três seguranças tentavam contê-las. – Aposto que está morrendo de ciúmes. – Comentou baixinho no meu ouvido, me fazendo rosnar baixo.

– Estou me lixando para eles.

Dei um gole do meu café e virei meu rosto para outro lado, e vi que paparazzi estavam se aproximando de nós. Scooter pareceu notar também pois se aproximou de Justin e o tirou de perto das fãs.

Seguimos para o portão de embarque e depois de apresentarmos nossos passaportes fomos com um dos seguranças do aeroporto para a pista de decolagem particular, onde o jatinho do Bieber estava nos esperando.

Com paredes e carpete em tons escuros, e poltronas em bege claro, o jatinho particular do Justin acomodaria quinze pessoas. Mas como a equipe já tinha embarcado num voo particular mais cedo naquele dia, o avião parecia enorme para nós quatro mais os três seguranças.

Fui em direção aos fundos do avião onde havia quatro poltronas, sendo elas duplas de frente para as outras duas. Me sentei ao lado da janela e coloquei minha bolsa na poltrona ao meu lado, mostrando que não queria que ninguém sentasse ao meu lado, o que foi claramente ignorado por Justin que tirou minha bolsa e se sentou ao meu lado.

– Sério? – Me virei para ele. – Está sem espaço para você se sentar?

– Você está no meu lugar.

Revirei os olhos com sua infantilidade e o ignorei, voltando a olhar pela pequena janela ao meu lado. Ryan se juntou à nós dois e sentou na minha frente.

– Vocês dois têm que aprender a conviver sem brigar. – Meu irmão disse nos fitando. – Vamos passar nove meses juntos, e para essa turnê dar certo, vocês precisam ficar em paz.

Fiquei olhando para meu irmão e depois me virei para Justin, esse não parecia muito interessado no que o melhor amigo estava falando, pois estava mexendo em seu celular.

– Ryan está certo. – Scott se aproximou depois de ter conversado com o piloto. – A partir dessa noite vocês dois estarão no olho do furacão que a mídia vai criar. Selena, você e Justin vão estar juntos grande parte dos shows, e vocês são amigos, então vão ser vistos o tempo todo juntos, fora do show. – Deu uma pausa, observando nós dois, Justin ainda mexia em seu celular. Com um suspiro o empresário continuou. – Vocês não podem brigar na frente de ninguém, isso é de suma importância para a turnê.

Ouvi um riso debochado ao meu lado e virei meu rosto para Justin, que não estava mais olhando para seu celular e sim para Scott.

– Então seu interesse é apenas comercial e não se eu e ela realmente nos damos bem.

– Justin, essa turnê é de lançamento do seu novo CD. – Scott dizia com um ar urgente, depois se virou para mim. – E Selena, sua carreira como coreografa vai emplacar logo depois desse primeiro show. Vocês não percebem como isso é importante para todos nós?

– Relaxa Scott, vai dar tudo certo. – Garanti depois de algum tempo em silêncio.

A porta do avião se fechou e com o aviso do piloto, Scooter se sentou ao lado de Ryan. Todos nós afivelamos os cintos e minutos depois o avião já estava ganhando altitude no céu de Los Angeles.

Pela janela eu pude observar a cidade abaixo de nós desaparecer e ficarmos entre as nuvens. O céu já estava claro e o sol brilhava lá longe. Fechei os olhos e fiquei contemplando a tranquilidade de estar lá em cima.

– Desculpa. – Justin pediu ao meu lado, de forma baixa. Virei meu rosto para o lado em que ele estava e o olhei confusa. – Passei a noite preocupado, assim que acordei não tive notícias muito agradáveis e quando vi você surgir com aquele desgraçado... – Ele suspirou como quem tentava se acalmar. – Não deveria ter sido grosso ou impaciente com você.

– Tudo bem. – Sorri para tranquiliza-lo. – Também não estou no meu melhor humor, dormi mal a noite toda e alguém esqueceu do meu café...

Ele iria reclamar, mas assim que me viu rir, ele riu junto, percebendo que eu estava apenas implicando com ele.

– Braun está certo. – Disse depois de um tempo. – Não podemos ficar brigando na frente dos outros, se tivermos problemas é melhor resolvermos isso só nós dois e deixá-los de lado em público. Afinal, como bons entendedores, sabemos quem nem todo mundo aguenta nossas brigas.

– Eu que o diga! – Ryan reclamou e quando o olhei séria ele deu de ombros. – O que?! Vocês não estão fazendo questão de falar baixo.

Neguei com a cabeça e ri, sendo acompanhada por Justin.

Depois disso o clima entre nós dois ficou mais tranquilo, mas ele não deixava o celular por nenhum minuto.

Depois de uma hora de voo as duas comissárias de bordo serviram um lanche. Sanduíches, frutas e suco. Scott tinha se afastado de nós três e ficou próximo aos seguranças, conversando sobre alguma coisa relacionado ao trabalho.

Quando Justin desbloqueou o celular pela vigésima vez desde que entramos no avião, tentei ser a mais discreta possível enquanto olhava por cima dos seus ombros, o que tanto ele fazia no aparelho, e percebi que estava conversando com alguém, já ia parar de olhar, não querendo me meter na conversa quando vi Hailey escrito no nome do contato.

Desviei minha atenção rapidamente para a janela ao meu lado, me ajeitando na poltrona e fechei os olhos, tentando controlar minhas emoções. Pelo jeito eles ainda mantinham contato. E um grande contato, já que desde que entrara no avião, não parava de conversar com ela.

Respirei fundo pois a decepção crescia dentro de mim, junto com a vontade de chorar. Com a desculpa de que eu queria descansar um pouco, me afastei dos dois e me sentei numa poltrona mais afastada, que ficava de frente para outra, que estava fazia. Encolhi minhas pernas em cima da poltrona depois de tirar minhas botas e fiquei ali olhando o céu.

– Posso me sentar aqui?

Olhei para Scott por um tempo, parado ao lado da poltrona que ficava a minha frente, e dei de ombros, como sinal de que não me importaria com a presença dele. Voltei a observar a janela, perdida em meus devaneios.

– Por que você sempre me afasta quando tento me aproximar? – Ele perguntava baixo, como se não quisesse que os demais ouvissem nossa conversa.

– Acho que você sabe muito bem a resposta para sua pergunta. – Continuei olhando para a janela.

– Eu nunca mais tentei nada com você, Selena. – O olhei com a sobrancelha arqueada – Não que eu não gostaria, mas você claramente ainda está envolvida com Justin.

Ri sem vontade.

– Você está delirando Scott.

– Estou mesmo?! – Ficou me olhando por um tempo, mas como não respondi, resolveu continuar. – Mas não é disso que eu quero falar com você.

– Então em que posso lhe ser útil Sr. Braun?

Voltei a me sentar com a postura ereta, para poder ficar em frente ao empresário, mas cruzei minhas pernas em cima do estofado.

– Eu gostaria de me tornar seu empresário. – Ele também mudava sua posição, agora apoiava os cotovelos nas pernas de forma que seu corpo inclinado para frente ficasse mais próximo ao meu. – Com essa turnê muitos artistas vão querer te contratar e você vai precisar de alguém experiente para lidar com isso e saber lhe passar as melhores ofertas. – Scott suspirou depois de um tempo. – Eu sinto muito pelo o que aconteceu com o repórter, soube que vocês estavam namorando...

– Não estávamos namorando. – Interrompi.

– A questão não é essa. – Ele negou com a cabeça. – A questão é que você tivesse alguém para cuidar da sua carreira, isso não teria acontecido.

– O que isso tem a ver com a minha carreira?

– Tudo Selena. – Ele volta a se sentar de forma ereta, com as costas no encosto da poltrona. – Se eu estivesse cuidando da sua carreira, como faço com Justin, eu conseguiria controlar um pouco a mídia, conseguiria que ao menos eles falassem algo sobre o seu trabalho e não só sobre seu envolvimento com Justin.

Fiquei o olhando por um tempo em silêncio, absorvendo suas informações, pois sua proposta realmente era tentadora. Observei Justin de longe e ele ainda digitava freneticamente no seu celular, seu cenho franzido, não parecia muito satisfeito com o que digitava.

Suspirei e voltei a olhar o mais velho à minha frente.

– Agradeço sua oferta Scooter, mas não será possível você ser meu empresário. – Ele tentou contestar, mas eu neguei com a cabeça, não deixando que me interrompesse. – Entenda que apesar de amigos eu e Justin somos ex. namorados, e nós brigamos, nós brigamos muito e o tempo todo. O que você faria se por acaso uma de nossas brigas fosse à público, onde você tenha que escolher um lado? Você não vai conseguir ser imparcial e nem acho justo com Justin, que depois de anos de amizade entre vocês, você fique do meu lado, mesmo que bem provável eu esteja certa.

Ele ficou me olhando por um tempo e um sorriso brotou em seus lábios.

– Tem razão Gomez. Mas ainda acho que você precisa de um empresário.

– Então me ajudaria a encontrar um tão competente quanto o senhor?

– Não acho que exista tal pessoa, mas vou procurar.

Ri de sua resposta e neguei com a cabeça. Voltamos a ficar um tempo em silêncio, comigo me acostumando com a presença do moreno à minha frente, já que iriamos conviver um bom tempo juntos a partir daquele momento.

– Scott? – Ele murmurou alguma coisa como se tivesse ouvindo, para que eu continuasse a falar o que queria. – Justin e Hailey ainda estão juntos?

Ele ficou me observando por um tempo enquanto parecia pensar na sua resposta.

Realmente, Braun não seria a pessoa mais indicada, no quesito intimidade, para eu fazer esse tipo de pergunta, mas se tratando do empresário do cantor, alguém que saberia de todos os passos que ele dá, ele seria minha melhor opção.

– Eu não sei. – Respondeu depois de pensar por um tempo. Fiquei o olhando como se duvidasse da sua resposta e ele se mexeu no lugar, parecendo estar incomodado. – Eu realmente não sei, Selena. Eles ainda têm contato, ela não costuma aceitar muito bem um rompimento e sempre volta atrás de suas decisões. – Então ele abaixa o tom de voz, como se contasse um segredo. – Sinceramente acho que é o empresário dela que incentiva ela a vir atrás dele, afinal, a imagem de Justin ao lado dela só lhe dá mais publicidade.

Reviro os meus olhos e solto uma lufada de ar impaciente com a especulação dele. Volto a encolher minhas pernas na poltrona, virando meu corpo em direção à janela. Estava começando a ficar cansada de ficar sentada por mais de duas horas.

– Mas eu não acho que ela tenha chances contra você. – Concluiu, atraindo minha atenção para ele novamente, e quando percebeu isso um sorriso brotou nos lábios de Scott. – Apesar do relacionamento deles, na mídia, me traz mais dinheiro por conta da publicidade deles dois, eu sei que Justin ainda gosta de você, e sei que ele tá fazendo tudo o que pode para te reconquistar.

Voltei a ficar séria quando percebi que um sorriso escapava por entre meus lábios.

– Ele ainda tem que se esforçar muito. – Murmurei, por mais que sabia que estava mentindo.

– Claro. – Ele chamou uma das comissárias e pediu uma bebida para ele, depois se virou para mim. – Quer alguma coisa?

– Não, preciso esticar as pernas.

Me levantei depois de pôr minhas botas e me espreguiçar, como forma de alongar meu corpo, fui andando em direção aos fundos do avião. Observei os três seguranças conversarem sobre futball e quando me aproximei das quatro poltronas na parte de trás vi que Justin e Ryan estavam dormindo. Queria eu ter aquela facilidade toda em dormir tão desconfortavelmente. Mesmo que o jatinho de Justin desse um pouco mais de conforto, não era o suficiente para me fazer dormir.

Entrei no pequeno banheiro e me fitei no espelho, realmente eu estava acabada, precisaria urgentemente descansar antes de irmos para a arena onde seria o primeiro show, ainda naquela noite.

Joguei um pouco de água no rosto numa forma de me despertar, sequei e sai de lá.

– Você e Scooter pareceram bem íntimos lá na frente.

Me virei para Justin assim que ouvi sua voz rouca e mole devido ao fato de ter acabado de acordar.

– Claro, somos melhores amigos agora. – Ironizei ao me sentar na poltrona de frente para ele e ao lado de Ryan, que ainda dormia.

– Pensei que não gostasse da presença dele. – Justin se endireitava na poltrona, já que estava numa posição nada confortável enquanto dormira.

– Ele já sabe que minha relação com ele não é nada além do profissional. – Fiquei o olhando por um tempo, antes de continuar. – Não entendo por que disso agora.

– Nada. Apenas curiosidade.

Concordei com a cabeça, mesmo não acreditando em suas palavras. Se não se tratasse de Justin, apostaria que ele estava com ciúmes.

Voltamos a afivelar os cintos quando o piloto informou que iriamos pousar. Dei graças à Deus e acordei Ryan com certo custo, pois esse dormia pesadamente ao meu lado.

Vinte minutos depois saíamos do jatinho na pista de pouso. Eu e Ryan na frente, seguidos por Justin e Braun que eram cercados pelos três seguranças.  Depois de pegarmos nossas bagagens entramos no saguão do Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma.

As gritarias e os flashes começaram a serem disparados assim que as portas de correr se abriram, seguranças do aeroporto tentava conter os fãs que gritavam e chamavam por Justin. Conseguia ver cartazes e ainda podia ouvir algumas meninas cantando músicas dele, enquanto tentavam chamar a atenção de seu ídolo.

Coloquei meus óculos pois os flashes começavam a irritar minhas retinas, Ryan passou o braço por cima dos meus ombros, me puxando para mais perto dele, como forma de proteção. Eu ficava com o rosto perto do peito do meu irmão, com a mão na frente do rosto enquanto ele nos guiava para fora daquela multidão, que apesar de não saberem quem éramos, nós importávamos apenas por estar com o cantor. Um dos seguranças foi à nossa frente, para caso precisasse afastar mais alguém.

Logo chegamos na porta de entrada do aeroporto, ainda com vários paparazzi à espera do astro pop. O segurança que tinha ido na nossa frente abriu a porta de um grande carro preto e Ryan me ajudou a entrar no carro, vindo logo depois, enquanto Justin ainda atendia seus fãs, o motorista colocou todas as malas no bagageiro do carro. Pouco depois Justin apareceu com Scott à sua cola.

– Você está bem? – Justin perguntou à mim, parecendo preocupado.

– Uma hora eu me acostumo.

O carro parte em direção ao hotel, seguindo outro carro idêntico na sua frente, onde os seguranças iam.