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História Cloud 9 - Capítulo Único


Escrita por: jenniekim

Capítulo 1 - Capítulo Único



Suas mãos suadas brincavam ansiosas com o cinto de seu casaco. Fazia bastante frio, o que não ajudava o seu nervosismo, fazendo-o tremer impetuosamente e com um largo sorriso nos lábios só de pensar em o quão bobo devia parecer.

Estava animado porque JunMyeon finalmente veio de visita, apenas para vê-lo. Para vê-lo, e mais ninguém. É por isso que, só de pensar no tempo em que não podiam se ver, seus nervos afloram e seu coração bate com força.

Um ano e meio desde a última vez que estiveram juntos. Haverá crescido? Será que ainda vai ser tão atraente ou ainda mais bonito do que ele já era? Vai gostar do novo cabelo preto de BaekHyun? Amadureceu ou será o mesmo adulto infantil que conhece?

Todas essas perguntas são feitas na cabeça do garoto quem esperançoso apenas conta os segundos para vê-lo, quando seus pensamentos são interrompidos por uma voz suave e morna atrás dele.

— Se você sabe que é friorento, por que não se agasalha o suficiente?

Um leve peso cai sobre suas costas, aquecendo seus ombros e tencionando todos os seus músculos. Sem dizer uma palavra, ele virou o rosto lentamente para se certificar de que a presença que tanto sentia falta fosse realmente a do garoto.

E, de fato, era aquele jovem de sorriso estúpido.

Seus pressupostos eram verdadeiros. JunMyeon estava um pouco mais alto que ele. Seus ombros mais largos do que lembrava. Seu cabelo também tinha mudado de cor; era rosa cereja, ligeiramente opaco e penteado para trás.

— Sempre digo isso. Algum dia eu vou te encontrar congelado e nem meu maior abraço poderá derretê-lo. — Ele abriu os braços reprimindo um sorriso divertido e levantou uma sobrancelha à espera de seu amigo reagir.

- JunMyeon... — Sua voz saiu abafada entre os lábios. Levou alguns segundos a mais para reacionar, arregalando os olhos antes de mostrar o seu melhor sorriso e saltar em seus braços. — Você veio!

O mais velho sorriu satisfeito envolvendo-o em seus braços. A pouca diferença de altura tornava o momento perfeito quando o corpo de BaekHyun e o do rapaz encaixavam, amoldando-se para envolver o outro em um gesto cálido.

— Você está aqui! — Gritou quase mordendo suas orelhas com aquele sorriso largo. — Realmente é você! — Aconchegou sua bochecha no largo peito do mais velho, apegando-se ainda mais a seu torso.

— Claro que sou eu. Quem mais teria lembrado de trazer um casaco extra para você? — Ele levantou uma sobrancelha fazendo-se de ofendido enquanto buscava o olhar do outro.

BaekHyun observou-o feliz.

— Ninguém. Só você se lembraria de algo assim!

— É porque eu te conheço melhor do que ninguém. — Presumiu orgulhosamente levantando a mão direita para acariciar uma das travessas mechas de cabelo do baixinho, a mesma que acomodou atrás de sua orelha para melhor admirar o fino e delicado contorno de seu rosto.

— Eu senti tanto sua falta.

— E eu a sua. — Sussurravam como se fosse o segredo mais íntimo que guardavam em seus corações. Essas palavras simples que para eles tinham significados infinitos — Escureceu seu cabelo.

O peito de BaekHyun acelerou apenas ao perceber que seu companheiro notou esse pequeno detalhe tão trivial e pouco óbvio. Essa é uma das coisas que tanto gosta em JunMyeon. O detalhista que pode chegar a ser.

— Você gostou?

— Não, eu não gostei. — Ele murmurou sinceramente, tomando por surpresa o pobre garoto em seus braços. — Isso é perigoso para mim.

— Perigoso... para você? — Gagueja confuso.

— Sim. Alguém pode perceber o quão bonito você é e, então, roubar você de mim. — BaekHyun riu ao ouvir as infantis palavras de JunMyeon. — Eu não posso permitir isso! Melhor esconder você.

O pequeno solta uma risada suave enquanto o casaco de JunMyeon abriu ao redor de seus ombros, escondendo-o entre sua peça. Não hesitou em se aconchegar contra seu corpo, inalando o cheiro inebriante de sua colônia, tão característica do mais velho; café e menta. Uma combinação estranha, mas curiosamente penetrante e viciante.

— Você não pode passar a vida assim, JunMyeon, escondendo o que lhe pertence. Isso é muito infantil de sua parte. — Confessou corando. Ele observa o outro mostrando sua expressão mais severa, porém, a testa franzida, o bico em seus lábios, o vermelho de suas bochechas e nariz, não revelam a JunMyeon mais do que um gesto adorável que suaviza até mesmo a fibra mais insensível de seu corpo.

— Olha quem está falando. — Zombou inclinando-se para beijar a ponta de seu nariz, ambos estremecendo ligeiramente pelo contraste entre a pele fria e o calor do gesto.

— Não me contradiga, Kim JunMyeon.

(...)

Eles chegaram a um pequeno café desolado onde poderiam abrigar-se daquela neve do mês de dezembro. Pediram dois copos de chocolate quente e biscoitos amanteigados com gotas de chocolate, sendo estes últimos exclusivamente para o mais jovem dos dois.

— Coma devagar. Os biscoitos não vão a lugar nenhum. — Ele recriminou, cruzando os braços enquanto observava com atenção.

Talvez JunMyeon estivesse exagerando um pouco, mas BaekHyun mal terminava de mastigar um biscoito quando já estava mordiscando outro.

Tirou o prato arrastando-o para ele, apenas para obter a sua atenção.

— Ei! — Ele exclamou com a boca cheia.

O de cabelo rosa levantou uma sobrancelha, inclinando-se ligeiramente para a frente, incapaz de tirar o olhar dos orbes escuros do rapaz, o qual, ao se perder por um momento em seu olhar penetrante, não poderia corar mais.

JunMyeon tirou vantagem da proximidade para com sua mão alcançar-lhe o queixo e com seu dedo polegar remover os restos de migalhas que manchavam seus lábios cor cereja.

— O que você pensa que está fazendo?

— Não pense que eu vou te beijar, idiota. Nós não estamos dentro de um romance.

Ele murmurou com um sorriso mordaz, fazendo com que o mais baixinho, totalmente mau humorado, corasse demais da conta e como resultado, afastasse seu rosto bruscamente para escapar do agarre. Desviou o olhar e impetuosamente levou sua xícara de café à boca, tentando se fazer de difícil.

Kim JunMyeon amava fazer esse tipo de imprudência, porque ele amava mais ainda a adorável reação que provocava no mais baixinho. Ficou em silêncio, incapaz de tirar os olhos dele, mesmo que a xícara que leva à boca obstrua um pouco a passagem de sua visão.

— Baek... — Rompeu o silêncio depois de pensar longos segundos. Deixou a xícara de lado e se inclinou para frente. — Quer vir comigo?

O aludido arregalou os olhos.

— JunMyeon... — Recuperou um pouco de ar. — ...Nós já tivemos essa conversa antes.

— Você não pensou em mudar sua vida um pouco? — Ele continuou, fazendo caso omisso. — Voltar a ser você mesmo, como era antes. Ser livre. Sem pessoas ao redor que querem julgar se você é digno de sua felicidade ou não.

— Eu não quero falar mais disso. — Afirmou disposto a calar a boca.

— Vamos. Eu conheço um lugar onde você pode ser livre. E ter tudo o que quiser e se sentir confortável com si mesmo. Sem amarras restritivas ao seu redor. Somente a pessoa que você realmente quer ser.

— Essas são fantasias infantis. Quando é que você vai crescer? — Franziu o cenho ofendido e irritado.

— Esse é seu problema, BaekHyun. Não é consciente. O que te prende tanto? Não pode... livrar-se dessas amarras?... Por mim? — Suplicou.

— Não sou como você, JunMyeon. Eu preciso trabalhar como psicólogo para provar a minha independência. Eu tenho que suportar uma família rica com uma mentalidade tão pobre. Devo calar meus tormentos para evitar ferir pessoas inocentes. Não posso fugir de tudo isso. Não posso ser como você. Não me peça mais do que isso.

— Você deve se permitir ser, BaekHyun. Não para fazer os outros felizes, mas para que esteja em paz consigo mesmo.

— Eu estou bem assim.

— Não, você não está.

— Pare de querer administrar minha vida! — Exclamou exasperado colocando-se de pé abruptamente. O de cabelo rosa observou-o abatido.

— Não pode viver em um mundo de fantasia, porque mais cedo ou mais tarde, a realidade vai bater em você. E vai doer mais do que você pensa.

— Você é real para mim e isso é suficiente.

JunMyeon tinha adotado uma atitude mais séria, sem desviar o seu olhar penetrante daqueles orbes escuros.

Lentamente ficou de pé, aproximando-se perigosamente de seu companheiro. A essas alturas, Baek já havia enfraquecido, como sempre acontecia quando tratava de enfrentar esse que colocava seu mundo de cabeça para baixo.

— Jun.. Não... — Sua voz quebrou.

— Venha comigo, Baek. — O aludido ficou mudo — Vamos fugir juntos para um lugar onde ninguém pode nos prejudicar. Onde o tempo não decorra para nós. Onde nossos sonhos podem durar para sempre.

Sua mão deslizou tomando a do outro. No início, o jovem de cabelos escuros se mostrou relutante ao contato. Mas ele acabou assimilando. Esse garoto o fazia ceder. Sentia-se tão pequeno em suas mãos. Por que sim, é claro que a sua ampla mão se envolveu na sua em um aperto quente. O pequeno teimoso hesitou um pouco olhando em seus olhos.

Ele queria.

Certamente ele queria escapar. Ainda mais se era com esse rapaz. Sem dar qualquer importância ao que as pessoas dirão. Apenas fazer o que o fazia feliz, sem nenhuma cerimônia. 

Finalmente entrelaçaram os dedos para iniciar a sua viagem. Talvez a um lugar muito longe.. ou talvez sem destino algum. Mas o que era certo, é que eles estariam juntos até o fim do mundo e isso... isso era promessa suficiente.

Desviou o olhar para aquela paisagem desolada. Uma vasta planície cujo horizonte era eterno antes de perder-se na distância. A grama verde foi perturbada por um enorme buraco.

De mãos dadas, o mais velho começou a caminhar para a margem e os pés do outro se moveram por inércia com ele.

Uma vez na frente do penhasco, ele podia ver a infinidade da escuridão que o consumia. E ele estava com medo.

— Não, não! Não posso fazer isso!

Se acovardou no final, se encolhendo para trás alguns passos e tentando afastar junto a ele JunMyeon, para que ficasse longe dali.

— Calma, Baek. Hey. Não vai acontecer nada. — Se recusava a libertá-lo e como consequência a retroceder.

— Eu não quero, JunMyeon. Eu não quero cair lá dentro. — Suplicou insistindo agora em se soltar, mas seu desejo não foi concedido.

Embora o rapaz não tivesse a intenção de deixá-lo ir, também não queria assustá-lo. Se o segurava com força era porque queria transmitir segurança para poder convencê-lo.

— Você não vai cair. — Baek usou as duas mãos para afastá-lo. — Vamos voar lá dentro.

— Voar? — Gaguejou surpreendido, parando suas ações a fim de assimilar as palavras do mais velho. — Eu não posso voar! Do que você está falando? — Começava a desesperar-se, porque tudo estava perdendo o sentido.

— Baek... — Desta vez foi ele quem implorou, e perante o seu tom infalível o pequeno relaxou a musculatura de seu corpo. Só para ouvir mais dessa doce voz que o embriagava. — Confia em mim?

Ele ficou em silêncio, e em seguida, ficou em frente a BaekHyun.

E se JunMyeon estiver certo? E se esse lugar realmente existir? Era seu melhor amigo. Ele nunca tinha falhado ou dito uma mentira. E a julgar por seus olhos brilhantes, o garoto podia alcançar o céu se quisesse. Porque estava nele.

O medo em seus olhos logo foi aplacado por aquele sorriso característico do mais velho e o aperto em suas mãos tornou-se mais estreito.

Sem dizer nada, ele assentiu por inércia, porque confiava nele de olhos vendados.

— Ensine-me a voar.

Foi afirmação suficiente para que os pés de JunMyeon começassem a descolar do chão lentamente, levitando para a surpresa do nosso moreno. O rapaz o pegou com as duas mãos e o ajudou a levantar.

Aos poucos, o corpo de BaekHyun tornou-se mais leve. Como se a pele que não tinha mudado, e que tanto pesava, ficasse para trás a cada cetrimetro que subia. Começou a ficar na ponta dos pés até que seus pés desapegaram completamente do chão.

Foi então que ele finalmente sentiu-se livre. Havia escapado da gravidade pesada que tão atormentando o mantinha cativo na terra. E agora.. droga, era tão bom. Era como verter todos os seus conflitos e, finalmente, se abrir diante da possibilidade de viver feliz... com aquele garoto.

Ele sorriu, encolhendo os ombros. É claro, JunMyeon sorriu de volta.

— Está pronto?

Baek desviou o olhar para o vazio debaixo de seus pés. E desta vez, sentiu confiança.

— Vamos.

JunMyeon não perdeu tempo em deixar cair o seu corpo com ele, levando seu companheiro para a parte inferior daquele buraco terrestre. Suas cabeças se direcionavam em uma pirueta quando o precipício logo se tornou seu 'para cima', e o céu que deixaram para trás era seu 'para baixo'.

Eles pararam de cair. Estavam de verdade subindo.

Mas essa mudança inesperada que deram seus sentidos começou a participar contra BaekHyun, cujo peso novamente voltou a abordá-lo.

- JunMyeon... - Ele fez menção de seu nome ao notar a mudança em seu corpo.

O aludido se virou para ele, reparando no mesmo detalhe que fazia a subida mais trabalhosa. Tentou segurá-lo com ambas as mãos, mas logo a gravidade se tornou mais insistente.

— Baekhyun! — Começava a desesperar-se, porque não conseguiria segurá-lo por muito mais tempo.

— JunMyeon, por favor, não me solte!

Mas era difícil para ambos. Suas mãos escorregaram, e com uma última menção de seu nome, BaekHyun caiu na vastidão do céu.

— JunMyeon! - Deu um sobressalto na cama abrindo os olhos abruptamente pela súbita sensação de vertigem.

Seu coração estava disparado. Sua respiração era irregular. Sua pele estava ligeiramente suada.

Mais um vez esse sonho.

Ele engoliu em seco, não uma, mas várias vezes. Estava com sede, mas tinha pouca vontade de sair da cama. Então, colocou a mão no peito e virou-se para o relógio que adornava sua mesa. Três e meia da manhã, marcava entre tilintares ao compasso dos segundos.

Suspirou esgotado perdendo seu olhar no teto, como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Mas a verdade era que ele estava perdido em pensamentos.

Fez uma uma expressão de aborrecimento e rapidamente colocou o cobertor até a cabeça antes de se enrolar com o coração esmagado.

Sempre que sonhava com ele acordava afogado em um sentimento de vazio e desespero que o transportava para sua mais triste melancolia, chamada infância, marcada por uma tragédia.

Porque ele estava morto...

...Exceto em seus sonhos.


Notas Finais


Gostaria muito de desenvolver essa fanfic, mas como é para um concurso, vai ficar assim mesmo. Bye~ Espero que alguém tenha lido, acabei pegando um couple bastante flop, apesar disso, sinceramente adorei escrever sobre eles. ^~^


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