Era um dia simples de primavera, onde as flores dançavam com suas pétalas suaves pelo vento da brisa calma de Atenas, a capital da Grécia, o berço do conhecimento e das artes. Nesse dia, muitos casais aproveitavam para passear pelas ruas e fazerem um programa juntos como ir ao cinema ou ir a um restaurante chique e romântico.
Algo parecido acontecia no Santuário de Atena, mas ao invés de cinema e restaurantes, os cavaleiros levavam suas amazonas para um treino matinal ou simplesmente para ficarem juntos nas sombras das árvores dos bosques próximos.
Mas havia a maioria que estava sozinha, sem ninguém por perto e isso podia-se resumir bem na situação de alguns dos dourados que estava solteiro e sofrendo por amor e solidão.
Sakura, uma serva da casa de Libra, alta e de cabelos lisos castanhos e olhos de chocolate, em meados dezessete anos, olhava para a janela de um ponto que se via a arena de treinamento onde os cavaleiros treinavam sozinhos. Ela queria poder ajuda-los a conseguir um amor na vida. E ela estava indo bem. Tinha ajudado de certa forma a Saory a começar a namorar o Shaka e também ajudou no romance agora não mais secreto de Luna e Camus. Ela até deu um empurrãozinho para o casal Ray e Saga.
Mas amor que é bom, nem sempre o próprio cupido recebe também. Era isso o que a garota pensava.
Então o celular dela tocou e viu uma mensagem. "Reunião!!!"
-Esqueci que era hoje – murmurou Sakura, desligando o celular.
-Esqueceu o quê? – perguntou Dohko, entrando em Libra. Ás vezes Sakura esquecia de como o ouvido do libriano era bom.
-Nada muito importante, mestre Dohko. Hã, o Afrodite está descendo?
-Eu acho que sim. Por quê?
-É que...
-Saky, sem tempo pra papo, temos que ir agora! - exclamou Afrodite, correndo por Libra e ajeitando a gravata ao mesmo tempo.
-Eu vou indo, tchau mestre Dohko! – Sakura se despediu e foi seguir Afrodite.
Dohko ficou observando os dois descerem as escadarias, querendo saber que compromisso misterioso era esse e porque Afrodite teve a coragem de chamar a garota de "Saky". Se remoendo em ciúmes, o libriano começou a fazer ele mesmo a faxina da casa.
Bem no centro de Atenas, um grande prédio bege se erguia entre as casas com um outdoor bem chamativo com letras vermelhas e rodeados de corações com o nome "Clube do Cupido".
Dentro do prédio havia um monte de escritórios e cubículos com vários funcionários vestidos de azul e rosa com asinhas que mexiam com computadores e telefones. O prédio, dividido em dez andares, abrigava cada um uma sessão diferente que era liderada pelo chefe do escritório.
O que os atenienses não sabiam é que dentro do prédio era a sede onde Afrodite, a deusa grega do amor e da beleza, junto de seus erotes fazia de tudo para achar um amor para as diversas pessoas ao redor do mundo.
Só bastava dar uma ligação e tudo ficava por conta do clube que recheado de pessoas que tinham paixão por bancar o cupido ajudavam e nunca falhavam em nada.
O Clube do Cupido tinha um conselho e eles se reuniam sempre ás terças-feiras para discutir novos projetos e novas táticas que poderiam usar nos encontros dos apaixonados. Tudo isso era comandado pela própria Afrodite, apelidada pelos próximos de Dite ou ainda de Dona D, que sentia um imenso prazer em ajudar os mortais com os problemas do amor.
Os erotes, deuses e faces diferentes do amor, eram os mais altos comandantes do clube e apenas duas pessoas comuns poderiam também participar do Clube do Cupido nesse alto cargo: Afrodite de Peixes e Sakura.
Eles e apenas eles podiam participar das reuniões como espécie de "espiões" que contam aos erotes quem estava precisando de um amor no mundo real e de forma que ninguém suspeitasse da presença dos deuses do amor e só se preocupassem em achar aquele alguém especial em suas vidas. Os dois tiveram contato com o Clube meio que por acaso mas, ascenderam em seus cargos de maneira bem rápida.
Os dois então subiram no elevador e chegaram até uma imensa sala com uma grande mesa e muitas cadeiras já ocupadas. A maioria das pessoas naquela sala tinha os cabelos loiros e apenas uma tinha o cabelo escuro, os olhos eram de tons de azul diferentes mas todos usavam roupas gregas com um coraçãozinho vermelho no tecido.
Ao verem os recém-chegados, os nove ali presentes se levantaram das cadeiras e os cumprimentaram com uma reverência simples.
-Bom ver vocês de novo, Sr. Afrodite e Srta. Sakura – cumprimentou Eros – É melhor fazermos nossas apresentações, não acham?
-Pô, Eros, já fizemos isso mais de oito vezes e nos conhecemos a séculos! – resmungou Himeneu, cansado.
-Cala a boca, Himeneu! Quem manda aqui sou eu!
-Pelo menos rimou dessa vez – riu Hedonê, a filha de Eros – Papai, mas não é a vovó quem manda aqui?
-É ela sim mas, enquanto ela não chega... sou eu que mando! Sou o mais velho e ponto final! Me chamo Loverboy, o erote do amor inconsequente.
-Aff... sou Married, o erote do casamento – disse Himeneu, revirando os olhos.
-Ego, o erote dos cortejos – apresentou-se Hedilogos.
-Prazerie, a erote do prazer.
-Twinshipp, o erote das almas gêmeas – disse Hermafrodito, jogando uma mecha de seus longos cabelos loiro para trás.
-Passion, o erote da paixão e da saudade – disse Pothos, bebendo um pouco de café.
-Desiré, o erote do desejo – apresentou-se Himeros.
-Sou Friendking, o erote da amizade – disse Filotes sorrindo.
“Outro retardado – pensou Himeneu, revirando os olhos.”
-E eu sou Anty, o erote do amor correspondido e vingador do não-correspondido – murmurou Anteros, sem muito interesse na conversa.
-Vocês têm uns nomes estranhos hein? – riu Sakura – O meu é Sakura e vocês já conhecem o Dite...
No mesmo segundo, uma mulher loira e muito bonita entrou na sala. Ela tinha um longo vestido rosa de seda, com sapatos de grife e cabelos loiros presos e encaracolados apesar de um pouco bagunçados. A mesma mulher então foi para a cadeira principal da mesa e cumprimentou a todos.
Eles sabiam de quem se tratava. Era a deusa Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Eros, então curioso com o atraso da mãe, perguntou:
-Tudo bem, mamãe? Por que demorou tanto? – perguntou o loirinho.
-Hã... eu perdi a hora e tive que esperar o seu pai fazer... café – respondeu a deusa, corando um pouco.
-Quando você fala café...
-Ele me preparou café! Ou você acha que seu pai é um inútil que não sabe fazer café?!
-... deixa quieto.
-Bem, vamos ao tópico da reunião... AI!
Todos olharam para ela e a deusa então tirou o telefone do bolso traseiro e o atendeu com um pouco de impaciência:
-Que foi?! – perguntou Afrodite, ainda em choque com o susto – Ah, é você, querido. Desculpa pela grosseria... perdi a hora... ok, mande o meu café pelo Hermes... Ares, se você for se afastar de todo mundo que já me namorou você será o deus dos solitários... ah, desculpinha! Não fique chateado! Não foi por mal... ok, ok... eu não posso falar agora mas, eu te amo meu querido... beijão!
-Ao que parece só se lembrou de tomar só uma coisa hein, mamãe? – perguntou Eros, com o olhar malicioso.
-Você fique calado, Eros! Eu dormi mal hoje por sua causa e daquela sua esposa, Psiquê! Mas enfim... qual é mesmo o tópico da reunião?
-Vejamos... – Anteros então tirou uma pasta do nada e começou a folheá-la – Ah! Ao que parece estávamos planejando discutir sobre o Santuário de Atena.
-O que há com o Santuário? – perguntou Afrodite de Peixes, se sentando na cadeira.
-Bem, eu estava olhando para o Santuário esses dias e vi muitas coisas ruins acontecendo lá.
-Ruins como, Dona D? – perguntou Sakura, preocupada.
-Muitas friendzones, muitos amores não correspondidos, muitas paixões não despertadas...
-Eu estou ficando maluco por causa disso! Preciso bater em alguém! – exclamou Anteros que odiava amores não correspondidos – A pior é a Atena! Já estou ficando careca de ouvir as lamentações do Pégaso e do Poseidon.
-A Atena é mesmo a “friendzoneira” do povo. Até eu que aprecio a amizade estou com pena dos cavaleiros – disse Filotes.
-E o que vocês planejam fazer?
-Estávamos querendo ajudar alguns cavaleiros a encontrar o seu verdadeiro amor – respondeu Pothos, pegando da pasta doze fotos – Começando pelos dourados.
-Pelos cachos de Afrodite, quem tirou uma foto minha desse ângulo?!
-Dite, foco! – exclamou Sakura – Então vocês querem nossa ajuda? Mas e se a Atena descobrir?
-Ora, por favor! Aquela garota é tão cega quanto um morcego. Eu fiquei namorando o Ares na biblioteca dela e ela nem sonha com isso... – todos então olharam novamente para uma Afrodite corada – Parem de me olhar assim! A questão é que eu tenho planos para a Atena também... ela vai desencalhar ou não me chamo Afrodite.
-Sendo assim, devemos começar a trabalhar né? Sorte a nossa que um ou outro já está comprometido, é só ajudar a se comprometer mais né, vovó? – perguntou Hedonê e a loira se derreteu toda.
-Aw! Eu amo quando me chama de vovó.
-Mamãe, foco na reunião... – pediu Anteros, erguendo a primeira foto – Agora só nos resta decidir quem vai ajudar quem... primeiro, Mú de Áries!
-Eu pego! – exclamou Filotes e todos o olharam estranho – Quero dizer, eu vou ajuda-lo... bando de mente poluída! Não posso nem falar duas frases e já me estranham.
-Só não o faça ser friendzonado por alguma garota que partir o coração dele, Filotes, ou meu taco será enfiado em você – respondeu Anteros e todos olharam estranho para ele – Maneira de expressão, seus poluídos! Aldebaran de Touro?
-Eu ajudarei esse armário destrambelhado a conseguir uma namorada – disse Hedilogos.
-Saga e Kanon de Gêmeos? Hermafrodito, quer ajudar eles?
-Por que dois? Por que não só um? E por que eu?! – choramingou o andrógino.
-Porque ninguém quer tomar conta de um maluco drogado e um maluco traíra – respondeu Afrodite, o cavaleiro.
-Aff, ok. Eu fico com a guarda deles.
-Máscara da Morte de Câncer?
-Eu! Eu!
-Está bem, Dite, você ajudará o Mask a encontrar uma namorada.
-Que bom, porque se depender do próprio Mask... espero achar alguém tão louca quanto ele.
-Cuidado com o que deseja. Aiolia de Leão? Eu cuido dele. Até já sei para quem ele está destinado...
-Alguém quer tomar conta do Shaka de Virgem? – perguntou Eros.
-Está bem, eu ajudo a Shakira budista – falou Himeneu.
-Dohko de Libra... eu ajudarei ele – Eros então olhou para Sakura – É... vou ajudar ele.
-Aham! – tossiu a libriana – Continuando, quem quer ajudar o Milo de Escorpiã...?
-Eu quero! Papai, posso ajudar ele? Posso? – perguntou Hedonê, com olhinhos de gatinho.
-Está bem, filha. Você parece muito afeiçoada a gente com luxúria... Aiolos de Sagitário?
-Eu fico com a guarda dele – disse Pothos – Preferia que fosse você, Eros, mas se tiver que ser eu, será.
-Shura de Capricórnio?
-Eu vou ajuda-lo – disse Sakura – Apesar de não gostar dele, sei de uma pessoa que não vai jogá-lo fora.
-Camus de Aquário?
-O pombinho aquariano é meu! – exclamou Himeros – A Luna e ele estão se desejando muito.
-E nosso querido cavaleiro, Afrodite de Peixes?
-Eu cuido dele – disse a deusa Afrodite – Não vai se arrepender, viu, Dite Dois?
-E damos por encerrada a reunião. Que meu padrinho Santo Antônio nos ajude e que a gente consiga arrumar par para todo mundo! – exclamou Sakura, se levantando da cadeira.
-Mas por que a gente precisaria de um santo católico, Sakura?
-Porque a situação é tão séria que nem mesmo nove gregos vão conseguir fazer alguma coisa. E depois, padrinho Tony é meu amigo e sempre me ajuda. Agora me deem licença que eu vou comprar velas e uma novena milagrosa para nos ajudar. Fui!
A libriana então saiu dali para uma loja, deixando todos ali sozinhos.
-Acho que vou com ela, pra arranjar alguém pro Mask preciso de todos os santos mesmo – comentou Afrodite, se levantando também.
-Aproveita e compra mais dez novenas também! – gritou Eros.
Uma coisa era certa: teriam muito trabalho dali para frente. Haja Santo Antônio para ajudar tanta gente!
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