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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - Chegando à Ludowiski


Escrita por: GirafaEsquilo

Notas do Autor


...

Capítulo 3 - Chegando à Ludowiski


O trânsito de vassouras estava impossível na rodovia Lurdes. Francamente, o número de bruxas havia aumentado significativamente nos últimos dias. Talvez fosse o surgimento da tal Lua Sangrenta. Vai saber. Anna não se importava com isso mesmo. Ela estava indo para um lugar onde não haviam bruxas. Talvez lá pudesse viver em paz. Já fazia alguns anos que fugia constantemente dos templários, e fazia mais ainda que descobrira ser uma bruxa.

Tinha sido num dia de domingo. Sua família estava fazendo um churrasco, nada fora do normal. As coisas foram pelos ares quando Anna sem querer queimou as fabulosas sobrancelhas do tio Isaac. Coitado, ele realmente amava-as. Enfim, depois de encharcar os vestidos preferidos de sua mãe e também fazer seu pai perder a final do campeonato de golfe, a garota acabou por ser expulsa de casa. Só falava com seu irmão Darwin.

O sol já tinha se escondido e a luz da noite começava a brilhar sob aquele trecho abandonado da rodovia de vassouras quando Anna chegou à cidade. Nonsen City, era o que uma placa neon dizia. A pensão da qual tinha visto um anúncio no jornal era de próxima à entrada. Devia estar perto. Depois de descer a vassoura e envolve-la num pano, Anna chegou ao seu destino. 

Pensão Ludowiski. A fachada não era nada convidativa, mas o interior era completamente diferente. As paredes eram coloridas e repletas de desenhos. Sofás e pufes se espalhavam pelo salão junto com alguns fliperamas aos cantos. Atmosfera bem animada. Ótima para camuflar Anna.

-Olá. – Disse uma voz feminina infantil, vindo de suas costas. Anna se virou e viu uma criança de pele clara e cabelo roxo. Usava um uniforme de empregada. Wow. Ela era bonitinha.– Posso ajudar em alguma coisa?

-Não, na verdade eu gostaria de falar com um adul... – Anna parou por um segundo. Olhando melhor, a menina tinha uma expressão a qual era impossível uma criança ter. Bom, era melhor tomar cuidado antes de falar. – Eu vim por causa do anúncio no jornal. Fala de uma vaga em um quarto.

-Ah sim, o anúncio. – Disse a menina, abrindo um sorriso. – Nós temos sim uma vaga. Quer dar uma olhada?

O lugar era grande, muito maior do que aparentava lá fora. Durante a caminhada Anna viu seres mágicos, mutantes, alienígenas, tudo. Era realmente animado e acolhedor. Enquanto isso a menina ia lhe falando as informações sobre a pensão: serviam as refeições regularmente, permitiam a presença de animais, organizavam regularmente eventos esportivos e culturais. Era realmente o paraíso para alguém que procurasse um lugar para morar. Devia custar muito caro.

-Ah, e sobre o preço da estadia, cobramos apenas dez burns por mês. – Disse a menina como se pudesse ler a mente da jovem bruxa, com

total tranquilidade.

-O QUÊ? Dez burns? Só isso?

-Hahaha. Sim, só. Como pode ver, a maioria dos nossos pensionistas são jovens e sabemos que nessa idade é difícil ter um acesso fixo financeiro. Além disso, gostamos de ajudar o próximo.

-Certo. Isso eu entendo, mas ainda assim, cobrar apenas dez burns por tudo isso daria muito prejuízo.

-Haha, você é inteligente. Sim, é quase insustentável algo assim, olhando de fora. Mas a dona dessa pensão tem, como posso dizer, uma conta infinita. Então dinheiro não é problema para ela. E ainda assim, não deixamos os jovens aqui simplesmente curtirem a vida. Eles ajudam na manutenção e limpeza da pensão.

-Ah sim. Faz sentido. Acho que vou ficar.

 

As duas continuaram conversando até chegarem ao quarto em questão, número 692.

-Enfim, aqui está o quarto. Eu esqueci de lhe dizer, mas aqui todos dividem os cômodos. Neste já mora uma leporídea bonitinha. Deve ser da sua idade, talvez um ano mais nova. Ela não está agora, mas logo mais deve chegar. – A menina colocou a mão num dos bolsos e tirou uma chave de metal preta. – Aqui está. Qualquer coisa é só chamar. Eu me chamo Jude, é um prazer tê-la em nossa família.

Anna acenou com a cabeça e sorriu. Finalmente havia achado um lugar bom. Depois de nove anos.

O quarto era grande, era repleto de pôsteres de bandas (Cenoura Metallica, Rainha Coelha, entre outras) e desenhos presos na parede. Isso até exatamente a metade da parede. A outra metade tinha as paredes limpas e a cama intocada.

Depois de abrir sua pequena bolsa mágica e tirar todos os móveis, mudas e mais mudas de roupa e tomar um banho ao fundo do quarto, Anna colocou seu pijama e se jogou com tudo na cama. Finalmente iria poder dormir confortavelmente. E, enquanto olhava distraidamente para as coisas da sua companheira de quarto – tinha uma caixa de donnuts fechada com um logo que dizia Mama Choco -, Anna adormeceu.

 

***

 

Jason voltava da Mama Choco. Era tarde da noite. Lay já tinha ido embora para casa. A rua pela qual passava estava deserta. Estranho, nunca tinha visto isso. Normalmente um fluxo raso de pessoas estaria por ali. Não, por favor, não pense que Jason estava com medo. Afinal ele já era um homem, forte e muito macho – certo, essa parte do macho não tinha tanta ênfase.

Apenas estava curioso.

Ele começava a assoviar uma música quando ouviu alguns passos às suas costas. Assim que se virou, o arrependimento bateu. Uma garota de pele pálida, olhos totalmente negros e cabelos de um vermelho sangue. No mesmo instante um alarma “CORRE, CARAMBA” soou em sua mente. Foi o que Jason fez, mas cinco metros depois tropeçou, talvez pelo nervosismo. Ele olhou para a garota fantasma, esperando não ter atraído atenção. ELA ESTAVA OLHANDO PARA ELE.

Jason tentou levantar e correr, mas seu pé esquerdo tinha torcido com o tropeço. Pronto, era o fim. ACABOU. Ele ia morrer ali, sozinho e no meio do nada. A garota estava vindo até ele. DROGA!

Ele nem tinha realizado o sonho de ir para Maromba Land. Que final trágico. A garota estava bem a sua frente. Jason pode ver seus lábios se mexendo. Era isso, ela ia sugar sua alma. Ele fechou os olhos, esperando o fim. Mas tudo o que ouviu foi:

-Está tudo bem?


Notas Finais


Um burn seria o equivalente à quatro reais... (Mas que informação fútil, não?)


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