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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - A irmã Damashi


Escrita por: GirafaEsquilo

Notas do Autor


OI DE NOVO

Capítulo 34 - A irmã Damashi


-Ufa. – Suspirou Mama, saindo do banheiro da suíte oito estrelas do Costureiro, o mais luxuoso hotel dentre os existentes de Maromba Land. Mama estava enrolada numa toalha com estampas de My Little Pegasus. Era cada vez mais difícil não chama-la de criança. – Garotas, aquela banheira é insana demais! É como se eu estivesse no paraíso.

A única que deu atenção foi Lay, as outras duas, Bonnie e Damashi, estavam dormindo, cada uma jogada desengonçadamente em suas próprias camas.

-Francamente, elas estão em Maromba Land e ficam desse jeito? CARA, É MAROMBA LAND. – Resmungou Mama.

-Hahaha, elas só devem estar cansadas. Eu não sei sobre Damashi, mas Bonnie estava um pouco estranha, talvez dormir possa fazê-la voltar ao normal.

-Argh, essa juventude é muito complicada. – Concluiu Mama, sumindo atrás de um closet feito de mármore e surgindo no instante seguinte, vestindo um pijama, também com estampas de My Little Pegasus.

-Enfim... – Continuou Lay, olhando para o banheiro com certo medo. – Não tem nenhum chuveiro aqui dentro, tem?

-Mas o quê? É claro que tem! É um banheiro, oras.

 -E-eu a-acho que vou fi-ficar por aqui então. – Disse a garçonete, sua voz ficando nitidamente trêmula.

-LARGA DISSO E VAI LOGO TOMAR BANHO. – Gritou Mama, lembrando no mesmo segundo que as outras duas dormiam. – Entra nessa banheira logo e tira esse suor. – Sussurrou.

-Er... Está bem.

Depois de vinte minutos Lay abriu a porta, também enrolada numa toalha, mas sem nenhuma estampa. Pequenos filos de névoas saiam pelos cantos da porta.

-Tinha razão, é divino.

-Eu falei. – Assentiu Mama, brincando com Yui.

-Ué, de onde ela surgiu? – Perguntou a Garçonete.

-Ahahaha. – Riu Mama, enquanto Yui fazia cócegas com as patinhas em sua barriga. – E-ela apareceu do nada, assim que você entrou no banheiro.

-Koooya koya. – Resmungou Yui, gesticulando a cabeça pequena e felpuda como se concordasse.

-Mototo não vai ficar preocupado? – Perguntou Lay.

-Koya. – Negou Yui.

-Então tudo bem. – Bufou a outra, sumindo atrás do closet e aparecendo depois de um minuto, com um pijama de tom violeta. – Ah, Mama, antes que eu me esqueça, você deixou seu patinho de plástico boiando na banheira.

-O QUÊ? – Exclamou a outra, tomando o brinquedo amarelo num movimento quase invisível a olhos nus. – ISSO NÃO É MEU.

-Ahahaha, tudo bem, não está mais aqui quem falou.

 

***

 

Bonnie acordou com um som confortante de risadas. Não aquelas extravagantes que pessoas soltavam quando reunidas com os amigos. Não. Eram mais como gargalhadas soltas por crianças que brincavam entre si, algo que transmitia total inocência.

Ela ergueu-se em noventa graus, procurando algum sinal de suas amigas, mas nada. Estava em um lugar totalmente desconhecido. Céu impecavelmente azul, árvores cercando todo o campo ao longe, um mar de flores sobre o estepe e outra multidão de tundras. Um aroma familiar permeava pelo ar. Não era possível ver qualquer uma das montanhas que circundavam Maromba Land até a linha do horizonte. Definitivamente estava em outro lugar.

-LAY. – Gritou Bonnie, esperando que a amiga surgisse do nada, com o sorriso meigo de sempre. Nenhuma resposta. – MAMA, DAMASHI. – O único som que se ouvia era o da brisa suave que soprava, acariciando seus cabelos e suas orelhas. – Droga...

-Ela é liiiinda. – Sussurrou uma voz infantil.

-Definitivameeeente. – Concordou outra.

Bonnie olhou ao redor, procurando o local de origem, mas sem sucesso.

-Ela é tão beeeela quanto a senhorita Shiro. – Disse a primeira voz.

-Não, ela é muuuuito mais bela. – Concordou a segunda.

-Não digam besteira, seus manés, a senhorita Shiro é perfeeeeita, ninguém se compara a ela. – Discordou uma terceira voz, um tanto mais grossa que as outras duas.

-Eu concordo com ele. – Disse uma quarta, de supetão.

Com aquela última, Bonnie as encontrou. Ao redor de sua perna, cerca de vinte coelhos brancos como a neve a encaravam com seus olhos vividamente vermelhos e diminutos, como se vissem uma deusa.

-Ei ei ei, ela nos viiiiu. – Alertou um outro, no meio do amontoado.

-Woooow – Suspiraram todos em uníssono.

-Oi, tudo bem? – Perguntou Bonnie, cruzando olhares com cada um dos pequeninos coelhos.

-AAAAA, ELA NOS VIU. – Gritaram todos em pânico, correndo em disparada para debaixo das flores e capins altos.

-Ei, esperem! – Chamou a leporídea. Era tarde demais. Todos tinham desaparecido num piscar de olhos. Bonnie se levantou, tentando encontra-los em meio aos capins volumosos. – Por favor levem-me a essa senhorita Shiro. – Nenhuma resposta. – Eu preciso falar com ela, sou sua irmã. – Disse, esperando que a mentira funcionasse. Dito e feito.

-Você é irmã deeeela? – Perguntou um dos coelhos, surgindo próximo aos pés de Bonnie.

-S-sim. – Afirmou a outra, odiando o fato de ter que mentir.

-Veeeerdade? – Perguntou um outro, surgindo no ombro da garota.

-S-sim.

-Tem ceeeerteza? – Questionou mais uma vez outro coelho, surgindo em sua cabeça, entre as duas orelhas cinzentas e felpudas.

-Sim, podem me levar a ela?

-Bem, se você diz que é irmã da senhorita Shiro, então a resposta é siiiim.

-Ótimo, agora qual o caminho para encontra-la?

-Não exiiiiste caminho. – Afirmou outro coelho. Àquela altura, Bonnie já tinha desistido de olhar qual deles estavam falando, eram todos idênticos.

-Como assim? – Perguntou.

-Apeeeenas preste atenção.

Pouco a pouco, um sussurro surgiu, algo como “usagi sagi”, até ficar cada vez maior e fazer com que a terra ao redor tremesse. Em seguida uma fenda se abriu no chão, revelando uma escada que levava a uma porta ao final.

-Proooonto. Ela está atrás daquela porta. – Disse um dos coelhos, animado.

O coração de Bonnie ficava cada vez mais apertado com aquilo tudo.

 

***

 

Hotel Costureiro, suíte oito estrelas de número trezentos e cinquenta e dois. Tinham chegado na noite anterior.

Exatamente como ela havia previsto. Como sempre, seu instinto não havia falhado. Depois de dois anos finalmente iria rever sua irmã, Damashi Mee.

-Ah, minha pequena hiryo, vamos ver como anda sua arrogância. – Gargalhou. Os guardas extremamente musculosos a fitaram, já faziam algumas horas que aquela garota de estatura média  de roupas totalmente pretas carregando uma katana de bainha azul escuro estava ali, parada no meio da rua, fazendo os carros desviarem.

-EI GAROTA, SAIA JÁ DAÍ. – gritou um guarda élfico, se aproximando enquanto apontava para sua arma branca. – ISSO É REALMENTE O QUE ESTOU PENSANDO?

Os carros ao redor desviavam de forma cada vez mais desastrosa, mas ninguém parecia machucar, já que os motoristas, que mais pareciam montanhas de músculos vivas, saiam dos veículos amassados e retorcidos como se nada tivesse acontecido.

-CURVE-SE PERANTE MIM. – Ordenou a garota, lançando um olhar inquisidor ao guarda. O sujeito obedeceu instantaneamente, sem sequer entender o que ele mesmo estava fazendo. Os olhos de gato da garota eram extremamente intimidadores.

-AHAHAHAHA. – Gargalhou ela, exageradamente. – COMO SERÁ QUE VOCÊ ESTÁ, IRMÃZINHA!? 


Notas Finais


Hiryo = estrume em japonês


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