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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - Hail Josefa


Escrita por: GirafaEsquilo

Notas do Autor


AEEEHOOO
Oi pessoal. Depois de um tempinho sumido, eu voltei, COM O CAPÍTULO GIGANTE QUE TINHA PROMETIDO.
Esse é o final do arco de Maromba Land. Ao menos do primeiro :v
De toda forma, espero que gostem e que o final os deixem curiosos para os próximos.
Lembrando que o próximo capítulo será o comemorativo de 40 capítulos - SUPER ESPECIAL DE PERGUNTAS E RESPOSTAS.
Se quiserem mandar alguma pergunta, agora é a hora, seja via comentário ou mensagem.
Enfim, boa leitura...

Capítulo 39 - Hail Josefa


Não fazia nem trinta minutos que Bonnie, Lay, Mee e os outros haviam chegado ao fliperama de Maromba Land, e Mama já havia derrotado todo o salão. Àquela altura, todos estavam em volta da máquina do Super Destruidor de Sonhos, admirando a vitória esmagadora da menina de cabelos roxos sobre Miltão, o melhor jogador de SDS de Maromba Land. Apenas Mee e Mototo observavam de longe, sentados numa mesa beliscando alguns amendoins de gambá.

-ISSO É PRA VOCÊ APRENDER A NÃO MEXER COM A RAINHA SUPREMA DOS FLIPERAMAS! – Gritou Mama de pé em cima do banquinho de madeira que haviam colocado, apontando para Miltão, que devia ter uns trinta anos de idade. Sua barriga saliente, barba por fazer e o odor nada agradável que vinha de suas roupas denunciavam seu estilo de vida.

-EU NÃO ACEITO PERDER PRA UMA PIRRALHA! – Gritou ele, liberando um hálito de refrigerante.

No mesmo instante Lay se colocou entre a menina e o homem, colocando a mão sobre seu ombro a fim de avisá-lo sobre o perigo que o aguardava ao usar aquelas palavras, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, foi jogada de lado com um tapa em sua mão.

-SAI DAQUI. EU VOU DAR UMA LIÇÃO NESSA PIRRALHA.

-OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO. – Gritaram as pessoas ao redor, com uma mão sobre a boca e a outra suspensa no ar, como se estivessem ovacionando Miltão.

Mama já estava fechando os punhos quando sentiu uma mulher com o uniforme do fliperama a cutucando e apontando para uma placa pendurada ao lado da máquina do Super Destruidor de Sonhos dizendo “NÃO É PERMITIDO VIOLÊNCIA AQUI”. A menina bufou desanimada. Mama não costumava aceitar que mandassem nela, mas aquilo era uma questão de educação.

-EI, MARIA. – Chamou Miltão, segurando uma nota de dez burns. – DUAS FICHAS DE SDS. AGORA.

A tal Maria, a mulher que havia avisado Mama, surgiu do nada ao lado de Miltão, pegando o dinheiro de deixando cair dois pedaços pequenos de metal, reluzindo uma luz verde. Ele enfiou um numa abertura do seu lado da máquina enquanto jogou o outro para Mama, que fez o mesmo.

-TU VAI VER SÓ, PIRRALHA. – Miltão olhou para o aglomerado de pessoas que os cercavam, atônitos, e avistou Lucana, uma mutante da mesma faixa etária que ele. – ESSA VAI PRA VOCÊ, MEU AMOR. – Gritou, mandando um beijo e piscando. Por mais que aquela cena fosse horrível, Lucana pareceu gostar, pois sorriu de orelha a orelha, revelando a arcada dentária semelhante à de um tubarão.

-Eu vou te mostrar a pirralha, seu moleque. – Vociferou Mama, de forma que apenas Miltão ouvisse. Mesmo ela sendo apenas uma criança, aquilo soou como se realmente ele fosse apenas um adolescente impertinente perto dela.

A música em dezesseis bits que fazia um sucesso estrondoso entre os nerds e geeks de todo o país de Medora. Envolvidos naquela melodia viciante, ambos mergulharam suas mentes no duelo épico que era jogar Super Destruidor de Sonhos.

***

-Então foi pra isso que o Bro Teese deixou o legado wrestling pra você? – Perguntou Ninch, sorrindo enquanto afagava sua barba ruiva e espessa. Guildo estava caído no chão. Um filo de sangue escorria pelo canto da boca enquanto diversos hematomas roxos, quase negros, se espalhavam pelo seu rosto, braços, todo o corpo.

-O q-que quer de m-mim? – Sussurrou Guildo, tentando erguer o pescoço. A suíte na qual estava hospedado tinha sido destruída num piscar de olhos, tão rápido quanto os golpes de Ninch o acertaram.

-Ahahaha. O que eu quero? – Sorriu sarcasticamente o homem. – Eu tenho uma lista interminável de motivos pra vir atrás de você, mas o primeiro deles é o fato de ter me traído. – Uma expressão de raiva pairou sobre seus olhos por um instante, dissipando-se no instante seguinte. – Mas isso é algo pra depois. Por ora, eu vim apenas com a missão de te levar.

-L-levar?

-Sim. Você vai nos ajudar a virar esse mundo de cabeça pra baixo. Será mais útil do que ficar por aí “lutando” com esses idiotas, manchando o wrestling daquele velho babaca.

-N-não fale mal do m-mestre!

-Ohoho, olha só, ele quer defender o mestrinho querido dele. – Riu Ninch, andando até Guildo e se abaixando até estar próximo de seu rosto. – E o que o “pacifista” aí vai fazer?

-P-pare com isso a-agora. Eu n-não quero te machucar. – Alertou o outro.

-AHAHAHAH. – Gargalhou alto o ruivo. Subitamente sua expressão endureceu. – Não diga asneiras.

Tão súbito quanto a sua chegada, Ninch desferiu um soco que acertou em cheio o rosto de Guildo, desacordando-o de imediato.

-Finalmente. – Bufou uma voz masculina um tanto jovem, provavelmente um adolescente. – Podemos ir embora logo?

Ninch se virou surpreso, apenas para ver que era o novato da seita que tinham colocado junto com ele naquela missão.

-Pff. Fique na sua, moleque. Anda, vamos voltar pro Reino. – Ambos sumiram através da parede destroçada, arrastando consigo o corpo desacordado de Guildo.

***

Jason tinha acabado de digitar todas as notas de Biologia da sala H3LL, que não na maioria esmagadora eram -1. Os únicos divergentes nesse quadro eram Jonnes e Marym, sendo a nota de Foz 10 e a de Jonnes 7.

Ser professor naquela sala era horrível. Não tinham deixado ele ir pra Maromba Land a fim de que reerguesse a sala. Pois é, deram-no uma missão impossível. Agora Jason olhava pro vazio, sem saber o que fazer, já que chorar por não ter ido à Maromba Land era o que ele tinha feito até o dia anterior. Mesmo que forçasse, nenhuma lágrima cairia por um bom tempo. E foi olhando para o nada que Jason decidiu ir ver Moon. Há um bom tempo não falava com a amiga “da noite” e ouvir uma música do Birimbinha Cósmica dias antes o fez lembrar dela.

Decidido, o jovem professor fez o velho rito de sempre – banho, meia hora na frente do espelho, escolher uma música boa para ir pedalando -, pegou a bicicleta e saiu em disparada.

 

CINCO MINUTOS DEPOIS

 

-Moooon. – Chamou Jason, batendo na porta pela enésima vez.

Não era possível ouvir um único som lá dentro, ou qualquer sinal de vida. Talvez ela estivesse dormindo… Se fosse o caso, o único jeito de acordá-la seria…

-LEVANTA LOGO, SUA FANTASMA VICIADA EM DOCES. – Gritou Jason, colocando as mãos abertas ao lado da boca.

Ele ficou preparado para ver a porta se escancarar subitamente e ver Moon voando em sua direção e então sentir o gosto da sola de seu tênis. Mas tudo o que se seguiu foi o grasnar de um pássaro numa árvore do outro lado da rua.

-Estranho… - Resmungou Jason, olhando para os lados e em seguida girando a maçaneta. Estava aberta. Um medo superficial veio sobre o garoto. Se ela tivesse se machucado… - EU ESTOU ENTRANDO. – Gritou, enquanto a porta gemia, fechando em suas costas.

O medo que antes era quase nada cresceu instantaneamente ao ver boa parte da mobília jogada pelo chão da sala de estar. A escada que subia para os possíveis quartos tinha alguns degraus estavam destroçados.

-MOON! – Jason percorreu por todos os cômodos do térreo da casa. Ninguém. Subiu correndo até o andar superior           . Uma porta com alguns pôsteres de q-pop, que deveria ser a do quarto de Moon, estava dobrada ao meio e jogada do outro lado de onde havia sido arrancada.

O garoto entrou no cômodo atônito. O lugar estava uma zona assim como a sala abaixo.

A única coisa diferente era um punhado de aranhas mortas em alguns pontos do quarto. Uma lembrança do momento em que Onix sumiu em meio à nuvem de pombos veio à mente de Jason, e a mesma sensação de impotência o preencheu.

-NÃO!

***

-SEU SONHO FOI DESTRUÍDO. – Disse a voz robótica da máquina de SDS, enquanto o avatar de Miltão explodia em vários pedacinhos de pixel.

-WOOOOW. – Gritou Mama, pulando do banquinho e caindo no chão com num baque surdo. As pessoas ao redor iam a loucura e encaravam a menina como quem admira um ser divino. – QUEM É A PIRRALHA AGORA, OTÁRIO?

-MAMA! MAMA! MAMA! MAMA! MAMA! – Ovacionavam todos ao redor, inclusive Bonnie e Lay.

Miltão olhava a menina dançando e socando o ar, testemunhando a reputação que havia sido construída e mantida por vinte anos ruir em menos de vinte minutos. Ele sentiu alguém cutucá-lo nas costas e então se lembrou de Lucana. Eles tinham tido uma linda história juntos. Ela era sua garota, no fim das contas. Definitivamente estaria ao seu lado para consolá-lo. Miltão se virou com um sorriso esperançoso no rosto, mas foi interceptado pela mão fechada de Lucana socando-o. Dois ou três dentes voaram na hora, mais outros dois foram cuspidos em seguida.

-XEU GORDO IDIOTA. – Escandalizou a mutante, agarrando o namorado pela gola da camisa. – VOXÊ TEVE AUDÁXIA DE ME DEXONRAR DIANTE DE TODAX EXAX PEXOAX. – Uma lágrima escorria de seus olhos. – JÁ CHEGA! JÁ FAX MUITO TEMPO QUE EU NOU TRATADA COMO MEREXO. CANSEI. – E, chorando de forma que mais que um bebê foca com asma estava morrendo, Lucana saiu correndo enquanto secava as lágrimas, atropelando um bocado de pessoas que estavam no caminho.

-Lucana! – Chamou Miltão, correndo atrás da agora ex-namorada.

Mama estava prestes a soltar um insulto sobre o perdedor, estava na ponta da língua, mas mudou de ideia ao ver seu sofrimento.

Os demais ainda olhavam uns para os outros, alucinados com a habilidade quase mítica da menina de jogar SDS. Aquele era um jogo antigo e de dificuldade considerável.

-Ei Yui, quer comer umas folhas de eucalipto? Acho que devem vender na lanchonete daqui. – Perguntou Mototo, sentado no outro lado do salão, junto de Damashi Mee.

-Kooya. – Respondeu Yui, fechando os olhinhos, abraçada ao braço musculoso do homem.

-Vocês realmente se entendem, não é? – Perguntou Mee, lançando um olhar amável para a pequena coala. Talvez por medo de seus olhos espirais, Yui se encolheu no braço de Mototo, como se tentasse se esconder da mulher.

-Haha. Sim, nós—

A voz do guia foi completamente abafada com o estrondo da parede às suas costas explodindo numa luz púrpura. Os estilhaços voaram velozmente por todo o salão.

Todos pararam subitamente de comemorar e então gritaram de desespero. Uma figura esguia e alta vestida num manto vermelho sangue surgiu no meio da fumaça que se levantava.

-Boa noite, eu gostaria de—

A figura foi interrompida por um ataque súbito de Mee, chutando repentinamente sua cabeça e pulando no ar num mortal para trás, pousando no chão. As curvas de seus olhos espirais pareciam estar mais densas.

-COVARDE. – Gritou.

No local onde a explosão havia acontecido estava o corpo desacordado de Mototo. Uma garota desconhecida estava agachada ao seu lado, usando uma calça jeans, camiseta preta básica e uma touca um tanto infantil de coala. Seus cabelos eram castanhos e desciam até metade de suas costas.

-Koya? – Disse ela com uma expressão de dúvida, cutucando o rosto inerte de Mototo.

- Ora, ora. – Disse a figura, se reerguendo enquanto passava as costas da mão na boca, limpando o sangue que havia cuspido. Seu braço esguio e pálido se estendeu até o capuz e o puxou, revelando o rosto de um homem estranho, olhos fundo e nariz anguloso, além de ser careca. – Existem pessoas interessantes por aqui. – Disse, encarando Mee e Mama. – Parece que minha missão será um pouco mais demorada do que o esperado.

***

-Ande logo, Goman. Desista dessa idiotice de vingança. – Insistiu Map, pela enésima vez. – Ela já pediu desculpas.

-Eu não vou à lugar algum até que eu esteja satisfeita. – Resmungou Goman, enquanto tirava e colocava constantemente sua katana na bainha.

Ambas estavam escondidas atrás de uns arbustos que ficavam do outro lado da rua do fliperama de Maromba Land, observando Mee, a irmã de Goman, através de um binóculo raio x.

-Eu cansei. – Bufou Map. Sua calda se mexia inquieta. – Vou ligar pra Kamuta e dizer o que você está fazendo aqui. Ela vai contar pro seu pai na hora e então…

-Shh. – Sussurrou Goman, esticando o dedo indicador como advertência e em seguida apontando para uma figura estranha vestindo um manto vermelho sangue se aproximando do fliperama.

-O que tem isso? – Sussurrou Map, de volta. – É cheio de pessoas assim na sua terra natal.

-Shh. – Repetiu Goman, apontando mais uma vez para a figura.

Agora, ela estava de costas para Map e a irmã Damashi mais velha. Era possível ver uma luz púrpura brilhar a sua frente. No instante seguinte a parede do fliperama explodiu e uma gritaria descontrolada se iniciou lá dentro.

-Droga… - Resmungou Map.

-VAMOS. – Ordenou Goman, sacando a espada e pulando de trás do arbusto para a rua, em direção à figura estranha que adentrava o fliperama.

***

-Vocês duas, fiquem aqui e ajudem as pessoas a fugirem em segurança. – Gritou Mama para Bonnie e Lay.

-Vai enfrentar esse cara esquisito assim? – Questionou Bonnie, olhando perplexa para a menina de cabelos roxos.

-E tem outro jeito? – Retrucou a outra.

-Mama… É perigoso, vamos dar um jeito procurar ajuda de uma vez e—

-E deixar Mee, Mototo e aquela garota ali sozinhos com esse cara esquisito? De jeito nenhum. – Disse Mama interrompendo Lay. Ela olhou um segundo para as duas garotas. Entendia a preocupação delas, mas aquilo era algo que precisava fazer. São nas horas difíceis que, pessoas como ela, podiam dar tudo de si. E aquela definitivamente era um momento como esses. Mama suspirou e deu um sorriso confiante e pretensioso, ou seja, o seu sorriso de sempre. – Relaxem, a Mama aqui vai dar uns chutes no traseiro desse idiota e então tudo vai ficar bem.

A menina então correu até o homem estranho de manto vermelho sangue, cerrando os punhos com força. Lay e Bonnie olharam uma para a outra e, assentindo, começaram a gritar palavras que pudessem nortear as pessoas desesperadas ao redor.

-Não acha melhor ir ajudar aquelas duas também? Isso aqui não vai ser como os video games que está acostumada a jogar. – Alertou Damashi Mee. – Crianças podem se machucar.

-Ahahaha. – Riu Mama. – Você é apenas uma garotinha perto de mim, professora. Aliás, como pode alguém que dá aulas para adolescentes em uma cidade tranquila como Nonsen City pode lutar como você luta?

-Tsc. – Resmungou Mee. – Você me pegou.

-Hã… As duas amiguinhas vão ficar conversando aí ou nós começaremos a nos divertir logo? – Reclamou o homem de olhos fundos.

-AINDA NÃO. – Gritou Damashi Goman, surgindo pelas costas suas costas, desferindo um chute no ar. O homem desviou quase instantaneamente. Goman pousou no chão com um baque. Uma garota sciuridae trajando um vestido pousou logo atrás dela, sua calda era cheia e marrom.

-O mesmo ataque não vai funcionar duas vezes comigo. – Avisou o homem.

-CALE SUA BOCA, BABACA. – Gritou Goman.

-Irmã? – Chamou Mee, surpresa. – O que está fazendo aqui?

-NÃO INTERESSA. VAMOS LOGO DESCER A PORRADA NESSE IDIOTA.

-Eu tenho que concordar com sua irmã. – Sorriu Mama. – Eu estou doida pra quebrar esse cara.

-Ahahaha. – Gargalhou o homem. – Ótimo, ótimo. Eu gostei de vocês. Bem, antes que comecemos, eu me chamo Ono. – Disse ele, estendendo as mãos. Uma luz púrpura começou a emanar delas.

E então as quatro garotas avançaram contra o estranho homem careca de olhos fundos que se chamava Ono.

***

Bonnie e Lay já haviam ajudado todas as pessoas a sair do lugar e também ido até a delegacia mais próxima, a fim de buscar ajuda. Assim que terminaram de contar tudo o que havia acontecido, os policiais organizaram uma força tarefa e partiram para o fliperama.

Ao chegarem no lugar, encontraram apenas destroços. Tudo parecia ter sido demolido por uma daquelas máquinas de destruição.

-MAMA! MEE! MOTOTO! YUI! – Gritaram Bonnie e Lay, assim que chegaram, descendo do carro antes mesmo que ele parece completamente.

-Esperem! Pode ser perigoso ainda! – Advertiu um policial, mas as duas já não o ouviam.

As garotas continuaram a chamar incessantemente, olhando para todos os destroços. Sem sucesso. Isso até ouvirem a voz.

-Q-que saco. Vo-vocês são muito barulhentas. – Resmungou Mama, surgindo atrás de um pedaço de concreto que um dia tinha sido uma coluna. O cabelo da menina estava todo bagunçado, além de seu olho esquerdo estar fechado e com um hematoma avermelhado, o filete de sangue escorrendo da boca e do outro olho e os diversos corte na região das bochechas.

-MAMA! VOCÊ ESTÁ BEM!? – Gritou Lay, correndo na direção da menina.

-Argh. Sossseguem, eu estou bem. Deviam ver como deixamos aquele cara. – Riu. – Ai, ai. – Mama colocou a mão sobre as costelas esquerdas.

-O que aconteceu com os outros? – Perguntou Bonnie, olhando ao redor ainda procurando.

-Ah. – Mama respirou fundo, o que deve ter causado dor, pois seu rosto se contorceu. – A-as irmãs Damashi e a sciuridae le-levaram—

Os olhos da menina fraquejaram subitamente e então seu corpo caiu em direção ao chão, inerte. Lay a interceptou antes que alcançasse seu destino.

 

NO DIA SEGUINTE

 

Depois de Mama desmaiar em meio aos destroços, os policiais encontraram Mee, Goman, Map, Mototo e a coala Yui foram encontrados entre as árvores do outro lado da rua, no mesmo estado de Mama. Todos foram levados para o hospital Kizna.

Curiosamente, em poucas horas Yui, Mototo, Map e Goman já estavam parcialmente recuperados, a ponto de conseguirem falar. Mama e Mee continuavam desacordadas.

-Bah, parem de se desculpar. – Sorriu Mototo. Mesmo que estivesse com uma faixa envolta na cabeça, Yui continuava agarrada ao ombro do amigo. – Aquilo não foi em momento culpa de vocês. E o fato de terem ido ajudar as pessoas é completamente compreensível. Deixem de bobagem.

-Mas—

-ELE JÁ FALOU QUE ESTÁ TUDO BEM. – Gritou Goman na maca ao lado da de Mototo, olhando impaciente para Lay.

-Goman, seja mais educada com—

-EDUCADA UMA PINÓIA. – Resmungou a outra, interrompendo a amiga sciuridae. – ELA TÁ NESSE DRAMINHA HÁ DUAS HORAS. EU QUERO DORMIR, CARAMBA.

-Er… Me desculpe. – Sussurrou Lay, entre Goman e Mototo.

-Koooya.

-É exatamente como Yui acabou de dizer, não precisa ficar se desculpando. – Concluiu Mototo. – Mas então… À que horas eles falaram que viriam buscar vocês?

-Bem… - Disse Bonnie, em pé ao lado da maca de Mama.- Parece que a equipe do Em Busca do Herói Maromba vai nos preparar um transporte via portal, já que precisam transferir Mama e Mee para o hospital de Nonsen City.

-Entendo… Bom, peço desculpa por sua primeira visita à Maromba Land ter sido tão tumultuado assim. – Falou Mototo. – Era para ser fantástico… De todo modo, nós vamos nos ver de novo, certo?

-Claro! – Respondeu Bonnie, ficando animada por um instante.

-Ótimo. Aí eu vou mostrar para vocês os encantos dessa cidade maravilhosa.

-Hehe… Com certeza. – Concordou a leporídea, sentindo o gosto amargo de culpa na garganta. Ver Mama e Mee naquele estado era doloroso.

 

DIAS DEPOIS

 

-Como elas estão? – Perguntou Bonnie, entrando silenciosa ao lado de Anna na ala de repouso do hospital Ron Lon, que ficava à duas quadras da Ludowiski.

-Ah, são vocês… - Suspirou Lay, levantando-se surpresa da cadeira que havia colocado ao lado da maca de Mama. A menina e Mee pareciam descansar serenamente, como se falar um tom mais alto fosse as acordar. – Acho que estão bem. A médica disse que ambas têm os corpos bem mais resistente do que se espera de pessoas como elas. – Lay olhou para o rosto inerte de sua professora e depois para de sua amiga e chefe. – Eu gostaria que acordassem logo.

-Eu também… - Concordou Bonnie.

-Oi? – Perguntou Anna, do nada. Uma enfermeira cochichava algo em seu ouvido enquanto olhava para a leporídea. Uma sombra de medo em seu olhar preocupou Bonnie sobre o que poderia se tratar. Em seguida a enfermeira se retirou tão rápido quanto chegou. – Hmm… Bonnie, parece que tem uma garota querendo te ver na recepção…

 Bonnie olhou surpresa. Ninguém sabia que ela estava ali, a não ser Jude. Ainda assim, a leporídea saiu da sala e depois de descer alguns andares no elevador, chegou à recepção. Sondou o lugar de um canto a outro, em busca de alguém que pudesse conhecer, mas sem sucesso.

-Oooiii. – Chamou uma voz às suas costas. Antes que a garota pudesse se virar, alguém a abraçou envolvendo o seu pescoço e encostando a cabeça sobre seu ombro direito. Aquele cabelo, aquela voz… Com esforço a leporídea conseguiu se virar e suas suspeitas acabaram por se confirmar. Uma garota da mesma idade que ela, de pele clara e algumas pintas avermelhadas salpicadas no rosto, na região logo abaixo dos olhos, os quais eram negros como a noite. Duas orelhas de raposa estavam em pé no topo da cabeça, surgindo de dentro do mar de cabelos ruivos que desciam até um pouco acima da cintura. Uma calda não tão grande se mexia freneticamente às suas costas, fazendo com que a saia do vestido – que parecia um tanto com o uniforme do Mama Choco – chacoalhasse de leve. Bonnie sabia perfeitamente quem era ela. – Eu senti sua falta, Nibo.

-Amy? – Chamou Bonnie.

***

Ninch entrou no Grande Salão acompanhado de seu companheiro novato. O corpo de Guildo estava disposto sobre o chão, aos pés do grande lance de degraus de bronze – cerca de duzentos deles -, levando à uma cadeira com detalhes de prata e cobre, numa arquitetura semelhante àquelas nas quais os grandes imperadores se sentam. Era possível ver um vulto pequeno sobre a almofada do trono, enquanto uma figura de manto negro se colocava em pé, transmitindo um ar imponente e amedrontador.

Ao menos era assim que todos a viam. Ela até mesmo tinha um título. Faraday, o olho da grande deusa. Francamente, Ninch achava que tudo aquilo não passava de baboseira. A única coisa de diferente em Faraday era ser uma das três pessoas que podiam se comunicar com Josefa.

-Tente não grunhir suas tolices de sempre. - Disse o novato, cutucando Ninch no braço.

-Tsc. – Resmungou o ruivo. – Deixe-me em paz, fedelho. Eu posso cuidar da minha—

-SILÊNCIO NO GRANDE SALÃO. – Ordenou Faraday, lançando um olhar rígido sobre Ninch. Todos os outros quarenta súditos dispostos em cada lateral do Salão assentiram com a ordem e o som morreu subitamente. Faraday olhou para o vulto pequeno sobre o trono, assentindo em seguida, voltando-se para multidão abaixo. – SAÚDEM A GRANDE DEUSA. – Anunciou. – HAIL JOSEFA.

-HAIL JOSEFA. – Bradou todo o Salão em uníssono.

-Ótimo. – Respirou fundo. – Hoje, apesar das falhas vergonhosas cometidas por Ono na captura de uma das partes do preparativo, comemoraremos pelo êxito de Ninch. Saúdem-no. – Ordenou Faraday, dizendo o nome do ruivo com certa repulsa. Ono, o súdito grande, narigudo, careca e esquisito, encarava Ninch com inveja enquanto uma salva de palmas se fazia ouvir. Diversos curativos se espalhavam pelo seu rosto e era notável o mancar quando caminhava. O silêncio retornou com um sinal de Faraday.

-Esperem um momento. A grande deusa deseja falar algo. – Disse, olhando para o vulto pequeno por um instante. – Tem certeza? – Sussurrou de forma que poucos puderam ouvir. – Sim, ó grande deusa. Se essa é a sua vontade...

Assim que as palavras saíram dos lábios de Faraday, o vulto pequeno – com não mais que trinta centímetros – saltou do trono e começou a descer a escadaria numa velocidade considerável. Conforme foi se aproximando do térreo, sua forma foi se moldando para algo peludo. Era possível ver patas, uma cabeça muito pequena, orelhas altas...

-Arf! Arf! – Latiu uma cadelinha papilon, com um misto de pelos brancos e alaranjados. Um lencinho azul amarrado em seu pescoço somado à expressão inocente – incluindo a ponta da língua pendurada na boca enquanto arfava – trazia um poder de fofura indescritível.

-Ó GRANDE DEUSA JOSEFA. – Urrou todo o Salão, prostrando-se imediatamente. – VIDA LONGA À GRANDE DEUSA. HAIL JOSEFA.

A cadelinha olhava para todos ao seu redor com um olhar indeferente – comum em todos os cães.

-Arf! Arf!


Notas Finais


Até os próximos dias :P


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