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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - Humanos Idiotas


Escrita por: GirafaEsquilo

Notas do Autor


Sou só eu que amo fígado? Sabe, eu vejo tantas pessoas falando que detestam fígado. Poxa, é MUITO GOSTOSO. Como podem não amá-lo?
Bom, esqueça do meu devaneio figadeirístico (essa palavra nem existe), apenas leia mais esse capítulo de CMI :)

Capítulo 5 - Humanos Idiotas


Moon. Esse era o seu nome. Isso porque havia nascido numa noite de Super Lua, e noites como aquela eram tidas como bom sinal pelas criaturas da noite. Pois é, ela era uma criatura da noite. Era um nome um tanto quanto assustador, mas também era o que explicava melhor sua raça. Eles só viviam à noite, dã.

 Constantemente eles eram confundidos com vampiros, por viver durante a noite também. Mas, francamente, Moon achava que eram melhores do que os sanguessugas idiotas. Só o fato de não queimar em exposição ao sol já era prova suficiente, sem contar que eles não precisavam de autorização para invadir a casa das pessoas, nem tinham medo de crucifixos ou alhos - só ela achava isso ridículo? As próprias criaturas da noite não se alimentavam de outra criatura nem nada do tipo. O seu organismo frágil só aceitava doces, principalmente se fosse algodão-doce. Cá entre nós, as criaturas da noite eram demais. 

A única coisa ruim deles era a solidão. Pois é, eles eram daqueles que recusam sair com os amigos para uma sessão de cinema, ou ficam trancado sem seus quartos a semana inteira por descobrir que sua musa está namorando. É, era assim que a maioria deles agiam. Moon ficava sozinha, mas ela não era sensível nem nada. Talvez por isso sua família a visse como desertora. Ela simplesmente se sentia bem sozinha. Não precisava de estímulos.

Pelo menos era assim, até aquele dia, quando encontrou um humano idiota.

Ela voltava das aulas de dança quando encontrou ele. Um garoto alto e moreno. Devia ter uns vinte e tantos anos. Moon ia passar em silêncio para que não fosse notada, como sempre, mas o garoto acabou por vê-la. E, como todos os outros seres humanos, ele tomou um susto. Não só isso, como saiu correndo e torceu o pé. Ótimo. O que tinha na cabeça dos humanos para sempre correrem quando viam criaturas da noite, isso era uma droga.

Ainda por cima o garoto desmaiou quando ela perguntou GENTILMENTE se ele estava bem. Agora lá estava Moon, arrastando o garoto humano desacordado para casa, porque as leis diziam que se algum humano se lesionasse por causa de uma criatura, essa mesma tinha que tratar dele. É, Moon também achava essas leis uma porcaria. Sem contar que, por acharem que as criaturas da noite queriam matá-los, muitos humanos acabaram entrando em coma, morrendo ou ficando loucos. Vida difícil de criatura da noite. 

Moon nem se preocupou com a cabeça do humano batendo repetidas vezes na escadaria de sua casa. Depois ela poderia inventar uma desculpa.

 

***

 

-Por favor. – Disse Bonnie ainda não acreditando no que tinha ouvido. – Diga que é um sonho.

-Hã... Não é. Eu sou mesmo uma bruxa. – Respondeu Anna. A garota leporídea era um pouco diferente do que ela imaginava.

-AAAAA. Que incrível! – Bonnie não se esforçava o mínimo para esconder o entusiasmo. – Eu sempre quis conhecer uma bruxa. Você é muito legal!

-Hm... Obrigado pelo elogio, mas eu não sou uma bruxa tão poderosa quanto imagina. Devo estar no nível básico.

-Você pode trazer aquela caixa de donnuts aqui? – Disse Bonnie apontando para a caixa retangular em cima de sua cama, do outro lado do quarto.

-Claro. – E com o estender de uma mão a caixa içou no ar e levitou lentamente até o colo de Bonnie, sentada na cama de Anna.

-AAAAAA, você é demais. Eu nunca mais vou ter que buscar nada. – Os olhos da leporídea brilhavam.

-Haha, meu poderes não são nada demais.

-Não diga isso, eles são super-mega-úteis. Olha só – Disse mostrando o donnuts de cenoura que havia acabado de morder. Alguns farelos se prendiam em seu nariz rosado e úmido. – Eu estou comendo eles sem nem ter precisado levantar para buscá-los.

Anna ruborizou um pouco. Depois de tanto tempo, ver alguém que gostasse de seus poderes era uma experiência nova e estranha.

-Eu preciso levar você para conhecer a Lay.

 

***

 

Jason acordou com tapinhas no rosto. Ele relutou em abrir os olhos. Sua cabeça doía bastante, como se tivesse a batido repetidas vezes no chão. Seus olhos se abriram vagarosamente...

-AI MEU DEUS. – Gritou assim que viu a garota pálida de antes. – POR FAVOR, NÃO SUGUE A MINHA ALMA.

-Ah não... – Disse ela. Sua mão fria cobriu a boca de Jason antes que ele gritasse novamente. - Escuta aqui, humano. Você saiu correndo feito um idiota, eu só estou aqui para tratar dessa torção. Depois... Como aquele cara do filme diz? Ah, Hasta la vista.

A reação da garota-fantasma foi completamente inusitada para Jason. Ela não parecia assustadora. Ela até mesmo conhecia O Exterminador do Pretérito Perfeito! Era algo idiota para se reparar, mas Jason não conseguiu deixar de perceber. Sem ter muito que fazer, o garoto apenas ficou quieto enquanto a garota-fantasma passava um creme esquisito no seu calcanhar.

O silêncio era desconfortável.

-Como é o seu nome? – Perguntou Jason.

-Por que quer saber? – Respondeu ela.

-Ah... Nada, deixa para lá - “Como eu cheguei à isso?”, pensou Jason.

 

***

 

-Oi Teófilo. – Cumprimentou Guildo ao atender ao telefone. – O quê? Se eu estou livre hoje? Ah sim. O que manda? Quer jogar futebol na praça Castor? Não, tudo bem. Já estou indo para sua casa. Cinco minutos e eu estou aí. 

 

Duas horas depois.

 

Teófilo foi atender a campainha. Devia ser o Guildo. Ele nunca tinha visto alguém que se atrasasse tanto quanto aquele cara. Porta aberta. Dito e feito.

-Eai, Teófilo. Foi mal aí. Acabei demorando no banho.

-Haha, eu sabia. Relaxa cara. Anda, vamos jogar.

 

***

 

Depois de um dia inteiro de trabalho, Lay iria voltar para casa. Mal podia esperar para tomar um banho e deitar na cama, dar uns carinhos em sua gatinha da terceira dimensão e dormir.

O dia seguinte seria a mesma coisa. Ela só precisava terminar de arrumar as mesas e então...

-Ei, Lay. – O garoto de cabelo cumprido que ela sempre esquecia o nome a chamava. Era engraçado porque, mesmo que ele tivesse um crachá, ela nunca conseguia ler. Talvez não prestasse atenção. Tanto faz.

-Oi. – Disse ela animadamente.

-A Mama quer ver você lá na cozinha.

-Tá. Já estou indo.

No fim das contas a Mama só queria dar um abraço nela. Até mesmo a “chefona” da Mama Choco caia de amores por Lay. A garota por vezes pensava se alguém algum dia notaria que por baixo daquela alegria toda existia um sentimento de insegurança. Sim, um velho draminha juvenil de uma garota. Fazer o que, é a realidade, não é mesmo?

Antes de voltar para casa, Lay viu um garoto asiático chamando por sua namorada, num banco da praça de alimentação do shopping. O estranho era não ter nenhuma garota próxima a ele.

Bom, devia ser coisa da cabeça dela. Nada que um bom banho não resolvesse.



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