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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - Uma Bruxa!


Escrita por: GirafaEsquilo

Notas do Autor


...

Capítulo 6 - Uma Bruxa!


-Pronto. Agora você pode ir embora, humano. – Disse Moon colocando o pé enfaixado do garoto no chão. – Use essa muleta enquanto se recupera. Não precisa devolver, temos um monte delas ali. – Ela apontou para um armário grande com uma plaquinha na qual estava escrito MULETAS PARA HUMANOS DESASTRADOS.

-Hã... Tudo bem. Obrigado mais uma vez por me ajudar. – Disse Jason, um tanto sem graça.

-Eu só fiz minha obrigação. Agora, vê se deixa de ser idiota e nunca mais corre quando ver um de nós. 

Jason assentiu enquanto seguia a garota-fantasma pelo corredor até a porta principal. A casa não era nada assustadora. Nada de teias, crânios pendurados ou qualquer coisa do tipo. As paredes eram lisas e de cores claras. Talvez fantasmas não fossem tão assustadores.

A porta gemeu baixinho quando Moon a abriu.

-Aqui está. Agora, boa recuperação é até nunca mais, humano. – Disse ela, estendendo a mão para a rua vazia repleta de árvores.

-Obrigado por tudo de novo. – Disse Jason passando pela porta e parando de frente para a garota. – Me desculpe por correr de você.

-Não, está tudo bem, humanos são idiotas mesmo. Já me acostumei.

-Bem, me desculpe por ser humano. – Jason tentou abrir um sorriso, talvez criar uma oportunidade de se aproximar. Não deu certo. O sorriso murchou instantaneamente. – Talvez... fantasma não sejam ruins.

Por um instante, Jason sentiu o medo que havia sentido antes ser redobrado. A expressão da garota se fechou de forma que, se Jason falasse naquele momento, sua voz sairia mais estridente do que a de um garoto na puberdade.

-NÃO ME COMPARE COM FANTASMAS! – E com um movimento brusco, ela fechou a porta grande de madeira na cara de Jason.

“Wow”, pensou Jason. Mais tarde ele chegaria à conclusão de que garotas são complicadas, independentemente de sua raça.

 

***

Irmã ouvindo heavy metal loucamente. Banho. Gatinha querendo carinho. Café da manhã. Ônibus. Bagunça no shopping. Mais bagunça na Mama Choco. Pois é, mais um dia como qualquer outro na vida de Lay. Estava agitado, mas as aulas nem havia começado ainda. Minutos depois e ela já estava atendendo cliente atrás de cliente, sempre com o sorriso no rosto.

-Ei Lay. – Chamou uma voz. Era Bonnie e uma garota de cabelos negros, ficando azulados nas pontas. Olhos com heterocromia, um vermelho e o outro amarelo. Ela vestia uma camiseta que dizia “Eu amo Bruxas” e vestia uma calça preta. As duas estavam em uma mesa no canto. 

-Oi Bonnie! Quem é a sua amiga? - Disse Lay.

-Ah, ela é minha nova colega de quarto lá na Ludowiski. E, o mais legal, ela é uma bruxa!

-Bonnie, eu preferiria que você não saísse dizendo que sou uma bruxa por aí.- Sussurrou a outra.

-Opa, foi mal. – Bonnie colocou a mão sobre a boca, como se falasse em segredo. – Você não vai falar para ninguém né, Lay?

-Ah, claro que não. – Disse Lay sorrindo. – Quem acreditaria nisso?

-Está vendo, Anna? Você está segura. Mas porque não quer que ninguém saiba?

-Hã... Eu me sinto melhor assim. – Respondeu Anna, fechando os braços como se aquilo a protegesse. Os templários, que caçavam as bruxas, tinham a fama de raspar o cabelo delas e desenhar bigodes com canetas permanentes em seus rostos. Aquilo era assustador só de pensar. Sem falar nas outras coisas que havia ouvido.

-Ei, Lay. – Chamou o garoto de cabelo cumprido que a carregou até o fundo da lanchonete no outro dia. – Temos um novo membro na “família”, um marciano. A Mama disse que quer você o ajudando.

-Ah sim. – Respondeu Lay, tentando ler mais uma vez o nome do garoto, mas sua visão parecia embaraçar. Deixou de lado. – Já estou indo. Pode atendê-las?

-Sim, claro. – Assentiu o garoto. Ele se aproximou da mesa de Bonnie e Anna. Olhos semicerrados. – Então você é uma bruxa, hein? Legal.

-Hã... É, sou... Mas por favor...

-EI PESSOAL. – Gritou ele para o resto da lanchonete. – QUEREM SABER UMA BOA?

O Mama choco inteira voltou os olhos para o garoto. Droga, aquilo não era um bom sinal.

-Por favor, não diga a nin...

-ESSA GAROTA AQUI. – Apontou para Anna. – É UMA BRUXA.

Sliêncio. Anna olhava ao redor esperando o momento em que surgiria um templário segurando uma máquina de cabelo e uma caneta permanente. Talvez se ela corresse agora poderia ir à Loudowiski pegar todas as suas coisas e fugir para um outro lugar.

-QUE DEMAIS! – Explodiu a lanchonete em um uníssono. E num piscar de olhos todos estavam em volta da mesa das duas garotas, uma mais surpresa que a outra. Marcianos, elfos, trolls, homens-peixe, todos os clientes lançavam inúmeras perguntas sem o menor espaço de tempo entre uma e outra. Os olhares de admiração eram infinitos. Em poucos segundos depois, todos os clientes carregavam Anna nos braços gritando algo como “O MAMA CHOCO TEM UMA BRUXA. NONSEN CITY TEM UMA BRUXA” por todo o shopping. E por onde passavam mais pessoas se juntavam. Até todos se aglomerarem na praça de alimentação. Aquilo tinha ficado maior do que Anna desejava. Inúmeras crianças vinham pedir para que a garota demonstrasse seus poderes, mas o número de adultos era ainda maior. Pediram até que ela beijasse um bebê.

Uma hora depois.

-Caramba, eles fizeram uma verdadeira festa. – Bufou Bonnie. O cabelo castanho um tanto bagunçado caia-lhe sobre os ombros enquanto as orelhas de coelho se mexiam ligeiramente.

Ela e Anna tinham voltado para a Mama Choco. Depois de toda a bagunça se dispersar, a fome bateu.

-Eu lamento muito por tudo o que aconteceu, Anna. – Disse Lay, com ar apreensivo. – ESPERO QUE TENHA APRENDIDO A LIÇÃO! – Gritou para o garoto de cabelo cumprido. Ele estava agachado no canto de uma parede chorando baixinho. Dava para ver um galo em sua cabeça.

-Não, tudo bem. No fim das contas não acabou tão mal quanto imaginei.

-Pois é. Agora, mudando de assunto, ainda tem donnuts aí? – Perguntou Bonnie. Seu nariz de coelho rosado tremia com o aroma doce.

-Hahaha, sim. Eu sabia que pediria. Vou buscar.



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