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História CMI - Crônicas de um Mundo Irreal - Praça Invertida


Escrita por: GirafaEsquilo

Capítulo 9 - Praça Invertida


Pois é. A vida realmente é imprevisível. Num momento pode-se estar tirando catota do nariz, e no instante seguinte estar comendo sorvete de menta. Não fez, sentido? Realmente, não faz. E era exatamente isso que Anna estava pensando sobre Nonsen City naquele momento,“Essa cidade não tem o menor sentido”. Para entender isso, é preciso voltar algumas horas deste dia. O dia que ficou marcado para sempre em sua vida.

 

***

 

Bonnie estava olhando para o vazio enquanto ouvia música quando notou a televisão ligada. Estava no canal A3H0, passando o jornal matinal de sempre. Algumas lhamas psicodélicas e outros marcianos assistiam. Nada fora do comum. Logo a leporídea se distraiu de novo. O único som que podia ouvir era o da música. Estava isolado do mundo exterior. Isso até as lhamas e os marcianos explodirem de euforia. Bonnie olhou para todos os cantos da sala de televisão, procurando a fonte do alvoroço, até perceber que era a própria TV. Um desenho um

tanto exagerado de Anna estava sendo exibido, junto com a legenda NONSEN CITY TEM O PRIMEIRO CASO DE APARIÇÃO DE BRUXAS. O escândalo das lhamas e dos marcianos se intensificou pela sala afora. Droga, logo a pensão inteira estaria ali.

 Antes que todos viessem, Bonnie passou por cada canal jornalístico. A maioria deles falavam de Anna e, o pior, mostravam o Mama Choco e a Ludowiski como lugares de referência.“COMO ENCONTRARAM A LUDOWISKI?” foi a única coisa que ela pensou antes de sair em disparada atrás de Anna.

 

***

 

-Vai querer um kibe de troll com molho subterrâneo? – Perguntou Lay.

-Ah, não. Acho que não. Vim só para ver como está mesmo. – Respondeu Jason. – Está bem cheio por aqui hoje, né?

-Puff, nem me diga. Desde que souberam que havia uma bruxa aqui no Mama ontem, esse lugar explodiu de cliente. Como se já não estivesse lotado num dia normal.

-UMA BRUXA!?

-Ué, você não viu na televisão? Todos os canais estão falando isso. Aquele idiota devia ter ficado de boca fechada. Coitada da garota. Eu acho que vou... – O volume da televisão suspensa no alto da parede oposta cobriu a voz de Lay. Mama Choco inteira olhava para a TV.

-E depois de tantos boatos, a presença de uma bruxa em Nonsen City é confirmada. A secretária do prefeito, Luna Volcano, postou um vídeo no canal da cidade onde afirma ter se encontrado com ela. No vídeo, Luna também diz que se trata de uma garota, muito doce e gentil por sinal, e que ainda hoje, na Praça Invertida às dezoito horas da tarde se apresentará diante de todos. Agora, sobre a fuga do sapo bufo venenoso do zoológico... - A televisão ficou muda novamente e todos na lanchonete começaram a discutir mais e mais ideias sobre a tal bruxa.

-Aquela garotinha é realmente corajosa. – Disse uma voz infantil.

-Realmente, Lay. Ela não deve fazer ideia de como é ser o centro das atenções, principalmente dessa cidade. Aquele cantor, Alfredo Quartzo, saiu da cidade justamente por isso.

-Hã... Jason, não fui eu que falei isso. – Respondeu Lay.

-Então quem... AI! – Gritou Jason. – MEU JOELHO!

Mama estava ao seu lado, encarando-o com os olhos cheios de fúria. Como uma criança poderia ser dona da maior lanchonete do continente?

-Isso é para aprender a me dar o devido respeito. Onde já se viu. Eu sou uma mulher formada, como pode me confundir com uma adolescente. (Não quero te ofender querida Lay) – Disse Mama, com um charuto de brinquedo entre os dentes.

-Deixa de ser idiota, sua piveta! – Disse Jason, tomando o charuto da boca de Mama e arremessando-o no lixo. – Você tem só dez anos!

-O QUÊ!? – Explodiu em fúria Mama, mordendo a perna do garoto. Ela não passava da altura da mesa.

-AAI! Sai sua pequena monstra!

- PAREM VOCÊS DOIS! – Gritou Lay, puxando Mama da perna de Jason. – Por favor, não machuque os clientes, Mama.

-Mas Lay, ele...- Mama parou assim que viu o olhar da garota. – Tudo bem, foi mal aí, seu pivete retardado e sujo.

-VOCÊ TÁ VENDO ELA NÉ?

-Mama...

-Aaargh. Tá. Me desculpa, garoto.

 

***

 

-Tem certeza que vai nessa apresentação, Anna? – Perguntou Bonnie.

-Sim. Por algum motivo, eu não sinto nada ruim vindo disso. Já que chegou nesse nível, então não tem problema me apresentar.

-Mas e sobre os templários?

-Bem... Se houver algum, eu dou um jeito nele. Tem sido assim desde sempre.

 

***

 

A Praça Invertida estava em polvorosa. Nem mesmo quando a banda Rainha Coelha tocou ali havia tido tantas pessoas. Adiante, um palco elegante decorado com as cores da bandeira de Nonsen City estava montado. A multidão emitia um zumbido ensurdecedor, que só parou quando Luna Volcano subiu ao palco, exibindo seus cabelos de cor magenta e vestindo uma roupa comum de adolescentes – afinal ela tinha quinze anos.

-Boa tarde, povo de Nonsen City. – Saudou com sorriso comercial. A multidão respondeu com um brado de euforia, parando ao levantar da mão de Volcano. – Vocês estão prontos para conhecer nossa nova moradora? – Outro brado de euforia. – ENTÃO COM VOCÊS, ANNA KOLDINGS!

E com o abrir das cortinas, Nonsen City deu adeus aos dias de anonimato no continente. Agora eles tinham uma bruxa.



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