O Príncipe de Fogo havia sido convidado para o jantar aquela noite e somente suas palavras e os risos de Gumball puderam ser ouvidos por um tempo desconfortavelmente grande. Marshall, os cozinheiros e os serventes doces permaneceram em silêncio, apenas escutando as intermináveis aventuras do convidado. Gumball simplesmente ignorara a existência de Marshall, fingindo não escutar seus comentários, e ninguém comentou, ninguém riu, ninguém sequer olhou assustado quando Marshall parou de chamar atenção de vez, concentrando-se em uma coxa de javali fria em seu prato. Talvez estivessem todos condescendentes com a situação do vampiro, talvez estivessem sentindo um iminente desastre, mas Marshall achava aquele silêncio parcial um inferno.
Mas não sabia o que fazer ou o que falar, não sabia sequer se deveria mesmo estar ali. Parecia um mero comensal ou um figurante ante aquele cenário grandioso. Estava genuinamente triste.
- To indo. - Disse simples ao se retirar da mesa, sem qualquer cerimônia que dele fosse esperada.
Foi, intuitivamente, para a escada que levaria ao quarto de Gumball, mas quando saiu efetivamente do salão sentiu uma mãozinha segurar-lhe pela panturrilha.
De pé, quase sendo levado por um Marshall flutuante, estava o Mordomo Menta, com uma olhar triste nada habitual. O vampiro sorriu fraco diante do gesto amigável e curvou-se para falar com o docinho. Realmente, todos estavam sabiam que uma tragédia estava prestes a acontecer.
- Comece a contar as horas a partir do momento que esse jantar bobo acabar. Se eu não der as caras em duas horas, chame os guardas, a polícia, os médicos e um detetive. - Marshall brincou e continuou seu caminho. Poderia ter saído pela janela do corredor e entrado pela janela do quarto do príncipe, mas a possibilidade de perder-se no castelo e prolongar sua estadia lá era tentadora.
Chegando ao quarto, não hesitou frente a porta. Sentia que já havia estado por lá o suficiente para sentir-se em casa. Pegou o Crepúsculo, que há tanto Gamball havia recomendado, e sobrevoou a cama, na espera de evitar qualquer pensamento que envolvesse príncipe.
Mas era impossível. Lembrou-se de quando os dois assistiram àquele filme. "Isso não está ajudando a parar de pensar nele", concluiu. Edward, aparentemente, também havia passado por essa coisa de se apaixonar e mostrou que realmente não dá para fugir do amor.
"Malditos vampiros romantizados", Marshall pensou, referindo-se a si mesmo. Jogou o livro na cama e pegou aquele de Química que não havia terminado ainda.
- Você não pode fugir dos seus problemas para sempre. - Ouviu quando estava prestes a começar o capítulo de aprofundamento em Química Orgânica.
- Eu poderia dizer algo como "e como é que você acha que eu conseguiria resolver algo se você sequer fala comigo qual é o problema?", mas, realmente, prefiro ficar calado nesse momento. - Marshall respondeu, surpreendendo a si mesmo com a sinceridade de suas palavras.
- Pois vai falar sim porque agora quero perguntar algo e exijo uma resposta minimamente razoável. - Gumball tirou o livro da mão de Marshall.
- Pergunte, Vossa Majestade. Mas antes, - Marshall levantou o indicador na altura do próprio rosto e continuou. - me responda o porquê de ter ficado com raiva de mim.
- Por que não me mordeu até hoje? - A expressão de Gumball ficou séria a ponto de apresentar rugas de expressão nada comuns à sua face.
- Como? - Marshall perguntou para confirmar se ouvira corretamente.
- Não se finja de idiota, Marshall Lee! - Gumball aumentou um pouco a voz. - Sabe muito bem que poderia bem ter me mordido e concedido a dádiva da vida eterna. - Levantou-se da cadeira e foi em direção a Marshall enquanto continuava a falação. - Empenha-se em esconder esses furos no seu pescoço, pensando que sou cego?!
- Prince, - Marshall disse devagar, planejando o melhor discurso. - entenda, eu nunca escondi minha mordida de você e a vida eterna não é uma dádiva, é uma mald-
- Não me venha com esse papo, Lee! Estou cheio dessa sua palhaçada, cheio dessa sua infantilidade! - Gumball gesticulava bruscamente. - Não entende a importância do meu trabalho?
Marshall permaneceu completamente mudo. Com a exaltação de Gumball, seus argumentos seriam sequer ouvidos.
- Vai fingir que não está me ouvindo? Quanta maturidade! Típico seu, Marsh...
- Tudo bem. - Mashall disse em desistência, direcionando-se até a cama e flutuando baixo em cima dela.
- "Tudo bem" o quê, Marshall? Não tem nada 'tudo bem', está tudo 'tudo mal' e você vem me dizer que está "tud- Gumball se embaralhou nas próprias palavras e foi rapidamente interrompido.
- Chega, Gumball! - O vampiro estava prestes a perder a paciência com aquela lamúria sem fim. - Venha aqui, eu vou te morder e blá blá blá vida eterna.
Foi a vez de Gumball ficar paralisado. Apesar de todas as coisas ruins que Marshall era, é e muito provavelmente será, ele havia lhe proporcionado sentimentos e sensações únicas. Deixando de lado coisas óbvias como beijos e sexo, Marshall conseguia fazê-lo bem pelo fato de estar presente e entender a situação. Como naquele exato momento. Mas aquele vampiro continuava sendo um inconveniente, imbecil, idiota, irresponsável e... irresistível.
- Marshall, o que está fazendo? - Gumball perguntou atônito ao perceber que o mais velho estava desabotoando a camisa xadrez e olhando para si.
- Bem, - Marshall sorriu ladino, voltando a atenção dos botões. - eu poderia dizer que você terá que fazer por merecer virar um vampiro, mas não é isso que eu quero dizer.
- E o que quer dizer? - Gumball indagou em um misto de impaciência e medo.
- No momento? Nada. - Mashall terminou de abrir a camisa e colocou-a sobre a cama, deixando à mostra o peitoral. - Mas eu-
- Você não falou que não queria dizer nada? - Gumball brincou pelo primeira vez em horas.
- Eu quero transar com a pessoa que eu amo uma última vez antes dela se tornar um monstro. - Marshall disse tudo olhando nos olhos do príncipe que, a essa hora, já estava no pé da cama.
- O que disse? - O cérebro de Gumball pareceu congelar. O que estava acontecendo ali?
- Venha cá, princesa. - Mashall puxou o menor para a cama com cuidado, esperando que ele colocasse os joelhos sobre ela e engatinhasse até o meio. - Vamos mostrar pro Reino Doce quão escandalosa uma princesa pode ser.
-x-
Gumball se contorcia na cama. Suas mãos levemente suadas agarravam os lençóis com força, como se estivesse para desmoronar; suas pernas abertas davam a visão perfeita de Marshall lambendo sua entrada e, por vezes, alargando-a com os dedos.
Marshall deixou dois dedos preparando a entrada concentrou-se no membro rijo do menor. O pré gozo havia feito uma pequena poça sobre Gumball e, com toda certeza, aquilo era convidativo. Marshall percorreu com a língua todo o caminho desde a entrada até a glande, onde pôde sentir o leve gosto de baunilha escorrendo pelos lábios.
O príncipe afastou o mais velho de si e posicionou-se de quatro.
- Pronto? - Marshall disse vislumbrado, retirando a boxer e, se Gumball não estivesse tão envergonhado para olhar, teria notado a gota de pré gozo deixada ao lado do umbigo de Marshall quando o pênis encostou na região.
O vampiro então segurou o próprio membro e colocou-o sobre as nádegas de Gumball. Na opinião de Marshall, a cena merecia uma foto, mas o cabelo do menor ainda estava arrumado.
-x-
Marshall estocava forte e Gumball abafava os gemidos no travesseiro.
- Geme pra mim, prince. - Marshall pediu, deitando-se sobre Gumball e lambendo a orelha dele.
O menor meneou a cabeça negativamente, ainda com o rosto enterrado no travesseiro. Marshall soltou uma das coxas que segurava firmemente e colocou a mão na nuca de Gumball, brincando com o cabelo da região.
- Geme... - Marshall enroscou os dedos nos cabelos e enquanto puxava ouviu um gemido escapar. - Perfeito.
-x-
Gumball gemia alto enquanto quicava sobre o membro de Marshall. Ele subia e descia mexendo o quadril em perfeita sintonia com os gritos que denunciavam o contato com a próstata. Por algum tempo, Marshall ficou hipnotizado com os movimentos de Gumball, a visão do corpo de Gumball e os gemidos de Gumball.
"Gumball" inundava por completo a mente de Marshall que, por instantes, não conseguiu fazer nada. Por instantes.
De repente, Gumball perdeu sua sintonia perfeita. Marshall estocava por baixo, fazendo com que Gumball subisse e descesse descontroladamente.
-x-
Alguns dos fios de cabelo de Gumball grudavam em seu rosto devido ao suor. Estando por baixo, ele podia ver boa parte do corpo de Marshall: cabelos negros, sorrido perfeito, caninos à mostra, mordidas pelo tórax, quadril num movimento de vai e vem.
Marshall afastava as pernas de Gumball enquanto penetrava-o. Ver o príncipe entregue a si daquela forma era viciante. A boca semi aberta e a dificuldade de manter um ritmo denunciavam que ambos estavam quase gozando.
-x-
- E então? - Gumball perguntou enquanto vestia um short rosa, imitando as ação de se vestir do mais velho.
- Foi ótimo! - Marshall respondeu sorridente. - O melhor! Sem dúvidas!
- Não estou falando disso, - Gumball pareceu contrariado, mas manteve a calma. - Estou falando de me transformar em um vampiro.
Marshall sentou-se de pernas cruzadas na cama e insinuou para que Gumball sentasse em seu colo.
- Não se mexa muito, - Marshall disse enquanto acariciava a região do pescoço do menor. - não quero te machucar.
- Não vai me machucar.
- Sabe que depois disso eu não terei mais nenhum motivo para vir aqui, não sabe?
- Vai sim.
- Lá vem você. - Marshall afrouxou o abraço que estava dando para ouvir o que supunha serem lamúrias.
- Você vai vir me ensinar a ser vampiro, vai me contar todas as coisas que consegue e não consegue fazer, vai me ajudar com poderes e encantamentos e todas as coisas que eu preciso fazer para ser um vampiro completo.
Marshall estava quase desistindo de ouvir, sabia que Gumball falaria, novamente, de seu precioso reino.
- Assim, vou ser capaz de ser o melhor governante possível, presente para sempre na vida dos meus súditos.
Marshall tentou se mover para sair dali. Sério mesmo que Gumball estava admitindo usá-lo daquela forma? Mas não conseguiu parar de ouvir a falação do príncipe em seu colo.
- Mas vou ser o melhor não porque vou ser eterno, mas porque eu aprendi, com um vampiro, a ser alguém melhor. E quero continuar aprendendo.
Marshall pensou em gritar coisas como "e é assim que você trata alguém que só quer te ajudar? Ignorando ele por toda uma noite?", mas não o fez. Gumball era assim mesmo, intransigente, inflexível e insistente. Quando não se sabe lidar com ele. Mas Marshall sabe que, com jeito, pode-se apreciar várias outras características que não necessariamente começam com "I".
Gumball realmente tem muito a aprender com Marshall, como ser um pouco mais humilde, talvez. Marshall também sabe muitas outras palavras que podem significá-los. Não separados, como o Marshall inconsequente e o Gumball inexorável, mas como um casal que se completa e, por isso, pode experimentar momentos que ninguém mais pode.
Marshall abraçou o menor, num gesto de compreensão, companheirismo e amor incondicional. Mais uma palavra com "I" para o dicionário deles. Lembrou-se de que pedira para ser tratado como um rei doce caso ajudasse Gumball em sua pesquisa e sentiu-se genuinamente sortudo de ter ganhado tão mais do que esperava: um príncipe complicado.
Gumball apenas afirmou com a cabeça sentiu os dentes serem cravados em seu pescoço. Sentiu fraqueza, frio, um beijo, e então tudo escureceu.
♂♥♂
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.