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História Código Ômega - XII


Escrita por: Jay_Maronese

Notas do Autor


Bate o sino pequenino sino de Brasília

Já nasceu Michel Golpisto pra zoar com a Dilma

Capítulo 12 - XII


Fanfic / Fanfiction Código Ômega - XII

  Temer foi levado a uma sala do Senado, onde haviam cerca de 50 pessoas encolhidas e cabisbaixas. Os guardas jogaram-no em um canto e saíram, trancando a porta.

-Michel Temer?

Ele olhou para o lado. À sua esquerda, havia um rapaz em idade universitária, com uma barba rala e uma camiseta do Che Guevara.

-Quem é você?

-Meu nome é Pedro.

-O que estamos fazendo aqui?

-Eu e os meus colegas -disse, apontando para as outras pessoas na sala- saímos para protestar.

-Acho que o Cunha não gostou muito.

-Esse era o objetivo. Uns soldados nos agarraram e jogaram aqui. Cretinos vendidos ao governo. É claro que nem todos têm culpa, a responsabilidade é dos altos oficiais.

Vendo que Pedro estava divagando em sua ideologia, Michel o interrompeu.

-Mas por que aqui? Por que o Senado?

-Iam nos jogar na cadeia, mas não tem mais espaço.

-O quê? Como assim?

-Não ficou sabendo? Todos os presídios do país estão lotados por causa das prisões em massa do Cunha. Tem muita gente protestando e ele tentou prender todo mundo. Agora estão jogando os prisioneiros no Congresso e no STF.

-Meu Deus... há quanto tempo estão aqui?

-Três dias. Minha avó deve estar me procurando.

-Ela não sabe que...?

-É claro que não. Ela nem sabe que eu saí protestar. Deve estar achando que eu fui sequestrado. Ou que eu morri...

-Eu vou te tirar daqui.

-Como? O senhor é tão prisioneiro quanto eu.

-Vou sair daqui. Sou mais forte do que você imagina.

Pedro riu.

-Esqueça. Cunha te tapeou, assim como o senhor tapeou a Dilma. É o ciclo da vida. Aceita que dói menos.

-Vou sair daqui e tirar o Cunha do poder. Vamos ver se você continua tão engraçadinho quando estiver livre ao lado da sua avó.

-O senhor está tentando me ridicularizar ou me dar esperanças?

Temer não teve tempo de responder. Uma sargento com cara de má adentrou a sala, tomou-o pelo braço e levou-o para fora, enquanto Pedro abaixava a cabeça novamente. A mulher levou Michel ao gabinete de Cunha, fechou a porta e posicionou-se ao lado dela. Eduardo havia se levantado, e caminhava para dentro do círculo de militares em volta de Temer, feito para impedir que ele escapasse. Observando seu rival com desdém, o grande líder fez um sinal com a mão direita, e dois soldados forçaram Temer a ajoelhar-se.

-Isso, assim está melhor.

-Por que está fazendo isso, Cunha?

-Porque eu quero te humilhar. Perceba, Michel, que eu sou muito mais inteligente e astuto do que você, e sei me manter no poder. Eu nasci para desempenhar esse papel, para ser o homem mais poderoso do país! Já você, não. Você é medíocre, uma poeirinha pairando no ar, um homem que chegou ao poder pelos caprichos de um bêbado esquerdista. Como é ser tão irrisório?

-Vá tomar no cu. Você é inseguro a tal ponto que precisa me rebaixar para se sentir bem? Eu não cheguei ao poder por causa do Lula, mas sim pela minha capacidade e pelo meu carisma. Sempre consegui me virar sozinho. Já você precisou de dois ex-presidentes, do homem mais poderoso da China e das Forças Armadas para sair da cadeia.

Cunha, vermelho de raiva, desferiu um tapa contra o rosto de Temer, que não demonstrou sinais de dor.

-Traga a moça! - gritou Eduardo para a sargento na porta, que saiu.

Michel não soube o que fazer, e isso lhe deu medo. Apenas dois minutos depois, Scarlett estava a seu lado, também ajoelhada e furiosa com Cunha, que os observava como se fossem esculturas de Michelangelo.

-Uma moça tão bonita... seria uma pena se eu tivesse que machucar esse rostinho.

-Se você tocar nela eu juro que...

-Não vou tocar nela. Já você...

Cunha ergueu a mão direita, e uma fumaça vermelha começou a sair dela.

-Não é nada pessoal.

Ele inclinou o braço para trás e preparou-se para enterrá-lo no peito de Temer. Mas, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, a fumaça se dissipou. Tanto Eduardo quanto Michel observaram confusos, até que Scarlett agiu e nocauteou um soldado. Temer percebeu e resolveu ajudar. Seus olhos começaram a brilhar, e cipós começaram a sair das paredes, enrolando-se nos oficiais que formavam a roda. Temer agarrou Scarlett pela mão e disse:

-Corra!

-Mas e os outros?

-É muito arriscado, os soldados já entraram em alerta. Vamos tirá-los daqui quando for a hora.

Scarlett não discutiu; já havia feito aquilo antes, e sabia que o que Temer estava falando fazia sentido. Eles desceram as escadas desajeitadamente e correram para a rua.

-Eles vão nos encontrar! - disse Scarlett.

-Merda! O que a gente faz agora?

-Entrem! - gritou uma velha na porta de uma grande casa.

Sem pensar duas vezes, eles entraram. A casa era enorme e linda, com paredes recém-pintadas, sofás macios e estantes recheadas de livros. Temer virou-se para a velha na intenção de agradecê-la, mas emudeceu ao perceber quem ela era.

-Dona Iraci?

-Eu mesma.

-Mas a senhora não vivia na rua?

-Eu não vivo na rua, eu estava na rua. Só porque eu estava despenteada, enrolada em uma manta e sentada em um pedaço de papelão você achou que eu era sem-teto?

-Bem... sim.

-Eu só fico lá para observar o movimento. Falo com as pessoas e elas me ignoram. É como ser invisível. Seria cômico se não fosse trágico. Querem suco?

-Seria ótimo, mas precisamos saber de algo primeiro.

-O que foi?

-Cunha... quando ele foi me matar, o poder dele simplesmente sumiu.

-Como assim, sumiu? Que tipo de poder?

-Satânico.

-Tem certeza?

-Sim, eu já me envolvi com ele.

Scarlett olhou para ele, surpresa.

-É uma longa história.

- Que estranho! Satã não costuma fazer isso. A não ser que... oh, não...

-O quê? - disseram Scarlett e Michel em coro.

-Persorai...

A velha correu até uma estante e tirou um enorme calhamaço dela. Scarlett e Temer acharam melhor não perguntar nada. Iraci abriu o livro sobre a mesa de centro, e comecou a folheá-lo rapidamente. Parou em uma página bastante amarela, com um texto e um desenho de um enorme dragão prateado com olhos negros. Temer se assustou.

-Eu... eu já vi isso.

-Quando? - perguntou Dona Iraci. 

-Scarlett, lembra-se do ataque que eu tive quando chegamos à Suazilândia?

Ela acenou com a cabeça.

-Eu vi coisas. Ouvi coisas. E esse dragão... ele estava lá.

-O que mais você viu?

-Uma bandeira, raios de luz, um menino, uma pedra... não me lembro, era tudo tão confuso...

-Uma pedra? - perguntou a índia - como era?

-Amarela e brilhante.

-Ah, esse maldito! Então as lendas eram verdadeiras!

-O quê? Que lendas?

-Vou buscar o suco, vocês vão precisar.

Quando os três já estavam confortavelmente sentados e segurando copos de limonada nas mãos, Iraci começou.

-Persorai é uma entidade anciã, mais velha do que o próprio tempo. Quando Lúcifer desceu ao Inferno, Persorai foi rebaixado e obrigado a viver no Tártaro.

-O Tártaro? Da mitologia grega?

-Sim, ele existe. Cada religião que já existiu acertou algo sobre o Universo, mesmo que uma parte ínfima dele. Enfim, Persorai ficou preso por alguns milhões de anos, graças a um esforço conjunto da Entidade Máxima, Lúcifer e outros deuses menores.

-Espere, Deus colaborou com Lúcifer?

-É claro, eles eram ótimos amigos. Deus não odiava Lúcifer, é que o Inferno estava meio abandonado e ele foi morar lá por questões administrativas. Mas os dois estão sempre saindo juntos pra tomar uma cervejinha e comer batata frita em algum barzinho. Agora, posso continuar ou vocês querem interromper mais?

-Não, de maneira alguma. - disseram eles em uníssono.

-Muito bem. Resumindo, o Judaísmo e o Cristianismo liquidaram praticamente todas as religiões politeístas da Europa, fazendo com que os deuses menores fossem quase esquecidos. Por consequência, seu poder diminuiu drasticamente. Depois de um tempo, as pessoas pararam de fazer pacto com Satã, e o número de ateus, agnósticos e não-praticantes aumentou exponencialmente. Ou seja, todos estavam enfraquecidos, e não conseguiram mais conter Persorai.

-Então ele fugiu. - completou Scarlett com gravidade.

-Sim. O poder de Persorai vem de várias rochas místicas, posicionadas em lugares estratégicos do globo. Mesmo quando ele estava preso, elas funcionavam com força total, destruindo as vidas de muitas pessoas. Tenho um mapa aqui.

Iraci apanhou uma folha de papel dobrada do meio do livro e abriu-a em cima da mesa. Era um mapa-múndi, com marcas amarelas em 13 pontos.

-Aqui está. As pedras estão localizadas na Áustria, na Suazilândia, na Nova Zelândia, nos EUA, na Rússia, na Índia, no Chade, na China, na Groelândia, no México, no Chile, na Arábia Saudita e no Brasil, bem debaixo de Brasília.

-São treze porque treze é o número do demônio?

-Não, é uma coincidência. Vocês cristãos fazem teorias mirabolantes para tudo!

-Então essas pedras fornecem poder para Persorai?

-E para qualquer um que as toque. Aquele garoto que você disse que viu estava tocando na pedra?

-Parecia que pretendia tocar.

-Pobre diabo. Adultos conseguem controlar muito bem a energia amarela, mas crianças... o resultado é devastador. Viram psicopatas, doidas por sangue.

-Que horror - murmurou Scarlett.

-Mais alguma coisa que queiram saber?

-Como derrotamos Persorai?

-Querido, se fosse possível derrotar Persorai, a Entidade Máxima já teria feito isso. Ele é simplesmente forte demais. Só podemos tentar contê-lo e esperar pelo melhor.

-Então mesmo que o derrotemos teremos que viver com medo de que ele volte?

-É a vida. Ciclones podem aparecer a qualquer momento e levar sua casa pelos ares. Você pode levar um tiro a qualquer momento. Algum russo descuidado pode acabar lançando uma bomba nuclear gigante por acidente, e essa bomba queimará a atmosfera terrestre matando todos nós. Persorai é só mais uma das coisas que você terá de temer pelo resto de sua vida. Temer, entendeu?

-Meu Deus... - murmurou Temer.

-Se os soldados nos encontrarem aqui, a senhora terá problemas - disse Scarlett. - Acho que é melhor irmos.

-Como quiser, meu doce, mas minhas portas estarão sempre abertas para você e nosso golpista predileto. Mi casa es su casa.

-Muito obrigada mesmo, dona Iraci.

Saindo velozmente por uma portinha nos fundos, Temer e Scarlett combinaram de se separar, para não levantar suspeitas. Elaboraram um plano para tirar os outros do Congresso e acertaram todos os detalhes. A algumas quadras de distância da casa, apertaram-se as mãos e, sem olhar para trás, seguiram caminhos diferentes.

                                .....

Park Nam-jong coçava a cabeça com a caneta. Em suas mãos, estava um pequeno papel com três fotos de homens velhos e um quadradinho branco para assinalar ao lado de cada uma. Ele nunca havia feito aquilo antes. Depois da morte de Kim Jong-un, não havia ninguém para sucedê-lo, de modo que a ditadura dos Kim deu lugar a um governo interino atribulado, que acabaria com a eleição de um presidente para o país. Park só sabia que deveria pintar o quadrado ao lado do candidato que queria, mas nenhum deles havia feito campanha nem apresentado propostas, de modo que votar em qualquer um dos três era um tiro no escuro. A fila para votar só crescia, e já estava na hora do almoço, então ele votou no segundo candidato, colocou o papel na urna e foi para casa.

                             .....

A rocha amarela sob Brasília brilhava mais do que nunca. Enrolado em volta dela, estava Persorai, que havia diminuído de tamanho para caber na gruta subterrânea. Ele estava ali para absorver poder, recuperando-se dos vários milênios de isolamento, porém aquilo demoraria muito e não seria suficiente. O ser sentiu uma gigantesca fonte de energia se aproximando, a cerca de 6 horas da gruta.

Mas ele não tinha todo esse tempo.

Esfregando suas patas escamosas na rocha, ele fez com que um enorme raio de energia saísse dela. Depois, fechou seus olhos negros para descansar.

                           .....

Era o primeiro dia de Mônica trabalhando no CINDACTA I, em Brasília, uma divisão do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. Observando sua tela, ela viu algo com que não conseguiria lidar sozinha, e alertou sua chefe. Quando a mulher chegou, com seus sapatos de salto fino batendo no chão, quase desmaiou. Pegou um rádio e chamou a Central.

-Temos um problema.

-Que tipo de problema?

-Um objeto não identificado e potencialmente perigoso surgiu de repente na tela.

-A que distância ele está?

-Pelas minhas estimativas, ele deve cair daqui há cerca de uma hora.

-Mande-me imagens.

A chefe de Mônica obedeceu. Logo, o comandante da Central e um técnico observavam a mesma imagem que Mônica havia observado pouco tempo antes. Ambos pareciam preocupados.

-Você tem ideia do que isso possa ser, Mateus?

O técnico suspirou.

-Infelizmente, tenho.

-Como assim, infelizmente?

-Senhor, temo que estejamos lidando com uma bomba nuclear.

O comandante caiu desmaiado sobre sua mesa de trabalho. 


Notas Finais


Tchau


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