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História Codinome 027 - Dia 04


Escrita por: Welcome_truelie

Notas do Autor


Boa leitura! Sejam bem-vindos!

Capítulo 6 - Dia 04


Depois de dormir em meio aos roncos do meu estômago decido finalmente sair para caçar no meio da noite. Não vou me assustar e nem ter medo.

Quando a gente nasce para sobreviver é necessário sobreviver.

Não importa o que aconteça, no dia em que alguém realmente se importar com nós, dizer seu nome e não nos olharem com pena, não sumirem e nunca mais voltarem, no dia em que isso acontecer vou voltar a ter esperanças. Esperanças de que talvez… somente talvez haja uma saída. O Deserto nos impede de sair, por ali só encontraremos a morte. Isso só vem me preocupado cada vez mais, o que quer que seja que vive lá não nos quer bem.

A nossa única saída é a Cúpula, todos sabem disso, mas escondem esta verdade dentro de si mesmos. A maioria sente medo, medo de ser consumido por aquele mostro que vive dentro de nós, o monstro chamado pânico pode acordar há qualquer momento, ele vai sugar toda nossa vida, todos os nossos dias, tudo estará perdido, porque se ele despertar… será tarde demais.

Eu ouço as ondas vibrarem dentro de mim. Eu preciso sair daqui, salvar a todos não é minha vontade, não é algo que eu espere que aconteça. Salvar a todos nunca existiu para mim.

“Todos” é algo muito grande, eu vou é lutar por eles. Isso é melhor do que salvar, é tentar, e se um dia eu ganhar, não vou chamar isso de salvação. Vou simplesmente chamar de viver.

Todo mundo merece uma vida.

Depois de andar um longo caminho, sigo os trilhos até a entrada do globo de neve.

A Cúpula brilha.

Olho em volta esperando os robôs passarem por ali, mas algo chama minha atenção.

Não há robôs.

Há cinco metros à diante um carro blindado para. Homens uniformizados descem e procuram por algo. O uniforme preto segue pelo corpo, observo a arma brilhar conforme o homem da direita a meche em meio a luz do farol.

Me escondo atrás de uma pilha de entulhos, deito no chão observando a cena. Os binóculos mais do que nunca está sendo úteis esta noite!

São quatro homens ao todo.

Um deles olha para onde estou e por reflexo me escondo cada vez mais no monte de destroços. Tenho o pressentimento de que o que quer que ele queira tenha a ver comigo. Eles estão me esperando.

Oh puta merda!

— O que é que vocês querem ein? — sussurro, o binóculo embaça minha visão.

Se a noite não estivesse clara como agora nunca conseguiria vê-los assim.

As botas são pretas como o uniforme, mas alguns detalhes ali são diferentes. Sempre há algo diferente, e se tem algo diferente é sinal de que aquilo faz também coisas diferentes.

As botas têm pequenos riscos nas laterais, talvez se estivesse mais perto pudesse ter certeza, mas cinquenta por cento de mim me dizia que pequenas lâminas saiam delas.

As armas eram brutas, nem um pouco normais, os três usavam metralhadoras. O peixe que queriam pegar era grande. Só não sei o que isso tem a ver comigo.

Ouço um assovio vindo do carro e um garoto alto sai de dentro dele olhando para os lados, então vejo os outros três olharem para ele.

— Tem algo ali! — ele aponta para cá.

Sinto meu sangue gelar.

Respiro fundo e conto os segundos.

Até aqui, se vierem andando, dez.

Se correrem, cinco.

Um segundo a menos… agora dois…

Olho em volta esperando encontrar um esconderijo.

Há dois metros uma janela sem vidros despenca. O farol de um robô me cega, mas eu não desisto.

Corro.

Metralhadoras tem um bom alcance, mas são pesadas e menos práticas. Isso deve atrasá-los.

Robôs correm atrás de mim, o som das rodinhas invadem meu cérebro, e aquela voz mecânica volta a tona.

— Intruso! Intruso! Pare!

Ouço o barulho do que parecem ser tiros passarem por mim.

A poeira solar sobe conforme eu ando invadindo meu nariz. Respirar se torna difícil. Meu estômago ronca para ajudar.

Jogo barris de água no chão, pensando que isso irá atrasá-los um pouco aproveito e me jogo por baixo de uma tábua. Sigo em zigue-zague até a cerca logo à frente. As balas chovem atrás de mim. A droga da chuva com água verdadeira que é boa não cai! Mas chuva de balas tem sempre né!?

Subo a cerca de três metros me lembrando da área restrita que certa vez invadi. Essa é diferente e contém arame farpado nas pontas. Droga!

Fico alguns segundos olhando para o arame até que decido fazer algo dolorido: pular para o outro lado.

Forço meu corpo para cima e conto até três.

Um… Minha carne aperta o arame.

Dois… Jogo meu corpo para o outro lado e me seguro pendendo no ar pronta para o choque no chão. Sinto minha mão se enroscar nas farpas largas e pontiagudas.

Três!

Eu caio do outro lado. Com um banque surdo vejo minha visão embaçar. O robô chega diante da cerca, sua luz apontando para mim.

Não consigo me mover, minhas costelas doem.

Mas eu estou bem, não há maneiras do robô passar para o outro lado.

— Aqui! — grita alguém.

Olho com dificuldade para frente. Um militar abre a cerca, o barulho enche meus ouvidos. Eu me ferrei.

Tento me arrastar para longe. Gemo ao sentir minhas costelas quebradas. Sangue quente jorra da minha mão, o arame farpado me paga.

— Ainda tentando escapar? — sua voz rouca chega até mim.

Não o ouço e continuo me arrastando pelo chão.

— Hey… chega de tentar! Você não entende? — suas mãos me seguram no lugar— desista.

Sorrio em deboche para ele. Não consigo enxergá-lo, mas sei que ele está ali.

— Você nunca entenderá — sinto as lágrimas chegarem nos meus olhos — não há como entender…

Passos soam ao longe, eles estão perto.

— Me deixe ir! — grito — me deixe viver!

Suas mãos agarram meu rosto. Fecho meus olhos, não quero ouvir sua voz sendo gritada em reprovação.

Mas ele não diz nada.

Sinto meu corpo ser erguido, o vento dói em meu rosto.

— Chega… — ele continua andando na direção pela qual minutos atrás eu corri — vamos.

Não insisto em manter a sanidade. Não consigo me mover.

Que se dane.

As vozes soam ao longe.

— Você está bem? — alguém diz, eu sei que essa pergunta não foi para mim, foi para ele.

— Parabéns Stark!

Sinto nojo dos comentários.

— Jogue-a no porta-malas… ela…

Não consigo ouvir.

— Não. Eu a levo.

— Mas ela é uma…

— Eu sei — ele o corta — eu sei…

Uma mão gelada encosta em meus pulsos prendendo em mim algemas.

Não é a mão dele. Não é o mesmo toque.

A voz que vem a seguir, acorda aquele monstro.

Aquele bem lá do fundo. Aquele que está dentro de mim.

O pânico.

— Arabella, de acordo com o código 027 o vírus contido em você precisa ser eliminado. Pelos crimes cometidos por você, entre eles; roubo de comida, vandalismo, tentativa de homicídio de um militar, desmanche de robôs e por fugir da lei, ou seja, não estando na quarentena, eu como militar decreto sua captura para que a raça Fantasma seja eliminada.

 


Notas Finais


Obrigada por ler!
Bella foi pega!!! E AGORA?


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