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História Coexist - Capitulo 5


Escrita por: CorregioKL

Notas do Autor


Olá! Estou aqui no maior nada pra fazer em casa, então resolvi adiantar o capitulo da semana! Espero que gostem.

Capítulo 5 - Capitulo 5


Entramos no apartamento e eu tranquei a porta. Fiquei encarando a fechadura por um tempo até sentir os braços de Temari rodearem minha cintura. Ela me abraçou por trás, encostando a cabeça nas minhas costas. Eu coloquei minhas mãos em cima das dela e acariciei sua pele, sentindo o calor do corpo dela. Girei o corpo de forma que ela não me soltasse, mas eu pudesse corresponder o abraço reconfortante que ela me dava.

-Obrigado. –murmurei em seu ouvido.

Ela me beijou suavemente, apenas um leve encostar nos meus lábios.

-Disponha –respondeu, sua mão pousou em meu rosto, a palma na minha bochecha, acariciando-me com os dedos.

Eu encarei os olhos verdes dela antes de fechar os meus e apreciar aquele carinho. Não falamos nada e permanecemos abraçados por um longo tempo. Quando todo o nó que se formara em minha garganta e o aperto do meu peito desapareceram, eu suspirei.

-Vamos dormir –disse pra ela, tocando seu cabelo, sem desmanchar seu penteado –Ainda precisamos trabalhar amanhã.

Ela assentiu e me beijou novamente da mesma forma que da última vez. Me soltou e foi em direção ao banheiro. Eu entrei no quarto e troquei a yukata por uma calça e blusa escuras. Suspirei pesadamente ao olhar para minha cama, sentindo minhas costas reclamarem, mas voltei para a sala e deitei no sofá. Menos de um minuto depois, Temari saiu do banheiro e escutei seus pés descalços se aproximarem.

-Shika –ela chamou e eu sorri de canto com o apelido.

-Hum? –perguntei.

-Você não quer... –ela pausou por um momento e eu a olhei e suas bochechas estavam vermelhas, franzi o cenho –Dormir na cama?

-Hã? –perguntei franzindo o cenho.

-Eu notei que suas costas estão te incomodando –ela respondeu –E eu creio que seja por você estar dormindo nesse sofá a uma semana.

Eu a encarei, confuso.

-E você vai dormir aonde?

Ela corou mais, se possível, e desviou os olhos.

-Na cama –respondeu simplesmente.

Encarei Temari espantado.

-Eu acho que você sabe que ela é grande o suficiente pra nós dois –ela murmurou envergonhada –E não há lógica de você continuar com dor se tem um lugar mais confortável para dormir.

Eu concordei com a cabeça, um pouco espantado ainda. Ela virou as costas e tomou [G1] o caminho do quarto. Eu ainda demorei um momento para levantar e segui-la, levando o travesseiro. Temari estava parada, de costas pra mim, de pé na beira da cama. Joguei o travesseiro na cama e abracei

-Eu disse “dormir”, ouviu? –ela perguntou, soltando-se do meu abraço –Não pense besteira!

Eu sorri de canto.

-Yare, yare –resmunguei –Você que me agarra de manhã e eu que sou o pervertido...

Ela bufou.

-Só vá dormir, Shikamaru! –ela mandou.

-Você não vai deitar?

-Não vou ficar entre você e a parede!

Revirei os olhos. A cama era de casal e um pouco grande demais para o pequeno cômodo que era meu quarto. Logo, em vez de ter as duas laterais livres, uma delas era encostada na parede. Subi na cama e me arrastei, pegando meu travesseiro no caminho, deixando espaço mais que suficiente entre mim e a borda da cama. Temari apagou a luz e eu senti o colchão afundar do meu lado, mas não suficientemente perto para que eu pudesse tocá-la. Ela puxou o cobertor pra cima e eu me cobri também.

O silencio prevaleceu pelo que poderia ter sido minutos ou horas, não sei dizer.

-Temari? –chamei, na esperança dela ainda estar acordada.

-O que foi? –ela perguntou, sua voz não parecia minimamente sonolenta, mas também não soava agressiva.

-Eu.. Posso te abraçar? –perguntei um pouco receoso.

Depois do que me pareceu uma eternidade, escutei o lençol farfalhar ao meu lado e ela respondeu, se aproximando de mim:

-Pode.

Sorri para o escuro, também me movendo em sua direção. Senti suas costas encostarem no meu peito e passei meu braço por de baixo de seu pescoço, enlaçando sua cintura com o outro braço. Meu rosto se escondeu na parte de trás do pescoço dela e eu aspirei aquele cheiro quente que me lembrava o deserto. Ela estremeceu, mas não disse nada. Senti sua mão se mover e se pôr em cima da minha em sua cintura, acariciando-me com o polegar.

Não sei exatamente em qual momento dormi, mas, quando acordei, Temari ainda estava em meus braços e pequenos e fracos raios de sol entravam por uma fresta na cortina. Eu me sentia descansado e leve como a muito tempo não acontecia e o calor de Temari perto de mim fazia com que eu me sentisse estranhamente completo, como se não houvesse outro lugar para se estar.

-Já acordado? –ela murmurou de olhos fechados quando eu levantei a cabeça para olhar o relógio na escrivaninha.

-Pode voltar a dormir –murmurei de volta –Está cedo demais.

Ela concordou com um balançar de cabeça, sem abrir os olhos, e eu voltei a deitar. Fiquei encarando o nada por um tempo, o sono não vinha. Escutei Temari suspirar e a voz dela logo em seguida:

-Não vai dormir?

-Como sabe que estou acordado?

-Sua respiração fica mais lenta quando você dorme. –ela respondeu dando de ombro.

Eu sorri e a abracei mais forte contra mim.

-Não consigo dormir. –respondi sua pergunta anterior.

-Nem eu. –ela disse.

-Quer levantar?

-Não.

Ficamos em silêncio por mais algum tempo, o calor do corpo dela contra o meu, a respiração tranquila. Era tão bom estar daquele jeito ali, com ela.

-Shika? –ela quebrou o silencio.

-Hum?

-Shikaku-san... –ela hesitou depois de dizer o nome do meu pai e eu me levantei um pouco, inclinando o corpo de modo que pudesse ver seu rosto. Ela se virou para mim e continuou –Era um bom pai?

Parei um momento para pensar sobre sua pergunta e deixei um sorriso triste desenhar-se no meu rosto.

-Ele era. –respondi.

-Me fala sobre ele, se isso não te incomodar? –ela pediu.

Eu suspirei.

-Não incomoda... –comecei –Ele era um cara legal. Não existiam muitas pessoas que não gostavam dele e minha mãe diz que eu me pareço com ele, apesar de eu achar que ele era um homem e um shinobi mil vezes melhor. Ele me ensinou todos os jutsus do clã, me ensinou a como me aproximar dos cervos e cuidar deles e da floresta do nosso clã... Ele cuidava bem da minha mãe e, eu só entendo agora, como era bonito o casamento deles...-eu parei de falar. A perda do velho ainda doía.

-Você sente muito a falta dele, né? –ela perguntou, acariciando meu rosto.

Eu assenti. Ela continuou com o carinho. Traçou o contorno do meu rosto e minhas bochechas, passou os dedos pelas minhas sobrancelhas e pelo contorno do meu nariz, passou o polegar pelo meu lábio inferior e se levantou um pouco, me beijando suavemente. Eu correspondi o beijo, sem pressa, perdido no sabor dos lábios de Temari. Quando nos separamos, foi minha vez de contornar todos os contornos do rosto dela.

-Por que você quis saber do meu pai? –perguntei entre os carinhos que trocávamos, curioso.

Ela encarou o nada por um instante.

-Não sei. –respondeu, voltando a me encarar –Eu acho que quis entender um pouco do seu sentimento. Eu... Só tive medo de perder alguém quando a Akatsuki levou o Gaara e envenenou Kankuro e tive medo de perdê-los durante a guerra. Mesmo assim, meu relacionamento com meus irmãos... É difícil descrever sabe? –ela parou para pensar por um momento –Nós somos uma família de verdade a pouco tempo... Tive medo de Gaara por mais tempo na minha vida do que o tive como meu irmão... Kankuro e eu também nunca fomos próximos até Gaara nos unir... Não entendo direito esse sentimento de família. Aliás, nem eu nem meus dois irmãos. Apesar de saber que eu sofreria se algo acontecesse com qualquer um dos dois.,. –ela se calou de novo e eu não disse nada, deixando Temari externar seus sentimentos –Nossa mãe morreu quando Gaara nasceu. Eu não lembro dela, eu tinha só três anos. Ninguém nunca me falou muito dela. Kankurou era mais novo que eu quando ela morreu e se eu não me lembro, ele muito menos. Meu tio, irmão dela, era um pouco chegado na gente... Mas ele não costumava falar dela. Meu pai mandou ele matar o Gaara, e o Gaara o matou... Eu tinha nove anos.

-E seu pai? –perguntei.

-Meu pai... Bem, ele era o Kazekage e nunca foi muito mais que isso pra nenhum de nós três.

Temari suspirou. Olhando seus olhos, eu pude perceber que ela não estava triste em me contar essas coisas, mas conformada. Não sabia como estava me sentindo, pensando na história de dela e dos irmãos, na de Naruto e até mesmo na de Sasuke. Apesar de meu pai estar morto, eu tive um pai presente, um bom pai, e ainda tinha minha mãe com quem sempre pude contar. Eu abracei Temari de repente e ela se assustou um pouco. Eu queria protegê-la, queria amá-la, queria fazê-la feliz e fazer ela esquecer o que era não se sentir dessa forma.

Ela me abraçou de volta depois do susto inicial e sussurrou em meu ouvido:

-Por favor... Não tenha pena de mim. –a voz dela quebrou–Eu não suporto esse tipo de olhar.

-Eu não tenho. –sussurrei de volta. –Tenho vontade de te proteger, apesar de saber que você é forte e teimosa e jamais deixaria que eu o fizesse.

Ela soltou um riso pelo nariz.

-Talvez eu possa deixar um pouco –respondeu. –Mas só um pouco, ouviu bem? Não se acostume!

Eu ri também. Era estranho que uma mulher como ela escolhesse dividir seu fardo comigo, mas eu aceitava de bom grado, assim como eu estava disposto a dividir o meu com ela. Aprendendo a coexistir dessa forma, eu sentia cada vez mais que seria muito difícil deixar Temari ir embora no fim do Exame Chuunin.

OoOoOoOoOo

Senti algo macio encostar nos meus lábios, fazendo uma leve pressão e se afastar. Abri os olhos lentamente e Temari me olhava com um sorriso irônico.

-Yare... –exclamei –Não disse que era um bom jeito de me acordar esse?

Ela riu e bateu em mim com o travesseiro.

-Levanta –mandou –Já dormiu demais.

Eu não sei em que momento eu tinha voltado a dormir depois de nossa conversa, mas, olhando no relógio, constatei que Temari tinha razão: Estava na hora de levantar.

Nos reunimos com os representantes das outras vilas ocultas que participariam do Exame daquele ano, incluindo todas as vilas da Aliança Shinobi e mais algumas. Karui estava representando Kumo e acenou em reconhecimento para nós dois quando entramos na sala. As ruas perto do prédio do Hokage ainda tinham vestígios do festival quando saímos todos para almoçar. Chouji apareceu como que por acidente em nosso caminho, mas eu notei os olhares que ele e Karui trocaram durante todo almoço.

O sol tinha acabado de se pôr quando saímos do prédio do Hokage e Temari insistiu que queria cozinhar. Passamos no mercado próximo ao nosso local de trabalho e agora ambos levávamos uma sacola em cada mão.

-Chouji está totalmente de quatro pela mulher de Kumo. –Temari observou enquanto caminhávamos de volta para o apartamento.

Eu ri.

-Nunca vi ele se comportar dessa forma. –disse –Você percebeu como ele recusou comida no festival ontem por causa dela?

-Ino me disse que ele pediu para ela ajudá-lo com um regime. –Temari levantou uma sobrancelha pra mim.

Chegamos na porta do apartamento e eu a abri, dando espaço para ela entrar.

-Mulheres! –exclamei enquanto caminhava até a cozinha e deixava as sacolas em cima da bancada –O que vocês não fazem conosco, homens.

-Não vi nenhum tipo de mudança em você por mim. –Temari provocou colocando as sacolas dela também.

-Eu levanto cedo todos os dias que você está na vila pra te acompanhar pra lá e pra cá a quase seis anos, não ouse falar isso!

Ela riu, tirando as luvas pretas que sempre usava e colocando-as em cima da geladeira.

-Faço bem pra você então, fazendo você ser menos preguiçoso!

Eu sorri de canto, encostando no batente da porta da cozinha enquanto ela começava a tirar as coisas da sacola. Observei enquanto ela começava a fazer o arroz e cortar o peixe. Não era tão habilidosa quanto com uma kunai ou seu leque, mas não parecia alguém que não fazia ideia do que estava fazendo.

-O que tanto olha? –ela perguntou de repente olhando por cima do ombro pra mim.

-Analisando se esse jantar vai ser um desastre completo ou se vou comer numa boa... –respondi com um sorriso de canto.

Ela estreitou os olhos.

-Está insinuando que eu possa cozinhar mal? –ela perguntou.

-Só vou saber quando comer. –dei de ombro.

-Devia é deixar você sem comer!–ela revidou, voltando a olhar o que fazia.

-Tsc –resmunguei –Vou tomar um banho.

Quando eu sai do banheiro, Temari mandou eu olhar o arroz para que ela própria pudesse tomar banho. Desliguei o fogo ao mesmo tempo que ela saia do banheiro e ela terminou de preparar os acompanhamentos.

Arrumei os pratos na mesa de centro da sala e nos sentamos novamente no chão para comer.

Provei do arroz, do peixe e do bolinho de massa amarelada que eu não fazia ideia do que era, que eu descobri após morder que tinha carne bovina dentro, enquanto ela apenas me olhava com uma expressão sarcástica.

-Você vai ficar se achando o resto da noite se eu elogiar sua comida, não é? –resmunguei. –Me desculpe, mas você não tem cara de quem cozinha. –disse irônico.

Ela riu.

-Vou deixar essa passar, Nara. –ela disse, começando a comer também.

O tempero da comida da Temari era bem diferente do da minha mãe e me lembrava vagamente da comida que eu comera em um restaurante de Suna enquanto estava por lá em missão, o que reforçou a conclusão óbvia que a culinária das duas vilas tinham suas diferenças.

Mas lembrar da comida da minha mãe fez eu lembrar de outra coisa.

-Minha mãe perguntou se estamos namorando. –eu disse e ela parou com o hashi a meio caminho da boca.

-O que? –perguntou, voltando o hashi para o prato –Ela perguntou?

-Sim.

-E você respondeu o que?

-Obviamente que sim, né? –eu bufei –Pra que eu ia mentir para minha mãe?

Temari pareceu refletir por um momento.

-Bem –começou, mordeu o lábio inferior. Eu achei graça. Temari insegura era algo que se via pouco –O que ela disse?

-Ela ficou feliz, Temari. –eu respondi. –Minha mãe gosta de você.

Temari pareceu um pouco aliviada com aquilo e voltou a comer. Eu sei que ela gostava de minha mãe tanto quanto minha mãe gostava dela. As duas tinham o gênio parecido, o que podia ser um desastre completo, mas não era. Quer dizer, era pra mim, quando as duas resolviam se juntar para pegar no meu pé. Mas era muito melhor elas me importunarem do que não se darem bem.

-Você sabe o que eu senti falta aqui na sua casa? –ela perguntou enquanto estávamos terminando de comer.

-Uma mesa? –chutei, levando em consideração a reclamação do dia anterior.

-Também, e você podia ter uma. –ela respondeu e eu revirei os olhos –Mas não era isso.

-O que então?

-Shogi –ela respondeu dando de ombro.

-Ah! –exclamei –Sim, não tenho um tabuleiro aqui. Deixei o meu na casa da minha mãe. Eu não tenho um parceiro para jogar desde... Bem, que meu pai morreu...

Ela assentiu, reunindo os pratos e levando-os para a cozinha. Levantei-me, pegando o que ainda ficou na mesa. Coloquei-os na pia e comecei a lavar a louça.

Foi a vez dela se encostar no batente da porta.

-Você é menos machista do que tenta parecer –ela riu.

-Tsc –resmunguei, mas sorri, sem que ela visse.

Ela se aproximou de mim e pegou um pano de prato, enxugando a louça que eu lavava.

-Eu sei jogar. –ela disse de repente enquanto terminava de guardar a louça no armário.

-Hum? –perguntei quanto puxava o pano de prato de sua mão e secava as minhas.

-Eu sei jogar shogi –ela explicou –Se você quiser pegar o tabuleiro e trazer pra cá, a gente joga na folga que teremos depois da segunda fase do Exame.

Eu sorri pra ela. Ela ainda não tinha falado nada sobre ficar por aqui o mês entre a segunda e terceira fase do Exame Chuunin, como ela fizera da outra vez, e eu tinha ficado um pouco receoso que ela não ficasse.

-Tudo bem. –respondi por fim, ela sorriu de volta.

Terminamos de arrumar a cozinha juntos e Temari foi para o quarto. Parei na porta, sem saber se era bem-vindo ali ou se devia voltar para o sofá. Temari estava parada ao lado da cama e perguntou assim que me viu:

-Estou cansada, vamos dormir?

-Uhum. –respondi ainda parado na porta.

-Então vai logo Shikmaru, já disse que não vou dormir entre você e a parede.

Eu revirei os olhos para sua delicadeza e passei por ela, me deitei na cama de barriga pra cima. Temari apagou a luz e logo senti o colchão afundar do meu lado. Sua mão tocou meu braço e ela se aproximou mais, deitando a cabeça no meu peito.

Sorri, mesmo sabendo que ela não podia ver. Abracei-a e ficamos em silêncio, ouvindo apenas a respiração um do outro, que aos poucos adquiriam o mesmo ritmo.


Notas Finais


A Lily Caetano praticamente adivinhou que eles iriam dormir juntos <3 uahuahuaha'

Espero que vocês tenham gostado do capitulo! Por favor, deixem comentarios!

E pra quem não viu: No aniversario do Shika (22 de setembro) eu postei uma one dos dois chamanda "Estrategia', leiam e comente por favor!


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