História A garota do calendário - CAMREN - Capitulo 4

Lauren Michelle Jauregui Morgado. Fiquei olhando o papel e me perguntando por que alguém como ela precisaria de uma acompanhante. Eu poderia apostar que ela era uma garota rica e pretensiosa cuja mãe não queria constrangimentos por vê-la desfilar em eventos elegantes com vagabundas de Hollywood. Pelo menos na minha cabeça esse era o unico motivo que alguém tão devastadoramente bonita precisasse contratar uma acompanhante. 

Folheando as páginas encontrei a lista de regras que a sra. Milan havia me entregado na noite anterior.

1. Esteja sempre com a melhor aparência possivel. Nunca a deixe que o cliente a veja desarrumada, você deve estar sempre maquiada, com o cabelo arrumado, unhas feitas e roupas perfeitamente passadas.

2. Sorria constantemente. Nunca pareça estar brava, triste ou emocionalmente instável. 

Sem emoção. Essa eu já tinha sacado. Eu refletira muito sobre isso após ter falado com Millie e concordado com o trabalho.

3. Não fale, amenos que falem com você. Você vai estar lá para ser bonita e encantadora quando for requisitada. Discuta com o cliente as necessidades dele antes de qualquer evento social ou profissional, para que vocês estejam de acordo a respeito de sua posição.

Quantos anos temos? Cinco? Seja uma Barbie. Entendi. Isso é fácil.

4. Esteja disponível o tempo todo. Se o cliente quiser apenas ficar em casa, fique com ele. Seja respeitosa, mostre boas maneiras e se mantenha atenta às orientações do cliente. Se ele desejar companhia, oferecer um afago é aceitável. Sexo não é obrigatório.

Ela esperava que eu oferecesse um afago ao cliente quando ele quisesse transar? Ri alto. Seria uma transição interessante. “Ei, cara, quer um afago?” Um riso abafado deixou meus lábios enquanto eu continuava a ler.

5. Sexo com o cliente não está incluído no contrato. Se você optar por oferecer companhia sexual, será uma escolha sua, e não responsabilidade da Exquisite Acompanhantes de Luxo. Exigimos, no entanto, que todas as nossas acompanhantes façam uso de algum método anticoncepcional que possa ser comprovado. Exames de sangue poderão ser solicitados.

Aonde ela queria chegar com essa merda? Fala sério. Quem iria querer engravidar de um homem que acabou de conhecer e por quem não está apaixonada? Ah, sim, homens ricos, mulheres burras. A receita certa para o desastre. Bem, eu não era uma dessas mulheres. Uma vez que meu pai estivesse seguro e a dívida paga, minha vida voltaria ao normal. Seja lá o que isso significasse.

Olhei pra o relógio e percebi que estava na hora de ir. Usando meu jeans preto mais sexy e um top de malha preto e justo, vesti minha jaqueta de couro preta e botas de camurça de cano longo. Eu sabia que Millie me mataria se me visse com essa roupa mais eu precisava do elemento surpresa para conhecer a tal Lauren jauregui antes de concordar de bom grado em ser sua acompanhante pelas proximas quatro semanas.

Finalmente a mensagem de texto chegou. Veio de um número desconhecido.

"Ansiosa para connhecê-la. Praia El Matador. Encontre a escada de concreto que leva até a praia. Vejo você em breve."

Intrigante. Ela estava querendo me encontrar na praia as oito da manhã? Rapidamente peguei meu iphone e pedi orientação, percebendo que já eram sete horas. A voz automatizada me indicou a praia e mostrou que ficava pouco mais de nove quilômetros a noroeste de Maliu. Devia ser perto da casa dela por que levava uma hora inteira de moto da minha, no centro da cidade, até a praia.

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Cascalhos se soltaram e pedras pularam pelo chão quando suzi derrapou até parar antes de bater na viga de metal que terminava pouco antes de um penhasco rochoso. A escada de concreto. - que eu estava procurando ao longo da praia - era claramente visível desta aréa de estacionamento. Esta parte da praia era pequena e parecia isolada. Apenas um carro estava estacionado na manhã fria de segunda feira. Provavelmente por que pessoas normais estariam trabalhando às oito da manhã de um dia ultil. A vista era incrivel, a praia de tirar o fôlego, as ondas azuis batiam contra a areia em nuvens brancas quando quebravam.

Uma figura solitária surfava. Acompanhei com os olhos a pessoa pegar todas as ondas como um surfista profissional. Observei atentamente o local mais não vi ninguém mais. Não havia outros carros além de um jipe e minha moto. Será que ela ainda não havia chegado?

A pessoa  saiu da água e soltou a cordinha que conectava a prancha ao seu tornozelo. Eu não podia ver suas feições daquela distância. Como se tivesse em camera lenta á surfista olhou em minha direção. Em completo e absoluto fascínio, vi seu corpo se mover na paisagem. A surfista era uma delicia. Dava um novo significado para a expressão "colirio para os olhos." ela continuou a se aproximar. O calor tomou meu corpo quando ela chegou a escada. Respirei fundo quando a mulher que eu estava esperando parou no topo da escada e me encarou. Seu olhar era... Intenso. Lascivo. Grandes gotas de água pingavam de seus cabelos sobre os ombros. Ela deslizou os olhos das minhas botas até as coxas, depois para o meu peito, até finalmente encontrar o meu olhar.

- Que prazer inesperado. - Ela sorriu.

- Sim, inesperado. - Lambi os lábios que tinham ficado secos derrepente e mordi o inferior. 

- Você é a Camila Cabello? - Ela me perguntou quando desci da moto e andei a passos largos. 

- Sou eu, e você é a Lauren Jauregui? - Ela riu e se apoiou na lateral do jipe, me oferecendo uma visão ainda melhor de seu belo corpo. Caramba, ela era linda. Seus olhos verdes ficaram escuros ao encontrarem os meus.

- Minhas amigas me chamam de Laur. - Disse casualmente.

- E eu sou sua amiga? - Perguntei timida.

- Espero que sim, srta. Cabello. - Ela piscou e deu a volta no jipe. - Está pronta pra ir? 

- O dinheiro é seu, você diz onde e quando. - Falei

Lauren lambeu os lábios e me encarou novamente, sorriu e balançou a cabeça.

- Eu ia te oferecer uma carona, mais parece que você já tem como ir.

- Tenho sim. Eu sigo você.

No momento em que chegamos a sua casa em malibu, minha libido já estava novamente sob controle, embora eu achasse que não demoraria muito pra voltar à tona. Os portões se abriram e eu a segui por um pequeno caminho até parar em frente a uma casa toda de pedras gigantes entremeadas com madeira. Uma vegetação exuberante a cercava por todos os lados, parecia um jardim secreto.

Tirei o capacete e peguei a mochila enquanto a acompanhava, subindo os degraus de pedra. A porta não estava trancada quando ela abriu. Acho que quando se vive em Malibu e se tem grandes portões com cercas ao redor da propiedade, não há muita preocupação com a segurança. Talvez tivesse vigias em algum lugar.

La dentro havia uma grande variedade de livros e DVDs. Tapeçarias em tons vibrantes enchiam as paredes. Plantas e obras de arte estavam por toda a parte. Não era o que eu esperava de uma mulher na casa dos vinte e tantos anos. Fiz uma anotação mental para descobrir a sua idade em algum momento, assim como o que ela fazia. É preciso ser muito inteligente ou financeiramente independente para ter aquelas coisas.

- Esse lugar é incrivel. - Eu falei enquanto saía pelas portas francesas que davam para a varanda de madeira com grade de ferro fundido.

Lauren sorriu e pegou minha mão. A dela era quente, macia e confortavel.

- Venha aqui, vou te mostrar o que mais me atraiu nesse lugar.

Ela me puxou pra segui-la ao redor da varanda até o lado oposto da enorme casa. O que vi roubou meu fôlego quando finalmente chegamos ao outro lado da varanda.

- Ah meu Deus. - Sussurrei em completa reverência. Sua mão apertou a minha, fazendo um raio de eletricidade formigar na parte detrás do meu pescoço. Eu estava diante de uma vista panoramica do oceano pacífico, que se estendia por metade da casa.

Lauren se inclinou na minha direção e sussurrou no meu ouvido, apontando para uma faixa de areia aninhada contra um terreno rochoso.

- Aquela é a praia de El Matador. - Ela disse perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração beijar meu rosto. Eu quase quase podia ver as ondas em que ela estava surfando.

- É... - Fiquei sem palavras.

- Incrivel eu sei. 

Ela completou, mais não de forma presunçosa. Ela realmente parecia admirar a vista. O que me surpreendeu, afinal, ela vivia ali, via aquilo todos os dias e ainda assim se sentia arrebatada pela dádiva diante de si. Percebi então que talvez eu tivesse sido precipitada ao pensar que ela era uma riquinha desocupada e metida. Seus olhos refletiam algo mais maduro que ia além da idade. Ela segurou minha mão e me puxou pra dentro da casa.

 - Vou mostrar o seu quarto.

Lauren me levou a um conjunto de portas duplas. Finalmente soltou minha mãe e abriu as duas portas ao mesmo tempo.

- Este será seu espaço pelos proximos vinte e quatro dias. - Ela sorriu quando entrei.

O quarto era completamente branco. Móveis, roupas de cama, até mesmo a decoração era feita com tons de branco. Sem perceber, fiz careta.

- Não gostou? - Ela se mudou e abriu mais um conjunto de portas dublas, revelando uma tonelada de roupas, tudo extremamente colorido, com uma variedade de texturas e tecidos. Agora sim, eu poderia morar dentro do closet.

- É lindo, obrigada. Então, por que você não me conta o motivo de eu estar aqui? - Perguntei ao sair do closet e me sentar na cama.

Ela respirou fundo e se sentou.

- Minha mãe. - Disse como se isso explicasse todos os segredos do universo. Ergui uma sobrancelha e ela balançou a cabeça. - Tem alguns eventos profissionais e pessoais, dos quais eu preciso participar nas proximas semanas. Ter uma mulher ao meu lado vai ajudar a afastar as socialites e interesseiras que muitas vezes disputam a minha atenção, impedindo que eu interaja com as pessoas que eu preciso. 

- Então você precisa de um escudo contra piriguetes?  

Eu ri, cruzei as pernas, tirei a bota de cano alto, estiquei a outra perna e repeti o processo. Lauren assentiu e observou com muita atenção enquanto eu remexia os pés doloridos dentro da meia. Olhei pra baixo e percebi por que ela estava com a mão sobre a boca, numa tentativa de conter o riso.

Eu estava usando meias com motivos natalinos. As meias listradas, vermelhas e verdes, compridas até os joelhos, me encararam provando que eu tinha cometido um suicidio fashion.

Mordi o lábio e arrisquei olhar pra Lauren, mas ela apenas continuou sorrindo.

Revirando os olhos bufei.

- Eu me arrumei no escuro.

- Obviamente. - Ela riu. - Achei fofo.

- Fofo? Que péssimo. Você acha que sou fofa? Bom. Agora não tem devolução, vou ficar aqui durante vinte e quatro dias. Nada de trocas. - Levantei e coloquei as mãos nos quadris.

Ela se recostou e cruzou os pés descalços. Não era justo, até os pés dela eram sexy.

- Relaxa Camila, eu disse que suas meias são fofas, não você. Você é provalvelmente uma das mulheres mais lindas que já tive o prazer de conhecer. Mal posso esperar pra te ver nua. - Seus lábios se contrairam em um sorriso e seus olhos arderam.

Respirei lentamente e a encarei, nossos olhares se encontraram e pareceu que muitos minutos haviam passado enquanto nos observavamos.

- Hum, bem fico feliz em saber que você me acha bonita o suficiente pra estar aqui, fui contratada por um mês e... Espere... - De repente a ficha caiu. - Desculpe, mal pode esperar pra me ver nua? - As palavras sairam da minha boca num turbilhão. - Isso não está no contrato...

- Ah, eu sei muito bem o que está no contrato. - Lauren disse se aproximando de mim, deslizando a mão ao redor de minha cintura e me puxando contra seu corpo.

Engoli em seco quando o volume duro de sua ereção pressionou minha barriga. Ela estudou meu rosto e se inclinou para mais perto.

- Se você ficar nua, não vai ser por que estou pagando por isso.

Os lábios de lauren tocaram a pela atrás da minha orelha onde ela deu um beijo suave. Fiquei completamente imovel sentindo o prazer subindo por meus membros, os nervos focados à espera de seu proximo toque.

- Você vai tirar a roupa pra mim quando estiver pronta pra isso. Não vou nem precisar pedir. - Ela sussurrou antes de dar um beijinho no canto da minha boca. E então se afastou, os olhos verdes irradiando luxúria. - Tenho trabalho a fazer no meu escritorio, fique a vontade. Preciso que você fique pronta as cinco em ponto. Temos um jantar de negócios. 

Se virou e partiu.

- Droga - Falei zonza depois de prender a respiração por tanto tempo. - Vou ter problemas.