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História Coisas Banais da Vida (EM CORREÇÃO) - 1. A Garota de Lugar Nenhum


Escrita por: Scycult

Notas do Autor


Oii! Bom dia, Boa tarde, Boa noite!

Vamos explicar:

1. Os primeiros capitulos da fanfic serão nesse estilo, conhecendo os personagens. Por isso, quem irar narrar a historia será eles, PORÉM, após as apresentações acabarem, eu serei a narradora.
2. Sempre tentarei focar cada capitulo aos olhos de um personagem, porem a narradora ainda será eu. Ok?
3. Apenas apresentarei as meninas, ainda estou pensando sobre isso.
4. Boa leitura, anjos.

Capítulo 1 - 1. A Garota de Lugar Nenhum


Fanfic / Fanfiction Coisas Banais da Vida (EM CORREÇÃO) - 1. A Garota de Lugar Nenhum

 

Hinata Hyuga

A Garota de Lugar Nenhum

“O ego vai te levar longe
E vai te deixar lá, sozinho
- Rodrigo Domit

 

Virei-me de imediato ao ouvir sua voz fria e severa soar em meu ouvido. Era engraçado como o mesmo conseguia tirar-me do sério e, ao mesmo tempo, deixar-me na defensiva com uma simples palavra soada de seus lábios. Isso me entristecia como me enfurecia. Eu era sua filha, sabia de minhas obrigações, no entanto, era como se o mesmo jogasse a todo o instante mais e mais tarefas para cima de mim, onde carregaria em meus ombros.

Encarei seus olhos tentando manter a postura. Não queria que o mesmo me visse fraquejar, não mais. Ele também me encarava, com seu rosto fechado e feições frias de sempre. Ao seu lado, Kazuo e Hiroshi, dois de seus empregados, observavam a cena calados.

A única coisa que Kazuo tinha de pacifico, era o significado de seu nome. Nunca, em todos os meus anos de vida, havia conhecido alguém tão hostil. Poderia dizer que, era o ser menos pacifico que já conheci, no entanto, conheço um pior. Ele era terrível, vivia na cozinha comendo e importunando os outros empregados ao invés de fazer seu trabalho, para o que foi contratado. Ele era nojento, e não falo isso pelo o infeliz parecer “amar” mastigar a comida com a boca aberta. Já havia perdido as contas das vezes que ele já assediou algumas das funcionárias.

Já Hiroshi, não sabia o significado das palavras “generoso” e “tolerante”. Ao contrário de Kazuo, Hiroshi fazia muito bem seu trabalho, não medindo esforços. Mas, assim como o colega de equipe, também gostava de assediar alguns dos empregados, não só os empregados como eu. Ele também era um nojento. Já havia feito diversas reclamações para meu pai, pedindo para que demitisse o sujeito, no entanto meu pedido nunca foi escutado. Eu o odiava de todo o meu coração, era humilhante ser tratada daquela forma.

Meu pai continuava a olhar de uma forma fria e desaprovadora. Seus cabelos negros, quase grisalhos, eram levemente balançados pelo vento, deixando-me de uma forma, consideravelmente, amedrontada. Suas mãos se apoiavam em uma bengala de madeira que ficavam a frente e meio de seu tronco. Suas vestes eram soltas, com uma montagem de mangas compridas, haori marrom. 

Meu olhar desceu para o chão em direção de meus pés ao tentar continuar encarara-lo. Por mais que tentasse, nunca conseguiria força o suficiente para peita-lo e ele sabia disso.

Achava engraçado como podíamos ser tão diferentes mesmo possuindo o mesmo sangue. Acho que se fosse para achar alguma semelhança entre nós, os olhos seriam os únicos resultados. Bom, era algo de família, não havia um Hyuga que não possuísse os famosos “olhos de prata”. Por mais que muitos achassem algo “perfeito”, eu os achava estranhos. Não conseguia entender como podia existir uma tal cor na íris do globo ocular, arrepiava só de lembrar da cor dos mesmos. Mal tinha pupila, era minúscula comparada aos de outras pessoas fora de minha família.

Subi meu olhar novamente; cruzei meus braços um pouco acima do Cóccix, aproveitando para consertar uma parte de minha saia que estava dobrada na cintura, juntamente ao cinto.

Seu olhar continuava o mesmo, frio e severo. Assim como o olhar, ambas as mãos continuavam apoiadas na bengala de madeira, já velha.

Por ser maior que eu, uns vinte e nove centímetros, seu olhar de desaprovação parecia ter aumentado consideravelmente – por me olhar de cima.

- Eu não entendo. – Sua voz era grossa, mas baixa. Ele caminhou uns três passos para perto de mim, antes de voltar a falar. Kazuo já vinha em sua direção, com um sorriso debochado enquanto encarava-me, mas fora parado por um sinal de meu pai, que estendeu a mão para frente, mandando-o permanecer em seu lugar. – Você me desapontou. – Virou o tronco de seu corpo completamente para mim, a minha frente. A mão estendida para Kazuo voltou a se apoiar na bengala, que o mesmo não precisava usar. – O que os outros pensariam se descobrissem que minha filha tentou fugir de casa?

- Pensariam sobre os motivos de ela ter tentado fazer isso.

Meu corpo tremeu ao ouvir o impacto da bengala ao chão. Meu pai rosnou furioso pelo meu comentário, mas a sua maior preocupação foi ver que uma pequena parte da bengala havia quebrado, por conta do impacto. Era velha, a tinha dês de antes de meu nascimento, e poucas foram as vezes que o vi sem ela. Encarou-me novamente, como se fosse “cuspir fogo” a qualquer momento; esticou o braço entregando a bengala para Hiroshi, que a agarrou no mesmo instante, segurando-a em modo horizontal como se fosse algum tesouro, uma joia rara. Rolei os olhos por conta da situação. Era a primeira vez que havia tentado fugir de casa (Algo que já estava com vontade a muito tempo).

Nós, Hyugas, somos uma das famílias mais ricas do país, da alta classe social. Sempre fomos considerados os melhores no meio que atuamos, sem ninguém para ficar atrás ou na frente. Isso é ruim, de um jeito inexplicável. Para uma pessoa de fora, que nunca teve ou sabe como é ter tudo isso, é algo bom. Você tem milhões, posses, reconhecimento (nacional e internacional), poder; você é o melhor, está no topo. O seu ego aumenta cada vez, fazendo de tudo para não perder o seu lugar. Ele toma conta de você para satisfazer seu desejo (Que é sempre ser o primeiro, não se importando com os outros a sua volta, sacrificando tudo). A minha família é assim. Poderia dizer que somos um enorme ninho de cobras, onde ninguém se importa com ninguém.

Vou explicar melhor.

Imagine uma colmeia, com a abelha rainha, operários e etc... Minha família é a colmeia, dividida em duas partes: Principal e secundaria. Os operários são os pertencentes da família secundaria; meu pai seria a “abelha rainha” e eu a sucessora de seu trono.

O melhor jeito de definir a família principal e secundaria seria: A abelha rainha tem um filhote, ele se torna, automaticamente, membro da família principal, do alto calão. Mas... e a família secundaria? Como se dá? Ela vem dos próximos filhotes que a abelha tiver, ela já tem seu herdeiro e, portanto, não precisa de mais ninguém para competir pelo trono.  

Sim, os Hyugas agem como uma hierarquia. Estressante, não? Mas é como eu falei. Dês que esteja no topo, o ego não se importará.

Eu já havia pensado em fugir de casa diversas vezes, dês de meus treze anos. Era horrível ter que viver em um lugar onde para tudo havia uma regra, dês das escolhas de suas roupas.

Meu pai, que fitava a bengala com uma enorme preocupação, virou o rosto em minha direção, lançando-me um olhar de raiva, insatisfação. Ele parecia frustrado. Havia deixado bem claro seu “amor” pela velha bengala de madeira, que não tinha valor algum. Isso era interessante. Papai apenas mostrava interesses em coisas de valores.

- Sei que o senhor está nervoso, mas peço para que não comecemos uma discussão, não há essa hora da manhã. Minha irmã...

- Se você se preocupasse com sua irmã, nunca teria tentado fazer o que fez! – Cuspiu as palavras em meu rosto, não se importando com o tom e volume que havia usado em sua fala. Era cedo, umas três horas, muitos dormiam há essa hora, inclusive minha irmã mais nova, juntamente a meu primo (Que havia chegado esses dias em minha casa).

Neji é meu primo, filho do irmão gêmeo de meu pai, porem, por conta de como fomos criados, eu sempre o considerei como um irmão. Ele realmente é como um irmão para mim, sempre me cuidando e, até mesmo, me encobrindo. Ele sempre esteve presente em minha vida, dês que eu me lembro, participando mais de momentos importantes que meu pai. Contudo, Neji sempre foi muito sério, estando sempre tentado seguir o caminho certo (O que era muito difícil, já que sempre me mentia em problemas e o mesmo acabava indo junto a mim). Já Hanabi, poderia ser descrita como o meu completo oposto, assim como Neji. Puxara a aparência de meu pai, porém, não muito de sua personalidade. Hanabi sempre fora falante e extrovertida, algumas vezes até parecia não ter filtro (Bastante inconveniente), mas, ainda sim, conseguia ser bastante e educada e séria, quando a convinha.

Eu tinha raiva de meu pai, isso nunca foi uma novidade. Mamãe fora embora por causa de si, que começou a namorar uma semana depois o ocorrido. A separação de ambos foi o obvio, com até mesmo uma capa estampada nas revistas (Existindo várias críticas). O        culpado foi meu pai, mas quem saiu como havia sido minha mãe.

Suspirei ao me ver derrotada. Teria de subir e encarar o que me esperava em minha própria casa (Nunca me sentir tão péssima ao lembrar-me do grito fino de Fuka, que possuía uma voz rouca). 

Fui segurada pelo braço por Hiroshi, que entregou a bengala para Kazuo, quase a deixando cair por conta do mesmo. Kazuo era desastrado o bastante para pôr fogo na casa tentando fritar um ovo (Eu realmente não sei como isso seria possível). Hiroshi me arrastava como se fosse uma delinquente, que se desapertasse o meu braço por um segundo eu fugiria. Se tratada de tal modo era horrível. Eu meio que era sua “chefe”, nada mais justo que me respeitassem. Meu pai ia a frente com Kazuo, segurando a bengala, a seu lado. Hiroshi parecia tentar sentir o cheiro de meu cabelo enquanto me arrastava, por diversas vezes enfiar a narina no meio de meus fios. Na sala, haviam algumas malas na cor vermelho e roxo. Ela havia chegado, não muito tempo. Fuka provavelmente já dormia, então seria impossível que a acordássemos e tinha certeza que ninguém presente naquele cômodo gostaria de fazer isso.

Fuka era um ser ruivo e, infelizmente, minha madrasta. Quando digo madrasta, não me refiro a aquelas mulheres, que mais parecem estrelas de Hollywood, que estão sempre pagando a boazinha e carinha de anjo que ninguém desconfia. Ela não era um “padrão”, possuía um corpo normal, não com muitas curvas e seios tão “wooo”. Era bela, isso ninguém poderia negar, tanto no corpo e em rosto. Estava entre os 36/37 anos e, poderia dizer que, ainda não havia aprendido com as dores na vida. Parecia minha irmã, nunca aceitando ouvir um não na vida.

- Solte-a, Hattori. – Meu pai virou-se em nossa direção assim que chegamos a sala. Sua bengala continuava nas mãos de Kazuo, que parecia admirar a mesma e, provavelmente, procurar alguma forma de vendê-la. Hiroshi soltou-me de imediato, ao ouvir a voz de meu pai, seu chefe. Aquilo fora um alivio, já que não aguentava mais ser cheirada por Hiroshi. Nunca me senti tão livre como me senti quando suas mãos desgrudaram de meu braço - que já estava vermelho por conta da força aplicada por Hiroshi. – Espero, ou melhor, tenho certeza que isso não acontecerá de novo. – Antes que pudesse responder seu comentário, o mesmo subiu as escadas seguindo para seu escritório, junto a Kazuo e Hiroshi, esse que me lançou um olhar pervertido antes de sair de minha visão.

Frustrada, joguei-me no sofá com tudo, me controlando para não gritar a qualquer momento. Era impossível ter uma conversa com meu pai sem que o mesmo deixasse de ser autoritário. Eu odiava isso. Meu olhar parou nas cinco malas jogadas perto de uma das poltronas existentes no cômodo. Sabia reconhecer a dona das malas só de olhar a cor das mesmas, além do pequeno chaveirinho de anime pendurado em uma das. Ela estava em minha casa, depois de meses. Não tinha cabeça para encara-la. Nosso último encontro havia sido frustrante de mais para encara-la tão cedo.

Levantei-me do sofá. Iria em direção a meu quarto, me banhar e mudar minha roupa, não queria que ela me visse novamente, muito menos que meu pai aparecesse e brigasse por eu ainda estar aqui em baixo. Provavelmente ela já deveria saber da minha tentativa de fuga, por sua mãe ou por Kazuo (Kazuo sempre fora fofoqueiro). Ela sempre soube de minhas dores, aconselhava-me e, até mesmo, me encobria, mas eu a tratei mal e acabei perdendo sua amizade.

 Quando ela voltou, parecia ter ficado mais séria e poucas eram as palavras que me dirigia. Ela nunca me tratou mal, mas nunca voltou a me tratar como antes. Eu não a culpo, se eu estivesse em seu lugar faria o mesmo. Ela não merecia aquilo. Eu era só uma criança, imatura por sinal.

Quando cheguei em meu quarto, me deparei com Hanabi dormindo em minha cama. Era uma mania sua. Começou a dormir comigo assim que nossos pais se separaram, ficou mais frequente quando papai trouxe Fuka para nossa casa. No começo, Fuka passava apenas alguns dias e finais de semana em nosso lar, mas aos poucos o tempo que ela passava em nossa casa começou a ficar maior e, quando notamos, já morava conosco. Com o tempo, Hanabi se acostumou e voltou a dormir em seu quarto, mas, ainda sim, dormia algumas vezes no meu (Quando sentia-se sozinha ou com medo). Eu não podia tomar banho no banheiro de meu quarto, a acordaria. Minha única opção seria o banheiro da casa e, por sorte, ninguém deveria estar o usando a essa hora. Tomei o máximo de cuidado possível ao sair do quarto, para não acordar Hanabi, que possuía o sono leve.

Suspirei ao ver o corredor vazio. Era uma noite fria e eu usava uma simples regata. Nunca fui de prevenir-me, talvez esse sempre fora o motivo de ficar gripada facilmente. Estiquei minha mão a maçaneta ao ficar de frente a porta do banheiro, porem minha atenção foi para ao quarto ao lado, que teve a porta brutalmente aberta, sem nenhum pingo de delicadeza. Quem saiu de lá encarou-me com seu olhar desanimado de sempre. Ela dizia ser genético, sempre me fazendo apelida-la com diversos nomes. Era o ser ruivo com os olhos violetas mais claros que já vi em toda minha vida, a minha meia-irmã.

 


Notas Finais


view em twice, PAZ


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