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História Coisas de Híbridos - Noite de Luar


Escrita por: Sanechan

Capítulo 3 - Noite de Luar


Fanfic / Fanfiction Coisas de Híbridos - Noite de Luar

Suga estava deitado em sua almofada. Havia parado de judiar de Taehyung, mas então, num belo dia, ele apareceu com um gato.

- Olha Suga, trouxe um amigo para que não fique sozinho.

Suga, que estava deitado num dos degraus da escada, pois se negava deitar em seu lugar favorito perto da janela, encarou o infeliz.

“Não acredito... Pelo visto terei que voltar a judiar de você até aprender que sou individualista”.

“Olá!” – o gato de cor cinza se aproximou curioso em conhecer a casa.

Não respondeu, mas foi ele chegar perto que lhe deu uns tabefes e quase lhe arrancou o couro.

- Suga! É amigo, não podem brigar! – Tae o repreendeu.

Suga estreitou os olhos pulando sobre a estante.

“É mesmo?” – bateu a pata na primeira coisa que estava ao alcance.

- Não Suga! – Tae tentou tirá-lo dali, mas Suga saltou dessa vez sobre a mesinha de centro da sala, estapeando o vaso de flores e o jogando no chão.

“Não quero outro animal na minha casa!” – estava revoltado.

Odiava conviver com outros animais, mesmo os próprios gatos.

Jungkook aconselhou a Tae deixar o outro gato por ali, pois com o tempo iriam se acostumar, mas Suga fez tanto terror ao pobre felino comum, que teve que levá-lo embora, pois chegou num ponto que ele não podia sair do canto da cozinha com medo de ser espancado.

Quanto a Taehyung, quando o teve de joelhos, cansado e implorando, foi que resolver parar de maltratá-lo e destruir a casa.

Agora, por enquanto, haviam feito as pazes. Só esperava que ele não aparecesse com outro animal qualquer.

- Suga...

Caminhou até a janela saltando no parapeito para ver o que aquele gato queria.

Kai estava no telhado da casa do vizinho.

- É verdade que um cachorro te mordeu? Estão falando pela vizinhança que você sumiu de vez porque foi comido.

Suga quase se arrepiou ao se lembrar da forma que quase havia sido comido. Seus bigodes tremeram um pouco.

- Está vendo algum machucado por acaso? – como odiava essas fofocas.

- Que seja – fez pouco caso – O que eu queria era avisá-lo que tem um gato forasteiro perguntando de você...

Suga estreitou os olhos. – Sabe o nome?

- Não, nem cheguei a vê-lo. Foram uns miados por aí que me contaram – Kai sorriu um pouco – Seria alguém de seu passado sombrio?

- Claro... Os que estão com raiva de mim, por passar o dia dormindo... – debochou, mas no fundo estava um pouco preocupado.

- Kai! – ouviram o chamado.

Suga olhou para a rua vendo como Kyungsoo, o dono dele, estava no portão de casa o procurando.

- Ops. Tenho que ir – Kai saltou do telhado diretamente para a rua, e antes de alcançar o chão havia se transformado.

Ficou vendo como ele caminhava até seu dono e antes que ele falasse algo, simplesmente o beijou na boca.

Ficou horrorizado. Achava que Kai zoava quando dizia que as noites eram para seu dono, mas agora tinha certeza disso.

Desviou os olhos negando com a cabeça, então notou como Jimin estava deitado na varanda.

Em sua forma original, ele observava a grama tristemente.

Pensando nisso, fazia dias que não ouviu mais a voz dele...

Também fazia dias que deixou de ficar na janela da sala...

Ele estava doente?

Pulou para a árvore e desceu até a cerca. Caminhou devagar até se aproximar da varanda.

Notou como a cauda dele estava entre as pernas e ele mirava o vazio sem quase piscar.

- Jimin... – assim que ouviu seu nome, ele voltou à forma canina.

Jungkook abriu a porta da sala e o olhou, mas seu cachorro continuou imóvel – Vem dormir aqui dentro.

Nada. Jimin não se moveu, nem chegou a girar a orelha.

Jungkook suspirou preocupado antes de fechar a porta e seguir para a família.

- Jimin deve estar doente. Não come direito e fica ali deitado.

- Amanhã o levaremos ao veterinário. Deve estar estranhando o novo ambiente e a falta de espaço.

Suga voltou a olhar ao cachorro, ele tomou a forma original novamente, mas continuou olhando o vazio.

Saltou para o quintal dele e assim que começou a se aproximar sem fazer barulho, notou como o rabo dele começou a balançar, batendo no assoalho.

Parou de andar então viu como o rabo parava de balançar. Voltou a andar notando como voltava a balançar.

Quando estava a poucos metros, ele girou o corpo ficando de bruços apoiado o queixo nos braços cruzados e o mirou com um sorriso.

- Suga veio me ver? – ele disse baixinho.

- Escuta pulguento... Nunca mais faça aquelas coisas. Sou um gato e não um cachorro.

Jimin sorria cada vez mais. Ele estendeu o braço em sua direção, as orelhas para trás e o rabo balançando alegremente. – Suga veio me ver...

- Está me ouvindo?

Ficou olhando para esse rosto. Nunca viu uma criatura assim. Mesmo quando o arranhou, ele lhe sorriu.

Olhou ao pescoço dele vendo que a marca de suas unhas ainda estava ali.

Encurtou a distancia pisando na varanda, então apoiou uma pata em sua mão.

- Cachorro estranho. Terei que te ensinar boas maneiras... – começou a dizer, mas antes de terminar, Jimin segurou sua pata e o puxou para si – Ei!

Suga meteu as patas contra a boca dele ao notar que seria beijado. Ficou o olhando assustado, sentindo tão pequeno entre seus braços. Suas patas traseiras apoiaram contra o peito dele quando o teve sobre si.

Mirou esses olhos expressivos que o miravam intensamente. – Quê?

Ele estava começando a deixá-lo nervoso. Com cuidado tirou as patinhas da boca dele, mas as manteve de cada lado de seu rosto.

- Achei que Suga não brincaria mais comigo...

Então era por isso que ele estava triste? Por que não o viu mais na janela? Por que não ficou reclamando de seu barulho?

Como ele conseguia se apegar assim, tão rápido?

Então notou, vendo o olhar e o sorriso dele...

Jimin era inocente...

Estava tão concentrado nessa mirada, que apenas percebeu que ele se aproximava quando sentiu a boca dele encostar na sua.

Arregalou os olhos o empurrando pelo queixo. – Pára de ficar me beijando, seu idiota!

Virou a cabeça para o lado, para evitar que ele o beijasse novamente, tentou se soltar, mas Jimin não deixou.

- Fica um pouco mais... Quando a noite chega, me sinto tão sozinho...

Suga ficou quieto sentindo como ele encostava o rosto contra seu corpo, gostando do contato com seu pêlo macio.

No fundo, ele era apenas um menino que estava começando a crescer...

Não tinha culpa de se sentir assim...

- Suga... – ouviu sua voz abafada por seu corpo – Obrigado...

Depois de passar quase a noite toda ali, Suga voltou ao quarto de seu dono. Estava exausto.

Disse a si mesmo que nunca mais cederia à carinha triste daquele pulguento, mas na noite seguinte, assim que apoiou na janela, o viu sentado perto da árvore olhando para sua janela.

Assim que o viu ele abriu aquele imenso sorriso.

- Não vou te confortar... – reclamou para si mesmo voltando para sua almofada.

Na próxima noite foi a mesma coisa.

Jimin ficava ali sentado como se o esperasse.

Durante o dia, quando voltou para sua janela, ele ficava ali próximo da cerca o olhando em sua forma canina e durante a noite ele ficava em sua forma original perto da árvore.

- Ei Suga... – Kai o chamou pela janela.

Aproximou-se subindo no parapeito. Olhou ao seu dono que dormia antes de olhar ao outro gato.

- Que quer?

- O que fez com esse cachorro? – indicou ao vizinho – Ele vive te esperando.

- Não é da sua conta.

- Você se nega a conviver conosco e está brincando com um cão? Não acha estranho? Se ele fosse da sua casa até entenderia, mas ele é do vizinho...

- Não me enche... – resmungou pronto para ignorá-lo, então notou como Jimin estava ali embaixo olhando para a árvore onde Kai estava.

Então viu como ele chutava o tronco derrubando o gato amarelo dos galhos.

- Ei! – Kai tentou se agarrar nos galhos, mas acabou caindo no chão. Olhou a Jimin que o mirava seriamente – Merda...

Suga sorriu interiormente ao ver como ele pulava pela cerca para deixar o quintal do vizinho e sumia rumo à sua casa do outro lado da rua.

Então olhou ao pulguento. Se ele não fosse um cachorro, poderia jurar que ele não estava gostando que conversasse com outro gato.

- Ei Jimin... – Suga chamou e assim que ele o olhou saltou da janela caindo em seus braços.

Foi abraçado carinhosamente e voltou a empurrar seu rosto com as patas quando ele quis beijá-lo.

- Vou passar o tempo com você porque você me alegrou a noite pelo que fez. Só não se acostume, pois não será sempre assim – Jimin caiu deitado na grama o deixando sobre si – Está me ouvindo pulguento?

- Suga... - o olhou mal humorado. Ele o mirava com um sorriso carinhoso na boca – Gosto como se sente seu pêlo... – sentiu como ele acariciava atrás de suas orelhas fazendo com que se arrepiasse – Gosto de seus olhos... – ele lhe segurou pela cara o mirando – Gosto de todo Suga...

Arregalou os olhos quando ele o puxou encostando suas bocas enquanto sustentava a mirada.

Suga não suportou esse estranho contato visual. Tampou-lhe os olhos com as patinhas e se afastou um pouco.

- Sabe que sou um gato, não sabe?

- Eu sei... – viu como ele sorria.

Destampou-lhe os olhos lentamente. Passaram o resto da noite, sob o luar apenas assim, se olhando...



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